terça-feira, 5 de julho de 2011

SILÊNCIO SOBRE A LÍBIA




MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND – DIRETO DA REDAÇÃO

E na Líbia permanece o impasse.  Os bombardeios diários da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não alcançaram o objetivo de terminar com o governo de Muammar Khadafi. Com a divulgação pelos meios de comunicação de todo o mundo, Khadafi está sendo responsabilizado por uma série de violações dos direitos humanos. O Tribunal Penal Internacional decidiu decretar a prisão do dirigente líbio acusando-o de assassinatos e outras violências, como, por exemplo, ter ordenado que seus soldados praticassem estupros em mulheres.

Enquanto tais informações circulavam pelo mundo, o jornal britânico The Independent publicava relatório da Anistia Internacional inocentando regime de Muammar Khadafi e incriminando os rebeldes que têm o apoio da Otan. Quer dizer, todas as denúncias de violências contra as forças do governo Khadafi caíram por terra. Podem ser consideradas do mesmo rol do esquema que antecedeu a invasão do Iraque, como as tais armas de destruição em massa, que nunca existiram. Tudo por causa do petróleo.   A Anistia encontrou indícios de que em várias ocasiões os rebeldes em Benghazi fizeram deliberadamente declarações falsas e distribuíram versões mentirosas sobre crimes cometidos pelo governo líbio.

No mesmo embalo das denúncias feitas pela Anistia, vale lembrar a série de advertências formuladas pela Secretária de Estado, Hillary Clinton, que visivelmente faz o jogo do complexo militar. Ela baseou todas as acusações a Khadafi em “informes” inventados pelos rebeldes, Mas como as denúncias da Anistia Internacional foram pouco divulgadas, Hillary continua em vantagem na mídia de mercado, que ajudou, como de outras vezes, a dourar a pílula dos estadunidenses. Quer dizer, a farsa do Iraque se repete na Líbia. Os bombardeios diários da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que alguns canais de televisão denominam erradamente, por ignorância ou opção ideológica, de Aliança Ocidental, inventaram pretextos para intervir no país norte africano.

É inconcebível que esta prática se repita em todas as áreas do planeta onde há riquezas cobiçadas pelos Estados Unidos e demais países industrializados. E ainda pior: bombardeios inteligentes atingem alvos civis e provocam mortes em nome de “intervenção humanitária”.

Depois do relatório da Anistia Internacional espera-se que organismos internacionais como a ONU, ao menos investigue de forma isenta, e mesmo reveja a posição adotada contra a Líbia. Ou pelo menos decretem um cessar fogo, como sugeriu o ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva em uma reunião com representantes de países africanos.

Se não fizer uma dessas três sugestões e seguir dando pretexto para os bombardeios, a credibilidade da entidade vai a menos zero. Agora está em zero, mas se entrar em novo patamar poderá recuperar a credibilidade.

O que teriam a dizer sobre tudo isso a Presidenta Dilma Rousseff e seu Ministro do Exterior, Antonio Patriota? Afinal de contas, a Otan, com a chancela da ONU comete sérias violações dos direitos humanos. Ficar calado ou apoiar é na prática aprovar. Até porque, a própria Presidenta brasileira já deixou claro inúmeras vezes que se posicionaria onde se cometam violações dos direitos humanos.

Mas é preciso tomar cuidado para não cair na armadilha estadunidense que bota a boca no trombone apenas contra países que não fazem o jogo da Casa Branca. A Arábia Saudita, governada por uma família real aliada de Washington, que viola diuturnamente os direitos humanos, não é condenada ou sequer citada pelos Estados Unidos, da mesma forma que a entrada de tropas sauditas no Bahrein para reprimir manifestantes foi aceita como um fato normal.

E no episódio Dominique Strauss-Kahn, como denunciavam alguns analistas, uma parte da verdade começou a aparecer. Os meios de comunicação de mercado já tinham condenado de antemão o francês, em mais uma demonstração de irresponsabilidade jornalística. Como agora apareceu a versão segunda a qual a camareira queria mesmo arrancar grana de Strauss-Khan, começa a surgir à ponta do iceberg de uma história que pode ter ainda maiores implicações políticas do que se imaginava.

Apesar de Strauss-Khan ser um representante do mundo das finanças, tinha desagradado, segundo especialistas, o mercado em declarações sobre questões relacionadas com as finanças internacionais, não será de se estranhar se em pouco tempo vier à tona algum tipo de ingerência de serviços secretos. E no lugar de Strauss-Khan foi nomeada ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, de linha absolutamente conservadora. Missão cumprida para os radicais defensores do deus mercado.

O caso merece ser profundamente investigado, porque o fato da camareira ter ligações com mafiosos, segundo a polícia de Nova York, não elimina a participação de algum serviço secreto, como a CIA, por exemplo, que muitas vezes utiliza artifícios dessa e outras naturezas para não aparecer.  E, como informou o jornal The New York Times, o surgimento de 100 mil dólares na conta bancária da camareira pode ter vindo sabe-se lá de onde.

A mídia de mercado que corre irresponsavelmente atrás da audiência para angariar mais anunciantes e que se fartou de explorar o caso, tem que fazer uma autocrítica imediata. E nesse sentido, valeria agora colocar em prática um tipo de jornalismo investigativo para esclarecer em definitivo o que se esconde atrás do caso. Resta saber se haverá vontade política para isso. Ou sea polícia de Nova York terá interesse em revelar mais fatos de bastidores.  

*É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE

Cabo Verde – Independência: PR DESTACA PROGRESSOS E ALERTA PARA DESAFIOS




ANGOLA PRESS

Cidade da Praia - O Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, destacou hoje (terça-feira) os ganhos conseguidos, mas alertou para a necessidade de aumentar a produtividade visando vencer os desafios que o país tem pela frente. 
  
Na sua última mensagem à nação cabo-verdiana enquanto chefe de Estado, por ocasião do 36.º aniversário da Independência nacional, Pedro Pires lembrou que em 1975 o país partiu de uma situação "dramática, de muita carência e ameaça de fome" e foi conseguindo ganhos, num percurso que considerou de "coragem e perseverança".  
  
"Daí deriva o grande valor da obra que realizámos, de 5 de Julho de 1975 até aos dias de hoje. Este percurso de esperança, de perseverança e de autoconfiança deve continuar a inspirar-nos e a ser o suporte moral que nos assiste na concepção e na execução das pesadas e complexas tarefas que o futuro nos reserva", disse.  
  
Para que haja, nas circunstâncias actuais, crescimento económico e prosperidade, o chefe de Estado entende que é "melhor participar na criação de condições para a geração de mais e melhores empregos em vez de exigir mais rendimentos sem produzir mais, o que é insustentável".  
  
Pedro Pires discursava perante os órgãos do Estado -- Parlamento, Governo e demais instituições - bem como perante os três partidos políticos com assento parlamentar e mais de uma centena de convidados, entre eles o Presidente timorense, José Ramos -Horta.  

O Presidente cabo-verdiano alertou ainda que para continuar o percurso traçado ao longo dos 36 anos de independência, todos são chamados a contribuir para aumentar a competitividade da economia cabo-verdiana.  

"Para ganhar em competitividade, é preciso interiorizar que não há milagres nessa matéria: é preciso trabalhar mais e melhor e aumentar assim a produtividade real", disse.  
   
A par do aumento da competitividade, entende o Presidente cabo-verdiano que é necessário a criação de um ambiente de negócios atractivo e seguro, infra - estruturas modernas e maior disciplina laboral.  
   
Pedro Pires salientou ainda que apesar dos ganhos já alcançados, é necessário o reforço das instituições democráticas com uma atenção particular a áreas consideradas sensíveis como a justiça e a segurança pública, as instituições de regulação e fiscalização.  

Sobre a crise internacional, o chefe de Estado admitiu ser "preocupante" as diversas facetas da crise em diversas economias, algumas delas parceiras de Cabo Verde.  


"A actual situação chama-nos à reflexão e prevenção. Requer de nós a valorização dos recursos nacionais e adopção de medidas adequadas e pertinentes, pois a nossa economia, além de insular e pequena e talvez por isso mesmo, é mais frágil e sensível a choques externos", salientou.  

O Presidente cabo-verdiano deixou ainda uma mensagem à juventude cabo-verdiana, a quem no seu entender compete "guindar-se à altura das exigências da sociedade global e concorrencial" e capacitar-se para aproveitar as oportunidades da economia actual. 

Pedro Pires terminou a sua mensagem agradecendo a confiança depositada nele pelos cabo-verdianos residentes e na diáspora.  

"Foi com muito orgulho que lutei e servi, na vossa companhia, o nosso Cabo Verde. Agradeço-vos pela vossa confiança e afeição. De outra forma vamos continuar juntos", concluiu. 

Guiné-Bissau: NAÇÕES UNIDAS DISCUTEM SITUAÇÃO DO PAÍS





O Representante Especial do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, e a embaixadora brasileira, Maria Luiza Ribeiro Viotti, discursam esta terça-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, durante a reunião dedicada à situação na Guiné-Bissau.
Maria Luiza Ribeiro Viotti, presidente do comité específico da Guiné-Bissau na Comissão para a Consolidação da Paz, e Joseph Mutaboba informaram os membros do Conselho sobre os últimos desenvolvimentos na Guiné-Bissau numa sessão em que se analisou o último relatório do Secretário-Geral sobre o país, na presença de uma delegação guineense.

No relatório, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, felicita a Guiné-Bissau pelos avanços na estabilidade política do país. Ban Ki-moon saudou ainda o processo de diálogo que visa a realização da conferência nacional e apelou aos principais actores políticos do país para que utilizem este fórum para discutir os grandes desafios de estabilidade e progresso do país.

De acordo com o comunicado de imprensa, o Secretário-Geral das Nações Unidas revelou ainda no relatório estar «particularmente preocupado com as actividades de tráfico de droga na Guiné-Bissau» e encorajou o novo director da Polícia Judiciária a dar continuidade ao programa iniciado pelo seu predecessor.

Ainda segundo o comunicado das Nações Unidas, Ban Ki-moon defendeu a criação de um grupo de trabalho envolvendo a CEDEAO, CPLP, União Africana, União Europeia e Nações Unidas, para «trabalhar com o Governo» guineense na implementação do plano para a reforma do sector de segurança.

O relatório de Ban Ki-moon destaca a importância do diálogo permanente entre as autoridades guineenses e os parceiros internacionais em prol do reforço a paz e da estabilidade, e elogia os preparativos pelas instituições estatais, da consulta de Março último com a União Europeia, com a inclusão no processo da liderança militar e da sociedade civil.

Guiné Equatorial: ADESÃO À CPLP REGISTA PROGRESSOS





A CPLP pode concluir em breve o processo de admissão da Guiné Equatorial como membro da organização, anunciou, no domingo, em Lisboa, o secretário-executivo da organização.

Domingos Pereira disse que Guiné Equatorial adoptou, na semana passada, o português como língua oficial, que deve ser ensinada, a partir de Agosto, nas escolas daquele país, juntando-se ao espanhol.

Angola, que ocupa a presidência rotativa da organização, prepara uma assistência técnica e logística para desenvolver o ensino do português nas escolas daquele país.
A CPLP, garantiu o secretário-executivo, está preparada para receber aquele país africano como nono membro do grupo.

A Guiné Equatorial formalizou, no ano passado, na cimeira em Luanda, o pedido de adesão à CPLP, que foi aceite por todos os Estados, tendo sido aberto, então, o processo.

A Guiné Equatorial, lembrou Domingos Pereira, tem ainda de cumprir princípios sobre direitos humanos e imprimir mais abertura ao exercício democrático.

“Há todo um conjunto de princípios no país que achamos que têm de ser respeitados”, afirmou.

A assessoria de imprensa da CPLP em Lisboa confirmou que a Ucrânia, Ilhas Maurícias e Austrália manifestaram interesse em fazer parte da comunidade de língua portuguesa.

FUJA DELES! VEJA PAÍSES COM MAIOR RISCO DE DESASTRES NATURAIS


Chuvas tropicais e tufões atingem constantemente Blangadesh - Foto: Getty Images

Fábio Santos  - TERRA

Existem alguns lugares no mundo que enganam pela beleza natural. Sabe aquelas ilhas paradisíacas, com águas cristalinas e paisagens deslumbrantes? Pois este sonho de consumo pode estar localizado em um dos locais mais perigosos do mundo. O Relatório de Risco Mundial divulgado pelo Instituto de Meio Ambiente e Segurança Humana da Universidade das Nações Unidas no último mês traz os lugares que do mundo que estão mais propensos às intempéries da natureza? 

Confira abaixo os dez destinos mais perigosos quando o assunto são desastres naturais. 

1) Vanuatu

É um pequeno arquipélago do pacífico, que faz parte do conjunto de ilhas da região das Novas Hébridas. Vanuatu fica próximo às Ilhas Salomão e Fiji. Composto por 83 ilhas, o arquipélago tem dezenas de vulcões ativos, tantos terrestres quanto submarinos. 

O grande perigo de se passar férias em Vanuatu é se deparar com uma erupção no meio do passeio. Segundo o relatório da ONU, Vanuatu não é o país que apresenta a maior chance de ocorrência de desastres naturais, mas sim o que apresenta chance elevada e, aliado à falta de infraestrutura, dificulta o gerenciamento de situações de emergências.

2) Tonga

Integrante da Polinésia, este território foi descoberto por holandeses em 1616. Hoje, é um país turístico e suas principais atrações são o mergulho, surfe e o campismo. 

Assim como Vanuatu, Tonga possui pouca infraestrutura, o que dificulta o socorro em caso de eventos naturais adversos. Com solo de pedras calcárias, as ilhas de Tonga apresentam erupções vulcânicas intensas. Um dos maiores vulcões de Tonga, com 515 metros de altura e 5 km de largura, situa-se na ilha de Tofu. Sua última erupção ocorreu em março de 2009. 

3) Filipinas

As Filipinas são formadas por 7107 ilhas, com uma área de quase 300 mil Km². A região é atingida pelos mais variados eventos naturais por causa da volatilidade climática existente.

Nos últimos anos, as tempestades estão se tornando cada vez mais intensas, gerando prejuízos aos agricultores e ao turismo local. Furacões e grandes tempestades costumam castigar o país ano após ano e a população local vem lutando para ter um sistema eficaz que os ajude a lidar com os problemas. 

Na última década, o país vem contando com a ajuda de ONGs e até da ONU para o desenvolvimento de estratégias que diminuam o número de vítimas após os desastres naturais. 

4) Ilhas Salomão

Localizadas na mesma região de Vanuatu, também possui grande atividade vulcânica e ainda lida com um fator adicional: a baixa altitude. Com o aumento do nível do mar, boa parte do litoral das Ilhas Salomão será engolida pelo oceano. Com um cenário deslumbrante, este paraíso tem que lidar com a força da natureza o tempo inteiro. 

5) Guatemala

Localizado na América Central, este país também possui uma paisagem deslumbrante. Assim como os demais países, este também sofre com a grande quantidade de vulcões, que chegam a atingir os incríveis 4 mil metros, como é o caso do vulcão Tajumulco.

Além dos vulcões, é comum a ocorrência de furacões devastadores na região. Somando-se isso à quantidade de chuvas, o país é um dos mais perturbados pelos desastres naturais no mundo. 

6) Bangladesh

Este pequeno país asiático é vizinho da Índia e conhecido pelos desastres naturais e confrontos políticos. Próximo ao trópico de câncer, o país é influenciado diretamente pelos clima subtropical das monções.

A principal característica da região é a ocorrência de chuvas intensas e grande umidade. Ciclones extratropicais e inundações são comuns em Bangladesh. 

7) Timor Leste

Conhecido pelos conflitos das últimas décadas, o Timor Leste sofre com a pobreza e com a fúria da natureza. Também localizado na região das monções, enfrenta chuvas frequentes e, pela falta de infraestrutura, a situação da população se agrava com qualquer tipo de ocorrência fora do normal. 

8) Costa Rica

Localizado na América Central, possui uma das faixas mais estreitas do continente. Tomada por cordilheiras, a região é formada por vulcões, dos quais alguns ainda estão ativos. Pela localização geográfica, o país é atingido constantemente por terremotos, furacões e tempestades tropicais.

9) Camboja

Localizado na região da Indochina, faz fronteira com a Tailândia e Laos. É um país muito povoado e que enfrenta anualmente as inundações do terreno. De setembro a outubro, o país sofre com o maior volume de precipitação, mas entre novembro e março, a seca se faz presente em boa parte do país. 

Um dos principais perigos do país são os tufões, muito comuns na região. 

10) El Salvador

Localizado na América Central, enfrenta os mesmos problemas de Guatemala e Costa Rica. Seu território é ocupado por diversos vulcões ativos, como o Santa Ana, San Vicente e Conchagua. 

A região também faz parte da rota dos furacões, que costumam causar grandes estragos. Além disso, o país está localizado em uma região propensa ao surgimento de terremotos, o que o coloca na décima posição dos países que mais sofrem com os desastres naturais.

ÁFRICA OBRIGADA A REAGIR




MARTINHO JÚNIOR

A correlação de forças entre o poderoso grupo que persegue a hegemonia unipolar e as emergências Euro – Asiáticas (Rússia, China e Índia), está a ser alterada a favor da emergência, apesar de algumas vulnerabilidades suas perante a hegemonia, com uma vantagem: sem disparar um tiro, pela via de investimentos económicos e financeiros, respeito para com os outros estados, nações e povos, maior abertura para com as classes menos favorecidas e emparceiramentos com potências médias, ou países detentores de matérias-primas, os “rebocadores” das alternativas, embora num quadro de lógica capitalista, conseguem resultados que garantem um outro modelo para o futuro ao longo do século.

São uns Estados Unidos e uma Europa em crise, numa crescente “anemia” económica e financeira, doente com os vírus da especulação desenfreada e o roubo dos bancos às cada vez mais depauperadas economias e finanças, sob a ameaça da concentração da riqueza em cada vez menos mãos, com o cancro das desigualdades entre as nuvens de tempestade que se desenham nos horizontes próximos, que os riscos do ciúme, agravados pelo egoísmo exacerbado e pela vocação pela rapina, garantem os relacionamentos internacionais: dos Estados Unidos e da Europa é utópico que se espere algo de construtivo, algo que estimule a sustentabilidade social da paz, algo que seja construído no sentido da vida, da solidariedade, da humanidade, até as caridadezinhas que foram desde sempre institucionalizadas e servem como descarga de consciência à “civilização ocidental” são um indicador de cinismo, uma máscara de mau gosto para a ética, para a moral e para a estética…

No que toca ao relacionamento dos Estados Unidos e da Europa para com o continente africano, de há muito há provas fundamentadas de ingerência, de provocação de desequilíbrios e desigualdades, de injustiças de toda a ordem, da rapina e de sangue, particularmente por parte de interesses anglo-saxónicos e franceses.

Nesse sentido a colonização não terminou, em alguns casos não terminou a escravatura, com o seu cortejo de lesa humanidade…

Para norte-americanos e europeus, melhor, para as suas aristocracias financeiras germinadas na lógica capitalista mais insaciável desde a época de expansão marítima, o mundo existe para benefício exclusivo do seu ego, não é um conceito de casa comum, não é merecedor de respeito, compreensão sensível e científica, como se os recursos da Terra não tivessem limite.

Se todos os habitantes da Terra consumissem ao nível dessas aristocracias – piranha, nem um planeta do tamanho de Júpiter teria recursos e garantiria sustentabilidade para o bem-estar de todos e o bem-estar comum, para instaurar equilíbrios humanos e ambientais, para a adopção de políticas acertadas com sentido de vida!

Para aqueles que piedosamente são ferventes crentes de Deus e nessa linha de raciocínio, têm linha verde para a seguinte conclusão: felizmente que o homem existe e é produto dum planeta muito mais pequeno que Júpiter: já imaginaram se as aristocracias – piranha tivessem à sua mercê um planeta com a dimensão de Júpiter?!

É talvez por causa disso que Deus é “infinitamente misericordioso e sapiente”…

Quando o planeta Terra é tão maltratado, a parte humana e ambiental que mais sofre é a do continente berço da humanidade e isso é não só um sinal de dependência, de subdesenvolvimento, é um sinal de que, quando não há pão para sustentar as bocas das crianças, que a escravatura continua!

É esse o entendimento que se exige da União Africana não agora por causa do incêndio da Líbia, mas desde o processo das independências formais, desde o processo da formação de tão mal paradas elites do “novo século”, um processo imperdoável quando há já outras vigorosas alternativas em emergência, algumas delas mesmo do outro lado do Atlântico.

A histórica resistência de Cuba consolidou-se também com o entendimento do significado humano da escravatura e suas sequelas, as que chegam aos nossos dias, num processo sentido historicamente em momentos tão decisivos quanto os que têm vivido nações pendulares como Angola e o Haiti!

O heróico socialismo de resistência não tem sido contudo a via que se cultivou em África após a derrocada do bloco socialista da Europa do Leste e da URSS; quando muito há um socialismo democrático “rosa pálido”, que deu corpo à expansão da “democracia representativa” e pouco se abre à cidadania responsável e à participação, salvo a participação engenhosa das “novas elites” que, em países como Angola, rondam os “decisivos 100 novos ricos”, a casta que mais beneficia dos enredos das parcerias público privadas e das estratégias alternativas emergentes que não romperam com a lógica capitalista.

É o elitismo existente na África Austral, que integra muito fortes componentes tais como uma parte substancial do “lobby dos minerais”, o “cartel dos diamantes”, os que seguem os Democratas nos Estados Unidos, os Trabalhistas na Grã Bretanha, ou a consolidada estratégia da senhora Merkel na Alemanha, bem como a “emergência angolana” que das sombras surge a cavalo no petróleo, a oligarquia que está mais interessada em fazer face pelo menos de forma subtil e tão diplomaticamente quanto o possível, ao “diktat” do AFRICOM e da OTAN conforme à receita da Líbia, até por que a África Austral tem motivações estratégicas e geo políticas: está no outro lado do continente, no lado oposto à Europa da Grã Bretanha e da França principais interventores na Líbia, na África Austral, onde é mais fácil, agarrando até no histórico das tradições imperialistas de Cecil John Rhodes, fazer o “contraponto” que ao fim e ao cabo interessa à grande manipulação da aristocracia financeira mundial, à escala do globo terrestre.

A próxima visita da senhora Merkel à África Austral confirma as tensões internas no quadro da OTAN, confirma que a Alemanha está mais próxima da União Africana que de “parceiros” como a Grã Bretanha ou a França tendo em conta o caso da Líbia, confirma a aproximação da Alemanha aos BRICS (sobretudo à Rússia e à China) e os impulsos de que o “lobby dos minerais”, assim como o “cartel dos diamantes” pretendem para a imensa região desabitada do projecto “turístico” (?) do “Okawango and Upper Sambeze Tourism Innitiative”…

O Presidente sul africano Jacob Zuma identifica-se como um forte “porta voz” da posição desse elitismo africano face ao problema da Líbia, até por que a África Austral, ultrapassadas as últimas sequelas do colonialismo e do “apartheid”, cultiva um ambiente de ausência de tiros para fazer florescer a estratégia dos grandes negócios e tentar com isso, fazer tudo para ganhar a imagem de desenvolvimento e de paz que pretende conferir sustentabilidade e idoneidade aos estados.

A integração feita de forma surpreendente da África do Sul nos BRICS, resulta da enorme capacidade do “lobby dos minerais” e do “cartel dos diamantes”, que procuram com a SADC, estabelecer nexos numa das mais ricas regiões do continente africano: a que fica mais longe da Europa e dos Estados Unidos, mas estrategicamente a meio caminho nas rotas entre o Brasil e a Índia.

Um dos nexos que mais fortemente estão a florescer na África Austral, é o do plano “Okawango and Upper Sambeze Tourism Innitiative”, que com a ausência de tiros em Angola beneficia da componente decisiva do país que, com a Zâmbia, possuem a matriz da água de toda a região: o Cubango (Okawango) e o Zambeze.

A presença do Presidente angolano no Cuando Cubango, levando o Conselho de Ministros a Menongue, insere-se no programa amplo que está destinado a uma região fronteiriça que conjuga a aproximação de 5 países da África Austral, onde os enlaces de interesses se estão a tornar mais rentáveis para todos os intervenientes e onde uma atmosfera de paz típica dos grandes ermos é imprescindível, mesmo que hajam crises como a do Zimbabwe.

Para o “OUZTI” a iniciativa da componente angolana está a trazer a SONANGOL e privados como a PUMANGOL ao Cuando Cubango, as tais “parcerias público privadas”, ou seja, uma forma de fortalecimento dos interesses das oligarquias, integrando geoestratégias: nunca a “nova elite” angolana esteve tão próxima de se “emparceirar” com os interesses duma Anglo American, ou de uma De Beers, por tabela das elites sul africanas levando a reboque as dos outros componentes da SADC, como agora e, para isso, a senhora Merkel “redescobre” África!

Isto tudo é para dizer que, embora tardiamente, a crítica da União Africana com a “voz autorizada” do Presidente Jabob Zuma em relação ao caso da Líbia, é talvez a única em África que faz um contraponto com fortes argumentos geo estratégicos relacionados com a emergência e com os próprios BRICS, como é óbvio sem abandonar a lógica capitalista e muito longe, em termos de força ética e moral, da capacidade de resistência histórica demonstrada pela Revolução Cubana, do outro lado do Atlântico e com o movimento de libertação em África.

Essa é por si uma forma contemporânea de aproveitar a visão imperialista de Cecil John Rhodes, como energia para a emergência sul africana e da África Austral, integrando a componente angolana, com o suporte dos outros BRICS, mas também com o suporte da Alemanha que trará a reboque, aproveitando a crise, alguns interesses em paóses como Portugal.

Essa é uma forma de gerir estratégias “do Cabo ao Cairo”, ou ao seu paralelo Tripoli.

Tendo estado presente nas mais decisivas batalhas contra o regime do “apartheid”, através de suas forças armadas, Cuba e a Rússia (que foi a principal componente da URSS e do Bloco Socialista), poderão vir a integrar as componentes da “OUZTI” na hora da paz possível que tão longe está da paz com justiça social e um maior equilíbrio humano e ambiental, mas uma paz que é ainda mais possível nos países de muito baixa densidade demográfica como os que compõem, com imensas extensões suas, os ermos do “OUZTI”.

Um participação cubana num “OUZTI” é mesmo assim desejável, não só tirando partido do significado histórico do Cuito Cuanavale, ou por causa dos laços de identidade cultural para com África: é que a escola latino americana em relação a questões ambientais, (recorde-se as escolas da Bolívia, da Nicarágua e do Equador) com raízes nas civilizações originais da América, identifica-se com os direitos da Mãe Terra e nesse sentido é vanguardista, o que vai para além dos conhecimentos científicos conseguidos pela escola sul-africana, eminentemente elitista ao ponto de ser uma das componentes que estão empenhadas de diversas formas nos imensos espaços vazios da África Austral, conformados aos projectos do “lobby dos minerais” e do “cartel dos diamantes”.

Até agora foi isto o que melhor se tem conseguido dando sequência ao movimento de libertação em África, o que está muito longe da força e da energia que com tantos sacrifícios foi capaz de chegar ao patamar do resgate dos povos africanos da escravatura, do colonialismo e do “apartheid”: temos as bandeiras e com esta interdependência alternativa instável, quando se tem de fazer constantemente o balanço de correlação de forças, será que somos mesmo capazes de ser independentes?

Pelo andar da carruagem provavelmente só daqui a 200 anos, tendo em conta a cronologia histórica latino americana!

Nota:
Gravura que representa as três irmãs: África, Europa e América; seria excelente que tudo se passasse conforme são representados os continentes, mas de facto estamos perante desiguais, perante tantos desequilíbrios e vulnerabilidades.

Venezuela – HUGO CHÁVEZ DIZ QUE VENCERÁ BATALHA CONTRA O CANCRO




DESTAK - LUSA

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse segunda-feira que continua a lutar pela sua saúde, garantindo que vencerá a batalha contra o cancro, e revelou que esteve quatro dias nos cuidados intensivos depois da operação em que lhe foi extirpado um tumor cancerígeno.

 “Vocês compreendem perfeitamente as dificuldades desta batalha. Que ninguém pense que a minha presença aqui, neste dia 04 de julho, significa que ganhámos a batalha. Não! Começámos a subir a montanha, a vencer o mal que se incubou no meu corpo, quem sabe por quantas razões, mas temos que continuar, primeiro eu, com um plano estritamente médico científico, passo a passo”, disse.

O presidente da Venezuela falava para milhares de simpatizantes, concentrados junto do palácio presidencial de Miraflores para o ouvir falar na Varanda do Povo, que o receberam gritando “Voltou! Voltou! Voltou!”, “P'ra frente comandante”, “Uh, Ah, Chávez não se vai” (embora) e “Obrigado Fidel (Castro)”.

Durante o encontro, transmitido obrigatoriamente em direto pelas rádios e televisões do país, Hugo Chávez, explicou que, depois de operado a um abcesso pélvico, foi submetido a uma “segunda intervenção, profunda, de mais de seis horas”, em 20 de julho.

“Entreguei-me a Deus, à ciência e em última instância a esta grande vontade, este grande amor e paixão que, graças a vocês, levo no meu peito e no meu coração”, disse.

De imediato ergueu um crucifixo, que disse ser o mesmo que ergueu em abril de 2002, quando regressou a Miraflores, depois de ter sido temporariamente afastado do poder.

“Levanto-o de novo, Cristo connosco, quem [está] contra nós? O povo connosco, a pátria connosco. A revolução hoje está mais viva que nunca, sinto-a, vivo-a e palpo-a”, disse, vincando que a 24 de julho, dia do aniversário da Batalha de Carabobo, quando ainda estava em terapia intensiva “levantou-se e nesse mesmo dia começou o recuperação”.

Hugo Chávez, que falou durante pouco mais de meia hora, apareceu com um traje militar, com um boné vermelho, ondeando uma bandeira venezuelana e acompanhado pelas duas filhas, e começou cantando o hino nacional e com vivas à Venezuela, à revolução bolivariana, aos povos da América Latina e Caraíbas, a Fidel Castro e a ele próprio, vincando que “iniciou-se a recuperação”.

Pouco depois, referiu que as manifestações de amor que recebe são “o melhor remédio para qualquer doença”, mas que durante algum tempo estará submetido “a um estrito controlo médico-científico” e, evocando uma expressão de Simón Bolívar, aquando do terramoto de 1812, sentenciou: “Se a natureza se opõe, lutaremos contra ela e faremos que nos obedeça”.

Durante a sua alocução, Hugo Chávez explicou que superou uma primeira etapa e começou um tratamento complementar, que está a comer de maneira voraz e são e que voltou a ser cadete de 1.º ano, levantando-se pelas 05:00 horas da manhã para olhar o sol e começar uma nova jornada de trabalho.

Índia: MINISTRO DA SAÚDE CONSIDERA HOMOXSSEXUALIDADE UMA DOENÇA




DESTAK - LUSA

O ministro da Saúde da Índia provocou a ira dos ativistas ao qualificar a homossexualidade de “doença” e de algo “completamente artificial” durante uma conferência sobre VIH/SIDA.

Na ocasião, Ghulam Nabi Azad afirmou ser lamentável o facto de a homossexualidade ter chegado à Índia, ecoando um refrão comum num país conservador que vê os homossexuais como uma importação ocidental.

Até 2009, a prática de relações entre pessoas do mesmo sexo era ilegal na Índia, mas o Supremo Tribunal de Deli viria a sentenciar o fim da lei que estabelecia que o sexo entre duas pessoas do mesmo género era punível com uma pena até dez anos de prisão.

Cerca de 2,5 milhões de indianos possuem VIH, número que torna a Índia no país com o maior número de pessoas infetadas em toda a Ásia.

*Foto em Lusa

A COR DOS CISNES




ADRIANO MOREIRA – DIÁRIO DE NOTÍCIAS, opinião

A evolução do processo de intervenção da ONU nos problemas mundiais deu sinais suficientes de que a formulação jurídica da sua estrutura e funções foi mais de uma vez desafiada, e desfeiteada, pela realidade emergente. O unilateralismo republicano dos EUA já seria alarme suficiente nesse sentido, mas também noutros domínios, designadamente mais afastados das questões militares, mas não menos agressivos da igualdade dos Estados, se encontram manifestações a exigirem atenção e remédio.

Quando se fala em remédio é pressupondo que os objectivos do conceito estratégico da organização continuam a ter validade, ainda que a estrutura de intervenção se mostre desadequada. O fenómeno do G-20, que progressivamente se perfila como um G-2 (EUA - China) mais 18, emergiu sem cobertura estatutária internacional, e os factos estão a demonstrar que a sua criatividade não é suficiente para regular a vida financeira e económica mundial, em que os interesses sectoriais, de entidades sem qualquer função ou subordinação governativa, implantam uma espécie de regionalização de poderes sem fronteiras, e também sem limites éticos, em busca de triunfos na competição que decorre na arena chamada mercado.

A regionalização política, com motivações plurais, mas, tal como acontece com o projecto europeu, assumindo que o modelo das soberanias absolutas foi desafiado e ultrapassado nas suas capacidades, procurou dar resposta consolidada à indispensável existência de poderes políticos que assegurem a defesa, a justiça, o desenvolvimento sustentado, respeitando os paradigmas que as comunidades nacionais, que se unem, partilham. O pensamento e grandeza de visão dos que iniciaram o movimento europeu depois da guerra, prudentes na política dos pequenos passos, não esqueceram a realidade mais vasta que é o Ocidente, não esqueceram os desastres sofridos, mas fizeram de uma visão comum de futuro em paz um conceito estratégico participado. Por esse tempo, que foi de exemplo e de esperança, a reunião inicial dos Estados, que manteriam aberta a organização a novas adesões, alimentou a imagem, recolhida de Popper, de que todos os cisnes eram brancos. E durante anos os órgãos de execução do projecto foram-se aperfeiçoando, funcionaram com regularidade operante, tiveram por meio século a consciente perspectiva de que a segurança militar era indispensável e não dispensava ela os EUA.

A queda do Muro parece ter contribuído para que a visão do futuro também sofresse abalos, e apareceram os sintomas de que o velho demónio interior europeu do Directório começava a recuperar da sonolência, mostrando-se mais activo logo que a crise bateu com força às portas da memória. Foi clara a localização da sede das inquietações sobre o desenvolvimento do processo, com governos a moverem-se fora das sedes da União, um exemplo difuso em que logo se evidenciaram a Alemanha e a França. Mas sobretudo a primeira, com a antropologia inovadora da chanceler a distinguir o Norte, afirmado rico e virtuoso, do Sul pobre, e sem aplicação ao trabalho, omitindo que sem a solidariedade de todos, incluindo os EUA, não estaria em condições de elaborar o discurso. Foi a grandeza dos agredidos que assegurou a defesa ocidental, e a reunificação da Alemanha, depois de lhe viabilizar a reconstrução.

Por muito que se pretenda desvalorizar a previsão, a realidade é que chega um cisne negro para reduzir à inutilidade a convicção de que todos os cisnes são brancos, uma advertência a que foram poupados os fundadores do movimento europeu. O facto é que a fronteira da pobreza ultrapassou o Mediterrâneo, dando uma nova definição geográfica ao Brandt Report de 1980, que então considerava que a falência do desenvolvimento económico era uma ameaça maior para a segurança do que o conflito Leste-Oeste. O que não lhe ocorreu foi que a geografia da pobreza mudasse, e que a mudança pudesse libertar os cisnes negros.

JORNALISTA ANUNCIA QUEIXA CONTRA STRAUSS-KAHN POR TENTATIVA DE VIOLAÇÃO


Banon disse que o ex-director do FMI se comportou como um "chimpazé com o cio" (Charles Platiau/Reuters)

PÚBLICO

Tristane Banon diz ter sido assediada por DSK em 2002

A jornalista e escritora francesa, Tristane Banon, vai apresentar queixa contra Dominique Strauss-Kahn por tentativa de violação, anunciou nesta segunda-feira o seu advogado, David Koubbi.

Banon acusa o ex-director do FMI de, em 2002, altura em que Strauss-Kahn era ministro das Finanças, a ter assediado sexualmente durante uma entrevista num apartamento em Paris.

Em 2007, Banon contou num programa de televisão que um dirigente político (o nome de DSK foi na altura omitido) insistiu em pegar-lhe na mão e assediou-a, comportando-se como um “chimpazé com o cio”. “Acabou mesmo muito mal. Acabámos à luta. Acabou de forma muito violenta. Não foram só umas estaladas. Tive que lhe dar uns pontapés. Ele abriu-me o soutien, tentou abrir-me o fecho das calças”, relatou na altura a jornalista que inicialmente decidiu não apresentar queixa.

Agora, Banon parece ter mudado de ideias. “A minha cliente, Tristane Banon, apresenta queixa por tentativa de violação contra Dominique Strauss-Kahn”, disse o advogado da alegada vítima ao site do jornal francês L’Express, precisando que a queixa será enviada para o tribunal na terça-feira, dia 5 de Julho.

Foi com a detenção de Dominique Strauss-Kahn em Maio – acusado de ter agredido sexualmente uma empregada de hotel em Manhattan -, que a história da jornalista, já relatada na tal entrevista de 2007, veio novamente à superfície, mas na altura foi noticiado que Tristane Banon estaria a “ponderar” apresentar queixa.

O anúncio de que a jornalista vai realmente recorrer à via judicial acontece dias depois de o antigo director do FMI ter sido libertado sem pagamento de caução, na sequência da descoberta de graves falhas na credibilidade da empregada de hotel.

Strauss-Kahn, que era apontado como forte candidato à Presidência da República francesa, clama a sua inocência desde o início do caso.

Sunrise: Governo "vê com interesse" mudança de negociadores australianos, mas "sem pressa"




LUSA

Díli, 04 jul (Lusa) -- Timor-Leste encara "com interesse" as mudanças na Woodside e na equipa que vai estar na próxima ronda de negociações sobre a exploração conjunta de gás no campo Greater Sunrise, a realizar no final do mês, na Austrália.

A afirmação é do secretário de Estado dos Recursos Naturais, Alfredo Pires, que, em declarações à Lusa, disse que "além das mudanças na companhia Woodside (da direção da empresa), houve mudanças da equipa nas negociações da parte da Austrália, o que é também interessante".

"É um grande exercício (negocial) e todos têm interesse em desenvolver o campo de gás de Greater Sunrise. É um processo que temos de continuar, mas Timor-Leste continua a manter as suas posições", esclareceu.

Alfredo Pires sublinha que as suas afirmações não significam que haja pressa da parte timorense.

"Temos uma situação confortável, mesmo com os grandes projetos que temos em vista e estamos com perto de oito milhões de dólares (cerca de 5,5 milhões de euros) no capital do Fundo Petrolífero. Se o preço do petróleo continuar assim, devemos estar nos 10 milhões de dólares (cerca de sete milhões de euros), em 2012.

De acordo com o governante, existem alternativas e Timor-Leste "não tem muita urgência na questão do Sunrise".

PONTOS FOCAIS DOS PAÍSES DA CPLP DISCUTEM A COOPERAÇÃO EM LUANDA





A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) analisa, nos dias 18 e 19 de Julho, em Luanda, a cooperação entre os Estados membros da organização, durante uma reunião dos "Pontos Focais de Cooperação". A reunião de Luanda, de acordo com um comunicado de imprensa divulgado no sítio oficial da comunidade na internet, acontece dias antes da XVI reunião ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, programada para o dia 22 deste mês.

Angola acolhe a reunião pelo facto de assumir desde o ano passado a presidência rotativa da CPLP. A reunião dos "Pontos Focais de Cooperação" é coordenada pelo representante do Estado membro que detém a presidência do Conselho de Ministros da organização.

No âmbito da reunião do Conselho de Ministros, o grupo de trabalho de preparação da 145ª Reunião do Comité de Concertação Permanente reúne no dia 20. A 145ª reunião do Comité de Concertação Permanente é no dia seguinte. Compete à reunião dos "Pontos Focais de Cooperação", como órgão da CPLP, de acordo com os seus estatutos, assessorar os demais órgãos da comunidade em todos os assuntos relativos à cooperação para o desenvolvimento.

Os "Pontos Focais de Cooperação" reúnem-se ordinariamente duas vezes por ano e, extraordinariamente, quando solicitado por dois terços dos Estados. Quando coincide com a conferência de Chefes de Estado e de Governo ou reuniões do Conselho de Ministros, a reunião realiza-se na cidade anfitriã desses eventos. Nos outros casos, a reunião tem lugar na sede da CPLP, em Lisboa.

Futebol: VIETNAME PÕE MACAU FORA DO MUNDIAL




VÍTOR REBELO - PONTO FINAL - Macau

Duas goleadas sofridas em dois jogos. A diferença confirmou-se em campo, mas a selecção da RAEM conseguiu pelo menos marcar um golo em casa, num desaire por 7-1.

Havia talvez mais adeptos do Vietname do que de Macau ontem à noite nas bancadas do Estádio da Taipa. O interesse pelo futebol local é reduzido e mais uma vez se confirmou, apesar de se tratar de uma partida a contar para as eliminatórias do Campeonato do Mundo de Futebol, cuja fase final se irá realizar no Brasil em 2014.

Já se sabia que as ambições de Macau eram praticamente nulas e o primeiro adversário, o Vietname, tinha um potencial bem acima do de Macau. Tudo se confirmou e o onze da RAEM, orientado pelo técnico de Hong Kong Leung Sui Wing, não conseguiu sequer disfarçar a enorme diferença que existe entre as duas selecções.

Depois de ter perdido em Ho Chi Minh por claros 6-0, numa partida em que o Vietname não criou muitas mais oportunidades do que os próprios golos, a formação do território estava condenada à eliminação. Mas pretendia dar uma melhor resposta (ou imagem) e um dos objectivos era, sem dúvida, marcar golos. Apontou um, por Leong Ka Hang, aos 60 minutos.

Ao intervalo a desvantagem era já considerável (4-0), com tentos apontados por Le Cong Vinh (3, 29 e 43 minutos) e Quang Hai (24). Macau arriscou mais na segunda metade, dando a possibilidade ao português Nicholas Torrão de jogar mais solto e com a companhia do jovem Sub 23, Leong Ka Hang.

Só não se compreenderá por que razão o treinador não apostou, desde o início, nesta dupla de elementos mais tecnicistas. É que a equipa, em termos ofensivos, melhorou bastante, ainda que continuassem a pertencer os melhores lances ao Vietname, noutro patamar do futebol asiático.

Foi mais veloz o desafio da primeira mão em Ho Chi Minh, principalmente por iniciativa dos vietnamitas e talvez porque a eliminatória estava no início. Aqui, no Estádio da Taipa, a formação que meses atrás ainda era treinada pelo português Henrique Calisto (substituído no cargo pelo alemão Falco Gotz), fez uma exibição mais pausada, dominando territorialmente e fazendo mudanças de flanco.

Foi esse sistema que “baralhou” o sistema táctico de Leung Sui Wing, até porque desde cedo (aos três minutos), o Vietname colocou-se na frente do marcador, com uma falha defensiva de Macau, que proporcionou o “chapéu” da vedeta Le Cong Vinh ao guardião Ho Man Fai, que substituiu o experiente Leong Chon Kit.

Le Cong Vinh, o goleador

Com o decorrer do desafio, o Vietname foi como que aguardando os momentos certos para dar continuidade à goleada da primeira mão, conseguindo mais três tentos nos segundos 45 minutos: Le Cong Vinh (75 e 82) e Huynh Quang Thanh (86). Macau respondia agora com futebol mais agressivo, mas sem argumentos para a qualidade do adversário.

O Vietname alcançou a mesma diferença (seis golos) que tinha obtido diante dos seus adeptos, quatro dias antes, seguindo em frente no apuramento do Mundial. O conjunto de Falco Gotz está em fase de desenvolvimento, como aliás disse em conferência de imprensa o técnico, procurando ganhar a confiança que existia aquando da orientação de Henrique Calisto, que deu ao Vietname um campeonato do Sudeste Asiático.

No final do encontro de ontem, o germânico reconheceu que a motivação dos seus jogadores não era muito elevada, em virtude do resultado da primeira mão, mas a equipa conseguiu manter certos níveis de qualidade e ganhar igualmente por números dilatados. “O principal objectivo, como eu sempre disse, era assegurar um bom resultado em casa, e manter a exibição e o progresso que temos vindo a registar, tendo em vista os próximos jogos.”

Erros cometidos

Do lado de Macau, Leung Sui Wing reconheceu a superioridade do Vietname: “Nunca esteve em causa a diferença entre estas duas selecções. Eles são muito fortes e nós pouco poderíamos fazer.” Apesar do resultado, “não posso dizer que não tenha ficado satisfeito com os meus jogadores, pela forma como se bateram. Mais não poderiam fazer. Sofremos aquele golo cedo e cometemos erros que não podemos ter, até porque isso nos desconcentrou”.

O PONTO FINAL ouviu também o médio e capitão da selecção de Macau, Geofredo Sousa. “O Vietname vinha jogar aqui à vontade face ao resultado, mas não utilizou tanto a velocidade como havia acontecido em Ho Chi Minh”, constatou. “Mas mesmo assim não nos deu hipótese, ainda por cima porque tivemos falhas na defesa. Dois ou três golos foram facilitados. Não há comparação entre as duas equipas. Marcámos um golo e poderíamos ter feito mais no conjunto das duas mãos.”

Relativamente a outras partidas também efectuadas ontem, a contar para esta pré-eliminatória do Mundial, zona asiática, Timor-Leste havia perdido no Nepal por 2-1 e agora foi claramente goleado por 5-0.

As Filipinas surpreenderam pela positiva. Venceram o Sri Lanka por 4-0 em Manila, depois de um empate no primeiro desafio.

Seguem igualmente para a fase seguinte o Myanmar (0-1 na Mongólia e 2-0 em casa), Palestina (1-1 ontem no seu ambiente, após 2-0 no Afeganistão) e Laos (dois desafios com vitórias repartidas e iguais, 4-2, mas com o prolongamento a ditar o afastamento do Camboja).

Torneio de Taiwan

Depois de cerca de um mês com três jogos oficiais (estes dois com Vietname e o triunfo no Interport diante de Hong Kong), a selecção da RAEM irá parar os treinos, recomeçando lá para Agosto, uma vez que a Associação de Futebol de Macau voltou a aceitar o convite para participar no Torneio Internacional de Taiwan.

A competição realiza-se no início de Setembro, em Taipé, e a edição deste ano passa de quatro para seis equipas. Além dos conjuntos do território e da casa, vão marcar presença Hong Kong, Filipinas, Indonésia e, em princípio,  Jordânia, ainda por confirmar.

Ao nível interno do futebol de Macau, o Ka I, campeão, e os Sub 23, em terceiro lugar no campeonato, vão discutir a Taça, em jogo marcado para a próxima sexta-feira.

Entretanto, daqui a mais alguns dias, comecem as inscrições para a bolinha, cujo regulamento deverá ser sensivelmente o mesmo da época passada, ou seja, duas séries de oito equipas, com os dois primeiros posicionados a disputarem a final no sintético do Colégio D. Bosco.

MÁRIO SOARES TEME GRANDE CRISE MUNDIAL SE NÃO SE SALVAR O EURO




Luciano Alvarez – Público

Apresentação do novo livro

Uma crise no euro que levasse à desintegração da União Europeia poderia ter consequências graves e levar mesmo a novos conflitos bélicos na Europa, afirmou nesta segunda-feira Mário Soares na apresentação do seu novo livro, Portugal tem saída (Objectiva), escrito em parceria com a jornalista do PÚBLICO Teresa de Sousa.

No livro, apresentado esta segunda-feira em Lisboa, Soares responde às perguntas de Teresa de Sousa, feitas em Abril deste ano, e completadas em Junho, já depois da vitória do PSD nas eleições legislativas. Os autores partem do conturbado clima económico, social e político que o país vive para uma reflexão sobre o futuro e os caminhos possíveis para Portugal.

Mas a visão de Soares, como se percebe pelo título da obra, é optimista, o euro não morrerá e “a saída mais natural de Portugal é a saída europeia” da crise. “Confio mais nas pessoas que nos números”, afirmou durante a apresentação que decorreu no El Corte Inglés, em Lisboa.

Os apelos dos Estados Unidos e da China para que a crise do euro seja resolvida, são um sinal de que ela vai ser resolvida, mas Soares acrescenta que a Europa tem de mudar de paradigma e salienta que se a UE “não põe ordem nos mercados e nas agências” pudemos entrar numa crise mundial”. “Temos de salvar o Euro, se não vamos todos ao fundo.”

Soares, muito crítico em relação aos actuais líderes europeus, lembrou as divergências que teve no passado com Teresa de Sousa em relação ao antigo primeiro-ministro inglês Tony Blair, elogiado pela jornalista e por si criticado, afirmando: “Sempre achei Tony Blair um vigarista que só queria ganhar dinheiro.”

Teresa de Sousa, que elogiou o político “que normalmente tem razão antes das outras pessoas”, explicou como escolheu o título da obra. Contou que recentemente passou duas horas a ouvir o que as pessoas diziam a Soares durante uma sessão de autógrafos e os muitos elogios que lhe faziam e explicou: "Se ele [Soares] diz que o país tem saída as pessoas acreditam."

O livro foi apresentado por Vasco Vieira de Almeida, amigo de Soares, mas que discorda do optimismo do fundador do PS em relação à Europa. Concorda, porém, com as críticas ao actual Presidente da República. “Neste livro, Mário Soares critica Cavaco Silva por não ter actuado para evitar a crise política e o PSD por não ter viabilizado o PEC IV. Neste último ponto, não estou de acordo”, afirmou, salientando que intervenção externa em Portugal era inevitável.

Na apresentação estiveram várias dezenas de pessoas que encherem por completo a sala do El Corte Inglés, mas onde foi notória a ausência dos actuais dirigentes socialistas e dos candidatos à liderança do partido Francisco de Assis e António José Seguro.

Murro na mesa
Na obra, Soares afirma que Portugal, a Irlanda e a Grécia deveriam ter tido a coragem para darem “um murro na mesa” em Bruxelas na altura oportuna da crise económica de forma a conseguirem maior poder negocial e a solidariedade europeia.

E em relação a Bruxelas, Soares não se fica pelo “murro na mesa”. Portugal, Irlanda e Grécia, “os países vítimas”, deveriam ter tido também “a coragem de dizerem alto e bom som aos seus parceiros europeus: assim não”.“Deveriam ter dito: austeridade, sim, mas evitando a recessão e garantindo o crescimento. Deveriam ter dito: ajudem-nos, como é próprio da solidariedade que deve existir entre os Estados-membros da União Europeia. Caso contrário, podemos não pagar esse juro abusivo, porque não aceitamos estar de joelhos perante os mercados especulativos”, defende.

Se tivesse havido essa atitude, "seguramente que tudo teria sido diferente". "Quem ajudou a Alemanha quando foi preciso fazer a unificação alemã? Foram os países europeus, entre os quais o nosso..." E tudo isto não aconteceu, “porque não houve coragem política por parte dos países vítima” e “todos se ajoelharam perante a Alemanha”, cujo Governo “ainda não compreendeu que o neoliberalismo está esgotado, entrou em colapso, tal como há vinte anos o comunismo”. “Agora, é preciso mudar de paradigma, como disse Obama”, acrescenta Soares.

Críticas a Cavaco

Soares é também crítico em relação a Cavaco Silva, considerando que o actual Chefe de Estado poderia ter evitado a crise no país. "O Presidente da República ficou estranhamente silencioso. Fiz-lhe um apelo público 'angustiado' para que evitasse a crise. Quanto a mim, podia tê-lo feito", escreve no livro. O antigo Presidente da República lembra ainda que Cavaco Silva "alegou o facto de as coisas 'terem sucedido com muita rapidez' o que lhe retirou 'margem de manobra'" e acrescenta: "É uma explicação seguramente verdadeira, mas faz-nos reflectir."

Sobre José Sócrates, o antigo presidente da República salienta algumas das suas qualidades, considerando que o ainda secretário-geral socialista foi “um líder forte”, com “grandes virtudes”, lembrando mesmo que “foi talvez o mais atacado e injuriado dos políticos portugueses desde sempre”. “Resistiu a tudo. E saiu com honra e grande dignidade", salienta.

Mas aponta também “alguns defeitos”: “Uma certa arrogância, a dificuldade em fazer compromissos, a teimosia. Estes últimos contribuíram muito para lhe criar muitas antipatias.”

Portugal: FERNANDO NOBRE RENUNCIA AO MANDATO DE DEPUTADO


O deputado falhou por duas vezes a eleição para Presidente da Assembleia da República (Daniel Rocha)

Sofia Rodrigues, Nuno Simas – Público

Cabeça de lista do PSD não informou formalmente a bancada do PSD

Fernando Nobre abandonou a Assembleia da República. A renúncia ao mandato de deputado foi dada a conhecer por carta enviada aos serviços da Assembleia.

Mas, segundo uma fonte da direcção da bancada, o cabeça de lista do PSD por Lisboa não informou a direcção do grupo parlamentar desta decisão formalmente, isto é, por carta. Só o fez ao próprio líder do partido, Pedro Passos Coelho.

O deputado eleito a 5 de Junho, independente, falhou por duas vezes a eleição para Presidente da Assembleia da República, há duas semanas.

O médico da AMI e ex-candidato à Presidência da República causou polémica ainda antes da campanha eleitoral, ao dizer que só se manteria no Parlamento se fosse eleito Presidente da Assembleia da República. A declaração suscitou, no imediato, uma reacção negativa por parte do líder do CDS, Paulo Portas.

A questão acabou por ficar de fora do acordo político entre o CDS e o PSD. E o CDS não deu o seu apoio para eleger Fernando Nobre. O deputado anunciou que retirava a sua candidatura à presidência da Assembleia, depois de o seu nome ter sido chumbado por duas vezes. Fernando Nobre já não votou, na semana passada, na eleição do líder parlamentar do PSD, justificando a sua falta por doença, e também não esteve na discussão do Programa de Governo quinta e sexta-feira.

O PÚBLICO tentou contactar Fernando Nobre, mas sem sucesso.

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