domingo, 4 de dezembro de 2011

MATAN RUAK vs LU OLO – UM MILITAR NA POLÍTICA TIMORENSE PODE SER PERIGOSO


  Matan Ruak e Lu Olo, dois candidatos fortes se Horta não se recandidatar
ANA LORO METAN

As eleições presidenciais em Timor-Leste estão previstas para se realizarem em meados de 2012, provavelmente em Abril ou Maio, mas os candidatos já se perfilam e parece que serão cerca de uma dezena. Falta saber se José Ramos Horta, atual PR, se recandidata ou não. Disso não viria mal ao mundo, só a Timor-Leste.

Foi durante a presidência de Ramos Horta que o atual primeiro-ministro, Xanana Gusmão, teve e tem tido mão livre para cometer as mais ousadas tropelias. Começou quando ainda Horta era somente ministro dos Negócios Estrangeiros, quando apoiou Xanana no golpe de estado em 2006, e veio quase até à presente data. Atualmente Horta já não pode contar com o apoio de Xanana… e vice-versa. Pergunta-se a entidade credível, aqui não identificada, sobre as razões deste divórcio. Responde que “círculos próximos do PR juram a pés juntos que já assim acontecia há tempos mas que agora é mais visível”.

Perguntado se teria que ver com o atentado à vida do PR em 11 de Fevereiro de 2008 e se sobre esses acontecimentos Ramos Horta havia posteriormente recolhido mais elementos de esclarecimento, foi respondido que “o que também poderá esclarecer alguma coisa sobre isso  será seguir o velho ditado de Portugal: Se não é cão é gato. Ou ler o Timor Lorosae Nação daquela data e seguintes” (refere-se à primeira edição daquele blogue, que não está disponível online mas arquivado em algures), “ou numa pequena peça jornalística de Rui Neumann, da PNN, publicada no Jornal Digital sob o título “Timor: Enigmas do atentado a Ramos Horta". Para além de outra comunicação social que na época abordou esses acontecimentos. Recorde-se igualmente que o FBI foi chamado, olhou, viu, informou-se, não permitiam que os agentes investigassem convenientemente, contaminaram provas, fizeram desaparecer outras… O FBI foi embora num ápice porque nada podia fazer.” Terminando com uma certeza: “Verdade é que a partir daí as relações entre ambos esfriaram e que de dia para dia pioraram. A decisão do presidente de comutar o cumprimento das penas ao Salsinha e seu grupo teve uma razão muito forte e também foi, de certo modo, um recado para Xanana Gusmão. Essa é a minha opinião.”

Outra corrente de opinião está convencida que “Os amuos ou zangas mais sérias de incompatibilidade entre Ramos Horta e Xanana Gusmão, seja por que razões forem, seriam de menor importância se desde há muito Xanana não viesse construindo um candidato a PR: Taur Matan Ruak.”

Em 2009, sensivelmente na coincidência do julgamento dos alegadamente implicados no 11 de Março de 2008, Angelita Pires e Gastão Salsinha, entre outros, já Taur Matan Ruak andava a propalar que tinha sido convidado para se candidatar à Presidência da República nas próximas eleições. Podemos ou devemos supor que o convite vinha da parte de Xanana Gusmão, direta ou indiretamente? Podemos. Imaginar porque razão o convite foi feito nessa altura? Parece que o julgamento não estava a sair como era desejado, pese embora as pressões que os juízes sofreram.

Sem dúvida que Taur Matan Ruak é um bom filho de Timor-Leste. Sem dúvida que é um homem inteligente, sem dúvida que ama o seu país, sem dúvida que pode ser honesto, sem dúvida que é permeável a pressões e facilmente influenciável. Será o presidente da República de que Timor-Leste precisa?

Dê por onde der temos em Matan Ruak um forte candidato de Xanana Gusmão na corrida a PR, o que não trará mal algum ao mundo se não vencer as eleições. Ou mesmo que as vença. O pior que pode acontecer é Taur ter de abrir as suas capacidades para dizer não quando tiver de o fazer e reagir em defesa dos interesses de Timor-Leste e dos timorenses cumprindo escrupulosamente a Constituição – coisa que nem Ramos Horta nem Xanana Gusmão têm feito. Se acaso virar pau-mandado de Xanana Gusmão, como Ramos Horta foi e tem sido em todos estes anos, salvo nos últimos tempos, então tudo estará estragado e mal virá aos timorenses de certeza absoluta. É que, como é dito, “Taur já é um pau-mandado nas mãos da esposa (que é muito ambiciosa) e se agora vêm mais fazer o mesmo… Seja o que Deus quiser.”

Pois, exatamente, deixemos nas mãos dos deuses aquilo que os homens íntegros e honestos devem resolver com diálogo e pacificamente sem ter de rastejar ou porem-se de cócoras perante um herói do passado como Xanana Gusmão, que é quem manda (mal) por aquelas paragens e tem aberto auto-estradas para os corruptos do país e também estrangeiros. Não é por acaso que Timor-Leste está a caminho das últimas posições da Transparência Internacional como país onde abunda bastante a corrupção.

Da maior parte dos candidatos que tão antecipadamente tiveram a preocupação de se anunciar diz-se que “deles não reza a história”. E não. Existe a convicção de que “se Ramos Horta se candidatar a luta vai ser renhida e pode acontecer que Taur não chegue à segunda volta das eleições”. No entender do interlocutor “Porque Lu Olo vai oficialmente anunciar a sua candidatura esta semana e será um candidato da FRETILIN que nas primeiras e únicas eleições presidenciais até este momento, em 2007, obrigou Ramos Horta a ir a uma segunda volta, tendo obtido uma elevada votação apesar de a FRETILIN estar numa fase tão difamada por Xanana Gusmão em todo o processo de mentiras e golpes que desenvolveu até conseguir monopolizar o poder, culminado com o golpe de estado em 2006”.

Mas afinal Ramos Horta vai recandidatar-se ou não? Muitos perguntam, se não todos. “Esse é um tabu que o presidente só desvendará no momento próprio, dentro de meses. É o que se prevê. Se não se recandidatar, a segunda volta das eleições irá acontecer na mesma, entre Matan Ruak e Lu Olo… E vá-se lá saber quem vencerá!”, garantem.

Esclarecidos? Cá por mim não. Timor-Leste adora “mistérios” e rumores. Por aquelas bandas do mundo Maromak (Deus) rapa, tira, põe e deixa. O que significa o mesmo que gerar grandes confusões aos que querem compreender o que se passa. Maromak, assolado pelo calor tropical, fica bulak (maluco, doido), causando confusões mentais e de facto inenarráveis. Deve ser isso. Conclusão: ficamos um pouco mais esclarecidos que no princípio da prosa porque ficamos a saber que não sabemos nada... Um militar na política pode ser perigoso, como já me disseram e constatei ao folhear compêndios da história universal. Timor-Leste, a quanto nos obrigas.

OS FRACASSOS DE HELOÍSA HELENA E DE MARINA




EMIR SADER – CARTA MAIOR, em Blog do Emir

Duas candidaturas que poderiam levar à construção de forças alternativas no campo da esquerda fracassaram. Não pela votação que tiveram, mas justamente pela forma como a obtiveram, não puderam acumular forças para poder construir uma força própria. Erros similares levaram a desfechos semelhantes.

Lançaram-se como se fossem representantes de projetos alternativos, diante do que caracterizavam como abandono desse caminho por parte do PT e do governo Lula ou, no caso, especificamente da Marina, de não contemplar as questões ecológicas. Ambas tiveram em comum, seja no primeiro turno, seja no segundo, a definição de uma equidistância entre Lula e Alckmin, no caso de HH, entre Dilma e Serra, no caso da Marina.

Foi um elemento fundamental para que conquistassem as graças da direita – da velha mídia, em particular – e liquidassem qualquer possibilidade de construir uma alternativa no campo da esquerda. Era uma postura oportunista, no caso de HH, alegando que Lula era uma continuação direta de FHC; no caso da Marina, de que já não valeriam os termos de direita e esquerda.

O fracasso não esteve na votação – expressiva , nos dois casos – mas na incapacidade de dar continuidade à campanha com construção de forças minimamente coerentes. Para isso contribuiu o estilo individualista de ambas, mas o obstáculo politico fundamental foi outro – embora os dois tenham vinculações entre si: foi o oportunismo de não distinguir a direita como inimigo fundamental.

Imaginem o erro que significou acreditar que Lula e Alckmin eram iguais! Que havia que votar em branco, nulo ou abster-se! Imaginem o Brasil, na crise de 2008, dirigido por Alckmin e seu neoliberalismo!

Imaginem o erro de acreditar que eram iguais Dilma e Serra! E, ao contrário de se diferenciar e denunciar Serra pelas posições obscurantistas sobre o aborto, ficar calada e ainda receber todo o caudal de votos advindos daí, que permitiu a Marina subir de 10 a 20 milhões de votos?

Não decifraram o enigma Lula e foram engolidas por ele. O sucesso efêmero das aparições privilegiadas na Globo as condenaram a inviabilizar-se como líderes de esquerda. Muito rapidamente desapareceram da mídia, conforme deixaram de ser funcionais para chegar ao segundo turno, juntando votos contra os candidatos do PT. E, pior, o caudal de votos que tinham arrecadado, em condições especiais, evaporou. Plinio de Arruda Sampaio, a melhor figura do PSOL, teve 1% de votos. Ninguem ousa imaginar que Marina hoje teria uma mínima fração dos votos que teve.

Ambas desapareceram do cenário politico. Ambas brigaram com os partidos pelos quais tinham sido candidatas. Nenhuma delas se transformou em líder política nacional. Nenhuma força alternativa no campo da esquerda foi construída pelas suas candidaturas.

Haveria um campo na esquerda para uma força mais radical do que o PT, mas isso suporia definir-se como uma força no campo da esquerda, aliando-se com o governo quando ha coincidência de posições e criticando-o, quando ha divergências.

O projeto politico do PSOL fracassou, assim como o projeto de construção de uma plataforma ecológica transversal – que nem no papel foi construída por Marina -, reduzindo-as a fenômenos eleitorais efêmeros. O campo político está constituído, é uma realidade incontornável, em que a direita e a esquerda ocupam seus eixos fundamentais. Quem quiser intervir nele tem de tomar esses elementos como constitutivos da luta política hoje.

Pode situar-se no campo da esquerda ou, se buscar subterfúgios, pode terminar somando-se ao campo da direita, ou ficar reduzido à intranscendência.

BANGUECOQUE “SECA” ANTES DO FINAL DO ANO – garante governador



DM - LUSA

Banguecoque, 04 dez (Lusa) - O governador de Banguecoque, Sukhumbhand Paribatra, afirmou hoje que a água das inundações será drenada da capital antes do final do ano.

A capital "vai estar seca antes do final do mês porque eu quero-o como um presente de Ano Novo para os residentes de Banguecoque", disse.

O governador manifestou receios em relação à atual situação das inundações a oeste da capital, uma vez que o nível da água em importantes canais continua elevado.

Elementos da administração metropolitana de Banguecoque vão cercar as zonas inundadas para depois drenar a água de forma a garantir que estarão secas antes do Ano Novo, acrescentou o responsável.

Atualmente, 36 dos 50 distritos de Banguecoque ainda continuam afetadas pelas cheias consideradas as mais graves dos últimos 50 anos na Tailândia.

De acordo com o último balanço oficial, 615 pessoas morreram na sequência das inundações.

China: QUEDA DE 60 POR CENTO DE NÚMERO DE MORTES POR SIDA EM 2011





O Ministério da Saúde da China estima que o número de mortes em decorrência de Sida neste ano no país chegue a 28 mil, uma redução aproximada de 60% em relação à quantidade registada em 2010, indica um relatório publicado pelo organismo na véspera do Dia Internacional de Luta Contra a Sida.

O relatório, que contou com a participação de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unaids, também contabilizou um aumento de 48 mil casos de portadores do vírus HIV, elevando o total de seropositivos para 780 mil, entre eles 154 mil que desenvolveram a doença.

Estes números oficiais, no entanto, são colocados em dúvida por algumas ONGs, que suspeitam que o verdadeiro número de afectados pelo HIV/Sida na China possa ser de vários milhões, devido ao desconhecimento da doença e do vírus.

O Ministério da Saúde chinês reconhece que o HIV continua a ser um problema “moderadamente prevalente na China” e admite a gravidade do caso, assinalando que o número de seropositivos no país equivale a um quinto do total no mundo. “Muitos seropositivos desenvolverão a doença no futuro, o que terá um impacto na economia e na sociedade do país”, afirma o Ministério.

Segundo o Centro Chinês para o Controlo e Prevenção de Doenças, citado na quarta-feira pela agência de notícias Xinhua, a transmissão sexual do vírus tornou-se a forma mais frequente de infecção, enquanto, nos anos 1990, as transfusões de sangue eram a principal causa de contágio. A entidade alerta que os homossexuais continuam a ser um grupo de alto risco.

A China registou seu primeiro caso de Sida em 1985, mas durante décadas o governo comunista considerou-a uma doença “só de estrangeiros”. O tema tornou-se tabu no país, o que provocou o aumento das infecções, especialmente em negócios clandestinos de compra e venda de sangue sem as medidas sanitárias adequadas.

Na última década, no entanto, Pequim manifestou uma mudança significativa de atitude em relação à doença, sobretudo com campanhas de consciencialização para prevenção e contra a discriminação a seropositivos, que durante anos foram marginalizados na sociedade chinesa.

ELEIÇÕES NA RÚSSIA NÃO SÃO LIVRES NEM JUSTAS, DIZEM ANALISTAS




DEUTSCHE WELLE

O Kremlin influencia as eleições parlamentares na Rússia, fazendo discreta e profissionalmente uso de estratégias sutis para determinar os resultados do pleito. No fim, nada deve indicar que houve manipulação.

A Golos, uma organização russa independente de observadores eleitorais, junto com o jornal online Gazeta.ru, realizam um projeto na internet, no qual, através de um mapa interativo, as cidades do país com irregularidades nas eleições parlamentares podem ser marcadas pelo usuário. Essas cidades são destacadas no mapa com círculos vermelhos, dentro dos quais lê-se números em preto: 265, 119 ou 25, por exemplo. Desta forma, cada usuário russo pode inserir, de forma anônima, rápida e sem filtros, as irregularidades ocorridas em seu distrito eleitoral.

Nessas alturas, já há mais de 3500 registros sobre reportagens tendenciosas na mídia, compra de votos ou pressão exercida por superiores sobre funcionários de empresas ou departamentos públicos. São Petersburgo, por exemplo, tem 200 relatos de irregularidades, colocando-se como um dos primeiros do "ranking" no país. De um registro do dia 28 de novembro, consta a seguinte observação: "O reitor de nossa universidade obriga os estudantes a votar nos alojamentos e não em suas cidades de origem, forçando-os a ir de ônibus até o local de votação, para darem seus votos ao partido do governo, o Rússia Unida".

"Recursos administrativos"

Em casos como este, fala-se na Rússia de uso de "recursos administrativos". Nesta eleição, eles estão sendo empregados em grande estilo, diz Sascha Tamm, diretor de projetos da Fundação Friedrich-Naumann, em Moscou. "Não é à toa que o Rússia Unida é chamado o partido do poder. Os diretores da administração pública ou de empresas estatais continuam influenciando muito seus funcionários a favor do Rússia Unida", diz Tamm.

A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) registrou reclamações acerca de supostas tentativas de influenciar os resultados das eleições através de instâncias oficiais. Em um relatório provisório da comissão de observadores da OSCE, fala-se da "preocupação de alguns partidos, que apontam o uso de recursos administrativos por parte do partido do governo".

Sem concorrência

Especialistas como Sascha Tamm, da Fundação Friedrich-Naumann, partem do princípio de que, nestas eleições, a tendência dos últimos anos deverá se perpetuar. "As eleições não serão nem livres nem justas", diz ele. "E nem estou falando apenas do dia do pleito, embora suponha-se, que neste dia, vão ocorrer também manipulações. Falo mais das irregularidades que estão antecedendo as eleições", completa Tamm. O Kremlin, segundo ele, não precisa fraudar as eleições em grande estilo porque o resultado pode ser definido previamente de outras maneiras", considera o especialista.

Quem quiser entender as eleições na Rússia, deverá voltar o olhar para o ano de 2005, quando entrou em vigor uma nova legislação no país. Desde então, os parlamentares só podem ser escolhidos através de listas de partidos. Ou seja, candidatos independentes não têm a menor chance de chegar à Duma. E o mínimo exigido para garantir que um partido possa ter lugar no Parlamento passou de 5 para 7%. Além disso, só é permitida a participação de fações na eleição que tiverem sido oficialmente registadas pelo menos um ano antes do pleito.

"Este é um processo que dificulta ou até impossibilita os partidos de oposição de estarem ao menos registrados como tais", diz Tamm. Pois, para isso, é preciso reunir pelo menos 45 mil assinaturas de apoio, com a participação de determinado número de habitantes por região do país. Essa legislação foi responsável pelo fracasso, há poucos meses, do Partido pela Liberdade do Povo (Parnas), uma facção de oposição fundada recentemente. O Ministério da Justiça, em Moscou, negou-se, por razões formais, a registrar o partido.

População cética

Este contexto irá fazer com que, nas eleições deste domingo (4/12) no país, não haja nenhuma surpresa. Isso é o que apontam todas as enquetes. Os mesmos quatro partidos deverão manter, como hoje, suas representações no Parlamento. E, mais uma vez, o Rússia Unida deverá obter uma significativa maioria dos votos.

A questão é apenas saber se a facção vai obter a maioria de dois terços ou não. "Temos, de fato, uma conservação do sistema, com a perpetuação dos quatro partidos com representação na Duma. Para os outros, foram estabelecidos percentuais, que eles não conseguem ultrapassar", observa Nikolai Petrov, especialsita do Instituto de Pesquisa Centro Carnegie, em Moscou.

Não é nada surpreendente, portanto, que, nestas condições, muitos russos não estejam nem aí para o pleito e prefiram ficar em casa. Segundo uma enquete do independente Centro de Pesquisa de Opinião Lewada, 45% dos russos vão ignorar as eleições. E quase um terço dos eleitores diz acreditar que seu voto, de qualquer forma, não iria decidir nada no país.

Autor: Roman Goncharenko (sv) - Revisão: Marcio Pessôa

EUA: MOVIMENTO “OCCUPY” VOLTA-SE PARA PROBLEMAS LOCAIS





Ativistas diversificam reivindicações nas manifestações "Occupy" em Nova York, protestando contra a segurança pública e estratégias da polícia local.

Quando começou o inverno e os manifestantes do movimento "Occupy" surgiram de seus acampamentos nos Estados Unidos, muita gente se perguntou o que estava por trás deste movimento sem base geográfica definida, líderes ou demandas concretas. Se Nova York, onde o "Occupy" começou, serve de indicador neste sentido, o movimento deverá, no futuro, se voltar mais para questões relacionadas à justiça social em âmbito local e específico, com demandas ligadas à causa defendida pelo movimento, ou seja, a de uma sociedade mais igualitária.

Desde outubro último, uma mistura eclética de manifestantes de todas as idades e origens étnicas tem ocupado os acessos às delegacias de polícia em Manhattan, Brooklyn e Queens. Eles reivindicam o fim da prática de "parar e revistar" do Departamento de Polícia de Nova York. Pela lei, se um policial tem suspeitas razoáveis de que alguém cometeu algum crime ou está prestes a fazê-lo, pode parar a pessoa e interrogá-la. Se o policial suspeita que a pessoa está armada, pode também revistá-la.

Prática controversa

A prática, porém, tem sido posta em xeque desde que o número de abordagens policiais começou a crescer de forma considerável - de menos de 100 mil, em 2002, para mais de 600 mil no último ano. Aproximadamente 85% das pessoas abordadas são de origem negra ou latina, apesar de estes grupos étnicos constituírem 52% da população da cidade.

O Departamento de Polícia nova-iorquino não quis conceder entrevistas, mas argumentou que a ação é uma ferramenta essencial de segurança pública, que mantém as armas fora das ruas e contribui para a redução da criminalidade na cidade. A polícia rejeita as insinuações sobre o perfil racial dos abordados, que indicam que a prática ocorre em áreas onde as comunidades negras ou latinas são predominantes. A explicação, conforme o Departamento, é a de que a polícia concentra seus esforços onde os índices de criminalidade são mais altos

Mesmo assim, a prática se mostra bastante controversa, sendo a principal causa de reclamações contra os policiais. Eric Adams, senador do Estado de Nova York e ex-capitão da polícia, e o presidente da comunidade de Manhattan, Scott Stringer, têm solicitado que os atos da polícia sejam investigados pelo Departamento de Justiça.

Em 2008, o Centro de Direito Constitucional cumpriu uma ação judicial de nível federal contra o Departamento de Polícia de Nova York. Até setembro, porém, não ocorriam concentrações de ativistas nas unidades policiais. O "Occupy Wall Street" mudou isso. Em 21 de outubro, manifestantes cruzaram os braços em um protesto pacífico em frente ao 28° distrito policial do Harlem. Cerca de 30 pessoas foram presas, entre elas um jornalista e Cornel West, professor da Universidade de Princeton.

"Occupy Wall Street" chega ao Brooklyn

Dez dias depois, cerca de 125 manifestantes marcharam para o Fort Plaza, em Brownsville, no Brooklyn, a área do 73° distrito policial, que fica entre uma casa de detenção de jovens e um dos vários conjuntos habitacionais espalhados pelo bairro.

A diversidade de manifestantes foi marcante, em uma vizinhança composta por 95% da população de origem negra e latina. O protesto contou com jovens de "colégios brancos", como Sherrod Hays, que nunca havia participado anteriormente de protestos junto a habitantes de Brownsville. O estudante Hays considera que protestos contra a prática de "parar e revistar" já deveriam há muito ter sido cessados. "Todo dia estamos sendo interpelados", disse.

Nos protestos de rua, a marca do movimento "Occupy" podia ser vista em toda parte. Eram desde evocações sobre o "99%" ("We are 99%", um dos slogans do Occupy Wall Street) até o uso do chamado "microfone humano", quando manifestantes repetem o que uma pessoa fala, para amplificar a mensagem. Segundo Debra Sweet, diretora-executiva do movimento "The world can't wait", é legítimo apoiar os direitos de 99% que se mantêm excluídos. Brownsville quase nunca tem contato com manifestantes brancos de classe média", ressalta Sweet.

Projetando o futuro

Os protestos lembram um movimento anterior, que, como as manifestações contra o "Pare e Reviste", estava relacionado com justiça racial: os protestos pelos direitos civis, realizados nos anos 1960 nos Estados Unidos. "Dizemos 'não' ao novo Jim Crow", gritavam os manifestantes, referindo-se ao sistema de segregação legal no Sul dos Estados Unidos, derrubado pelo movimento dos direitos civis.

Tal inspiração também fica evidente nas táticas pacíficas de desobediência civil e na forma através da qual os manifestantes delegam a si próprios o título de "nova geração de cavaleiros da liberdade".

Dan Craig, um pastor da região de Brownsville, lembra do movimento pelos direitos civis. Ele cresceu em Selma, Alabama, onde Martin Luther King Jr. liderou uma marcha histórica para Montgomery, reivindicando o direito do voto para os negros. Quando, porém, os manifestantes em Brownsville iniciaram a marcha, ele estava com um grupo de clérigos locais que apoiavam a polícia.

Craig disse que, na verdade, concordava com as acusações dos ativistas acerca da seleção racial das abordagens policiais. "Mas esta seleção não é um produto da polícia de Nova York, mas sim dos Estados Unidos da América", reclamou Craig, membro de uma força-tarefa de clérigos que trabalha para melhorar as relações entre a polícia e a comunidade. Segundo ele, as coisas estão melhorando.

Os manifestantes, por outro lado, estão dispostos a levar adiante a campanha de desobediência civil até que o Departamento de Polícia de Nova York cesse suas abordagens generalizadas. O número deste neste ano já chega a 700 mil, o quarto recorde consecutivo dos últimos anos.

Autor: Jonah Engle (mp) - Revisão: Soraia Vilela

Cuba: PAÍS COM MELHOR DESENVOLVIMENTO HUMANO DA AMÉRICA LATINA




Isla Mía para Kaos en la Red - PRAVDA.ru

Cuba confirmada como o país com melhor desenvolvimento humano da América Latina

O Fundo de População das Nações Unidas assegurou que Cuba conta com um desenvolvimento equivalente ao avanço de um quarto de século, se comparado aos demais países da América Latina e do Caribe.

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA em inglês), na apresentação do Informe sobre o Estado da População Mundial 2011, além de analisar o fato de que o mundo chegou aos 7 bilhões de habitantes, assegurou que Cuba é a nação com mais alto desenvolvimento humano latino-americano, chegando a afirmar que conta com um desenvolvimento equivalente a um quarto de século de avanço em relação aos demais países da América Latina e do Caribe.

Isso ocorre devido aos baixos níveis de mortalidade do país, a elevada esperança de vida, seu acesso à saúde e educação, sua saúde sexual e reprodutiva, e os indicadores de envelhecimento de sua população, todos com valores similares e, inclusive, maiores aos de nações industrializadas.

Com respeito ao enfoque sobre os 7 bilhões de pessoas no mundo, a UNFPA não só evidenciou dados demográficos, como também o aprofundamento das problemáticas sociais e econômicas que implicam no crescimento da população, onde se alguns questionamentos foram levantados: De que maneira reduzir as lacunas entre ricos e pobres e retificar as desigualdades entre homens e mulheres, e entre meninos e meninas? Ou ainda: Como alcançar que as cidades sejam lugares aptos para viver?

O documento mostrou os grandes contrastes sociais e as necessidades de trabalharmos unidos pelo progresso, como, por exemplo, a questão da natalidade. Enquanto nas nações europeias mais industrializadas nascem 1,5 crianças por mulher, na África - de alarmantes indicadores sócio-demográficos e grande pobreza -, nascem cinco bebés por mãe.

Esta conquista de Cuba se soma a sua reconhecida luta contra o racismo, a desnutrição infantil e sua comprovada qualidade em todos os níveis de educação.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza (PCB)

Informe completo em espanhol

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GUINÉ-BISSAU E O RESSURGIR DE UMA NOVA CRISE?




EUGÉNIO DA COSTA ALMEIDA – PRAVDA.ru

Há muito que corriam rumores que o presidente Malam Bacai Sanha estava com sérios problemas de saúde. Eram conhecidas as constantes visitas, algumas repentinas, outras preparadas, a Dakar e a Paris para consultas e alguns internamentos, devidos a uma doença, nunca publicamente esclarecida.

Soube-se, há dias, que Sanhá tinha ido, uma vez mais a Dakar e recambiado de urgência para Paris onde o primeiro-ministro ter-se-ia deslocado para saber da situação clínica do Presidente, enquanto, na região, haveria algumas movimentações de países limítrofes, abrigando-se sob o chapéu protector da Comunidade Económica para Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO), para, caso necessário, intervir no único país lusófono daquela região africana - exceptuando, claro, mas este é outro "piano", Cabo Verde - caso a situação degenerasse, como parecem não só prever, como desejar e ansiar.

E para reforçar a sempre latente crise que se reproduz na Guiné-Bissau, acabámos de saber, através do semanário electrónico "A Nação" que o Presidente Bissau-guineense já estará em coma hospital Militar Val de Grâce, em Paris, devido a sérias complicações de saúde, com os seus principais colaboradores a temerem pelo que se possa desenrolar no País onde, periclitante ou não, ia-se cimentando uma pequena estabilidade política, militar e social.

Esta situação não será tão estranha dado que, ainda recentemente, o premiê cabo-verdiano, José Maria Neves, que esteve durante uns dias de visita à Guiné-Bissau, também teria confirmado que o estado de saúde do presidente Bissau-guineense, transferido no último fim-de-semana de um hospital de Dakar para outro em Paris, inspirava "alguns cuidados".

Igualmente a Oposição anda preocupada e deseja ser devidamente informada do verdadeiro estado de saúde do Presidente até porque o Chefe de Governo carlos Gomes Júnior que se tinha deslocado de propósito a Paris para ver o Presidente, facto que acabou por não acontecer, dizia ter recebido "notícias encorajadoras" quanto ao seu estado de saúde.

Para reforçar a já visível instabilidade política no País, também o Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, Antonio Indjai - que há quem sussurre ter sido um dos mentores que levaram ao desaparecimento de alguns políticos no país após a última crise militar que quase depôs Carlos Gomes Júnior - terá avisado que haverá as habituais "barafundas" para a Guiné-Bissau, caso a CEDEAO decida enviar uma missão militar sob o propósito de garantir segurança às figuras públicas nacionais Bissau-guineenses, bem assim uma força de Paz.

Isto levou os cabo-verdianos, através do seu Ministro de Defesa, a apelar algum bom senso à CEDEAO e muita "prudência" na condução do processo de reforma da Defesa e Segurança na Guiné-Bissau, para evitar "factores de stress" e se prosseguir com o roteiro já orientado e definido com a CPLP.

Ora o que parece, está a passar, de novo, com a Guiné-Bissau. Uma nova e pungente crise à vista com muitos colaterais a salivar nos dedos. Será bom que a CPLP se mostre realmente e, goste-se ou não, que Angola sirva de charneira face a tão grandes e avassaladores apetites...

Não esqueçamos que Angola tem "observadores militares" a ajudar a reformular as forças de segurança na Guiné-Bissau e foi um dos principais financiadores para o o fundo de pensões para ex-militares Bissau-guineenses.

É que a estabilidade na Guiné-Bissau pode ser um farol para a estabilidade na região, principalmente quando com o fim da crise na Líbia se detectam, naquele espaço geográfico, do regresso "de várias pessoas ao Mali e Níger, provenientes da Tripolitânia, algumas delas na posse de armas pesadas".

ELCAlmeida em Pululu

Polícia angolana desmente ter efetuado detenções na manifestação de domingo em Luanda



RTP

A polícia angolana não efetuou qualquer detenção no âmbito da manifestação antigovernamental de sábado em Luanda, garantiu hoje à Lusa o porta-voz da Polícia Nacional.

O comissário Carmo Neto precisou que "o direito de manifestação está consagrado na Constituição, e que a Polícia Nacional tem o dever de garantir o exercício desse direito".

"As manifestações correspondem a uma das formas de liberdade de expressão, consagradas na Constituição angolana e cuja proteção, com vista a prevenir atos de desordem pública, é uma atribuição da Polícia Nacional", destacou.

Quanto ao número de feridos resultantes dos incidentes, testemunhados pela Agência Lusa no local e durante os quais foi possível ver três manifestantes feridos acompanhados por agentes da polícia, o comissário Carmo Neto respondeu "não ter informações" a esse respeito.

"Eu não estive no local, mas vou informar-me e amanhã (segunda-feira) poderei ter mais elementos", acrescentou à Lusa.

O comissário Carmo Neto recordou ainda que a Policia Nacional dispõe de mecanismos a que os cidadãos podem recorrer para reclamar da atuação das forças policiais.

"Qualquer cidadão pode e deve fazer recurso aos Guichés de Reclamação do Cidadão no Comando Geral da Polícia Nacional e junto dos Comandos provinciais", frisou.

O porta-voz da Polícia Nacional lamentou ainda que alguns "manifestantes tentem politizar a situação", quando aludem a detenções efetuadas pela polícia.

A Lusa contactou hoje um dos organizadores da manifestação, Massilon Chiondombe, que se regozijou com o facto da Polícia Nacional estar disponível para receber queixas de cidadãos sobre a atuação da polícia, e garantiu que vão ser feitas as reclamações.

"Temos vídeos e nomes dos polícias envolvidos, dos que estavam à civil, e dos comandantes que nada fizerem quando os polícias à civil carregaram sobre os manifestantes, por isso vamos reclamar e vamos ver o acompanhamento que vão dar", vincou.

Quanto ao número de feridos, Massilon Chindombe disse que serão seis ou sete, entre os quais ele próprio.

A manifestação de sábado foi convocada pelo autodenominado Movimento Revolucionário Estudantil e por mais dois movimentos juvenis de carácter local.

O protesto, dirigido contra o Presidente José Eduardo dos Santos, que acusam de estar há 32 anos no poder e a quem reclamam esclarecimentos sobre o seu enriquecimento, visava efetuar uma concentração na Praça da Independência, mas sucessivas barragens policiais procuraram impedir os manifestantes de aproximar do local.

A polícia interveio de forma musculada, com recurso a cães e agentes a cavalo e foi reforçada por polícias vestidos à civil.

A manifestação de sábado em Luanda foi a quinta desde o início do ano, tendo a do dia 03 de setembro terminado igualmente com uma carga policial e a detenção de 21 manifestantes, 18 dos quais foram julgados e condenados a penas de prisão entre um mês e 90 dias, por ofensas corporais à polícia e danos materiais.

*Foto em Lusa

Portugal: CAXINEIROS, COM A MORTE NA ALMA POR COMPANHIA




DORA MANTA PEREIRA – PORTUGAL DIRETO

Pescadores de Caxinas, Vila do Conde, fintaram a morte por milímetros. A informação da RTP mostrou muito bem e em exclusivo, algumas das reportagens, como foi e o que sofreram aqueles pescadores que com um grande quinhão de sorte escaparam com vida depois do barco em que trabalhavam se ter afundado. Passaram dias numa balsa a tiritar de medo, de frio, já sem esperança, nas palavras de um dos náufragos entrevistados.

A reportagem de uma das entrevistas tinha por cenário o interior de um autocarro e um jovem pescador que com olhos aparentemente incrédulos, por estar vivo, mostrava a quem o via a sua condição humilde e esforçada, em trabalho duro mas sempre mal remunerado. Pescador, profissão perigosa.

Quem correrá sistematicamente mais riscos nas suas profissões senão estes homens, pescadores, ou os operários da construção civil e de outras profissões que quase sempre são muito mal remunerados. Operários da indústria naval e outras incluídos neste rol infindável de profissões com riscos elevados de acidentes mortais ou de gravidade que inclui amputações, paraplegias, etc. E recebem subsídios de risco? Acaso têm sistemas de saúde exclusivos com um grande rol de benefícios para eles e para os familiares? Não. Mas deverá ficar claro que as suas profissões são de bastante risco. Pelas estatísticas, assim de cor, poderemos dizer que em média, de três em três dias, há um acidente mortal que abrange quase sempre estas profissões.

Entretanto vimos polícias a reivindicarem isto, aqui e aqueloutro. E até vimos outros de outras profissões muito mais privilegiadas reivindicar, reivindicar. Parece que quanto mais têm, mais querem. O que não será errado se tiverem pouco. Pergunte-se: quantos polícias no estrito cumprimento da profissão morrem? Qual é a média? Sem recorrer a estatísticas sabemos que é uma média ínfima se compararmos com os acidentes de trabalho noutras profissões operárias. Podemos concluir que não tem cabimento os polícias e similares receberem subsídios de risco? Decerto que não se fosse reconhecido e posto em prática o mesmo para determinadas profissões e exercício de determinadas funções arriscadas na construção civil e noutras profissões operárias. Por exemplo. Não é o que acontece, antes pelo contrário. Além de quase sempre existir falta de segurança no trabalho também a segurança quanto à sustentabilidade desse emprego é nula. Quem viu polícias caírem no desemprego às dezenas? Antes pelo contrário, cada vez há mais recrutamento de polícias. Quem vê milhares, dezenas de milhares de operários caírem no desemprego? Todos nós.

Esta mentalidade de determinados indivíduos, quase todos, que tiraram aquilo a que chamam um curso superior – vá-se lá saber porque o consideram superior –, verem a plebe como carne para canhão e pronta a explorar é a principal causa da falta de segurança a que os trabalhadores em profissões de risco têm de se sujeitar, assim como as péssimas remunerações e outras más condições de trabalho. Foi, é, e será – enquanto nada for corrigido – a razão porque há pescadores que morrem mas que podiam ainda hoje estar entre nós, entre os seus familiares e amigos. Aos que vão para o mar não lhes é proporcionada a segurança adequada. Alega o governo e os organismos que tutelam a pesca que “é a crise, que não há uns quantos milhões” para dotar de equipamento adequado as embarcações e um sistema avançado de sinalização. Pois será. Será uma estulta desculpa que já ouvimos há imenso tempo. Entretanto há quase cem mil euros para um automóvel para um ministro, e para outro além, e mais além… Entretanto Paulo Portas “perdoou”cerca de 190 milhões de euros a uns quantos com quem fez negociata com submarinos, digo, com uns Pandurs – carros de combate. Entretanto os políticos que nos parasitam desbundam. Entretanto viajam a eito para aqui e para ali. Entretanto inventam cargos para os amigos, sobrinhos e enteados, se for conveniente. Muitas vezes até é.

Não deixa de ser curioso que os que mais se revelam gananciosos são exatamente aqueles que se dizem com cursos superiores. Esses mesmos que na construção civil, por exemplo, são doutores e engenheiros de topo, são gestores e levam camiões TIR de euros para as suas contas bancárias sem que possamos compreender o que fizeram de tão mirabolante e produtivo para ganharem às centenas de milhares, aos milhões algumas vezes e por junto. Temos o exemplo de Jorge Coelho, um dos grandes gananciosos de Portugal e ex-colónias, dito socialista porque é militantes e foi dirigente do partido que teve e mereceu esse nome mas que já devia ter feito a respetiva e lógica correção porque de socialista nada tem e socialistas… Devem contar-se pelos dedos de uma mão. Isto com muito boa vontade. Obviamente que do social-democrata PSD… Se não fosse a crise até podíamos dar umas boas gargalhadas. E assim, por aí fora relativamente a outros partidos políticos.

São então estes senhores de cursos superiores que sabiamente dizem que para se crescer temos de empobrecer. Eles dizem: temos. Mas não empobrecem. Quem empobrece é o país. E o país é povo, não são esses proxenetas de canudo. Diplomados em parasitarismo e ganância. São esses, que têm levado o país para o descalabro com as medidas que têm decretado. Caso de Cavaco Silva, entre outros, que contribuiu bastante para o caos em que está o setor da agricultura e das pescas em Portugal. E agora é Cavaco que diz que temos de ser auto-suficientes, sacudindo as suas responsabilidades… Como se todos nós esquecêssemos!

É por estas misérias de mentalidades doutorais e políticas que temos centenas de milhares de portugueses a tinir de fome frio. Número que cresce cada vez mais. Que chegará rapidamente aos milhões, se é que não está lá já. Entretanto nada é feito acerca das reformas injustificadamente elevadas. Cavaco recebe só… cerca de 10 mil euros mensais. Outros haverá que recebem mais. Por quase nada. E deputados e outros, reformados com 40 anos e menos. Que vão acumulando reformas e mais isto e aquilo. A gananciar, sempre a gananciar e a tirar o pão para a boca aos pescadores e outros plebeus que sem cursos superiores conseguem pôr-lhes na mesa a comidinha que eles consomem em opíparos banquetes. Os pescadores que vêem muitas vezes a morte a acenar-lhes, a puxá-los, como estes, de Caxinas, que tiveram a morte bem à vista.

Depois de Escrito

Não se infira sobre o que é afirmado acerca de certos e incertos gananciosos e parasitas de cursos “superiores” e de “doutores e engenheiros” que o correr da pena leva tudo e todos na mesma consideração. Claro que há muitos licenciados e até doutorados que não fazem parte daquela raça maligna. Aliás, muitos deles e delas até são suas vítimas. Acabando por ser plebeus que estudaram para serem escravos, e há imensos nessas circunstâncias. Esses, que também sentem na pele o desemprego, a inutilidade de terem andado a queimar pestanas também são plebeus. Que o sintam sempre, mesmo quando um dia chegarem ao topo, se chegarem. Primem pela honestidade e pela justiça e decerto que teremos uma sociedade muito melhor.


LUGAR DE CORRUPTO É ALGEMADO NO XILINDRÓ





Nos últimos anos, virou hábito entre os formadores de opinião a afirmação de que o povo brasileiro é leniente e passivo diante dos infinitos escândalos de corrupção, prevaricação e bandidagem de nossa classe política. Tentam colar a imagem única de que os honoráveis bandidos só o são porque a massa de cidadãos assim permite. Isso também é uma verdade. Também. Mas há outras variáveis mais importantes e efetivas que propositalmente não são levadas em consideração, para que, no fim, reste ao povão o peso da culpa pelas safadezas políticas no Brasil.

A principal dessas variáveis é justamente a de maior monta: a certeza da impunidade. É essa praga, alicerçada ao lado direito da Praça dos Três Poderes, quem garante a tranquilidade dos marginais ao longo da Esplanada dos Ministérios. Um político pode roubar, matar e até defecar na cabeça dos ministros do Supremo Tribunal Federal com a convicção de que não será punido. Nossos bípedes togados querem mais é rosetar, detentores que são do teto salarial do funcionalismo público. Não passam de marionetes indicados pelos presidentes da República, desfilando suas togas pretas, numa espécie de luto eterno de sua própria existência vendida.

Mas, para não ficar parecendo uma crítica feroz e unilateral ao Poder Judiciário, que seja dada uma nova chance à Suprema Corte. No próximo semestre, os 11 ministros terão a missão de julgar, após longos sete anos, os réus do Mensalão e dos escândalos de corrupção durante o governo Lula. Vamos ver se o STF colocará algemas e mandará para a cadeia os nobres companheiros José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno, Marcos Valério e toda turma que tornou realidade a fábula de “Ali Babá e os 40 Ladrões”. Será que as supremas raposas vão ter a coragem, a honra e a dignidade de fazer cumprir a lei e, pela primeira vez na história, mandar para o xilindró uma camarilha política de alto escalão?

Como parte da estratégia de desqualificação das denúncias, é certo que partidários petistas dirão: “Ué, mas por que só mandar para a cadeia os companheiros bandidos petistas?”. Estão certos. A corrupção institucionalizada não é uma invenção do PT, muito menos uma exclusividade. Que sigam para o xilindró os bandidos tucanos, democratas, peemedebistas e os comunistas. Ladrão é ladrão independente de bandeira ou ideologia partidária. A corrupção não é um crime petista, tucano, malufista, sarneysista ou lulista. A corrupção é um crime hediondo. Essa é a definição correta.

Comprovados os crimes, qual o problema ou impedimento de mandar para a cadeia um José Sarney, um Paulo Maluf, um Fernando Henrique Cardoso ou um Luiz Inácio Lula da Silva? Qual é o mistério? Por que o petista José Dirceu, o petebista Roberto Jefferson e o tucano Eduardo Azeredo podem continuar ciscando nos poleiros palacianos, participando dos processos de tomadas de decisão e intermediando negociações e negociatas? Só por que o povo não está indo às ruas exigir suas devidas punições? Vamos deixar disso, minha gente! Isso é conversa pra boi dormir. São coisas de autoridades frouxas, mela-cuecas, engravatados sem qualquer vergonha na cara ou responsabilidade republicana.

Desde quando o povo ir às ruas é condição sine qua non para que os Poderes instituídos cumpram os atributos de suas funções e façam valer a legislação em vigor no país? As manifestações populares tem sim uma grande e importante missão, infelizmente velada no Brasil. Mas a punição aos bandidos políticos não pode estar condicionada à capacidade e disposição da população de protestar. Já passou da hora das nossas nobres autoridades pararem de vadiar e trabalhar um pouquinho, vocês não acham?! E o primeiro passo é bastante simples: lugar de corrupto é algemado no xilindró. Cumpra-se.

*Helder Caldeira é escritor, jornalista político, palestrante e conferencista, autor do livro “A 1ª PRESIDENTA”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff e que já está entre os livros mais vendidos do país em 2011.

www.heldercaldeira.com.br – helder@heldercaldeira.com.br

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Brasil: A FOTO INÉDITA DA “GUERRILHEIRA” ROUSSEFF



JORNAL DE NOTÍCIAS - foto Época

A revista brasileira "Época" publicou este sábado a primeira foto da presidente Dilma Rousseff quando, nos anos 1970, era interrogada pela Auditoria Militar do Rio de Janeiro. Dilma era, nessa altura uma guerrilheira que lutava contra a ditadura militar que governava o Brasil.

Na imagem, inédita, Dilma Rousseff tem 22 anos e estava a ser interrogada pela sua participação na luta armada contra o regime. A foto integra uma biografia da actual presidente da autoria do jornalista Ricardo Amaral.

Com o título "A vida quer coragem", o livro será publicado na primeira quinzena de Dezembro. Ricardo Amaral, que foi assessor da Casa Civil e da campanha presidencial de Dilma, descobriu a imagem no processo contra Dilma na Justiça Militar.

A foto foi tirada em Novembro de 1970, quando a actual presidente da República tinha 22 anos. Após 22 dias de tortura, ela respondia a um interrogatório na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro.

Embaixador da Alemanha diz que há um excedente de... dois mil milhões de euros




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA*

O embaixador da Alemanha e também primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, diz hoje em entrevista ao Público que existe um excedente de cerca de dois mil milhões de euros para "pagamentos à economia".

Ou seja: mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros, os portugueses que já hoje estavam a aprender a viver sem comer vão, de uma vez por todas, morrer (não terão comida nem assistência médica). Os que ainda dividiam uma sardinha por três vão começar a viver sem comer, substituindo os anteriores. O seu desaparecimento será daqui a alguns meses.

Quando atingir o desiderato, para além de poder culpar D. Afonso Henriques por ter corrido com os mouros e criado o reino lusitano, os membros do governo sempre poderão colocar no túmulo dos portugueses desconhecidos uma lápide a dizer: Poucos continuam a ter milhões, milhões continuam a ter pouco ou nada… mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros.

Verdade seja dita, contudo, que segundo o Orçamento de Estado para 2012 a eliminação dos subsídios de férias e de Natal não atinge todos os portugueses. Só atinge, mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros, os que têm emprego e que, de acordo com o Governo, serão cada vez menos. Aliás, já hoje não atinge os 800 mil desempregados, os 20% de miseráveis e os outros 20% de semi-miseráveis.

"O Estado depende em absoluto da assistência externa" e estamos a viver um momento de "emergência nacional", declarou o embaixador alemão e primeiro-ministro, só faltando dizer – e só não o fez por manifesta benevolência e filantropia – que a culpa é dos portugueses que - mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros - teimam, embora já não saibam se têm barriga, em viver.

Passos Coelho diz que a terapia proposta é necessária porque, bem vistas as coisas e mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros, se o doente vai morrer da cura ou da doença, então que morra da doença porque dessa forma se evita gastar dinheiro em medicamentos.

"Temos agora fazer mais, muito mais, do que estava previsto", acrescentou, negando a possibilidade de "abandonar" o caminho da austeridade, sob pena de sofreremos consequências que levariam o país ao colapso… mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros.

Importa realçar o optimismo do primeiro-ministro. Desde logo porque ele diz que acredita que este lugar tão mal frequentado é um país. Por outro porque ainda não descobriu que os portugueses estão, mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros, como os malucos, no meio da ponte. Com a diferença de que não há ponte.

"Para contrariar o risco da deterioração económica, incluindo uma contracção profunda e prolongada do nosso produto e do nosso tecido empresarial, o Governo decidiu permitir a expansão do horário de trabalho no sector privado em meia hora por dia durante os próximos dois anos, e ajustar o calendário dos feriados", afirmou o embaixador.

Ora aí está um coelho (de peluche) retirado da cartola. A pedra filosofal foi descoberta. Está visto (nem José Sócrates se lembraria de tal) que a solução para todos os males de Portugal está - mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros - em trabalhar mais, ganhar menos, em ter pior assistência médica e transportes, em reformar-se mais tarde (ou nunca), em ser despedido ao preço da chuva.

Mais uma vez Pedro Passos Coelho exagerou nas palavras para dizer o que, afinal, poderia resumir numa só: escravatura… mesmo existindo um excedente de cerca de dois mil milhões de euros.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: PORTUGAL FOI, MAS JÁ NÃO É!

Portugal: PASSOS COELHO DISPOSTO A “TODAS AS BATALHAS” PARA ALTERAR LEI LABORAL




JORNAL DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu este domingo não ter "medo de greves" e prometeu "travar todas as batalhas" para alterar uma lei laboral que actualmente apenas gera "desemprego e precariedade".

Para Passos Coelho, "o maior mito que se tem vivido na sociedade portuguesa é que não se pode mexer na legislação laboral para não afectar os direitos" dos trabalhadores.

"A quem serve este regime, que supostamente é extremamente avançado de direitos sociais? Que regime avançado é este que só gera desemprego, precariedade, recibos verdes ou contratos a termo? Temos medo das pressões, ou da contestação ou das greves que possam surgir? Eu não tenho!", frisou, no discurso da sessão evocativa em memória de Francisco Sá Carneiro, no Porto.

Passos Coelho esclareceu que, com a actual legislação, existem "cada vez menos trabalhadores, porque aqueles que podem oferecer emprego têm medo de o fazer, a não ser em regime de recibo verde".

Quanto maior for a incerteza "maior é o medo dos investidores" e "quem quer trabalhar tem cada vez menos oportunidades, a não ser nas piores condições e nas mais precárias", descreveu o primeiro-ministro.

"Queremos criar emprego para os mais jovens porque não os queremos condenar à falta de esperança que hoje reina. Em seu nome, travaremos todas as batalhas que forem necessárias para, nos limites da Constituição, alterar as leis laborais", assegurou.

Falando na necessidade de um Estado menos pesado e mais justo, Passos Coelho notou que, no actual Governo, "não há paladinos das empresas", ao contrário do que já aconteceu.

"O país precisa que, na economia que temos hoje, o Estado pese menos, mas seja mais justo. Que não ande a tomar partido. Que se mostre isento. Que não haja empresas que têm paladinos nos governos, como já aconteceu muitas vezes. No Governo a que presido não há paladinos das empresas. É o Governo todo que é paladino da economia", sublinhou.

O primeiro-ministro apelou ainda ao país para que não se deixe "impressionar por esses elementos extraordinários que prometem sempre um mundo melhor mas nunca dizem como se chega lá".

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