segunda-feira, 25 de julho de 2011

TIMOR AIR INAUGURA LINHA DARWIN-DÍLI COM PR A BORDO




ANGOLA PRESS  

Díli - A Timor Air, a primeira companhia aérea de capitais timorenses, realizou hoje o voo inaugural da ligação entre Darwin (Austrália) e Díli, capital de Timor-Leste, transportando simbolicamente o Presidente da República, José Ramos-Horta.
   
A Timor Air é uma iniciativa de um empresário timorense radicado na Austrália, Jeremias de Sousa, que inicia terça- feira as operações regulares, com voos duas vezes por dia, durante cinco dias da semana, entre Díli a Darwin, disputando o mercado à Air North, que opera aquela rota há vários anos. 
 
A frequência dos voos entre Díli e Darwin é o principal trunfo da companhia, e o preço médio dos bilhetes vai rondar os 363 euros. 
 
A chegada do primeiro "avião timorense", um bimotor a hélices, foi aguardada no Aeroporto Internacional Nicolau Lobato pelas autoridades locais, jornalistas e alguns curiosos e foi com emoção que Jeremias Sousa se dirigiu à sala de imprensa, para apresentar o feito.
  
"Hoje é um dia que é muito importante na nossa História. É mais uma escada que subimos como nação pequena. Mais uma vez triunfámos", declarou.
 
O empresário salientou que a companhia cumpre todas as normas de segurança e os exigentes critérios de licenciamento impostos na Austrália. 
 
"Este avião é seguro, está registado e a sua manutenção é supervisionada na Austrália. A tripulação foi licenciada na Austrália com todo o rigor", assegurou. 
 
Jeremias de Sousa esclareceu ter actualmente vários timorenses em formação para substituir o pessoal de cabina australiano na companhia "Vamos trabalhar para criar mais empregos para a nossa gente e técnicos para cuidar dos nossos aviões", disse.
  
Quanto ao facto de o mercado ser disputado e se anunciarem outros projectos na mesma área, o empresário não demonstra preocupação: "A concorrência é normal. Eu não comecei este negócio para competir com os outros, mas para representar a nossa nação e o mercado é livre".
  
"Um homem de muita coragem e espírito empreendedor" foi como o classificou o Presidente da República, José Ramos-Horta, enaltecendo os timorenses que resolvem arriscar e investir no seu país. 
 
"É um negócio que não é fácil porque é caro e complicado e a concorrência pode ser negativa com a guerra de preços dos bilhetes, mas creio que devemos apoiar porque é uma empresa timorense e o senhor Jeremias de Sousa mostrou espírito empreendedor e muita coragem", elogiou. 

José Ramos-Horta realçou a origem "simples e humilde" do empresário, que partiu em 1975 (ano da invasão de Timor-Leste pela Indonésia) para a Austrália, "sem nada". 
    
Começou a sua actividade empresarial na Austrália, criando o seu próprio negócio, com uma empresa de limpezas de escritórios e depois alargou os seus interesses a diversos ramos de actividade.

"Já há muitos anos que me falou que queria fazer uma companhia de aviação e sempre o apoiei, o que hoje se realiza", comentou o Presidente da República.
 

Luanda aguarda apenas por Bissau para libertar fundos para reforma das Forças Armadas




MB - LUSA

Bissau, 25 Jul (Lusa) -- O governo de Angola aguarda apenas pelas autoridades da Guiné-Bissau para libertar os fundos prometidos para o programa de reforma das Forças Armadas guineenses, declarou hoje em Bissau, o chefe das Forças Armadas angolanas, Geraldo Nunda.

Em declarações à imprensa no quartel do Estado-Maior das Forças Armadas guineense, Geraldo Nunda, que se encontra de visita de trabalho a Guiné-Bissau, afirmou que todas as condições para o início da reforma do setor militar guineense estão já criadas.

"Os trabalhos preparativos dessa reforma, incluindo a identificação do exército guineense em número, já estão feitos. Até já se fizeram as imagens da cada militar, ora identificar cerca de quatro mil homens não é tarefa fácil", disse o general Nunda, que hoje iniciou uma visita de trabalho de uma semana a Guiné-Bissau.

O responsável militar angolano disse que o seu governo apenas aguarda que as autoridades guineenses façam chegar a Luanda uma estimativa dos custos financeiros para mandar libertar fundos "disponíveis desde dezembro passado", de forma a dar inicio às obras de reabilitação dos quartéis na Guiné-Bissau.

"Tão logo esses valores cheguem a Angola os fundos serão libertados. Se, por exemplo, na próxima semana chegarem a Luanda os projetos com os custos, os fundos serão libertados, mesmo que em parte, na semana a seguir", explicou o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas.

Pelas informações que disse ter recebido das autoridades guineenses, Nunda acredita que os procedimentos burocráticos estão a ser finalizados e proximamente serão lançados os concursos para apurar as empresas que vão executar as obras de recuperação dos quartéis.

Uma fonte do Estado-Maior guineense disse à Agência Lusa que "há uma certa preocupação com a morosidade" na execução dos projetos da reforma e que "os angolanos deviam acelerar as coisas".

Solicitado pela Lusa a comentar o estado da cooperação com Angola no âmbito da reforma do setor militar, o Chefe das Forças Armadas guineenses, o general António Indjai disse que só poderá falar à imprensa no final da visita do seu homólogo angolano.

Angola tem estacionado na Guiné-Bissau um contingente de cerca de 200 homens, entre militares e polícias, com o qual está a apoiar a reforma do setor de Defesa e Segurança daquele país. O contingente é designado Missang (Missão de Cooperação Técnica de Segurança Angolana na Guiné-Bissau).

A Missang vai ajudar a modernizar as Forças Armadas da Guiné-Bissau, dando formação e treino aos novos mancebos a serem incorporados.

*Foto em Lusa

DILMA ANUNCIA PRIMEIRAS AÇÕES DO PLANO BRASIL SEM MISÉRIA




FYRO - LUSA

Rio de Janeiro, 25 jul (Lusa) -- A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, lançou hoje a extensão local do programa Brasil Sem Miséria, apresentado no início de junho, na região Nordeste, onde estão 60 por cento da população brasileira mais miserável.

A cerimónia realizou-se na cidade de Arapiraca, no Estado de Alagoas, a 135 quilómetros da capital, Maceió, no nordeste brasileiro.

Durante o ato, os governadores dos nove Estados que integram a região comprometeram-se a executar os quatro eixos previstos pelo Programa Brasil sem Miséria, que pretende retirar 16,2 milhões de brasileiros da pobreza extrema.

Na região Nordeste estão localizados 9,6 milhões de pessoas, na sua maioria agricultores rurais, em zona com um clima semi-árido e solo pouco produtivo.

Durante a cerimónia, a presidente Dilma Rousseff comparou os números da população sem assistência com os países vizinhos, afirmando que o Brasil já tinha conseguido tirar "uma Argentina" (40 milhões) da miséria, mas que ainda faltava "um Chile", referindo-se a uma população de 16 milhões.

Na sequência, Dilma fez um apelo aos brasileiros para que dêem prioridade aos produtos com o selo 'Brasil sem Miséria e Agricultura Familiar Desenvolvida', que estarão nos supermercados.

"Se os brasileiros e brasileiras se dispuserem a enfrentar e encarar esse mesmo desafio, que é ultrapassar a extrema miséria no nosso país, poderão contribuir escolhendo esses produtos na gôndola", desafiou a presidente.

Um dos principais eixos do programa prevê a inclusão da produção dos agricultores rurais da região no mercado nacional.

As ações incluem programas de assistência a estes agricultores, para que aprendam técnicas de melhor utilização do solo, e de intermediação entre os agricultores e a iniciativa privada, para os ajudar a colocar os produtos nas grandes redes retalhistas brasileiras.

*Foto em Lusa

Brasil: DENÚNCIA CONTRA MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES PROVOCA 17ª DEMISSÃO




GL - LUSA

São Paulo, 25 jul (Lusa) -- O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, pediu demissão do cargo hoje, no âmbito da crise política que atingiu o Ministério dos Transportes do Brasil.

Esse é o 17º afastamento por causa das denúncias de sobrefaturação e pagamento de luvas envolvendo o Ministério, que já derrubaram também o ex-ministro Alfredo Nascimento. O caso veio à tona em reportagem da revista Veja do dia 2 de julho.

Pagot havia saído de férias logo após a crise e retornaria ao posto em 4 de agosto, mas pediu sua exoneração do cargo à Presidente Dilma Rousseff.

Com a saída de Pagot, o DNIT está a funcionar com apenas dois de seus sete diretores - dois postos já estavam vagos antes da denúncia.

O governo deverá discutir os nomes dos substitutos para o Ministério nos próximos dias. O novo ministro, Paulo Sérgio Passos, deverá dar prioridade a nomes técnicos, e não indicações políticas, para substituir os dirigentes afastados.

A renovação no Dnit afeta apenas o comando do órgão em Brasília. No entanto, segundo uma reportagem de hoje do jornal Folha de S. Paulo, os braços do órgão nos estados também são alvos de mais de uma dezena de investigações.

OS INDIGNADOS DO BRASIL EXISTEM E ESTÃO CRESCENDO!





Um artigo do correspondente do El País no Brasil perguntando por que não há “indignados” por aqui, fazendo referência ao que ocorre nos países árabes, na Espanha, na Grécia…, levou colunistas e analistas a entrarem no debate e buscarem a resposta. Quase todos explicaram essa hipotética passividade pela estatização dos movimentos sociais e sindicatos a partir do governo Lula. Isso, no máximo, pode explicar a passividade destes grupos, da chamada sociedade civil organizada. Que nos casos aludidos, não tiveram importância.

Uma preliminar seria perguntar se a hipotética passividade existe mesmo no Brasil. A resposta é NÃO. E há exemplos de sobra. O caso dos Bombeiros do Rio é um deles. Um típico movimento que começa e cresce pelas redes sociais, e vai às ruas e se amplia progressivamente, até que incorpora outros indignados, como se viu na “praça” em frente à Assembleia Legislativa.

São inúmeros os movimentos desse tipo que surgem pelo Brasil afora, ativados ou multiplicados pelas redes sociais. Os institutos de pesquisa em universidades dos EUA mostram que a grande sinergia se dá quando internet e TV convergem num mesmo fato. A concentração de audiência na TV brasileira retarda essa sinergia, pois não tem como cobrir os movimentos que vão surgindo ainda sem a imagem de concentração de massas. Só quando esses movimentos ativados pelas redes sociais ganham expressão é que são cobertos. O que, aliás, é inevitável pela concentração de audiência.

Mas se isso apenas retarda: não obstrui. E não há que se imaginar que os indignados só tem expressão quando reúnem milhares de pessoas. Isso não é assim. Quando as redes sociais ativam um tema, propagam, e esse finalmente chega à imprensa, ganha expressão através dessa e impacta a opinião pública, o processo é o mesmo. A coreografia é que é diferente. E ainda há os casos de fatos divulgados pela imprensa sem maior destaque, que são multiplicados pelas redes e ganham força de opinião pública. E assim por diante, com ou sem interveniência da imprensa.

As redes sociais multiplicam milhares de vezes os “tipping points”, ou pontos de deflagração de um processo de opinião. O alcance desse multiplicador é, naturalmente, diverso. Quem pensa na lógica industrial dos movimentos de massa vai achar que só têm impacto os que têm a coreografia das grandes concentrações. Isso, hoje, não é assim. É muito diferente.

De repente, pesquisas de opinião acusam a relevância de um fato, e se destaca como surpresa. Na verdade é um processo -como uma corrente abaixo do nível do mar- que cresce, agrega, e uma grande onda num determinado momento se torna visível. A “teoria da catástrofe” de René Thom, adaptada por pesquisadores à política, explica muito bem isso. Existiu sempre, mas agora ganha um gigantesco impulso com as redes sociais.

Num vulcão, a erupção só se torna visível quando se fotografa a boca de fogo. Mas a erupção é um processo. Assim como a opinião pública. Isso, o sociólogo Gabriel Tarde – sociólogo e pai da micropolítica e da microssociologia – ensinou no final do século 19. Nenhuma teoria se aplica melhor às redes sociais que seu livro “As leis de imitação”, ainda não editada em português. E que a internet comprovou e potencializou.

*César Epitácio Maia nasceu em 18 de junho de 1945, é economista e professor universitário, foi exilado político e é um dos políticos brasileiros mais atuantes no momento, tendo ocupado diversos cargos públicos, dentre eles o de Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro

Timor-Leste: LIDERANÇAS DEBATEM TRANQUILIDADE ELEITORAL




ANGOLA PRESS

Díli - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, anunciou hoje a realização do "II Encontro de Maubisse", com o objectivo de garantir a tranquilidade nas eleições de 2012.  
 
O encontro de Maubisse, ou "retiro de Maubisse", realizou-se pela primeira vez em 2010 por iniciativa do Bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, e reuniu os "históricos da luta de libertação" que vieram a integrar diferentes sensibilidades políticas timorenses.  
 
O primeiro encontro reuniu à mesma mesa, além do Presidente da República, José Ramos Horta, o actual e o ex-primeiro ministro, respectivamente Xanana Gusmão e Mari Alkatiri, hoje adversários políticos, além de outros "históricos" da luta de libertação nacional, com o objectivo de garantir a estabilidade do país.  
 
De acordo com declarações proferidas hoje pelo Presidente da República, o segundo encontro realiza-se na terça-feira, e desta feita será alargado "a todos os líderes políticos com assento parlamentar e a líderes da sociedade civil", em local não divulgado.  
 
"Amanhã [terça-feira] temos o segundo encontro Maubisse II que será mais alargado, com todos os líderes políticos com assento parlamentar, mas também com líderes da sociedade civil.  

O tema único é como assegurar que as eleições de 2012 decorram em total tranquilidade, em paz, e com total transparência", afirmou Ramos-Horta aos jornalistas. 
 

Timor-Leste: EX-MILICIA INDONÉSIO CONDENADO A NOVE ANOS DE PRISÃO




JORNAL DIGITAL

Atentado contra direitos humanos

Díli - O Tribunal Distrital considerou um ex-milícia indonésio culpado de matar um apoiante pró-independência, no distrito de Liquica, em 1999, condenando-o a nove anos de prisão.

Lavio Valente, ex-milícia indonésio, foi condenado a nove anos de prisão depois de, dia 8 de Julho, o tribunal o ter declarado culpado, enviando o ex-membro do grupo Besi Merah Puni para a prisão de Becora, devido aos seus actos contra os direitos humanos.

Lavio Valente estava directamente envolvido no assassinato de Patricio Sarmento Viegas, da aldeia de Lauhata, districto de Bazartete. Uma fonte do Ministério Público informou que o tribunal considerou o ex-milícia indonésio culpado de crime contra a humanidade.

O Director de Monitorização do Sistema de Justiça, Luis Oliveira Sampaio, afirmou que chegou a acordo com o Tribunal, pois a decisão está em conformidade com o Código Penal Indonésio, no artigo nº333 sobre homicídio.

(c) PNN Portuguese News Network

Timor-Leste: JULGAMENTO ADIADO DEVIDO A EXAMES ESCOLARES





Díli - O julgamento dos dez suspeitos, incluindo cinco estudantes do ensino médio, acusados de atirar pedras contra os carros de agentes da PNTL, em Díli, foi adiado com o fim de não prejudicar o percurso escolar.

Os suspeitos compareceram no Tribunal Distrital de Díli, este Domingo, 23 de Julho, mas o julgamento foi adiado até ao próximo mês por causa dos exames escolares.

O Ministério Público acusou os jovens de apedrejamento a um carro da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), em mate Lahotu, Komoro, no dia 21 de Julho, causando grandes danos. O Juiz José Gonçalves ordenou que os suspeitos terão que comparecer no tribunal dia 8 de Agosto, ou serão presos.

«O motivo para o tribunal adiar o julgamento consiste no facto de não querer prejudicar o percurso escolar dos suspeitos estudantes do ensino secundário», justificou o juíz.

Há cerca de duas semanas, vários alunos de duas escolas de Dili, Decembru e FINANTIL, agrediram-se numa rua de Komoro. Dois estudantes ficaram feridos e outro, da escola secundária Farol, foi atacado à saída do autocarro e necessitou mesmo de tratamento hospitalar após o incidente.

(c) PNN Portuguese News Network

CABO VERDE E TIMOR-LESTE ANALISAM COOPERAÇÃO PARLAMENTAR




ANGOLA PRESS

Praia - Uma delegação do Parlamento de Timor Leste deverá iniciar hoje (segunda-feira) uma visita de 10 dias a Cabo Verde para o reforço da cooperação e do intercâmbio parlamentar entre os dois países, soube a PANA na Praia de fonte oficial.

Durante a sua estada, a delegação timorense realizará conversações com os grupos parlamentares do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), no poder, e do Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição.

Ela também terá encontros de trabalho com a Comissão do Parlamento Especializada em Assuntos Jurídicos, Direitos Humanos e Comunicação Social, bem como com o presidente da Câmara Municipal da Praia, Ulisses Correia e Silva, e com a presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania, Zelinda Cohen.

Os deputados timorenses terão ainda um encontro com a ministra das Finanças e do Planeamento, Cristina Duarte.

A vinda desta delegação parlamentar timorense acontece poucos dias depois da visita oficial que o Presidente de Timor Leste, Ramos Horta, efectuou ao arquipélago, onde foi o convidado de honra no acto solene comemorativo do 36º aniversário da independência de Cabo Verde, a 5 de Julho.

Teatro da Lusofonia: Festlip reúne grupos portugueses e africanos no Rio de Janeiro




PARANÁ ONLINE – AGÊNCIA ESTADO

Separados por um imenso oceano, aproximados pela língua e pelos laços culturais - os ancestrais e os recém-criados. Até o dia 31, artistas das áreas de dança, teatro e música do Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde e Moçambique se misturam no Rio para ver e serem vistos, discutir, ensinar e aprender. O Festival de Teatro da Língua Portuguesa (Festlip) alcança sua quarta edição tendo como desafio tentar desviar a rota dos espetáculos dos países africanos lusófonos da Europa para cá.

"Na Europa há muito interesse. Mesmo assim, o que a gente recebe da África está aumentando. Já o que o Brasil manda ainda é muito pequeno. Aqui não existe foco na África", explica a produtora Tânia Pires, criadora do festival, que há sete anos viaja aos países de língua portuguesa (incluindo Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) dando aulas de teatro e se inteirando das produções relevantes de cada um. Ela já tem catalogados 800 grupos. O número de inscritos só aumenta: este ano, foram cerca de 400. Entre eles, artistas que estiveram na América do Sul.

"Cabo Verde deixou de ser colônia de Portugal em 1975, então os laços ainda são muito fortes. Na capital, temos dois voos diários para Lisboa; já para o Brasil, é um por semana. De lá, nos apresentamos na Europa inteira, mais do que no próprio continente africano", conta o produtor Jeffery Hessney, do grupo de teatro-dança de lá Raiz Di Polon, o homenageado desta edição. "A familiaridade com o Brasil é muito grande, pela música e as novelas, o que não é recíproco."

Os 40 espetáculos do Festlip ocupam seis teatros cariocas e são gratuitos (com distribuição de senhas). O grupo Abrapalabra Creacións Escénicas, da Galícia, vem como convidado "amigo da língua portuguesa". Num palco montado na Cinelândia, estão programados shows. Oficinas dirigidas a atores e estudantes de teatro, palestras e debates também objetivam o intercâmbio entre os países. Programação em www.talu.com.br/festlip. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

NORUEGUÊS E BIN LADEN ERAM LOUCOS POR… TIMOR




LEONÍDIO PAULO FERREIRA – DIÁRIO DE NOTÍCIAS, opinião

Faltavam ainda oito anos para o assassino da Noruega nascer quando Ben Laden esteve na vizinha Suécia, numas férias retidas na célebre foto em que o líder saudita da Al-Qaeda surge adolescente, a sorrir, vestido com calças azuis à boca-de-sino e camisola verde. Mas se isto foi o mais perto de se cruzarem as vidas dos dois fanáticos, uma pequena ilha na remota fronteira entre a Ásia e a Oceânia prendeu a atenção de ambos: a luta do povo de Timor pela independência foi vista como um caso de choque de civilizações tanto pelo recém-famoso fundamentalista cristão como pelo recém-abatido fundamentalista islâmico.

Para os dois, a batalha que ali se travava não era entre a Indonésia e os timorenses, mas sim entre o islão e o cristianismo, espécie de reedição das Cruzadas mil anos após as originais.

Anders Breivik fala dos muçulmanos indonésios terem matado um terço dos católicos timorenses. É uma das muitas frases bombásticas nas 1500 páginas do seu manifesto descoberto na Internet horas após ter assassinado 93 pessoas e garantido destaque na galeria dos monstros da história recente.

Aliás, a ambição de fama mórbida é confessada no tal manifesto em inglês, onde fica óbvio o ódio ao islão, que acusa de tentar colonizar a Europa.

Timor também fazia parte das obsessões de Ben Laden. Dois meses depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001, num vídeo transmitido pela televisão Al-Jazeera desafia o Ocidente e promete que a fúria dos guerreiros do islão se fará sentir sobre os agressores. E cita a Chechénia, Caxemira e a Palestina como pontos do globo onde os muçulmanos são agredidos, num caso pelos russos, num outro pelos indianos, noutro ainda pelos israelitas. Claro, tudo argumentos a reforçar a tese do cerco ao islão, com ataques dos ortodoxos, dos hindus e dos judeus. Sobre a antiga colónia portuguesa, o líder da Al-Qaeda acusa as tropas internacionais, no caso australianas, de serem cruzados que desembarcaram nas costas indonésias "para separar Timor-Leste, que é uma parte do mundo islâmico".

Que a esmagadora maioria dos timorenses seja católica, fruto de quatro séculos de colonização portuguesa, foi pormenor que não interessou a Ben Laden, morto em Maio deste ano. Também em Maio, mas de 2002, Timor tornou-se independente e, hoje, com as Filipinas, é uma das duas nações de maioria cristã na Ásia.

Das religiões pode-se extrair tudo, desde a mensagem de paz que a maioria dos crentes segue até ao apelo ao ódio que os extremistas preferem reter. Para estes, a história fornece abundantes argumentos para atiçar o ódio ao inimigo. Mas tanto o loiro de olhos azuis como o moreno barbudo insistiam em estar atentos à actualidade, olhando para o planeta como se fosse um tabuleiro de jogo onde cristianismo e islão se defrontam. E o minúsculo Timor valia muito. É a prova de que os fanáticos têm um problema em perceber os limites.

Angola: MILITANTES DA UNITA EXIGEM DEMISSÃO DE SAMAKUVA




IRINEU MUJOCO - O PAÍS (Angola)

Um grupo de 24 militantes da UNITA exige a demissão incondicional do seu líder, Isaías Samakuva, acusando-o de impedir a realização do décimo primeiro Congresso, numa altura em que expira, hoje, dia 22, o mandato da actual direcção.

A contestação vem expressa num memorando elaborado por Joaquim Muafumba e Américo Chivukuvuku, irmão de Abel Chivukuvuku, uma influente figura do topo do “Galo negro”. Em posse de O PAÍS, o memorando, diz inicialmente que os seus proponentes estão apreensivos com as constantes declarações de Isaías Samakuva em que condiciona a convocação e, consequente, realização do conclave à uma disponibilidade financeira.

“Acompanhamos com muita apreensão as intervenções do presidente do partido que insinuam as dificuldades financeiras como causas da não realização do Congresso em tempo estatutário”.

Esta situação, prossegue o documento “descredibiliza o partido e retira a condição de alvorada na implementação dos princípios da vanguarda democrática”.

Os mentores que alegam contar com o apoio de outras figuras políticas, como Samuel Chiwale, Paulo Lukamba “Gato” Jaka Jamba, Abel Chivukuvuku, Marcial Dachala, Horácio Junjuvile, Anastácio Ruben Sicato e Eugénio Manuvakola, advogam os estatutos, no seu artigo 22, para pressionar Samakuva a convocar o Congresso.

O artigo diz que “o Congresso reúne, ordinariamente, de quatro em quatro anos, por convocação do presidente do partido, ouvida a Comissão Política”, acrescentando que desde a tomada de posse do actual presidente até ao dia 22 de Julho do corrente ano, são decorridos quatro anos.

Caso não se concretize a convocação do conclave, segundo ainda o documento, Samakuva estaria a atropelar o espírito democrático que esta organização política advoga como sua marca.

O documento de dez páginas, caracteriza a agressão a Joaquim Muafumba protagonizada por um seu colega, durante uma reunião de alto nível orientado pelo próprio presidente do partido, Isaías Samakuva, na semana passada, como um acto de intimidação contra todos os que defendem a realização do Congresso. Os proponentes, que se autodenominam também de “grupo de reflexão”, acusam ainda o seu líder de pretender perpetuar o poder.

O grupo em causa, aponta alguns colaboradores directos de Isaías Samakuva, entre os quais Demóstenes Chilingutila, Mártires Correia Víctor, Isaías Chitombi, Daniel Maluka, Cláudio Silva, Manuel Savihemba, Sabino Sakutala, Júnior João e Franco Marcolino de encorajar o presidente do partido para protelar o Congresso.

Intolerância política

O grupo denuncia ainda que reina no interior do partido um “clima de intolerância política” conduzida pelo seu líder, queixando-se da falta de liberdade de expressão, pois, em seu entender, Samakuva não aceita críticas e os que se opõem às suas ideias são repreendidos com agressões verbais ou físicas, tal como como aconteceu com o ex-ministro do Comércio, Joaquim Muafumba.

Isaías Samakuva, que dirige a UNITA, há dois mandatos, em substituição de Jonas Savimbi, em 2003, no nono Congresso ordinário, é acusado de recorrer à instrumentalização, intimidação e aliciamento de alguns militantes e quadros.

Contra o líder pendem ainda graves acusações de institucionalizar a violência política contra os que exprimem pontos de vistas diferentes.

O grupo de reflexão diz que Samakuva perdeu a legitimidade e a confiança dos militantes, assim como a idoneidade moral de conduzir a organização até ao décimo primeiro Congresso.
Prevê-se a criação de uma Comissão de Gestão para conduzir o partido até à realização do próximo conclave, que deve ter lugar ainda este ano, numa altura em que se registam os preparativos para a realização das eleições legislativas no terceiro trimestre de 2012.
A comissão de gestão poderá ser liderada pelo vice-presidente, Ernesto Mulato, como coordenador, tendo como adjunto, Lukamba Gato, e Rafael Massanga, secretário-geral, e Luís Francisco Kissanga, seu substituto.

Rafael Massanga, é um dos filhos de Jonas Savimbi, o fundador da UNITA e é membro do Comité Permanete da Comisssão Política (CPCP).

A comissão tem, entre outras atribuições, a tarefa de conduzir o partido até à eleição e tomada de posse da nova direcção, garantir o cumprimento escrupuloso dos estatutos e unir o partido.

Sakala reage

Alcides Sakala, o porta-voz do partido, contactado a propósito, disse haver precipitação e má fé de algumas pessoas que pretendem denegrir a imagem da UNITA e do seu líder para fins inconfessos, numa altura em que se avizinham as próximas eleições. “ Não sei qual é a intenção de tal grupo. Na última reunião do CPCP decidiu-se que na próxima reunião, em Setembro, será escolhida a data consensual para a realização do Congresso, ainda este ano”, justificou.

Disse que um dos mais interessados para realizar o Congresso “ é o próprio presidente Samakuva, que já manifestou reiteradas vezes esta intenção publicamente, e que isso não é segredo para ninguém.

A última vez reafirmou numa entrevista que concedeu recentemente a um semanário luandense, onde abordou vários aspectos da vida interna do partido”, afirmou o porta-voz da UNITA.

Sakala não acredita no tal manifesto, argumentando que se trata de uma brincadeira de mau gosto e que não tem fundamento algum, mas tão-somente pretender tirar proveito político dos seus mandantes.

Sobre o “Caso Muafumba,” um acto de pancadaria que envolveu o antigo ministro do Comércio e um colega, o portavoz disse estar já em curso um inquérito no Conselho Jurisdicional para se apurar o que realmente se passou e o prevaricador será punido, com base no que recomenda os estatutos.

Negou ter havido cenas de pugilato no interior da sala, mas fora dela e no momento de intervalo. Desmentiu que tivesse havido orientação do líder para agredir Joaquim Muafumba.

“Isto não passa de uma cabala urdida pelos inimigos do partido para manchar o presidente e o seu elenco.

Nunca foi prática da UNITA resolver assuntos pessoais, recorrendo à pancadaria. Somos um partido adulto e temos um projecto para a sociedade.

“O companheiro Muafumba não foi agredido a mando do presidente nem de ninguém”, rematou sem mais pormenores.

AUTOR DE ATENTADOS NA NORUEGA VAI FICAR QUATRO SEMANAS NA SOLITÁRIA


Anders Breivik, autor do massacre da sexta-feira (22) na Noruega, deixa o tribunal em Oslo nesta segunda (25) - Jon-Are Berg-Jacobsen/Aftenposten/AFP

R7

Anders Breivik será mantido sob custódia por um período total de 8 semanas

A Justiça da Noruega determinou nesta segunda-feira (25) que Anders Behring Breivik, autor dos atentados realizados na sexta-feira (22) em Oslo (capital do país) e na ilha de Utoeya, ficará em isolamento total até 22 de agosto. Nesse período ele não receberá visitas, cartas, nem terá acesso a notícias. Ele ficará sob custódia por um período total de oito semanas - ou seja, até 26 de setembro.

Durante a audiência, o suspeito reconheceu os fatos, mas não se declarou culpado e explicou que queria defender seu país e a Europa do islamismo e do marxismo, segundo declarou o juiz à imprensa, ao término da primeira audiência do caso.

Breivik afirmou ainda que tem "outras duas células" em sua organização, como informou o juiz após ouvir o depoimento e decretar sua prisão preventiva. Segundo o acusado, o objetivo dos ataques não era deixar o máximo de vítimas.

A decisão segue, assim, um pedido da polícia. Viola Bjelland, porta-voz da polícia, disse à agência de notícias France Presse que o período é o dobro do habitual, e pode ser solicitado em circunstâncias excepcionais.

O tribunal considerou que, se Breivik não fosse detido, haveria o risco de que provas do caso e as cenas dos crimes pudessem ser comprometidas. Ele também fez declarações que precisam ser checadas - como a de que haveria mais duas células em sua organização de ultradireita.

Depois de detonar uma bomba que matou sete pessoas no centro administrativo de Oslo, Breivik executou um tiroteio em um acampamento de verão da juventude do Partido Trabalhista, na ilha de Utoeya, matando pelo menos 86: o maior massacre feito por um único atirador nos tempos modernos.

Revolução na Noruega

O advogado de Breivik, Gerr Lippestad, havia dito neste fim de semana que seu cliente foi motivado por um desejo de fazer uma revolução na sociedade norueguesa para derrotar as políticas de imigração liberal e a expansão do Islã.

As motivações de Breivik se confirmam ao se levantar que estavam no acampamento muitos imigrantes ou filhos de imigrantes - o governo da Noruega adotou uma política mais aberta nos últimos anos para refugiados.

Mais:

Líbia: OTAN BOMBARDEIA DUAS CIDADES E RESIDÊNCIA DE KADHAFI EM TRÍPOLI




ANGOLA PRESS

Tripoli - Os aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) bombardearam, domingo, sítios militares e civis em Trípoli, provocando vários mortos e feridos admitidos no hospital central de Tripoli, anunciou a televisão líbia citando um porta-voz militar.

O sector de Bab Al-Aziziya, onde se encontra a residência do líder líbio na capital líbia, foi igualmente abalado por duas fortes explosões domingo.

Segundo a fonte, a OTAN bombardeou igualmente edifícios administrativos na cidade de Khomes (cerca de 120 quilómetros a leste de Tripoli)  e um projecto pecuário, bem como uma fábrica de conservas de sardinha.

A televisão líbia indicou, citando funcionários do projecto, que os aviões da OTAN visaram os depósitos de forragem, destruíram as infraestruturas básicas e causaram a morte duma parte do gado.

Ela acrescentou que sítios civis e militares na cidade costeira de Zliten (a cerca de 160 quilómetros a leste de Tripoli) foram igualmente alvo de novos raides domingo.

Moçambique – Portugal: MNE satisfeitos com estado das relações entre os dois países




ANGOLA PRESS

Maputo - Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Moçambique e Portugal expressaram hoje (segunda-feira) em Maputo a sua satisfação com o estado das relações entre os dois países e prometeram aprofundá-las. 
         
Falando no final de um encontro com o seu homólogo português, o chefe da diplomacia moçambicana, Oldemiro Balói, recordou que não existem conflitos nas relações entre os dois países. 
    
"As relações entre Portugal e Moçambique são consolidadas e em desenvolvimento permanente", disse o ministro moçambicano, revelando que Paulo Portas lhe transmitiu "uma mensagem de tranquilidade e de confiança que agradou imenso ouvir", numa altura de mudança de governo em Portugal. 
   
Também Paulo Portas reiterou que as relações são excelentes e reafirmou a determinação dos dois países em realizarem este ano a cimeira bilateral, em data e local ainda não determinados. 
         
"Creio que no que disso dependa do ministro dos Negócios estrangeiros de Moçambique e do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal que será certamente uma cimeira com conteúdo, com trabalho prévio e onde se darão novos passo na área da cooperação", disse. 
     
"Não há praticamente domínio em que Portugal e Moçambique não cooperem; não há registo de desavenças, pelo contrário, há um clima de forte confiança entre os dois países", sublinhou Portas. 
     
O encontro entre as duas delegações, no edifício do Ministério dos Negócios estrangeiros moçambicano, em Maputo, encerrou a visita de dois dias de Paulo Portas ao país, no âmbito da sua primeira deslocação como ministro iniciada em Angola e que o levará ainda ao Brasil e Peru. 
     
“Estamos muito contentes e satisfeitos pelo facto de o ministro ter colocado Moçambique no grupo de países a serem visitado na estreia internacional nas suas novas funções", disse Oldemiro Balói. 

Guiné-Bissau: APRESENTADO NOVO PLANO NACIONAL DE COMBATE À SIDA




ANGOLA PRESS

Bissau - O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, apresentou hoje o novo Plano Estratégico Nacional de Combate à Sida, cuja taxa de prevalência é estimada em 3.6 porcento, de acordo com os dados do inquérito geral da população de 2010.  

No seu discurso na ocasião, Carlos Gomes Júnior diz ser preocupante para o seu Governo o facto de a Guiné-Bissau ser considerado um "país de epidemia generalizada", onde, contudo, ocorrem progressos no combate à doença. 
   
"Em reconhecimento do nosso empenho, dos importantes progressos alcançados nos últimos anos, o Fundo Mundial, decidiu atribuir à Guiné-Bissau a 2ª fase da subvenção da Ronda 7, no montante de 19 milhões de euros para três anos, destinados a fortalecer ainda mais a resposta nacional", declarou o chefe do executivo guineense.  
   
A juntar a esta verba, o Programa das Nações Unidas rubricou com o governo, através do Ministério da Saúde Pública, um protocolo para atribuir ao país 2.9 milhões de dólares americanos destinados a apoiar a luta contra a sida no biénio 2011-2012. 
 
Mesmo com estas verbas, o secretário executivo do comité nacional de luta contra a sida, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Silva Monteiro, defendeu que o país está aquém das reais necessidades financeiras.
 
"Longe disso, só para as necessidades estabelecidos precisamos de 34 milhões de dólares, ora neste momento só temos 25 milhões do Fundo Global, instituição que dá mais dinheiro. Alguém disse aqui que falta dinheiro para dar comida aos seropositivos em tratamento com os anti  - retrovirais e é verdade", disse Silva Monteiro.  

Actualmente mais de sete mil guineenses são submetidos aos tratamentos com os anti - retrovirais, rebendo medicamentos e alimentação gratuitos do governo.  

Para o responsável do comité nacional de luta contra a sida, a situação da doença "é mesmo preocupante, pelo menos em termos estatísticos", isto porque, assinalou, a Guiné-Bissau está acima dos restantes países da sub-região. 

"Cabo Verde nem chega a um por cento, a Gâmbia, o Senegal idem, em termos de sero -prevalência. É preciso encararmos o problema de frente", afirmou Monteiro. 
 

PARLAMENTO CABO-VERDIANO DEBATE ESTADO DA NAÇÃO





Praia - O debate anual sobre o Estado da Nação será o ponto principal da agenda da sessão plenária de Julho de 2011 da Assembleia Nacional (Parlamento) de Cabo Verde, que tera início quinta-feira, soube hoje (segunda-feira) a PANA em Praia de fonte parlamentar.

Trata-se do primeiro debate do género depois das eleições legislativas de 6 de Fevereiro de 2011, ganhas pelo PAICV (no poder), e ele surge nas vésperas das eleições presidenciais de 7 de Agosto de 2011.

Segundo a agenda de trabalhos, a sessão vai também analisar e votar quatro propostas de lei - as que aprovam os princípios gerais da cooperação judiciária internacional em matéria penal.

Consta ainda na pauta, a análise do sistema bancário e a estrutura de crédito, as alterações aos princípios e às regras do Orçamento do Estado e a que institui a atribuição municipal relativa à iluminação pública rural e urbana.

Na parte relativa à aprovação de resoluções, serão debatidos e votados vários projectos, como a criação, a composição da Comissão Eventual de Reforma do Parlamento e os respectivos termos de referência.

Os deputados vão ainda avaliar e votar a proposta de resolução que aprova, para ratificação, o Acordo de Sede entre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e o Governo de Cabo Verde para a instalação do Centro Regional da CEDEAO para a Energia Renovável e Eficiência Energética (CEREEC).

Após a sessão deste mês, os deputados cabo-verdianos voltam a reunir-se em outubro no final das férias parlamentares.

O Parlamento cabo-verdiano é formado por um total de 72 deputados, dos quais 38 do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV), no poder, 32 do Movimento para a Democracia (MpD), o principal partido da oposição, e dois da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID).

Eleições – Cabo Verde: CANDIDATOS ESTÃO A CONFUNDIR ELEITORADO, diz sociólogo




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 25 jul (Lusa) -- Os eleitores cabo-verdianos estão a entender cada vez menos o papel de um Presidente da República e começam a ficar confusos com os discursos dos quatro candidatos, que misturam as competências com as do Governo.

A conclusão é do sociólogo cabo-verdiano António Ludgero Correia que, em entrevista à Agência Lusa, sustentou que a lógica dos quatro candidatos às eleições presidenciais de 07 de agosto em Cabo Verde é fazer "eco" de promessas com as quais nada têm a ver e que são da competência do executivo.

"Os eleitores estão a entender muito menos do que há uns meses atrás por causa da postura dos candidatos. A páginas tantas, as candidaturas que se posicionavam sobretudo no papel que vão ter como moderador e árbitro do sistema, como garante da Constituição e guardiãs da execução da Constituição, apareceram com discursos desgarrados, prometendo resolver coisas que não estão no âmbito da sua esfera", disse.

"Isso cria confusão nas pessoas. Agora estão à espera que o Presidente da República faça mais estradas, mais escolas e que resolva o desemprego. Mas o que um Presidente pode fazer é transformar esses objetivos em altos desígnios nacionais e levar a que todos, cidadãos e poder, os realizem", sustentou.

Ludgero Correia frisou, por outro lado, que deveriam ser os próprios candidatos a passar essa ideia aos eleitores, "o que não está a ser feito", alegando que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e as organizações não governamentais poderiam ajudar a fazer esse trabalho de consciencialização.

"Talvez a CNE, as ONG, possam fazer esse trabalho e dizer que o Presidente da República vai lá para garantir a Constituição, para velar que as coisas bonitas que estão na Constituição sejam realizadas na prática", disse.

"Essa campanha devia ser feita pelos candidatos, mas eles não a vão fazer porque, nessa lógica de concorrência, quando um fala de coisas que não têm nada a ver, mas que começam a fazer eco nas pessoas, o outro tem a tendência de fazer a mesma coisa para não perder esse eco, porque esse eco, na lógica deles, dá votos", explicou.

Para Ludgero Correia, as eleições presidenciais "têm a importância que o cargo para o qual os candidatos que concorrem tem", pelo que um chefe de Estado, no sistema político cabo-verdiano é peça fundamental, garante do cumprimento da Constituição.

"Na sociedade, plasmada na Constituição, o Estado tem obrigação de providenciar habitação, emprego e qualidade de vida para todos. Ao Presidente cabe a tarefa de ir buscar esses aspetos meio desgarrados para que os altos desígnios nacionais sejam concretizados", afirmou.

"Não é como em alguns discursos que tenho ouvido, em que dizem que fazem e acontecem. Não podem fazer nada disso. O que eles devem e podem fazer é criar condições de realização para transformar a habitação, emprego e qualidade de vida em altos desígnios da Nação", concluiu.

À votação concorrem Aristides Lima, independente e ex-presidente do Parlamento, Jorge Carlos Fonseca, jurisconsulto apoiado pela oposição, Joaquim Jaime Monteiro, reformado, independente e sem qualquer apoio partidário, e Manuel Inocêncio Sousa, ex-ministro de Estado apoiado pelo partido no poder desde 2001.

*Foto em Lusa

Moçambique – Portugal: CIMEIRA ENTRE OS DOIS PAÍSES JÁ ESTE ANO




ANGOLA PRESS

Maputo - Portugal e Moçambique estão "firmemente decididos" em que a cimeira bilateral se realize já este ano, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, após uma audiência em Maputo com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza.   
   
A primeira cimeira entre os dois países estava prevista para o passado mês de Março, em Lisboa, mas a realização das eleições legislativas portuguesas levaram ao seu adiamento.   
   
"Estamos firmemente empenhados em fazer a cimeira entre Portugal e Moçambique, prevista nos nossos acordos, já este ano", disse Portas, no final da reunião com Guebuza, que classificou de "calorosa". 

"Pudemos abordar um conjunto de temas que são importantes para Moçambique e Portugal, para além de fazermos uma passagem por um conjunto de temas da vida internacional que foi extremamente útil e que representa para os ministérios os Negócios Estrangeiros dos dois países bastante trabalho, o que quer dizer que pode ser mutuo profícuo", acrescentou. 

Na delegação que acompanhou o ministro dos Negócios Estrangeiros português ao palácio presidencial em Maputo estava a antiga deputada do CDS-PP e ex - ministra da Justiça Celeste Cardona, actualmente administradora da CGD, que detém a maioria do capital no banco moçambicano BCI. 
 
A venda dessa participação, para eventualmente financiar um fundo de crédito ao investimento português em Moçambique, tem sido aventada pela imprensa mas Paulo Portas não detalhou os contactos com Armando Guebuza.
 
Após o encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros reuniu-se com o seu homólogo moçambicano, Oldemiro Balói. 

*Foto em Lusa

Fome: ”SITUAÇÃO NO CORNO DE ÁFRICA É CATASTRÓFICA”




DESTAK - LUSA

A seca no Corno de África provocou uma “situação catastrófica que exige uma ajuda internacional em massa e urgente”, declarou hoje o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, na abertura de uma reunião ministerial de urgência em Roma.

 “É necessário salvar vidas e reagir”, adiantou Diouf, que considera que são necessários cerca de 1,6 mil milhões de dólares nos próximos 12 meses e 300 milhões de dólares nos próximos dois meses.

A seca, que atinge atualmente no Corno de África, a pior em 60 anos, ameaça 12 milhões de pessoas na Somália, onde o estado de fome foi declarado em duas regiões, no Quénia, na Etiópia, no Djibouti, no Sudão e no Uganda.

A reunião foi convocada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a pedido da França, que preside atualmente ao G20.

“A comunidade internacional falhou a assegurar a segurança alimentar”, declarou o ministro da Agricultura francês, Bruno Le Maire, defendendo ser necessário "reinvestir na agricultura mundial”.

“Se não tomarmos as medidas necessárias, a fome será o escândalo deste século”, adiantou o ministro antes de concluir que a “reunião é uma questão de vida ou se morte para dezenas de milhares de pessoas”.

*Foto em Lusa

Hillary Clinton disse acreditar num acordo sobre a dívida dos EUA para tranquilizar a Ásia





A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse hoje ter esperança num acordo sobre a dívida americana, tentando assim tranquilizar os parceiros asiáticos dos Estados Unidos.

“Nós sabemos como é um ponto importante para nós e para vós. (…) Estou confiante que o Congresso fará o que for preciso e chegará a um acordo sobre o limite da dívida, e trabalhará com o presidente Barack Obama sobre medidas que melhorem as perspetivas orçamentais a longo prazo”, afirmou no discurso proferido em Hong Kong.

Os congressistas norte-americanos tentaram novamente o consenso na reunião de domingo sobre o teto da dívida pública, mas sem sucesso, o que provocou uma reação negativa dos mercados asiáticos, a nove dias do prazo estabelecido pelo Tesouro norte-americano para chegar a acordo e evitar o incumprimento das obrigações financeiras.

*Foto em Lusa

TERRORISMO DA EXTREMA-DIREITA




RUI MARTINS*, Berna – DIRETO DA REDAÇÃO

Alguns jornais americanos e europeus mais apressados foram logo atribuindo à Al-Qaeda os atentados cometidos em Oslo, na Noruega, no qual morreram 92 pessoas e restam cinco desaparecidas. A razão invocada parecia evidente - seria em represália aos soldados noruegueses no Afganistão, à participação nos bombardeios líbios ou às caricaturas de Maomé.

Mas se enganaram. O autor dos atentados não usa turbante, nem se chama Mohamed ou Mustafá, nem tem barba, nem grita Alá é Grande e nem se suicidou como costumam fazer os kamikases islamitas.

É um autêntico escandinavo, alto e magro como um manequim, de cabelos loiros, rosto branco longo, bem escanhoado e olhos azuis. Suas fotos estão hoje em todos os jornais, na televisão, na Internet e na memória dos pais que perderam seus filhos queridos.

Anders Behring Breivik, legítimo descendente dos vikings, é o que as mulheres chamariam de um homem bonito com cara de anjo, que qualquer pai deixaria sair de noite com sua filha.

Engano fatal. Anders Behring Breivik é um assassino, cruel, impiedoso, que, na ilha de Utoya, passou uma hora e meia descarregando seu fuzil-metralhadora nos jovens participantes de um acampamento promovido pelo Partido dos Trabalhadores e teria matado um número maior, se não fosse a chegada de policiais alertados por desesperados twiters.

Ex-membro de um partido nacionalista, da direita populista da Noruega, na verdade da extrema-direita. O Partido do Progresso, seu nome, reúne os defensores dos ideais conservadores e quer a proteção da Noruega contra a invasão dos imigrantes estrangeiros, coisa de 10% de trabalhadores, que deixaram seus países ensolarados para terem emprego e bom salário no frio mas rico país exportador de petróleo.

Anders Behring Breivik é nacionalista, defende os valores culturais e religiosos do cristianismo fundamentalista, é contra o Islã ou religião muçulmana, contra o multiculturalismo, contra a mestiçagem da sociedade ocidental, contra os imigrantes e contra o socialismo trabalhista democrático que governa o país. Frequentou um clube de tiro ao alvo, donde sua precisão no massacre perpretado, tinha revólver e fuzil-metralhadora em casa e aprendeu a fazer bomba com adubo agrícola. Bombas, diga-se de passagem, mais potentes que as usadas pela Al-Qaeda.

O bonito e angelical norueguês lembra um americano também capaz de colocar em prática seu ódio ideológico. Lembra Timothy McVeigh, do atentado também contra um prédio administrativo em Oklahoma City, no qual morreram 168 pessoas, em abril de 1965. Timothy era branco, jovem de 26 anos, e se sentia atraído pelas idéias extremistas dos neonazistas. E igualmente não se suicidou após o massacre cometido. Talvez se possa dizer que tanto Timothy como Anders sentiram-se satisfeitos por terem concluído seus projetos de ódio.

E se o autor dos atentados fosse islamita ? Provavelmente, haveria uma represália e se responsabilizaria a coletividade muçulmana. Porém, como Anders é noruegues, militante de extrema-direita como provam seus escritos sob pseudônimo na Internet e seu plano de massacre datado de 2009, não haverá uma responsabilização do fundamentalismo cristão, nem da ideologia da extrema-direita, que cresce nos países escandinavos. Se não aparecerem cúmplices nos atentados, Anders será considerado simplesmente um louco solitário e ponto final.

*Jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura, é líder emigrante, ex-membro eleito no primeiro conselho de emigrantes junto ao Itamaraty. Criou os movimentos Brasileirinhos Apátridas e Estado dos Emigrantes, vive em Berna, na Suíça. Escreve para o Expresso, de Lisboa, Correio do Brasil e agência BrPress.

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