sábado, 11 de agosto de 2012

O DESCALABRO DA AGÊNCIA LUSA EM TIMOR-LESTE, A FALTA DE SOLIDARIEDADE


Afonso Camões, o "maioral" da Lusa que se escuda no silêncio

Ontem, em Díli; Timor-Leste, foi noticiado que um repórter da comunicação social, da Rádio Rakambia, foi gravemente ferido quando se encontrava em serviço. Desconhecidos anavalharam-no com profundidade no abdómen. Disso damos notícia no Timor Lorosae Nação.

Leoneto Gonçalves da Cruz, o repórter encontra-se internado no Hospital de Díli, Guido Valadares, e o seu estado é grave. Sobre o acontecimento o diretor da Rádio Rakambia lançou o alerta para o público em geral e também para os órgãos de comunicação social que operam em Timor-Leste. O teor do comunicado é o seguinte:

"Oi kolega sira tomak mídia, ohin dader Ø 10 Augustus 2012 repórter de rádio Rakambia Leoneto Gonçalves da Cruz, Hetan sona Husi ema nain rua ho deskoinesidu do motor iha farol Parte CAC nia oin, maijumenus oras Besik tuku 05h45    dader, depois de ne Leoneto obriga um lao To'o estúdio de rádio Rakambia kampung Alor Hodi Husu aijuda ba nian kolega apresentador Jeronimo dos Santos Hodi lori ba iha Hospital Nasional Guidu Valdares não iha akuntesementu ne Rasik rejulta kanek iha Parte kabun não teoan kuak tolu não oras ne daudaun Leoneto Hetan atendementu operasaun iha sala operasoens   Hospital Guido Valadares.
Eurico Pereira -  Direktur Rádio Rakambia"

Traduzido do tétum para português:

"Oi a todos os colegas da mídia. Hoje, 10 de agosto de 2012, o repórter da Rádio Rakambia, Leoneto Gonçalves da Cruz, foi esfaqueado por duas pessoas não identificadas que estavam andando em motos no bairro do Farol, em frente ao escritório da Comissão de Combate à Corrupção, às 5:45 am. Leoneto, gravemente ferido, ainda foi capaz de andar para o estúdio da Rádio Rakambia, em Kampung Alor Rakambia,  para procurar a ajuda do seu colega e apresentador Jeronimo dos Santos, que o levou para o Hospital Guido Valadares Nacional. Ele sofreu ferimentos de faca na barriga que perfuraram os seus intestinos em três lugares, ele está sendo operado neste momento no HNGV."

Isto foi, e é, notícia em Timor-Leste. Um jornalista foi barbara e gravemente esfaqueado no exercício da sua profissão. Por parte da comunicação social a operar em Timor-Leste, veiculada em tétum e em inglês, comprovou-se a solidariedade para com o colega atacado, contra os ataques à liberdade de informação, contra os ataques – tantas vezes mortais – aos que no exercício da sua profissão correm sérios riscos para informar. A solidariedade para com o colega jornalista, na denúncia, na informação foi imediata… Mas só em tétum e em inglês. Onde estaria a Agência Lusa? Onde estará a solidariedade para com o jornalista escrita e dita em português? Nos blogues. Nos blogues porque a Agência em Timor-Leste está de barriga ao sol numa qualquer praia paradisíaca, ou até voou para Bali, a banhos. São meras hipóteses, não sabemos.

Aquilo que a Agência Lusa terá de explicar é a razão da nefasta ausência de notícias em português quando dispõe de uma delegação em Timor-Leste, em Díli. Aquilo que a Agência Lusa deverá uma vez mais experimentar vergonha é pela sua falta de solidariedade neste caso do ataque a um colega de profissão. Se a vergonha não assola os responsáveis da Agência Lusa pelo seu tão mau desempenho – agravado ultimamente –  e não repõe o exercício do seu dever naquele país, para com as centenas de milhões da comunidade da lusofonia então o melhor será de uma vez por todas sair de Timor-Leste, anunciando-o em vez de cobardemente se alapar na indiferença e no silêncio.

Ainda ontem, com origem em Timor-Leste, escrevia-nos, em correio eletrónico, alguém timorense e luso:  

“Um jornalista foi esfaqueado em Díli e a Lusa nem disse uma palavra. Não sei se a RTP tocou no assunto, mas demonstra bem que as bestas que lá trabalham nem solidariedade demonstram para com os seus colegas de profissão. Mas que raio de gente é esta? Estão ao serviço de quem e o que estão a fazer em Timor?

Sinceramente, eles nas últimas semanas não têm escrito quase nada, não sei se estão de férias ou não, mas mesmo assim a sede em Lisboa continua a funcionar.

Enfim!”

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS FECHA PARA FÉRIAS?

O texto que nos foi enviado, acima, mostra que até existem os excessivamente tolerantes e perdulários, que admitem que uma Agência de Notícias feche para férias… Mas não, não deve fechar. Nunca tal se viu. Se um profissional destacado para a delegação da Lusa em Timor-Leste tem de iniciar férias os incapacitados mas ditos altos responsáveis da Agência só têm de nomear e fazer deslocar em sua substituição outro profissional, e na Lusa há imensos jornalistas. Até haverá uns quantos nas “prateleiras”, como dizem.

Aquilo que a Agência Lusa demonstra, neste triste caso da sua atividade(?) em  Timor-Leste é que funciona com base na badalheira, parecendo querer arrastar alguns dos seus profissionais para imerecidos epítetos de Amélias Badalhocas da Informação, quando nada disso se trata mas sim da incompetência de uns quantos energúmenos (ditos altos responsáveis) que negam ao lusófonos espalhados pelo mundo a informação devida sobre Timor-Leste. É disso que se trata. De nada mais.

Nem a solidariedade e a defesa, pela divulgação, de colegas de informação os demove. Nada os demove. Nem o descalabro para que estão a arrastar a Agência. Para a Lusa a vergonha não existe, pecha natural mas decerto contagiada ainda mais pelo governo que desgoverna Portugal, igualmente sem vergonha, sem sensibilidade, sem profissionalismo, sem humanismo nem a defesa dos valores intrínsecos numa democracia real. (TLN – AV)

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