domingo, 19 de fevereiro de 2012

UMA MÃO LAVA A OUTRA E AS DUAS LAVAM O TACHO




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Nada como dois reinos amigos, um que foi colonizador e hoje é pobre e maltrapilho, e outro que foi colonizado mas que agora é um potência petrolífera.

Pelos vistos, o procurador português que investigava o caso “Bes Angola” vai ingressar no Banco Internacional de Crédito (BIC), presidido pelo cavaquista Luís Mira Amaral, uma instituição de capitais luso-angolanos.

Segundo o jornal Correio da Manhã, a decisão de Orlando Figueira terá provocado (não sei bem a razão) mal-estar no Departamento Central de Investigação e Acção Penal. Isto porque, creio eu, haverá outros procuradores que até gostavam de estar na mesma situação.

Em declarações ao jornal, o magistrado confirmou que pediu uma licença sem vencimento e que vai trabalhar numa empresa do sector financeiro com ligações à Europa e a África. Ligações que, acredito, são ética, deontológica e moralmente impolutas.

Se dúvidas houvessem, e importa recordar que tanto Portugal como Angola são – entre outras variáveis – paradigmas dos países menos corruptos do mundo, o magistrado esclarece que a sua actividade insere-se no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais.

Recorde-se, apenas para contextualizar a honorabilidade do magistrado e da justiça, que o presidente do Bes Angola, Álvaro Sobrinho, foi constituído arguido num processo de associação criminosa e branqueamento de capitais e, agora, o Procurador-Geral da República entregou o inquérito a outro magistrado.

E, já agora, relembre-se que para o presidente do BPI, banco presente em Angola desde 1996, não há corrupção no país de José Eduardo dos Santos, presidente não eleito e há 32 anos no poder.

Recordam-se de Bob Geldof afirmar que "Angola é gerida por criminosos", acrescentando que "as casas mais ricas do mundo do mundo estão baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane"?

Recordam-se que numa reacção violenta, o antigo ministro do Trabalho e Segurança Social do X Governo Constitucional (1985-1987) e ministro da Indústria e Energia do XI e XII Governo Constitucional (1987-1995), Mira Amaral, veio dizer que "qualquer pessoa que seja gestor executivo sabe o que custa fazer as coisas na prática e o tempo que levam a fazer. Quem canta músicas e depois tenta falar sobre coisas sérias, se calhar esta não é sua área específica de competência"?

Recorde-se ainda que quando questionado pelo Diário Económico (Junho de 2008) sobre a polémica à volta das declarações de Bob Geldof, Fernando Ulrich disse que as declarações "não têm sentido nenhum".

Nessa altura o BPI tinha em Angola o Banco Fomento e Angola, o seu principal activo internacional, e estava em negociações com a empresa estatal do clã Eduardo dos Santos, a Sonangol, para a venda de uma posição de 49% no BFA.

Neste contexto, Fernando Ulrich dizia que a experiência do BPI em Angola não mostrava um país corrupto (Geldof falou de um país gerido por criminosos e não de um país criminoso).

"O BPI nunca pagou nada a ninguém para obter nada em troca como nem nunca ninguém nos pediu nada para fazer o que quer que fosse em troca", disse Fernando Ulrich ao Diário Económico.

Ainda bem que Bob Geldof não é nem banqueiro nem magistrado…

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: SIPAIOS ELOGIAM O CHEFE DE POSTO

CAVACO EVITA SAIR À RUA DESDE POLÉMICA DAS REFORMAS



Luís Claro – ionline

Presidente criticado por andar em “salas fechadas e longe do povo”. Cavaco tem optado por uma agenda recatada nos últimos tempos

Cavaco Silva evitou ontem o contacto com a comunicação social, um dia depois de ter cancelado a visita à Escola António Arroio, em Lisboa, onde o esperava um protesto dos alunos. No arranque dos Roteiro do Futuro, que teve uma primeira conferência dedicada à natalidade, o Presidente da República preferiu não dar nenhuma explicação sobre “o impedimento” que o fez cancelar a visita. Entretanto, a ida de Cavaco Silva à Escola António Arroio deixou de constar do histórico da agenda do chefe de Estado no site oficial da Presidência da República.

Desde que disse que a reforma não lhe chega para as despesas – uma declaração criticada por todos os quadrantes políticos e mesmo por alguns cavaquistas –, o Presidente tem optado por cumprir uma agenda mais recatada e a iniciativa Roteiro do Futuro não deverá ser excepção, já que, ao contrário dos roteiros realizados no primeiro mandato, não inclui contacto com a população, nem expõe o chefe de Estado às perguntas dos jornalistas.

Aliás, desde a cerimónia de abertura de Guimarães Capital da Cultura – um dia depois das declarações polémicas, e onde foi vaiado – que Cavaco evita o contacto com a população. Esteve na abertura do ano judicial, na inauguração da sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde fez intervenções e fez uma viagem à Finlândia.

A estratégia do Presidente não passou ao lado de alguns responsáveis políticos e José Junqueiro, vice-presidente da bancada do PS, comentava ontem, no seu blogue, que “o Presidente foge das responsabilidades como foge dos miúdos”. Junqueiro criticou ainda o novo modelo de presidências abertas “em salas fechadas e longe do povo”.

Mesmo dentro da maioria, os vários episódios que têm assombrado Belém nas últimas semanas são vistos com surpresa e preocupação. Anteontem, o líder da JSD, Duarte Marques, pediu “justificações” a Cavaco sobre o adiamento da visita à António Arroio, mas Belém não disse nem mais uma palavra.

Entretanto, o Presidente da República defendeu ontem, na sua intervenção no Palácio da Cidadela, em Cascais, que “importa olhar o futuro para além do calendário do Programa de Ajustamento e construir uma visão de mais longo prazo”. “Uma visão que vá para além dos ciclos políticos e partidários. Uma visão que nos mobilize e nos una no fundamental”, acrescentou.

A Presidência da República reuniu naquele espaço – a residência de Verão do chefe de Estado – especialistas nacionais e estrangeiros nesta para falar de natalidade. Na intervenção inicial, Cavaco defendeu ainda que a fraca natalidade conduz a outros problemas como “a desertificação humana de vastas zonas do território, o declínio do nosso potencial produtivo, a continuidade do chamado Estado Social” e “a degradação do principio da solidariedade entre gerações”.

No encerramento da conferência, o Presidente voltou a discursar e considerou que “o declínio da fecundidade não é uma inevitabilidade”, embora reconheça que “muito provavelmente teremos de nos habituar a níveis que não correspondem à reposição das gerações”.

O sociólogo António Barreto desdramatizou os problemas à volta da natalidade e – para além de pensar que “não ter filhos não é um problema” – constatou que “é verdade que se nasce muito menos em Portugal mas nasce-se muito melhor”.

Portugal: Procurador que investigava BES Angola contratado pelo BIC




Orlando Figueira justifica com os cortes salariais do Governo a sua saída para a instituição bancária com ligações a Angola.

Orlando Figueira, o procurador que estava a investigar o caso BES Angola, vai desempenhar funções no Banco BIC, lê-se hoje na edição do "Correio da Manhã". Uma "troca" que terá gerado mal-estar no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIPA). O Banco BIC tem fortes ligações a Angola.

Orlando Figueira solicitou uma licença sem vencimento de longa duração para ocupar funções de jurista no sector privado.

Os cortes salariais impostos pelo Governo ditaram a sua saída da procuradoria, justificou o responsável ao "Correio da Manhã", adiantando que no BIC estará ligado à prevenção do banqueamento de capitais.

A mesquinhez da “nossa” tenebrosa e sanguinária Força de Intervenção Rápida



MOÇAMBIQUE

A Verdade (mz), editorial

Se quiséssemos uma imagem que nos permitisse sintetizar de forma imediata, ainda que simplista, a extraordinária capacidade que a Força de Intervenção Rápida (FIR) tem de semear o medo no seio do povo, ela própria se encarregou de no-la oferecer há dias, aquando do recolher obrigatório instalado em Chimoio, sem aviso prévio e com direito a pancadaria para quem fosse encontrado na rua depois das 20 horas. Que o digam os residentes do bairro 7 de Abril.

Assistimos, uma vez a outra, a situações verdadeiramente clamorosas, vergonhosas e estupidifi cantes protagonizadas pela FIR num país em que as pessoas, diz-se, são livres. Não se sabe, contudo, quem são os mandantes de ordens tão acéfalas, tão degradantes, tão medievais e tão repugnantes.

Ainda assim, não é preciso ser muito criativo para apontar o dedo ao Governo quando permite, impávido e sereno, que sejam atropelados os direitos constitucionais e elementares dos cidadãos deste país. Não é, certamente, ao homem que detém o bastão que devemos pedir responsabilidades, mas aos que permitem, no altar do silêncio cúmplice, que ele use da força bruta para castigar selvaticamente cidadãos de um país livre.

Sobretudo quando não é novidade para ninguém que o comportamento terrorista daquela divisão da Polícia da República de Moçambique - que age insensivelmente contra os moçambicanos – nos leva, sem nenhum esforço, à triste mas irrefutável conclusão de que ela padece de uma doença, ainda por identificar, mas que se manifesta (especulando) da seguinte maneira: deficiência na percepção da realidade, infecundidade mental, incapacidade de se comover com o sofrimento alheio e uma extrema e casmurra dificuldade de aceitar qualquer opinião contrária.

A “nossa” FIR já demonstrou, vezes sem conta, ser uma unidade policial composta por indivíduos desprovidos de entranhas de humanidade – dito sem metáfora, sem neurónios – cuja especialidade é, armados até aos dentes, torturar sem dó e nem piedade moçambicanos indefesos que, com o suor do seu trabalho, contribuem para o pagamento de salários destes sacripantas.

O que aconteceu com os moradores do bairro 7 de Abril, em Chimoio, não é nada mais senão o retrato da covardia em todo seu esplendor. Não se justifica que, depois de três décadas e meia de independência, o povo seja imposto à ditadura do “recolher obrigatório”, até porque se trata de violação de um dos princípios básicos no regime democrático: a liberdade.

É imperioso que se entenda que num Estado de Direito Democrático os cidadãos não podem ser forçados a esse tipo de situações, ou submetidos à coerção, abusos e torturas. Aliás, os seus direitos e liberdades devem ser protegidos acima de qualquer desejo obscuro de uns e outros.

Porém, o que repugna, envergonha e entristece é esse silêncio “cúmplice” de quem de direito. Até porque mudar o modo de agir destes assassinos sanguinários fardados não deve ser difícil. Portanto, não é, de todo, descabido pensarmos que há quem crê, ainda que equivocadamente, que o recolher obrigatório, a porrada, a intimidação e a exibição selvática de músculos são formas de governar.

PS: Espanta, contudo, a casmurrice de quem reprime: se pensassem que as mesmas AKM’s e bastões que usam para intimidar e espancar cidadãos que lhes pagam regularmente os salários (porque inegavelmente não é o punhado de pessoas de fato e gravata que cegamente defende quem o faz) poderiam também servir para que lutassem pela melhoria das suas próprias vidas...

Ou eles acham que nasceram somente para pontapear, esmurrar e chambocar civis indefesos? Deviam perguntar a si próprios sobre a razão de não saberem fazer mais nada na vida para além de bater e aterrorizar...

Deviam começar a questionar a si próprios se o salário deles tem aumento ou bónus a cada indivíduo inocente que estatelam. Deviam questionar se as suas próprias condições de vida são directamente proporcionais à violência estúpida que exercem sobre cidadãos destreinados, indefesos e em desvantagem física e material.

CARNAVAL SAPO INVADE AS RUAS DE MAPUTO




As ruas de Maputo pararam para ver e dançar com o carnaval do SAPO Moçambique. A animação esteve a cargo do músico brasileiro Robson e das bailarinas. Passavam poucos minutos da hora marcada quando camião iniciou a marcha em direcção a Avenida 25 de Setembro, onde os reis sapos, as bailarinas, o músico Robson e dezenas de convidados cantavam e dançavam ao ritmo da batucada.

O público não ficou indiferente ao ver o camião e as bailarinas e foi-se juntando à festa na Avenida 10 de Novembro e na zona da Mira Mar, na Marginal.

Nem a chuva, que caiu durantes alguns minutos, foi suficiente para afastar as pessoas da festa. Ninguém arredou o pé e com samba no pé a festa continuou até no final do dia.

No final da festa, o público gritava palavras de agradecimentos bem como mensagens de parabéns pelos três anos do Portal.

Ao longo do percurso o SAPO Moçambique e a Mcel foram distribuindo brindes as pessoas que se juntavam ao camião.

A festa da comemoração dos três anos do Portal continua já nesta segunda-feira, dia 20 Fevereiro, dia que o SAPO completa mais um ano, com um concerto exclusivo da cantora Iveth aos 10 maiores fãs do SAPO. O corte do bolo está marcado para o final da atuação.

Timor-Leste: Missa de corpo presente de João Carrascalão realiza-se 2ª feira em Díli



MSE - Lusa

Díli, 19 fev (Lusa) - A missa de corpo presente do líder histórico da União Democrática Timorense (UDT) João Carrascalão, falecido sexta-feira em Díli, decorre segunda-feira, dia 20, na sua residência na capital timorense.

Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros enviado à agência Lusa, a missa tem início às 09:00 locais (00:00 em Lisboa), durante a qual vão discursar o presidente da UDT, Gilman Santos, o chefe da diplomacia timorense, Zacarias da Costa, e o vice-primeiro-ministro, José Luís Guterres.

Após a missa, o parlamento nacional de Timor-Leste fará uma homenagem ao também antigo deputado.

A partida do cortejo fúnebre para Liquiçá está agenda para as 13:30 horas.

O embaixador João Carrascalão morreu sexta-feira em Díli vítima de ataque cardíaco.

Líder histórico da União Democrática Timorense (UDT), João Carrascalão era atualmente o embaixador de Timor-Leste em Seul (Coreia do Sul), cargo que exercia desde 2009.

João Viegas Carrascalão fundou e dirigiu a UDT - primeiro partido a ser criado em Timor-Leste após 1974 e o fim do domínio colonial português - durante muitos anos. Era desde 1993 o presidente do Conselho Superior Político, órgão responsável pela direção política do partido, pela execução da estratégia traçada pelo Congresso e pela fiscalização política das atividades de todos os órgãos da UDT.

Foi candidato às eleições presidenciais de 2007, mas ficou-se pelos 1,72 por cento dos votos, em último lugar, tendo apoiado José Ramos-Horta na segunda volta.

João Carrascalão estudou Topografia em Luanda (Angola) e especializou-se em Cartografia na Suíça. Ainda durante a administração portuguesa, dirigiu o Departamento de Geografia. Foi responsável pelas Infraestruturas na administração transitória das Nações Unidas em Timor-Leste, que se seguiu ao referendo de 1999.

Timor-Leste: PM LEMBRA EM SIDNEY LIGAÇÃO COM A AUSTRÁLIA



MSE - Lusa

Sydney, 19 fev (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse hoje em Sidney, Austrália, nas comemorações dos 70 anos de início da Batalha do Mar de Timor, que os dois países têm uma profunda ligação forjada naquela guerra.

A 19 de fevereiro de 1942 a cidade australiana de Darwin foi bombardeada por forças japonesas que também invadiram Timor-Leste.

"Esta ligação forjada na guerra ajudou a causa de Timor-Leste", afirmou Xanana Gusmão, citado pela Radio Australia News, na inauguração de uma exposição para assinalar a efeméride.

Barry Grant, da Associação Australiana de Comando, disse que a Austrália tem "uma dívida de gratidão" com o povo timorense, porque sem ele os comandos australianos teriam "simplesmente desaparecido".

O primeiro-ministro timorense iniciou sexta-feira uma visita oficial à Austrália para participar nas cerimónias dos 70 anos do início da batalha do Mar de Timor e lançar o livro, "Xanana Gusmão: Estratégias para o Futuro", em Sidney e na Universidade de Vitória, em Melbourne.

ANGOLA VAI ADOPTAR O ACORDO ORTOGRÁFICO?




Eugénio Costa Almeida* – Pululu*

Ainda recentemente o Jornal de Angola (JA), através de um dos seus habituais e (in)caraterísticos editoriais, alguns sob assinatura, criticava o estímulo à adopção do novo Acordo Ortográfico porque, afirmava e bem, que havia coisas “na vida que não podem ser submetidas aos negócios”.

Acrescentava o JA que ninguém “mais do que os jornalistas gostava que a Língua Portuguesa não tivesse acentos ou consoantes mudas. O nosso trabalho ficava muito facilitado se pudéssemos construir a mensagem informativa com base no português falado ou pronunciado. Mas se alguma vez isso acontecer, estamos a destruir essa preciosidade que herdámos inteira e sem mácula. Nestas coisas não pode haver facilidades e muito menos negócios. E também não podemos demagogicamente descer ao nível dos que não dominam correctamente o português”.

Recorde-se que, até agora, tal como Moçambique e Guiné-Bissau, Angola ainda não ratificou o Acordo.

Bom, qual não foi a minha surpresa hoje, ao ver no Deutsch Welle, que Angola está a estudar a implementação do Acordo “sensível” no País.

De acordo com o portal alemão, na sua boa secção lusófona, Angola, que preside à CPLP, está avaliar procedimentos para adoptar a nova ortografia em conjunto com países que já aprovaram o acordo (no caso, Brasil, Cabo Verde, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste).

Segundo parece, o ministro das Relações Exteriores de Angola e presidente do Conselho de Ministros da CPLP, Georges Chicoti, terá revelado que uma equipa técnica de peritos angolanos está pronta para apresentar – ou terá já apresentado – um estudo visando essa adopção. Chicoti terá dito que pela importância “que ele representa, os ministros recomendaram que este estudo fosse apreciado na próxima reunião dos ministros da Educação, em Luanda, e em função disso eventualmente serão feitas recomendações que serão tidas em conta no Acordo Ortográfico vigente”.

Pessoalmente, e já todos sabem disso, não sou contra ao referido Acordo embora continue – e enquanto o aceitarem – a adoptar a versão portuguesa que me ensinaram no meu País e nas minhas escolas (da vida e académica).

Se necessário for, saberei, na altura própria perder alguns “pês”, certos “cês” e demasiados hífenes. Não sou, nem nunca fui um retrógrado empedernido, mas gosto da minha estabilidade linguístico-emocional.

Vamos lá a ver se, realmente, vai haver alterações na língua e como é que todos a vão conseguir adoptar. Recordava um país que ainda agora adoptou a língua portuguesa como oficial e já vai ter de a alterar sem ainda haver quem a saiba falar. Por certo sabem de quem falo, tal como os equato-guineenses o sabem…

* Página de um lusofónico angolano-português, licenciado e mestre em Relações Internacionais e Doutorado em Ciências Sociais - ramo Relações Internacionais -; nele poderão aceder a ensaios académicos e artigos de opinião, relacionados com a actividade académica, social e associativa.

NOVO QUADRO NAS RELAÇÕES ENTRE ANGOLA E ALEMANHA




Jornal de Angola, com foto

A Comissão Bilateral de Cooperação entre Angola e a Alemanha iniciou, numa reunião em Berlim, o processo identificação de áreas de cooperação mutuamente vantajosas.

Os dois países manifestaram o desejo de reunir condições para a entrada em vigor do acordo, assinado em 2009, sobre cultura, educação e ciência e a dinamização da cooperação nos domínios da formação de quadros e do intercâmbio de informação museológica.

Os dois países decidiram fomentar a cooperação no domínio das políticas ambientais e incrementar acções de formação na área das energias renováveis.

A cooperação política também foi tema da reunião, em que foram tratadas questões ligadas à Defesa e Segurança, à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, à ingerência nos assuntos dos países africanos, ao conflito israelo-árabe e às alterações climáticas.

Também foi abordada a presidência angolana na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e as situações no Zimbabwe e na África do Sul.

Os trabalhos da Comissão Bilateral de Cooperação terminaram com a apresentação, pela parte alemã, de um comunicado no final das reuniões dos grupos que discutiram temas de política externa e segurança, economia e energia.

Estes três grupos e os subgrupos que se debruçaram sobre cultura e transportes reuniram-se em separado e no final dos trabalhos apresentaram um relatório à Comissão Bilateral de Cooperação.

Na sessão de abertura, o secretário de Estado das Relações Exteriores, co-presidente da Comissão Bilateral, disse ser é possível “dar um conteúdo mais importante” às relações entre os dois países, não apenas no quadro bilateral e multilateral, mas também na apreciação e resolução dos problemas globais que afectam a humanidade.

As visitas do Presidente José Eduardo dos Santos à República da Alemanha, em 2009, e da Chanceler Ângela Merkel a Angola, em 2011, afirmou Manuel Augusto, constituem o ponto alto das relações entre os dois países e momento ímpar para dar forma a uma cooperação política e económica mutuamente vantajosa.

O secretário de Estado, que mencionou como objectivo cimentar “a aliança estratégica com um parceiro estratégico para Angola”, disse que as relações económicas entre os dois países estão numa fase de relançamento, cuja base são o comércio e os investimentos. O actual momento da cooperação, referiu o secretário de Estado, é marcado, sobretudo, pelos interesses de agentes transnacionais, empresas e grupos alemães que trabalham, investem e financiam projectos em Angola, como a Daimler, Bauer, Lufthansa, Deutsche Bank, Commerz Bank, BHF.

Maior cooperação

O secretário de Estado lembrou que a Alemanha, como país exportador não pode deixar de lado o mercado de Angola, o terceiro parceiro comercial daquele país na África Subsaariana. A diversificação da actividade económica, disse, pretende reduzir a dependência do petróleo e contribuir para a criação de emprego e melhoria da qualidade de vida dos angolanos.

A delegação angolana, a que se juntaram o embaixador na Alemanha, Alberto Neto, era constituída por técnicos da Presidência da República, dos Ministérios do Planeamento, Economia, Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Cultura, Energia e Águas, Ambiente, Relações Exteriores, Defesa Nacional, Geologia e Minas e Indústria e do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia.

A secretária alemã de Estado dos Negócios Estrangeiros, co-presidente da Comissão Bilateral de Cooperação, congratulou-se por se dar seguimento ao acordado pelos responsáveis máximos dos governos dos dois países.

Emily Haber sublinhou que Angola “é um país com estabilidade política, com o qual se pode estabelecer um diálogo sério e profundo sobre várias questões da actualidade” e prometeu empenho no aprofundamento da relação bilateral.

Declaração de intenções

Na visita de Ângela Merkel a Angola, os dois países subscreveram a Declaração Comum de Intenções para o aprofundamento do diálogo bilateral para a criação de uma parceria estratégica.

A declaração conjunta, que teve como objectivo instituir um mecanismo sustentável para um amplo diálogo bilateral de alto nível, salienta o documento, prevês parcerias em várias matérias, entre as quais, assuntos “estratégicos a nível bilateral e global e diplomacia”, “economia e tecnologia”, “saúde e assuntos sociais”, “cooperação económica e desenvolvimento, por exemplo, de formação profissional/técnica” e “ciência e investigação”.

O documento também refere que a comissão bilateral é o foro para a troca de opiniões de carácter geral sobre temas bilaterais e multilaterais de interesse mútuo e que avalia o desenvolvimento da cooperação, podendo propor o alargamento a novas áreas.

A Comissão Bilateral de Cooperação Angola-Alemanha acordou realizar a próxima reunião ordinária no primeiro semestre de 2014, mas os grupos de trabalho já criados podem estabelecer as agendas e periodicidades de encontros. O lugar para a realização do encontro não foi ainda avançado.

Angola: MULHERES EM FORÇA DURANTE AS ELEIÇÕES




Yara Simão e António Capitão, Negage - Jornal de Angola - Foto de Filipe Botelho

A secretária-geral da OMA pediu ontem, no Negage, na abertura das comemorações do 50º aniversário daquela organização, uma participação em massa das mulheres nas eleições gerais deste ano para garantir a vitória do MPLA.

“Devemos continuar a sensibilizar e mobilizar as mulheres nos municípios, nas lavras e nas aldeias sobre a importância da sua participação no processo eleitoral”, disse Luzia Inglês, que recordou o percurso da OMA na Luta de Libertação Nacional, que culminou com a independência, em 11 de Novembro de 1975.

A actuação das mulheres no processo revolucionário começou na luta contra o colonialismo, quer de forma individual, quer organizadas em grupos de resistência, referiu e citou os casos de Deolinda Rodrigues, Irene Cohen, Engrácia dos Santos, Teresa Afonso e Lucrécia Paím.

Consolidação da democracia

Luzia Inglês, que também lembrou os desafios que o país tem pela frente, sobretudo os da consolidação da democracia e das metas do desenvolvimento social e económico, pediu às famílias que sejam tolerantes, dialoguem mais e se respeitem.

Um dos desafios, disse, é trabalhar na defesa da efectiva emancipação da mulher para garantir a igualdade de direitos e de oportunidades na educação, no emprego e na vida política, económica, social e cultural.

A secretária-geral da OMA visitou o Centro de Idosos, a secção pediátrica do Hospital Provincial do Uíge, onde entregou bens alimentares, roupas e brinquedos e teve um encontro com elementos do secretariado provincial da organização. No Negage, visitou o Instituto Médio Agrário, o Centro Materno Infantil, a feira agro-pecuária, a escola Deolinda Rodrigues e Centro de Alfabetização.

Homenagem às heroínas

Na mensagem lida pela secretária provincial da OMA no Uíge, Nazaré dos Anjos, na sessão comemorativa do aniversário daquela organização, foram salientadas a coragem e determinação de muitas mulheres na luta contra o domínio colonial português.

Os exemplos de Deolinda Rodrigues, Teresa Afonso, Irene Cohen, Engrácia dos Santos, Lucrécia Paím foram outra vez citados como incentivos às mulheres face aos novos desafios da OMA.

As militantes da OMA, diz a mensagem, estão empenhadas em várias acções que levem as pessoas a participarem no processo de registo eleitoral, na luta contra a violência doméstica e na erradicação do analfabetismo. O secretário provincial da JMPLA salientou, na mesma sessão, o contributo das mulheres, sobretudo as militantes da OMA na solução de vários problemas. Garcia Zo prometeu que a JMPLA vai continuar a promover acções conjuntas com a OMA para o MPLA vencer as eleições gerais deste ano.

As comemorações do aniversário da Organização da Mulher Angolana decorrem sob o lema “OMA- 50 anos de luta pela efectiva emancipação da mulher”.

Várias actividades para assinalar a data decorrem em todo o país até final do ano em curso.

SIPAIOS ELOGIAM O CHEFE DE POSTO



Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Diz a Lusa que as estruturas europeias (não as internas porque Portugal fica no norte de África) do PSD definiram hoje a credibilidade internacional de Portugal como “indispensável” para a “plena recuperação económica” do país.

Nada de novo, como é natural e como estava, aliás, escrito na cartilha enviada de Lisboa. Os sipaios também manifestaram apoio à “forma determinada” como o primeiro-ministro (que dizem ser Pedro Passos Coelho) tem liderado o Governo.

Reunidos em Bruxelas, as estruturas da emigração na Europa do PSD decidiram apelar às comunidades portuguesas para se “empenharem profundamente na valorização da imagem de Portugal”, dando também sinais positivos às medidas tomadas para a reforma da diplomacia económica, tais como a “aproximação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a AICEP e o Turismo de Portugal”.

Ao que se sabe, igual posição terá sido tomada pelas estruturas do PSD no Burkina Faso. A notícia não terá, contudo, sido divulgada porque o antigo nome deste país (Alto Volta) poderia ser interpretado como um apelo ao regresso de José Sócrates…

Em declarações à agência Lusa, o sipaio – perdão, deputado - do PSD eleito pelo círculo da Europa, Carlos Gonçalves, sublinhou que as comunidades permanecem, “mesmo à distância, muito atentas” à situação de crise que se vive em Portugal, e estão dispostas a contribuir para valorizar a imagem e credibilidade do país.

O Governo, dizem as estruturas europeias do PSD no documento das conclusões do encontro, deve “prosseguir acções de apoio aos portugueses emigrados que se vêem em situações de exploração laboral ou desemprego”, e deve também “identificar e promover novos produtos financeiros destinados à captação de poupanças e investimentos dos portugueses no estrangeiro”.

As organizações de sipaios no estrangeiro estão, reconheço, a ganhar nova vitalidade. O governo está a dar uma ajuda decisiva ao decidir que o futuro dos desempregado do seu país passa pela emigração.

Recorde-se que também que o chefe do posto da Juventude, Alexandre Miguel Mestre, disse no Brasil que os jovens que não arranjam emprego em Portugal devem emigrar.

E, na óptica do governo esclavagista de Pedro Miguel Passos Relvas Coelho, quantos mais forem, melhor. E se aos jovens se juntar os mais de um milhão de desempregados, os 20% de miseráveis e os outros 20% que ainda têm pratos mas não têm comida, então o país ficará em ordem.

Espera o Governo que esses novos emigrantes não procurem dar "uma imagem correcta" do país. Se o fizerem o reino lusitano está literalmente lixado.

Isto porque terão de falar de um país onde 40% de cidadãos estão a aprender a viver sem comer, onde o importante não é estar bem preparado, desde logo porque a competência nada significa perante a subserviência em que os "jobs" são para os "boys", onde os génios são menos importantes do que os néscios, desde que estes tenham obviamente cartão do partido.

Terão de falar de um país onde os seus licenciados andam a guiar táxis, a fazer embrulhos em lojas de roupa ou a servir às mesas nos cafés.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: DE BORRASCA EM BORRASCA ATÉ À BORRASCA FINAL

Passos Perdido: O que diz vale o que vale, para quem acreditar no grande aldrabão


 
Passos vaiado em Gouveia diz que "País não vai mergulhar em dificuldades maiores"


O primeiro-ministro foi hoje vaiado durante uma visita à Feira do Queijo, em Gouveia, na Serra da Estrela.

"O que é importante é que as pessoas saibam que o País não vai mergulhar em dificuldades ainda maiores, porque nós estamos a cumprir com as nossas obrigações para puxar o País para cima", afirmou hoje Pedro Passos Coelho, em Gouveia, citado pela Lusa, após ter sido vaiado por sindicalistas, elementos de uma comissão de utentes contra as portagens nas auto-estradas da região e alguns populares.

"E é isto que nós temos de dizer às pessoas, temos de lhes dar uma mensagem de esperança e de confiança, não podemos deixar que as pessoas fiquem sem horizontes, sem expectativas, para o futuro", salientou, acrescentando que os portugueses "têm de acreditar que está a ser feito o que é necessário para que o País volte e crescer e a ter emprego".

Passos Coelho disse ainda que "estar com as pessoas exige coragem, exige bom senso. Nós temos que saber ouvir as pessoas quando as dificuldades são muitas e eu sei que as dificuldades são muitas. Não tenho nenhum problema em ouvir as pessoas, dar-me conta das suas dificuldades".

*Título PG

Leia mais sobre Portugal - use os símbolos da barra lateral para se ligar aos países lusófonos pretendidos


PR Horta em Nova Iorque para participar no Conselho de Segurança da ONU sobre país



MSE - Lusa

Díli, 19 fev (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, partiu hoje para os Estados Unidos para participar no Conselho de Segurança da ONU sobre a Missão Integrada das Nações Unidas para o país, que vai decorrer na quarta e quinta-feira.

"A minha intervenção vai ser uma intervenção de otimismo", disse à agência Lusa José Ramos-Horta, que discursa na quarta-feira.

Segundo o chefe de Estado timorense, em 2006, no início da crise no país, dirigiu-se ao Conselho de Segurança da ONU com tristeza para "intervir e ajudar a restaurar a tranquilidade em Timor-Leste".

"Não foi uma experiência agradável. Hoje regresso como chefe de Estado, nas últimas semanas do meu mandato, com muito orgulho e alegria de poder partilhar com o Conselho de Segurança muito melhores notícias sobre Timor-Leste e agradecer à comunidade internacional", afirmou.

O Presidente disse que no discurso vai agradecer, especialmente, a Portugal, Austrália e Malásia, pela prontidão da resposta pedida em 2006, na sequência de uma crise política e de segurança.

"Quase um ano depois da crise em Timor-Leste é que a ONU pode acionar no terreno um número grande polícias, sabendo isso é que decidimos fazer acordos bilaterais com Portugal, Austrália, Malásia e Nova Zelândia e vieram com prontidão", recordou.

O último relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre Timor-Leste refere que é esperado que o país permaneça estável em 2012, mas salienta que as eleições deste ano podem vir a provocar tensão entre indivíduos e grupos.

No documento, Ban Ki-Moon salienta que foram feitos progressos nos preparativos das eleições presidenciais e legislativas de 2012 e é "encorajador que todos os líderes políticos tenham continuado a expressar o compromisso com a paz e a estabilidade durante o processo eleitoral".

"Portanto, espera-se que a estabilidade geral que prevaleceu em 2011 continue em 2012, ano que marca o 10.º aniversário da restauração da independência de Timor-Leste", refere no documento.

Para Ban Ki-Moon, as "próximas eleições podem, contudo, reavivar tensões localizadas entre indivíduos e grupos, incluindo os de artes marciais, e pôr à prova a capacidade da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) para dar resposta aos problemas de segurança".

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São Tomé e Príncipe: USOS E ABUSOS DO GOVERNO DE PATRICE TROVOADA




Carta aberta ao Presidente do Partido ADI - Patrice Trovoada

Téla Nón

Arlindo Bonfim Lima, cidadão são-tomense residente em São Tomé, decidiu escrever carta aberta ao Presidente da ADI e Primeiro Ministro de São Tomé e Príncipe, após 6 anos de intensos contactos com o partido e o seu líder em busca de solução, para um problema, mas sem sucesso.

Exmo Senhor Dr. Patrice Trovoada,

Tenho plena consciência de poder estar a perder o meu precioso tempo escrevendo-lhe esta carta, mas se o faço é apenas para trazer publicamente aos santomenses a faceta desconhecida de um político que se diz acima de qualquer suspeita em matéria de responsabilidade na satisfação dos seus compromissos.

O senhor está certamente lembrado do contrato de aluguer da minha viatura Suzuki, de matrícula STP – 58 – 44, estabelecido em 13 de Fevereiro de 2006, entre mim e o seu partido, o ADI, no quadro das eleições legislativas de 2006, por um período de dois meses, ao preço diário de USD 40,00 (Quarenta dólares americanos). No referido contrato ficara ainda estabelecido que correriam por minha conta as avarias não graves e, por parte do ADI, as decorrentes de eventuais acidentes e outras.

O senhor, que parece ter uma memória privilegiada, deve decerto recordar-se que a citada viatura foi acidentada em Março do mesmo ano, ao serviço do ADI, tendo-se constatado, do levantamento feito em Julho de 2006, que a viatura apresentava as seguintes anomalias:

• Radiador em péssimo estado;
• Borracha do pára-brisas imprópria e mal adaptada;
• Frisos do guarda-lamas inexistentes;
• Tablier partido;
• Bateria de amperagem inferior às características do carro;
• Chave de ignição inexistente;
• Ausência de chave de rodas
• Custos não ressarcidos da inoperância da viatura.

O certo é que, apesar dos persistentes contactos verbais e escritos feitos consigo e com o seu Partido, a minha viatura ainda se encontra em vossa posse, degradando-se progressivamente com o tempo, sem que a mim, seu legítimo proprietário, seja proposto qualquer contacto ou transmitida qualquer informação sobre a forma como resolver este assunto a contento de ambas as partes.

Trata-se, tudo o indica, senhor Dr. Patrice Trovoada, de retenção em posse do seu Partido de um bem alheio, por um período aproximado de seis anos, sonegando ao proprietário a possibilidade de reavê-lo em condições idênticas que o mesmo apresentava aquando do referido aluguer.

Como compreender que alguém, uma personalidade política com tão grandes responsabilidades políticas e morais, que procura transmitir aos seus concidadãos uma imagem de seriedade e transparência, pode agir longe dos olhares da multidão de forma tão cretina e irresponsável?

Como entender que um político que se propala aberto ao diálogo não seja capaz de negociar um assunto de contornos tão simples, usando porventura o poder que tem para fazê-lo arrastar por quase seis anos, em claro prejuízo da minha pessoa?

Em carta datada de 26 de Outubro de 2011- que tal como as anteriores ficou sem resposta -, solicitei-lhe que, tendo em conta o facto de se tornar impraticável a reparação da viatura e dados os avultados prejuízos que a presente situação me tem acarretado, me fosse facultada, em substituição, uma outra viatura, e me fosse pago o período de tempo de que fiquei privado dos benefícios de aluguer do referido transporte, num montante global não inferior a um terço do valor/dia acordado no citado contrato.

Espero que compreenda a minha situação e não encontre outros objectivos nesta carta aberta, que tem apenas por finalidade levá-lo, como homem sério e responsável que tudo faz por parecer ser, a assumir com honra as suas responsabilidades.

S. Tomé, 4 de Fevereiro de 2012

Arlindo Bonfim Mercês Lima

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MARTÍRIO DOS ESTUDANTES SÃO-TOMENSES EM CUBA




“Levamos nove meses sem receber o subsídio do governo, num pais que é do vosso conhecimento que não podemos trabalhar e nem fazer nenhum evento”.

Cuba, 21 de Janeiro de 2012

Excelências:

Antes de mais, nós os estudantes Santomenses em Cuba (os de pre-grado e pos-grado) lhes apresentamos os nossos melhores comprimentos como filhos das ilhas verdes.

Estimados pais e encarregados de educação, é de lamentar a triste e árdua situação que estamos atravessando face o aumento do custo de vida e a crise económica que se vive hoje em dia o mundo circundante. É do nosso conhecimento que o nosso país também está sendo afetado por este mesmo flagelo, mas são sequelas que vem arrastando de anos trás anos, e que de momento não somos nós os que vamos pagar as tais culpas. Levamos nove meses sem receber o subsídio do governo, num pais que é do vosso conhecimento que não podemos trabalhar e nem fazer nenhum invento.

Estes tais atrasos do subsidio nos faz cair em grandes dividas e quando recebemos é somente para pagar dividas, e o saco segue sempre estando vazio, sabem de ante mão que um saco vazio não fica de pé…

Quando da visita oficial do Primeiro Ministro a Cuba nos prometeu pagar todas as dividas em atraso, e por as contas em dias, Perguntamos em que país vivemos?

Recebemos agora, sem ofensas, uma miséria de dinheiro que somente foi para pagar as dividas, e vos perguntamos, e os meses em atraso para quem ficara?

Nos meses que temos pela frente com que vamos viver?

Diz-se, São Tomé terra de leve-leve, devido este leve-leve, por isso que estamos como estamos até a data…Meus senhores vamos acabar com esta brincadeira de promessas falsas, se não podem cumprir, que não prometão mais do que não tenham para oferecer. Temos um atraso de nove meses e nos pagão três, será que na vossa mente um estudante pode progredir nos seus estudos desta forma?

São milhares de questões pendentes, e como aprendemos que as roupas sujas se deve lavar em casa, por isso que não estendemos mas as nossas suplicas. A vossa má gestão nos faz por o próprio nome do país em causa, mas num bom termo, se diz¨quem não deve não teme¨.

Exortamos, em nome da lei que protege os estudantes o pago dos subsídios em atraso, mesmo sabendo que o país esta nas situações que se encontra, não é nossa culpa, os fazedores da historia, estão ciente do que realmente outrora se passou para que hoje, nós paga-semos, e estamos pagando a vossa culpa.

Exigimos o pago dos subsídios em atraso para que depois não diga na praça pública “os estudantes de Cuba são rebeldes”, pois se o somos, é com a nossa grande razão. Esperamos, nos próximos dias que tenham a amabilidade de nos pagar os meses em atraso, para que o bom nome dos santomenses continue propagando pelo mundo, como bons estudantes.

Aquele cordial saludo, desde terras Cubanas les sauda, os estudantes Santomenses em Cuba.

Yuri Sebastiao da Moura
Gelson Alves Nunes
Samnio Lima
Davison Narciso
Helmute Barreto

Nota Página Global

Ciclicamente os estudantes são-tomenses em Cuba (também no Brasil) fazem saber da injustiça e abandono de que vêm sendo vítimas por parte do governo de São Tomé e Príncipe. A situação existe e mantem-se não por falta de dinheiro mas sim por falta de vergonha, falta de competência e desprezo pela mais-valia que os estudantes em Cuba representam para o país. Uma clique de políticos desprovida da consciência e de honestidade tem conseguido arrastar o nome do país na lama sem necessidade. É demais. Urge pôr cobro a esta situação. Os políticos e governantes que evitem gastos supérfluos que fazem tantas vezes em proveito próprio, de familiares e de amigos, e terão de sobra para cumprir com as suas obrigações governativas e de cumprimento dos direitos dos cidadãos que procuram conhecimento e capacitações para servirem o país. Compete aos familiares dos estudantes em Cuba, amigos, colegas e a todo o povo são-tomense exigir que seja cumprido o direito que assiste aos jovens que estão longe do país a estudar.

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