segunda-feira, 23 de julho de 2012

AGÊNCIA LUSA, A VOZ DE QUE DONOS? (1)




TIMOR-LESTE É PAÍS LUSÓFONO?

Desde a passada sexta-feira que vimos anunciando a publicação de abordagem ao que sabemos estar a acontecer relativamente ao despachos provindos da delegação da Agência Lusa em Timor-Leste pela censura, sonegação, ou simplesmente serviço de péssima informação sobre acontecimentos da atualidade timorense que até online temos acesso na língua timorense (tétum) mas que surpreendentemente não chega a Portugal em português. Timor-Leste é ou não um país lusófono?

Esta realidade não é de agora, nem dos últimos acontecimentos que envolveram violência (e outros) mas já perdura há imenso tempo. Perguntámos quem é a Lusa para não informar os lusófonos sobre o que acontece em Timor-Leste, assim como noutros países da CPLP? Perguntamos: Agência Lusa, a voz de que donos?

Exatamente desta pergunta, que merece esclarecimentos, damos título ao que aqui veicularemos de nossa perspetiva e de profissionais da comunicação social portuguesa e estrangeira. Era nossa intenção elaborar uma única peça em que a abordagem ao tema simplesmente incluiria opiniões dos referidos profissionais de comunicação social, jornalistas, de modo avulso e integrados num único texto mas pela importância que merecem as opiniões que recebemos passámos a considerar nosso dever publicar na integra o que alguns dos profissionais escreveram ou nos disseram.

Começamos com o jornalista Orlando de Castro. Traremos aqui outros jornalistas, alguns identificados por nomes fictícios, a seu pedido, por razões absolutamente obvias e que têm que ver com a evidência de não quererem fazer perigar o seu posto de trabalho. Já tardava começarmos a abraçar o tema e a partilhar convosco. Começamos agora com o número 1 deste título.

A RTP E A LUSA ESTÃO VIOLANDO TODAS AS REGRAS DO JORNALISMO – Orlando Castro

Os jornalistas dos órgãos públicos, no caso da RTP e da Lusa, em exercício permanente no estrangeiro, têm dificuldades profissionais acrescidas. Isso foi agora visível na violência pós-eleitoral em Timor-Leste, como o foi nas manifestações anti-regime em Angola.

Esses jornalistas estão sujeitos a vários crivos de censura. Desde logo, quando partem para esses países, são aconselhados a terem cuidado com o que escrevem, cuidado esse sobretudo em relação ao poder vigente. No local sofrem de pressões de todo o tipo para apenas veicularem a verdade oficial, não sendo raras as vezes em que se colocam na mira dos que, por estarem no poder, se assumem como detentores da verdade oficial. Muitas vezes, mesmo depois de passarem pelo crivo da auto-censura, escrevem o que pensam ser a verdade mas acabam por ver o texto censurado, adulterado, por quem está nas redacções a “rever” o que é escrito antes de ser colocado na linha.

Cada vez mais os jornalistas dos órgãos públicos são chamados a fazer uma espécie de diplomacia informativa. Isto é, não estão ao serviço do que pensam ser a verdade mas, antes, ao dispor dos interesses envolvidos e que, como sabemos, raramente coincidem com a realidade.

A RTP e a Lusa são, infelizmente e violando todas as regras do jornalismo, peças de uma engrenagem política e económica que não visa informar, muito menos formar, mas sobretudo propagandear.

*Redação PG, com edição e coordenação de António Veríssimo

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro António Verissímo,

Pela nossa experiência de Timor Leste, o governo não exerce a minima censura, nem pressão sobre os jornalistas, se a censura é feita é pela própria Lusa.

Sugerimos que a Dona Pedruco investigue os projectos da AECID, Cooperação Espanhola, foram gastos mais de 12 milhões de Usd em cooperação, dinheiro esse que não se vê os minimos resultados.
Dinheiro esse roubado na maioria pelos próprios Espanhóis.
Neste caso os Timorenses só ficaram com as migalhas, mas vão ser acusados de corrupção.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

“Neste caso os Timorenses só ficaram com as migalhas, mas vão ser acusados de corrupção.”

Tia Lucrécia, é roubando em migalhas que a galinha vai enchendo o papo.

Anónimo disse...

Então Caros Timorenses,

Deixem de ter medo e comecem a denunciar os casos que têm conhecimento, a Indonésia já foi embora.
Os Timorenses não são um bando de corruptos, trata-se de gente honrada e gente boa.
Quando alguém está a roubar o estado está a roubar voçês todos e os pobres.
Acordem e levantem a pestana, deixem de ter medo.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

Sim senhora Querida Lucrécia. Esparemos que a seu apelo terá uma resposta mais positiva. Toda a gente vai ter as pestanas bem levantadas ao mesmo nivel que a estátua de Cristo Rei.

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