sábado, 6 de outubro de 2012

O PRESIDENTE E O GOVERNO DO CAOS EM PORTUGAL

 


António Veríssimo
 
DOS TRAIDORES E COBARDES TAMBÉM REZA A HISTÓRIA
 
Portugal assiste medianamente tolerante e pacificamente revoltado a decisões e atitudes de lesa-Pátria de um presidente atavico por ideologia e por cobardia, aliado a um governo de igual ideologia e de cobardia, usando com sofisma políticas que semeiam o caos no país. É a isso que no último ano os portugueses vêm assistindo, é isso que deve ser combatido pela salvação nacional e por todos em Portugal.
 
Cavaco Silva e os outros estão afastados dos portugueses. Foi opção deles próprios. A isso as populações respondem com vaias e enormes manifestações de um civismo impressionante. Vaias merecidas que eles temem pela sua notória cobardia, não pela vergonha de estarem a contribuir com afã para a destruição do país. Se não fossem desprovidos de vergonha corrigiriam todas as suas opções de descalabro a que têm conduzido Portugal e os portugueses.
 
Assistimos em 15 de setembro à rejeição da TSU – medida doutrinária do clã Cavaco-Passos-Gaspar e outros traidores dos reais interesses do país. Cavaco tremeu, o governo nem por isso, mas fez de conta que recuava perante uma reunião de anquilosados Conselheiros de Estado que também foram mimados com vaias e levaram roda de gatunos ao sairem do Palácio de Belém nos seus carros de luxo e topo de gama pagos por todos os portugueses. Afinal Passos não recuou e veio dizer a Portugal, pela voz do incompetente e fanático ministro Gaspar, que dobrava em muito os impostos e os sacrificios dos portugueses. A isso os portugueses não estão a dar a resposta adequada, rejeitando as medidas, como o fizeram com a TSU (Taxa Social Única). Sobre isso o sinuoso e temeroso Cavaco Silva ainda não se pronunciou. Nem o fez nas comemorações da Implantação da República em 5 de outubro, apesar de todos estarem à espera que algo dissesse.
 
COVEIROS DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA
 
Em 102 anos da comemoração da República a cerimónia contou sempre com a sua componente livre e pública, até no tempo do ditador Salazar. Respeitou sempre o local de origem da proclamação, a Praça do Munícipio, em Lisboa, paredes meias com o Terreiro do Paço. Desta vez foi diferente. Vergonhosamente diferente. Foi uma cerimónia reservada a convidados em ambiente fechado. No Pátio da Galé, logo ao lado do local de origem. Devido à cobardia de um presidente e de elementos do governo fartos de serem vaiados. As ruas limitrofes ao local foram fechadas e isoladas por grande aparato policial, a Praça do Munícipio conheceu a desertificação naquele dia, após mais de um século a receber milhares de portugueses que comemoravam e saudavam a República. Nunca tal havia acontecido. Cavaco e o governo cobardemente longe do povo. Nem o facto de este 5 de outubro ser o último feriado da comemoração – porque o governo e Cavaco extinguiram-no – pesou para não afastarem os portugueses da comemoração. Falsamente, depois de escondidos como ratos apavorados no interior do Pátio da Galé permitiram que as ruas fossem contidamente reabertas. Mas a exclusão dos cobardes já estava feita e já tinha produzido os efeitos desejados: longe do povo, na assunção de coveiros da República e da democracia.
 
Apesar de tudo e mesmo assim não escaparam à manifestação e reprovação de duas mulheres do povo que se introduziram no interior do salão do Pátio da Galé. Uma, de 57 anos, gritou o seu desespero. Perguntou como poderia sobreviver com 250 euros por mês de uma pensão. Gritou a sua miséria – que é a miséria de mais de dois milhões e meio de portugueses. Os gorilas da segurança de Cavaco retiraram-na sem gentileza do local mas a vaia, os apupos, a indignação daquela mulher que personificava os portugueses em maiores dificuldades, com fome, ainda agora ecoam por aquelas paredes e pelo país inteiro. Outra mulher usou o belo canto e sobrepôs-se ao discurso repleto de cobardia e de tabus de Cavaco. Cavaco debitava palavras fugidias sobre a educação e a mulher, jovem, cantava imperturbavel e sonora Firmeza, de José João Cochofel, musicado por Fernando Lopes Graça:
 
"Sem frases de desânimo,
Nem complicações de alma,
Que o teu corpo agora fale,
Presente e seguro do que vale.
 
Pedra em que a vida se alicerça,
Argamassa e nervo,
Pega-lhe como um senhor
E nunca como um servo.

Não seja o travor das lágrimas
Capaz de embargar-te a voz;
Que a boca a sorrir não mate
Nos lábios o brado de combate.

Olha que a vida nos acena
Para além da luta.
Canta os sonhos com que esperas,
Que o espelho da vida nos escuta."
 
A cantora lírica (indignada penetra) não foi molestada pelos gorilas da segurança de Cavaco nem por ninguém. A jovem fez perceber posteriormente às reportagens levadas a todos os portugueses telespetadores, ouvintes e leitores que tomou aquela decisão e atitude para que oiçam os portugueses e os políticos saibam que mesmo escondendo-se que nem ratos não matam o brado de indignação e combate.
 
Escusado será dizer que Cavaco e governo literalmente fugiram do local à pressa e apavorados. Não sem antes um ou outro popular lhes gritar à distância que eram meros gatunos. Cavaco foi ainda mimoseado com uma voz longínqua que falava algo sobre o cambalacho BPN (registado por uma televisão). BPN, uma história escura…
 
O DESPREZO PELO MAIS ALTO SIMBOLO DA NAÇÃO
 
Antes de toda esta agitação no interior do salão do Pátio da Galé, logo de início, Cavaco, presidente (não se sabe bem de quê nem de quem), içou na varanda histórica a bandeira de Portugal perante uma Praça do Municipio deserta. Içou a bandeira ao contrário – em sinal de país ocupado pelo inimigo. O desprezo e a desatenção pelo mais alto simbolo nacional foi evidente.
 
Desconhece-se se foi artimanha de alguém ou se foi mero acidente. Quer parecer que aconteceu intencionalmente e a condizer com o estado de Portugal, que está de pernas para o ar, ao contrário, já não é uma República realmente e, como a República, a democracia é muitissimo deficitária. Seja como for, acaso ou não, facto é que Cavaco demonstrou o seu alheamento do país real e do respeito que deve ao povo e ao mais alto símbolo da nação lusa, a bandeira.
 
Não podemos contudo alhear-nos da responsabilidade ou igual desprezo manifestado por cerca de uma dezena dos agentes protagonistas que, na varanda do edificio, ladeavam o içar da bandeira da República Portuguesa. Entre eles estava a presidente da Assembleia da República, ministros e o presidente da Câmara Municipal da Lisboa, anfitrião da cerimónia. Nenhum deles reparou(?) e fez abortar aquele içar da bandeira ao contrário. António Costa, da CML, também não reparou? O que levou a tal inadmissivel acontecimento jamais saberemos de verdade. Digam o que disserem já não merecem crédito. O que ficou bem patente foi a desorganização, a falta de decoro e de respeito pelo mais alto simbolo de Portugal. Não restam dúvidas. O que revela quanto indignas são determinadas personalidades ali em rebanho no importante ato de içar a bandeira portuguesa e de dirigir ao mais alto nível o país.
 
O QUE ACONTECERÁ A SEGUIR
 
Há tempos largos que o governo e o presidente Cavaco são acossados pelo povo português. Já têm horror a saírem de entre as paredes dos edificios e dos gabinetes onde exercem prejudicialmente as funções para que foram eleitos. O próprio Cavaco, ocupante do Palácio de Belém, que ainda há cerca de um ano dizia em 5 de outubro que o Palácio era do povo e que nesse dia ordenava a abertura livre dos jardins do Palácio, recebendo os portugueses que ali entravam, deu ordens em contrário e manteve a entrada interdita à população – alegou poupaça na despesa. O medo exala pelos poros de Cavaco. Medo do povo que deve saber estar a trair. Não é por acaso que o vaiam, a tolerância a um presidente que já recolhe a opinião de ser o pior de que há memória exauriu-se. Tal evidência, a acrescentar ao governo que ele protege e que teima em manter no exercicio de destruir Portugal, é motivo da desesperança que invade os portugueses, tanto quanto muitas injustiças que ele, Cavaco, aprova sem pestanejar.
 
As recentes medidas anunciadas pelo governo, na sorumbática expressão do ministro Gaspar, vão levar a muito mais miséria Portugal e, consequentemente, os portugueses. Eram possiveis outras e melhores alternativas (afirmam outros especialistas) mas a corja de traidores impiedosos considera imperativo desgraçar o país. São os portugueses que, como em 15 de setembro, têm de saber rejeitar estas políticas erradas que cada vez causam mais desgraça, mais destruição. Se antes se manifestaram pelo país mais de um milhão a dizerem não, agora seria de toda a urgência e utilidade que esse milhão fosse ao menos duplicado. Só assim Portugal poderá sobreviver como nação viável, republicana e democrática. Cabe ao povo defender o país e retirar os poderes das garras dos que o estão a afundar. Esperemos que seja essa reação popular e transversal o que acontecerá a seguir. É constante na história que os portugueses se agigantam nas dificuldades; pois que o façam agora, desautorizando o presidente e o governo do caos em Portugal.
 

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