quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A JONET QUE “BRILHA” E SE PROMOVE COM A MISÉRIA E FOME DOS PORTUGUESES

 

 
 
Presidente do Banco Alimentar diz que não há miséria em Portugal - vídeo
 
Beatriz Silva – i online
 
A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome afirmou que “cá em Portugal não existe miséria”, apesar " de estarmos mais pobres". Estas declarações foram dadas numa entrevista no programa “ Edição da Noite”, da SIC Notícias, onde Isabel Jonet comparou a situação portuguesa com a grega.
 
Para Isabel Jonet, “há toda uma concepção de vida e de necessidade permanente de bens e consumo para uma satisfação das pessoas que conduz à felicidade que não é real”, acrescentando ainda que “vivemos de uma maneira idiota. Sou do tempo que lavava os dentes com o copo dos dentes. Os meus filhos lavam os dentes com a água a correr”, exemplifica, considerando que, ao longo do tempo, “perdeu-se a total noção do que é o custo de oportunidade”.
 
A responsável refere ainda que as prioridades têm sido trocadas. “Ou vamos a um concerto de rock ou vamos tirar uma radiografia”, considerando que “há toda uma faixa de idade que vive acima das possibilidades”
 
“Se não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não comemos bifes todos os dias. E esse empobrecimento é porque comemos bifes todos os dias e achávamos que podíamos comer bifes todos os dias e não podemos”, realçou.
 
“Estou a falar de uma determinada camada de população, que tinha previsto viver bem. População essa, jovens, e muitos desempregados, que não vão encontrar lugar no mercado de trabalho e vivem na casa dos pais e que podem ir ao concerto de rock”
 
A presidente do Banco Alimentar, acredita que “vamos ter que empobrecer muito e aprender a viver mais pobres. Claro que já estamos a empobrecer, mas porque andamos a viver acima das possibilidades”, considerou.
 
Isabel Jonet defende ainda que é necessário mudar as mentalidades. “Temos de mudar a maneira como olhamos para a organização da sociedade. E temos que pensar que efectivamente cada um de nós tem de fazer um esforço, não olhando para aquilo que vai deixar de ter como um empobrecimento, mas se calhar como uma necessidade de voltar a olhar para aquilo que é o mais básico”, concluiu.
 
Petição pública pede demissão de Isabel Jonet do Banco Alimentar
 
Beatriz Silva – i online
 
As declarações da presidente do Banco Alimentar Contra a Fome gerou polémica nas redes sociais e até já há quem peça a sua demissão.
 
“Esta senhora deveria ter consciência que o protagonismo que vem assumindo se deve, essencialmente, à generosidade dos doadores que, muito provavelmente, desconhecem a mentalidade «caritativa» e «salazarenta» - no pior do que o Dr. Oliveira Salazar nos deixou -que, salvo melhor entendimento, a caracteriza”, lê-se na página criada no facebook, intitulada “Demita-se! O Banco Alimentar Contra a Fome merece”.
 
Numa entrevista dada, na passada segunda-feira, no programa “Edição da Noite”, da SIC Notícias, Isabel Jonet afirmou que “cá em Portugal não existe miséria”, apesar " de estarmos mais pobres". Durante a sua intervenção, a responsável refere que “as prioridades têm sido trocadas”, considerando que é necessário “mudar as mentalidades”, vivendo com “aquilo que é mais básico”.
 
As reacções fazem-se sentir. Também na página do facebook do Banco Alimentar Contra a Fome a revolta contra a presidente do Banco Alimentar é notável. Muitos afirmam que deixarão de dar o seu contributo à instituição.
 
Numa carta aberta, o mse (Movimento Sem Emprego) faz fortes críticas à responsável, acusando-a de não saber o que é pobreza. “Afirma que vamos ter que "reaprender a viver mais pobres", quando a senhora só sabe o que é viver mais rica, que "vivíamos muito acima nas nossas possibilidades" quando é sua excelência que tem vivido às nossas custas, que "há necessidade permanente de consumo, de necessidade permanente de bens para a satisfação das pessoas" quando em nenhum momento da sua vida a falta de verba lhe deu tempo para ganhar água na boca”, lê-se na missiva, intitulada “Uma canja para a Jonet”.
 
A carta termina referindo que “no mundo de Jonet "não existe miséria" como "em Portugal", não é assim? Em suma, no mundo de Jonet não se vive o que é preciso para se ganhar um pingo de vergonha”.
 
*Título PG
 
 

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