sábado, 14 de abril de 2012

Timor-Leste: Balanço positivo da campanha eleitoral apesar de alguns incidentes



MSE - Lusa

Díli, 14 abr (Lusa) - A campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais de Timor-Leste, marcadas para dia 16, terminou na sexta-feira com registo de incidentes que foram desvalorizados pelas autoridades policiais e com garantias dos candidatos de que vão aceitar o resultado das eleições.

Num balanço das duas semanas de campanha eleitoral, que começou a 30 de março e foi interrompida durante o período da Páscoa, os dois candidatos, Francisco Guterres Lu Olo e Taur Matan Ruak afirmaram estar satisfeitos, considerando que correu tão bem como a da primeira volta.

Sem grandes desvios do que já tinham defendido na primeira volta das presidenciais, que decorreu a 17 de março, tanto Lu Olo como Matan Ruak insistiram junto dos seus apoiantes na necessidade de irem às urnas e na manutenção da paz e estabilidade no país, essenciais para o desenvolvimento de Timor-Leste.

Na sexta-feira, num debate na Rádio Televisão de Timor-Leste, os dois garantiram que vão aceitar e respeitar os resultados eleitorais, bem como a vontade soberana do povo.

Durante a campanha foram registados vários incidentes, nomeadamente destruição de propriedade e propaganda, agressões e lançamento de pedras contra caravanas de apoiantes, segundo fonte policial, que no entanto desvalorizou os incidentes.

"Houve ações de policiamento comunitário em sítios sensíveis. Falou-se com as comunidades e chefes de suco [freguesia]", explicou à agência Lusa a mesma fonte.

A fonte disse também que na segunda-feira vai haver presença policial em todos os centros de votação e que "não se espera que haja qualquer incidente".

"Há unidades especiais espalhadas em Baucau, Ermera, Viqueque e Zumalai", disse, acrescentando que o balanço final da campanha eleitoral é positivo.

Francisco Guterres Lu Olo é apoiado pela Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin, oposição) e Taur Matan Ruak pelo Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT, no poder), do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que esteve presente em grande parte dos comícios do candidato.

Na primeira volta participaram 12 candidatos, entre os quais o atual Presidente timorense, José Ramos-Horta, que ficou em terceiro lugar, e o presidente do Parlamento Nacional, Fernando La Sama de Araújo, que ficou na quarta posição.

AK – 47 NÃO FAZEM CALOS E ESTÃO A BAIXO PREÇO




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Em Abril de 2010 o Presidente da Comissão Executiva da União Africana, Jean Ping (foto), foi à Guiné-Bissau e – usando a receita vulgarizada pela CPLP e que hoje deve ter estado na mesa da reunião de Lisboa – fez um discurso tipo Nescafé.

Ou seja, juntou água (mais ou menos benta) a alguma realidade, misturou e serviu aos “clientes”. Tudo, como é regra, para enganar todos os que ainda não repararam que a enxada faz calos, ao contrário das AK-47.

Dizer em Bissau, Luanda ou Lisboa, que o continente africano ainda tem na paz e na segurança as maiores preocupações, é o óbvio. Aliás o diagnóstico está feito há muito. O que tem falhado são as medidas curativas nuns casos, profilácticas noutros. Isto já para não falar nos kimbandas (locais e estrangeiros) que ministram ao filho o medicamento que dizem ir curar o pai...

O gabonês Jean Ping, quando em Maio de 2009 esteve em Angola no quadro das comemorações do Dia de África, lembrou que os Estados africanos, nesta fase da sua história, ainda gastem dois terços dos seus recursos em questões de segurança e paz.

E gastam porque, para definirem o que supostamente é bom para o povo, olham para o seu próprio umbigo. Alguns casos há que olham para o umbigo dos outros. Mas quem são esses outros? São os poucos que cada vez têm mais milhões e não os milhões que, ali mesmo ao lado, nada têm.

O chefe executivo da UA destacou nessa altura, na hierarquia dos gastos dos países africanos nesta matéria, a gestão e resolução de conflitos, lembrando que somente um terço dos recursos são destinados a questões como a pesquisa e cooperação.

E foi na descrição deste cenário que Jean Ping apelou a uma "maior conjugação de esforços" em África parra garantir a estabilidade e a paz no continente, sublinhando que as questões ligadas à segurança e inteligência assumem especial relevo quando o mundo enfrenta uma crise grave com impacto no continente africano com especial violência.

Mais uma vez, como pretendem os fabricantes mundiais de armamento, África não só aceita como pede a ajuda do leão para derrotar a hiena. E o que acontece depois? O leão derrota a hiena e depois come os africanos.

"Este momento impõe à nossa sensibilidade a procura de uma solução durável para os problemas da paz e segurança parra que seja possível concentrar esforços no desenvolvimento social e económico", disse Jean Ping, repetindo as ideias que em 2010 e voltou a apresentar em Bissau e que, provavelmente, estão hoje a deleitar os comensais da CPLP no encontro de Lisboa.

E, de facto, é no desenvolvimento social e económico que está o “segredo” para o fim da violência, da instabilidade, da insegurança. Acontece, contudo, que muitos dirigentes africanos, com a óbvia, consciente e estratégica conivência do Ocidente, apenas sabem conjugar o desenvolvimento social e económico na primeira pessoa do singular. E, convenhamos, dessa forma o rastilho estará sempre aceso.

Jean Ping apontou ainda o dedo ao facto de o "resto do mundo" estar empenhado na consolidação do desenvolvimento, enquanto em África sobressaem os "problemas associados a conflitos persistentes, instabilidade, pobreza, criminalidade, falta de infraestruturas, bem como a decadência dos Estados".

Pois é. A pobreza é o principal problema porque, na maioria dos casos, os pobres só conhecem uma forma de deixarem de o ser. E essa forma é usar, não uma enxada, uma colher de pedreiro ou um computador, mas antes uma Kalashnikov. Aliás, se estiverem indecisos na escolha, aparece logo um europeu a esclarecer que a tem umas quantas AK-47 a baixo preço.

"O fim da guerra fria e o surgimento da democracia marcou uma nova era em termos de ideais de desenvolvimento", recordou Jean Ping, destacando as questões da democracia como eleições, boa governação, descentralização, economia de mercado, intervenção mínima do Estado como azimutes para o futuro do continente.

Democracia? Boa Governação? Descentralização? Economia de mercado? Intervenção mínima do Estado? Onde? Onde? Onde?

Pois é...

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.


Guiné-Bissau: COLETIVO DE PARTIDOS PEDE PODER CIVIL MAS APOIA MILITARES



FP - Lusa

Bissau, 14 abr (Lusa) - O Coletivo da Oposição Democrática, uma estrutura da Guiné-Bissau que agrupa 14 partidos, aconselhou hoje o Comando Militar a "proceder à rápida transição do poder para os civis".

Na sexta-feira, um autodenominado Comando Militar prendeu o primeiro-ministro e o Presidente da República interino da Guiné-Bissau.

Reunidos hoje, os partidos, entre os quais o Partido da Renovação Social (PRS), o maior partido da oposição, tomaram posição sobre a "intervenção patriótica e atempada dos militares guineenses" e lembraram que eram anteriormente contra o governo de Carlos Gomes Júnior, o primeiro-ministro eleito em 2008 e candidato a Presidente.

Sem a intervenção militar "estaríamos a prazo condenados a viver mais outra tragédia de proporções incalculáveis, se o acordo secreto com forças estrangeiras fosse levado por diante", disseram.

Os militares justificaram a intervenção com a alegada existência de um acordo secreto entre os governos da Guiné-Bissau e de Angola que envolvia forças militares angolanas.

Os partidos lamentam também "as posições das forças retrógradas e reacionárias estrangeiras que querem a todo o custo ajudar a mergulhar a Guiné-Bissau nas trevas da História, através de atitudes e comunicados contraproducentes", e reafirmam "a sua posição de estar ao lado de quem combate para garantir a soberania e o aprofundamento da democracia na Guiné-Bissau".

CPLP ameaça com "sanções individualizadas" contra golpistas militares da Guiné Bissau



SBR – Lusa, com foto

Lisboa, 14 abr (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ameaçou esta noite propor a "aplicação de sanções individualizadas" aos militares envolvidos no golpe militar ocorrido na Guiné-Bissau na quinta-feira.

A resolução hoje aprovada em reunião extraordinária, na sede da organização lusófona, em Lisboa, adverte "todos os implicados na alteração da ordem constitucional na Guiné-Bissau, civis e militares, de que a persistência na ilegalidade conduzirá a que os Estados-membros da CPLP proponham a aplicação de sanções individualizadas por parte das organizações internacionais e regionais pertinentes".

Estas "sanções" poderão incluir a "proibição de viagens, congelamento de ativos e responsabilização criminal".

A CPLP realça ainda que "as únicas autoridades" guineenses por si "reconhecidas" são "as que resultam do exercício do voto popular, da legalidade institucional e dos imperativos da Constituição".

A organização adianta também que repudiará "quaisquer atos de entidades que possam vir a ser anunciadas na sequência do golpe militar".

Instando "todos os implicados a cessarem de imediato os atos violentos e ilegais" e exigindo "a preservação da integridade física de todos os titulares de cargos públicos e demais cidadãos que se encontram sob custódia dos militares sublevados", a CPLP condena "com veemência" o golpe de Estado registado na Guiné-Bissau e apela à "libertação imediata e condicional" dos prisioneiros políticos.

RAPIDINHAS DO MARTINHO - 73



Martinho Júnior, Luanda

O REMÉDIO ANGOLANO FEZ O DOENTE PADECER AINDA MAIS!

A situação corrente na Guiné Bissau, no que toca aos relacionamentos desse país com Angola, coloca em evidência quanto os “medicamentos” da “farmácia” capitalista e neo liberal, aplicadas em determinadas condições, acabam por agravar a doença dum paciente que é extremamente sensível a esse tipo de terapias de choque e manifestamente contrário às falhas de integração.

Os acordos assinados no âmbito dos relacionamentos bilaterais, abrangeram o que dita as “regras do deus mercado” em época de império: privilegiaram-se os negócios e a tentativa de moldar as frágeis instituições políticas e militares ao figurino típico das regras das “democracias representativas”, esquecendo-se que o homem, em toda a sua complexidade, deveria ter sido antes de tudo o mais o prioritário elemento de todas as atenções antropológicas, sociológicas, psicológicas, históricas, sócio-políticas e institucionais!

Trazer a uma sociedade que tem suas próprias doenças e traumas, assim como uma frágil identidade nacional, com uma hesitante vontade consensual historicamente comprovada em muitas ocasiões e cenários, com manifesta inexperiência em termos de diálogo e com um acentuado deficit de cidadania e participação (a Guiné Bissau é dos últimos na escala dos Índices de Desenvolvimento Humano), negócios financiados por si, mas sobretudo por outros, acompanhados dum efectivo militar “regenerador”, por muito louváveis intenções que hajam, é uma prova de quanto, neste caso Angola, se está a resvalar para caminhos menos avisados e nada amadurecidos, próprios duma globalização que cada vez tem menos a ver com o homem e com a natureza do planeta.

Por outro lado, num momento em que estalam as crises do capitalismo neo liberal por todos os recantos do globo, assumir uma emergência que afinal está a ser catapultada por uma dose excessiva dos mesmos “remédios” que fomentaram essas mesmas crises a partir de “plataformas financeiras” que se julgam “inócuas” como Macau e Hong Kong, é um ingrediente que não serve para África e tende a semear mais desigualdades e injustiças sociais quando os povos, as sociedades e as comunidades estão sobejamente esgotadas pelo subdesenvolvimento crónico a que têm sido historicamente sujeitas!

É evidente que condeno como todos o golpe e as consequências que situações como essa, de forma repetida, têm trazido para a Guiné Bissau!

É evidente que sou daqueles que tenho assumido a necessidade de paz, de diálogo e do aprofundamento da democracia conferindo-lhe mais cidadania, mais participação e menos representatividade!

Precisamente por isso não posso deixar de sublinhar que as terapias correntes, segundo modelos condicionados à tipologia de métodos, manipulações e ingerências do império a que temos assistido em África desde o final da Guerra Fria, são inevitavelmente contraproducentes por que o homem continua a ser sujeito a todo o tipo de choques em função do “mercado” selvagem global, que é necessário antes de mais saber evitar!

Todos os programas bilaterais ao nível do que foi estabelecido entre Angola e a Guiné Bissau, mereciam muito mais que serem dados a conhecer através dos diplomas legais e oficiais: deveriam ser amadurecidos e discutidos por toda a sociedade e particularmente no âmbito das franjas onde os traumas mais subsistem.

Só assim seria possível mobilizar as vontades e trabalhar com sabedoria e paixão o espírito de unidade nacional indispensável para o arranque e a dinamização dos grandes projectos!

Ao não se fazer assim, o empirismo tirou partido do facto de ter havido demasiada dose de segredo (dizem os do mercado, ainda hoje, que “o segredo é a alma do negócio”) e isso, ficou demonstrado, é incompatível com o estado actual da sociedade da Guiné Bissau!

O modelo do relacionamento bilateral formulado entre a Guiné Bissau e Angola, tenha-se a coragem de concluir, não serve e será ainda mais nefasto se continuar a persistir: é imperioso o estudo da situação humana na Guiné Bissau e os seus reflexos em todas as instituições, sobretudo as políticas e as castrenses.

Trazer os impactos das desigualdades e das assimetrias, quando uma sociedade está reconhecidamente tão dividida e historicamente traumatizada, é um “remédio” que levará sempre o doente a ficar ainda mais doente!

Obs: 14 de Abril de 2012, aniversário da morte em combate do heróico Comandante Hoji ya Henda, no quartel de Caripande, leste de Angola.

Foto: Destacamento que compunha a Missang em Bissau.

UE condena golpe militar e adverte que "não apoiará governo ilegítimo" na Guiné Bissau



AAC - Lusa

Bruxelas, 14 abr (Lusa) - A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, condenou hoje veementemente o golpe militar na Guiné-Bissau e advertiu que a Europa "não apoiará um governo ilegítimo".

Numa declaração divulgada hoje em Bruxelas por um porta-voz de Ashton, este lembra que na quinta-feira, ainda antes do golpe militar, a chefe de diplomacia europeia já havia apelado a todas as partes a respeitarem o governo legítimo, pelo que "lamenta profundamente que agora tenha de condenar firmemente o golpe de Estado militar em Bissau e apela ao restabelecimento imediato do governo legítimo e à conclusão do processo eleitoral".

Liga dos Direitos Humanos e Movimento Sociedade Civil condenam "golpe de Estado"



FP - Lusa

Bissau, 14 abr (Lusa) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos e o Movimento Nacional da Sociedade Civil, duas organizações da Guiné-Bissau, condenaram hoje o "golpe de Estado" de quinta-feira feito pelos militares e exigiram a reposição da legalidade constitucional.

A Liga afirma, em comunicado, que "registou com muita apreensão a consumação de mais um golpe de Estado, reivindicado por um suposto Comando Militar", que independentemente do seu fundamento "coloca o país perante uma situação de crise sem precedentes, cujas consequências comprometerão, de forma incomensurável, os esforços da comunidade internacional e das autoridades nacionais para a estabilização do país".

Em comunicado, a Liga considera "imperioso" o regresso à normalidade constitucional, "condena sem reservas o golpe de Estado perpetrado pelas Forças Armadas" e responsabiliza o Estado-Maior General das Forças Armadas pela integridade física do Presidente da República interino, do primeiro-ministro e demais responsáveis políticos e cidadãos comuns que possam estar em risco.

A Liga condena também a "detenção arbitrária e o espancamento" do jornalista António Aly Silva.

O Movimento Nacional da Sociedade Civil condena também "quaisquer atitudes de insubordinação das Forças Armadas ao poder político" e denuncia "atitudes cobardes e intimidatórias traduzidas em ameaças de morte através de três SMS enviados por indivíduos não identificados a dirigentes da sociedade civil".

Também em comunicado, o Movimento diz apoiar os esforços dos parceiros internacionais, nomeadamente a CEDEAO, Angola, Nações Unidas e União Africana, "exortando-os a prosseguirem com as suas ações e cooperações" com a Guiné-Bissau.

No mesmo comunicado pede-se também às forças de Defesa e Segurança para que se mantenham neutros na luta política em curso no país.

E anuncia-se a intenção de organizar "uma gigantesca marcha política nos próximos dias como forma de defender os princípios democráticos, os valores da paz e da democracia, caso continuar a persistir o clima de medo e intimidação da população".

CPLP quer “força de interposição” na Guiné-Bissau com aval da ONU




A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) defendeu neste sábado uma “força de interposição” na Guiné-Bissau com aval da ONU, dois dias depois do golpe de Estado naquele país africano. A força visa a defesa da paz e da segurança e a garantia da ordem constitucional.

A força de interposição, com um mandato definido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, visaria ainda a protecção das instituições, das autoridades legítimas e das populações, a conclusão do processo eleitoral e a concretização da reforma do sector de defesa e segurança.

O pedido foi feito num comunicado publicado neste sábado depois de uma longa reunião do Conselho de Ministros da CPLP. O conselho decide “condenar, com veemência, todas as acções de subversão ocorridas na Guiné-Bissau, exigindo a imediata reposição da ordem constitucional, da legalidade democrática e a conclusão do processo eleitoral”.

O documento urge ao fim de todos os actos de violência feitos pelos golpistas e avisa que se estes actos ocorrerem haverá consequências graves no âmbito do direito penal internacional. “As únicas autoridades reconhecidas pela CPLP na Guiné-Bissau são as que resultam do exercício do voto popular, da legalidade institucional e dos imperativos da Constituição”, lê-se no comunicado.

A CPLP quer ainda aprovar um “plano de acção imediata” com as decisões tomadas acima. Uma das maiores preocupações é resgatar todas as personalidades que estão sob custódia dos militares sublevados. O secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, tinha adiantado nesta manhã à Lusa que o principal objectivo do encontro seria “o de continuar a persuadir todas as estruturas, no sentido da preservação da segurança e da integridade física das pessoas que estão sob custódia” – nomeadamente o primeiro-ministro e candidato à presidência, Carlos Gomes Júnior, e do chefe de Estado interino, Raimundo Pereira.

Guiné-Bissau: CEMGFA ameaçou 2 semanas antes do golpe atacar tropas angolanas…




… estacionadas em Bissau - Inforpress

JSD - Lusa

Cidade da Praia, 14 abr (Lusa) - Cabo Verde estava a par desde o dia 05 deste mês da possibilidade de, em breve, eclodir uma nova crise político-militar na Guiné-Bissau, depois de António Indjai ter ameaçado, nesse dia, atacar as tropas angolanas em Bissau.

A informação é avançada hoje pela agência noticiosa cabo-verdiana Inforpress, que cita um relatório das Forças Armadas de Cabo Verde, a que teve acesso, sobre a reunião de emergência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada nesse dia em Abidjan.

Na reunião esteve também o representante residente da União Europeia (UE) na Costa do Marfim, enquanto Cabo Verde participou com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, coronel Alberto Fernandes, acompanhado por mais duas altas patentes cabo-verdianas.

O documento relata a preocupação relativa à presença de militares angolanos na Guiné-Bissau manifestada nessa reunião pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineenses, António Indjai.

A reunião, em que participaram os CEMGFA ou seus representantes dos países da CEDEAO, exceto do Mali e da Serra Leoa, fora convocada, entre outras questões, para debater a segurança do processo eleitoral na Guiné-Bissau.

Citado no documento, António Indjai, que o Comando Militar revoltoso disse ter detido na sexta-feira à noite, referiu que as forças angolanas estacionadas na Guiné-Bissau possuíam armamento pesado, indicando a presença de 14 tanques de guerra e de outros tantos jipes com metralhadoras pesadas.

Segundo o relato do documento militar, Indjai, cuja detenção foi considerada hoje "uma farsa" pelo chefe da diplomacia guineense, Mamadu Djaló Pires, manifestou o descontentamento pela situação criada, referindo que no país existiam dois exércitos, tendo ainda questionado o interesse de Bissau em manter duas forças no território.

O documento indica também que Indjai, já acusado por Angola de ser o responsável pelo golpe de Estado, chegou a ameaçar "atacar as tropas angolanas" caso encontrasse o armamento em causa assim que regressasse a Bissau.

Indjai defendeu na ocasião que a Força em Alerta da CEDEAO deveria preparar-se para ir não só ao Mali, país que também foi alvo de um golpe de Estado, mas também à Guiné-Bissau, acrescenta-se no documento.

Na quinta-feira à noite, um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.

A ação foi justificada na sexta-feira por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino, Raimundo Pereira, e do Governo, Carlos Gomes Júnior, entretanto detidos pelos militares, que garantiram a segurança de ambos.

Muito gosta a CPLP de gozar com a faminta e esquelética chipala do Povo da Guiné-Bissau




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) marcou para hoje, em Lisboa, um encontro para – mais uma vez – analisar a situação na Guiné-Bissau.

Como habitualmente a reunião vai parir um rato… de plástico. Mas isso pouco importa. Relevante é que, depois do encontro, os ilustres participantes vão continuar a ter pelo menos três faustas refeições por dia.

E, enquanto em Lisboa se discute a crise, dois em cada três guineenses vivem na pobreza absoluta e uma em cada quatro crianças morre antes dos cinco anos de idade.

O secretário executivo da CPLP, o guineense Domingos Simões Pereira, adiantou à Lusa que o principal objectivo do encontro será “o de continuar a persuadir todas as estruturas, no sentido da preservação da segurança e da integridade física das pessoas que estão sob custódia” – nomeadamente o primeiro-ministro e candidato à presidência, Carlos Gomes Júnior, e do chefe de Estado interino, Raimundo Pereira. Será igualmente prioritário criar “canais de comunicação para permitir a procura de uma solução negociada para a crise”.

Entre os países classificados como sendo regimes autoritários, a Guiné-Bissau está na posição 157. Para termo de comparação registe-se que Angola figura no 133º lugar. Em matéria de corrupção, a Guiné-Bissau foi incluída no grupo dos 30 países mais corruptos à luz do Índice de Percepção da Transparência Internacional, estando no 154º lugar.

Mas isso pouco interessa. Relevante para essa coisa chamada CPLP não á a resolução da doença mas, isso sim, a medicação paliativa que mais convém aos abutres que dominam, cada um à sua dimensão, as crises.

A CPLP, não fosse esta uma miragem flutuante nos luxuosos areópagos da política de língua portuguesa, deveria dar força à única tese viável e que há muito foi defendida (pelo menos desde Junho de 2009) por Francisco Fadul e que apontava, enquanto era tempo, para “o envio de uma força multinacional, de intervenção que garantisse aquilo que é protegido pela Carta da ONU, que é a democracia e os Direitos Humanos".

"É necessária a intervenção de uma força multinacional militar, policial e administrativa na Guiné-Bissau para a manutenção da ordem, a pacificação social e a vigilância sobre o funcionamento dos órgãos do Estado", disse Francisco Fadul.

Na altura, Junho de 2009, tinha surgido uma das habituais ondas de violência, tendo as forças de segurança assassinado os ex-ministros Hélder Proença e Baciro Dabó, este último então candidato à Presidência, por alegado envolvimento numa tentativa de golpe de Estado.

Para Francisco Fadul, "mais uma vez foi reconfirmado que o Estado se tornou um fiasco, falhou, não existe na prática porque não é capaz de zelar pelos interesses dos cidadãos, pela preservação da ordem mínima".

"Nem sequer tem eficácia para conter os usurpadores do poder ou os bandos armados que estão a actuar no país", disse Francisco Fadul, acrescentando que estes grupos são "autênticos esquadrões a soldo de chefes militares".

"Não se trata de bandos indefinidos, desconhecidos", reiterou, frisando não acreditar "na teoria da tentativa de golpe de Estado".

"É a falta de cultura histórica e política que os faz falar assim e tentar convencer as pessoas, pensando que os outros são um grupo de patetas. É clássico o que eles fizeram, em todos os totalitarismos aparecem sempre denúncias de golpe de Estado para permitir o abuso da autoridade, o excesso de poder em relação aos adversários políticos", declarou.

"Apresentam, como é tradicional, uma lista de suspeitos, de supostos implicados, e uma lista de objectivos a atingir pelos alegados golpistas", referiu, considerando que tudo não passa de "balelas, de armação política para justificar uma acção destruidora, completamente totalitária sobre os adversários políticos".

"O Estado não pode transformar-se em criminoso, se assim procede é porque está nas mãos de criminosos", afirmou.

E enquanto os militares da CPLP brincam aos... militares, enquanto os políticos da CPLP brincam aos… políticos, na Guiné-Bissau os militares, ou similares, vão-se exercitando com as AK-47.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: PORTUGAL ESTÁ COM QUEM ESTIVER NO PODER

Angola responsabiliza militares por golpe de Estado na Guiné-Bissau



SBR (FP) - Lusa

Lisboa, 14 abr (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, país que preside atualmente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), responsabilizou hoje "os militares da Guiné-Bissau", nomeadamente a "chefia militar", pelo golpe de Estado registado na quinta-feira à noite.

À saída da reunião extraordinária dos responsáveis diplomáticos dos Estados-membros da CPLP, que estão a debater a situação na Guiné-Bissau, o ministro angolano Georges Chicoti, questionado sobre a responsabilidade pelo golpe de Estado, disse: "São os militares da Guiné-Bissau."

"Há uma chefia militar devidamente conhecida. São os únicos responsáveis que sabemos. Até aqui também ninguém nos veio dizer que não é parte do golpe", realçou Chicoti, após a suspensão dos trabalhos da CPLP, que decorrem hoje na sede da organização, em Lisboa, e que serão retomados às 17:00.

Questionado concretamente sobre o papel de António Indjai, o ministro angolano respondeu: "É o chefe do Estado Maior das Forças Armadas guineenses. Ele não disse que não é parte desse golpe e, então, nós consideramos que todos os militares guineenses estão envolvidos, até que saibamos quem são aqueles que não são parte desse golpe."

Em comunicado emitido na sexta-feira à noite, o autointitulado Comando Militar, que reclamou responsabilidade pelo golpe de Estado, informou que o chefe das Forças Armadas guineenses, António Indjai, está detido.

Na quinta-feira à noite, um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau. Desconhece-se o paradeiro do chefe de governo e também do presidente interino, Raimundo Pereira.

A autoria do golpe foi reclamada na sexta-feira por um autodenominado Comando Militar (cuja composição se desconhece), que o justificou como um ato de defesa das Forças Armadas face a uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos governantes guineenses.

Os acontecimentos militares na Guiné-Bissau, que antecederam o início da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais, mereceram já a condenação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da União Africana, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e de vários países, incluindo Portugal.

EUA apelam à libertação de políticos detidos e restauro do poder civil na Guiné Bissau



PDF - Lusa

Nova Iorque, 14 abr (Lusa) - O Departamento de Estado norte-americano condenou hoje "fortemente" o golpe de Estado de quinta-feira na Guiné-Bissau, apelando aos militares para libertarem de "imediato" os líderes políticos detidos e restaurarem o poder civil.

"Condenamos fortemente a tentativa de certos elementos das forças tomarem o poder pela força e minar a liderança civil legítima na Guiné-Bissau", refere o comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.

A mesma fonte lamenta que os militares tenham "escolhido desfazer o processo democrático, que já enfrentava o desafio do apelo de boicote da oposição à segunda volta das eleições presidenciais".

"Apelamos a todas as partes para deporem as armas, libertarem os líderes do governo imediatamente e restaurarem a legítima liderança civil", adianta o comunicado.

"Estamos profundamente preocupados com a segurança de todos em Bissau e apelamos à máxima contenção por todas as partes", refere ainda o Departamento de Estado, prometendo continuar atento à situação e desenvolvimentos no terreno.

O golpe foi condenado em larga medida pela comunidade internacional, incluindo na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU e o secretário-geral, Ban Ki-moon.

Tal como o Departamento de Estado, o Conselho de Segurança e o secretário-geral apelaram aos golpistas para restaurarem imediatamente o poder político e libertarem os detidos, - o primeiro ministro cessante, o presidente interino, entre outros altos responsáveis - permitindo a conclusão do processo eleitoral em curso.

Ban Ki-moon condenou "nos mais fortes termos possíveis a tomada inconstitucional do poder pelas Forças Armadas da Guiné-Bissau", e disse estar "extremamente preocupado com a relatada detenção de responsáveis políticos chave".

Na quinta-feira à noite, um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.

A ação foi justificada hoje, em comunicado, por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.

A mulher de Carlos Gomes Júnior disse hoje que ele foi levado por militares na noite do ataque e encontra-se em parte incerta, bem como o Presidente interino, Raimundo Pereira.

Os acontecimentos militares na Guiné-Bissau, que antecederam o início da campanha eleitoral das presidenciais de 29 de abril, mereceram a condenação da União Africana, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e de vários países, incluindo Portugal, que exortou os autores do "golpe militar" a libertar os políticos detidos.

A presidência angolana da CPLP admitiu hoje avançar para o Tribunal Penal Internacional contra as autoridades militares guineenses, "em particular" o chefe das Forças Armadas, António Indjai.

Para tal, como para serem decretadas sanções internacionais individuais contra líderes golpistas ou envio de uma força de paz sob alçada das Nações Unidas, seria necessária uma resolução do Conselho de Segurança.

Comando Militar promete apoio a Missang para sair da Guiné e autoriza emissão de rádios



FP - Lusa

Bissau, 14 abr (Lusa) - O Comando Militar que quinta-feira prendeu o primeiro-ministro e o Presidente da República interino da Guiné-Bissau prometeu hoje colaborar na saída do país dos militares angolanos e deu autorização para a emissão das rádios privadas.

No seu comunicado número 6, o Comando faz referência a uma nota enviada sexta-feira ao Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA) pelo chefe da missão angolana (Missang), o general Gildo Carvalho dos Santos, que terá pedido a colaboração do EMGFA para "facilitar a saída da Missang", prevista para hoje.

"O EMGFA vem com efeito manifestar a sua total vontade e disponibilidade em cooperar com a Missang, no sentido de permitir o regresso ordeiro ao país de origem do efetivo militar", e "promete garantir a segurança necessária" da saída da Missang, "do princípio ao fim".

Também segundo o comunicado, os centros comerciais estão autorizados a abrir a partir de hoje, com garantias de segurança da parte do Comando Militar, desde que seja respeitada a ordem de recolha obrigatória a partir das 21:30.

As rádios privadas estão igualmente autorizadas a funcionar nos horários habituais, "bem como a livre circulação dos jornalistas pela cidade de Bissau, no quadro do cumprimento da sua missão de informar a opinião pública nacional e estrangeira, entre outras, sobre a crise político-militar que se vive no país".

PAIGC exige libertação incondicional do seu líder Carlos Gomes Júnior e PR interino



PDF - Lusa

Nova Iorque, 14 abr (Lusa) - O Departamento de Estado norte-americano condenou hoje "fortemente" o golpe de Estado de quinta-feira na Guiné-Bissau, apelando aos militares para libertarem de "imediato" os líderes políticos detidos e restaurarem o poder civil.

"Condenamos fortemente a tentativa de certos elementos das forças tomarem o poder pela força e minar a liderança civil legítima na Guiné-Bissau", refere o comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.

A mesma fonte lamenta que os militares tenham "escolhido desfazer o processo democrático, que já enfrentava o desafio do apelo de boicote da oposição à segunda volta das eleições presidenciais".

"Apelamos a todas as partes para deporem as armas, libertarem os líderes do governo imediatamente e restaurarem a legítima liderança civil", adianta o comunicado.

"Estamos profundamente preocupados com a segurança de todos em Bissau e apelamos à máxima contenção por todas as partes", refere ainda o Departamento de Estado, prometendo continuar atento à situação e desenvolvimentos no terreno.

O golpe foi condenado em larga medida pela comunidade internacional, incluindo na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU e o secretário-geral, Ban Ki-moon.

Tal como o Departamento de Estado, o Conselho de Segurança e o secretário-geral apelaram aos golpistas para restaurarem imediatamente o poder político e libertarem os detidos, - o primeiro ministro cessante, o presidente interino, entre outros altos responsáveis - permitindo a conclusão do processo eleitoral em curso.

Ban Ki-moon condenou "nos mais fortes termos possíveis a tomada inconstitucional do poder pelas Forças Armadas da Guiné-Bissau", e disse estar "extremamente preocupado com a relatada detenção de responsáveis políticos chave".

Na quinta-feira à noite, um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.

A ação foi justificada hoje, em comunicado, por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.

A mulher de Carlos Gomes Júnior disse hoje que ele foi levado por militares na noite do ataque e encontra-se em parte incerta, bem como o Presidente interino, Raimundo Pereira.

Os acontecimentos militares na Guiné-Bissau, que antecederam o início da campanha eleitoral das presidenciais de 29 de abril, mereceram a condenação da União Africana, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e de vários países, incluindo Portugal, que exortou os autores do "golpe militar" a libertar os políticos detidos.

A presidência angolana da CPLP admitiu hoje avançar para o Tribunal Penal Internacional contra as autoridades militares guineenses, "em particular" o chefe das Forças Armadas, António Indjai.

Para tal, como para serem decretadas sanções internacionais individuais contra líderes golpistas ou envio de uma força de paz sob alçada das Nações Unidas, seria necessária uma resolução do Conselho de Segurança.

Portugal: "Cortes na Segurança Social antecipam segundo resgate"



Agência Financeira

Francisco Louçã acusa Executivo de governar à «socapa»

O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, disse este sábado que as recentes medidas «de austeridade» tomadas pelo Governo na área da Segurança Social antecipam já o conteúdo do segundo resgate financeiro a Portugal.

«Quando se Governa à socapa, ninguém sabe onde está a verdade e onde está a mentira, mas uma coisa eu sei: Os garotos de Chicago já tentaram várias vezes o que o ministro Pedro Mota Soares anda a dizer, que é obrigar os jovens a descontar para as empresas seguradoras privadas, acabando com um sistema público protegido e igual para todos. Os garotos de Chicago acham que o negócio da Segurança Social é excecional», acusou o deputado do Bloco de Esquerda.

Francisco Louçã falava em conferência de imprensa, depois de confrontado com as mais recentes medidas com incidência na Segurança Social adotadas pelo executivo PSD/CDS, escreve a Lusa.

De acordo com o líder do BE, o Governo está «numa voragem em que todos os dias anuncia novas medidas de austeridade».

«Mas o que está a fazer na Segurança Social não é outra coisa do que começar o segundo pacote de resgate a Portugal. As medidas sobre a idade da reforma, sobre a privatização da Segurança Social, que o Governo no fundo pretende, é o anúncio do segundo resgate financeiro que o ministro das Finanças [Vítor Gaspar] anuncia na Áustria e o primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] anuncia na Alemanha, mas que em Portugal mentem e desmentem», atacou.

Líder do PCP considera "fundamental" defender o Serviço Nacional de Saúde



RTP – Lusa, com foto

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que é "fundamental" defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando que o acesso à saúde é um direito de todos os portugueses.

"Como cidadão e como português, considero fundamental a defesa do Serviço Nacional de Saúde", disse Jerónimo de Sousa, que hoje à tarde participou em Lisboa numa manifestação contra os cortes no SNS.

O líder do PCP adiantou que "é uma questão de todos os portugueses de defender esse bem precioso que é o SNS e particularmente o direito à saúde".

Centenas de pessoas participaram hoje numa manifestação, entre o Largo do Chiado e a Rua Augusta, em Lisboa, pela defesa do SNS, num protesto promovido pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) e conta com a participação da central sindical CGTP, Uniões Sindicais, Federação Nacional dos Médicos - Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, comissões de utentes e outras estruturas do distrito de Lisboa.

Ações de protesto contra os cortes no SNS decorreram hoje durante todo o dia em mais nove cidades do país.

CMP

Centenas de pessoas manifestam-se em Coimbra contra "asfixia lenta" do SNS



MCS – Lusa, com foto

Coimbra, 14 abr (Lusa) - Centenas de pessoas manifestaram-se hoje, em Coimbra, contra o que consideram ser a "asfixia lenta" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), formando um cordão humano nos ex-Hospitais da Universidade (HUC).

Oriundos de vários pontos da região Centro, nomeadamente de Viseu, Leiria, Aveiro e Coimbra, os manifestantes concentraram-se junto da rotunda da entrada no recinto dos ex-HUC (do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra - CHUC) e formaram um cordão humano que, de forma silenciosa, preencheu o passeio até porta do edifício.

"É uma das maiores manifestações que temos vindo a verificar em Coimbra pela defesa do SNS", afirmou aos jornalistas Paulo Anacleto, da União dos Sindicatos de Coimbra (USC/CGTP-IN), entidade que organizou a iniciativa em conjunto com o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP).

Na sua perspetiva, as políticas de saúde "têm vindo paulatinamente" a conduzir a "uma asfixia lenta" do SNS.

A "concentração em defesa do SNS" foi um protesto contra o aumento das taxas moderadoras e dos medicamentos, o encerramento de serviços, centros e extensões de saúde e os cortes nos apoios ao transporte de doentes.

O coordenador da USC/CGTP-IN, António Moreira, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira e vários dirigentes sindicais integraram-se na iniciativa que, segundo Paulo Anacleto estimou, mobilizou entre 400 a 500 pessoas, e que, de acordo com a avaliação de uma fonte policial, se situou nos 300 a 350 participantes.

"Não à destruição do SNS" e "Em defesa dos serviços públicos de saúde para todos" eram alguns dos dizeres que se liam nos cartazes empunhados pelos manifestantes.

Numa moção aprovada na "jornada de protesto e luta", e a enviar aos órgãos de soberania, é exigido ao Governo que "pare com todas as reestruturações de serviços determinadas por medidas economicistas que têm no essencial o objetivo de encerrar serviços, como está a acontecer com as urgências por todo o país, como aconteceu em Tábua, em Penacova e em outros concelhos do distrito [de Coimbra]. E como se preparam para fazer no Hospital dos Covões [do CHUC] ".

“ESTOU MANIETADO”, afirma o jornalista António Aly Silva na Guiné-Bissau



António Veríssimo

No blogue Ditadura do Consenso, do jornalista guineense Aly Silva – preso e espancado pelos golpistas em Bissau – é solicitado pelo próprio a devolução de objetos e material imprescindível que elementos dos golpistas apreenderam (ou roubaram?). A lista é relativamente extensa e Aly Silva afirma-se manietado por assim, sem meios, não dispor de condições para trabalhar.

O abuso, contra a legitimidade do exercício da profissão de Aly, não se ficou somente pelo facto de o deterem ilegalmente e espancarem-no – ao ponto de lhe cortarem uma orelha - também consideraram conveniente privar o mensageiro dos meios de suporte ao exercício da profissão.

Os chefes do autointulado Comando Militar que estão a pôr a Guiné-Bissau a ferro e fogo têm declarado não pretenderem o poder e quererem reger-se na defesa dos interesses do país. Não se percebe bem como tal será possível se na realidade são eles que detêm o poder ilegalmente, pela força das armas, quem detem e espanca cidadãos civis inocentes, e também o profissional da informação, usando o poder golpista que lhes permite tais barbaridades.

Se o tal Comando Militar na realidade pretende o bem do país cujas forças armadas deviam servir de acordo com a Constituição, o seu dever é permitir que os profissionais de informação, os jornalistas – nacionais e estrangeiros – possam reportar os acontecimentos protegendo-os se necessário, em vez de os prender, espancar, roubar-lhes os meios de trabalho, com o objetivo de os silenciar, como é o caso daquilo que está a acontecer com Aly Silva.

Contrariamente ao que é afirmado pelos chefes dos militares golpistas da Guiné-Bissau as práticas em uso demonstram temerem que os guineenses e os cidadãos do mundo conheçam a realidade sobre os acontecimentos que ali estão a ocorrer, o que prefigura intenções e práticas reprováveis cuja faceta pretendem ocultar. Como querem estes sujeitos golpistas, militares e não militares, granjear e merecerem credibilidade por parte dos guineenses e da comunidade internacional?

Respeitem os jornalistas. Respeitem a população. Respeitem a vida e os bens de todas as pessoas. Resolvam causas políticas fazendo política, dialogando e traçando consensos e acabem com essa malvada cultura da guerra, da violência que nada resolve e que tem levado o país, o seu povo, para a miséria, o temor, a permanente instabilidade.

Senhores militares e políticos de má-fé guineenses, golpistas de agora e de situações anteriores, devolvam rapidamente os meios profissionais e pessoais de Aly Silva, devolvam a dignidade e o respeito ao povo que deviam servir em vez de estarem a servir-se dele, aterrorizando-o sempre que vos dá na real gana de espraiarem vossos interesses de grupo, interesses pessoais, e as vossas paranóias!

Ainda da prosa de Aly Silva no Ditadura do Consenso saliente-se informação de última hora: “Militares estiveram há pouco na residência do coronel Manuel Saturnino da Costa com intenção de o prender. Por sorte, este não estava em casa. Mas deixaram recado em como voltariam...”

Finalmente, a prosa e a lista do material apreendido (roubado) a Aly Silva no referido blogue:

ATENÇÃO, queria que os militares me devolvessem tudo isto

Durante o espancamento, em que me cortaram a orelha a coronhada, começaram por me tirar o relógio que trazia no pulso. E, na Amura, fiquei sem isto:

- 1 computador ACER preto
- 1 iPad 2
- 1 telefone NOKIA E 71
- 1 carregador BlackBerry do isqueiro + 1 carregador Black Berry de corrente
- 1 máquina fotográfica CANON EOS 50D
- 1 maquina digital pequena cybershot
- 1 gravador de voz Olympus de ultima geração
- 1 carregador da bateria da maquina fotográfica CANON EOS 50D
- 1 cabo USB CANON EOS 50D

Como podem ver, estou manietado.  

António Aly Silva”

Nota de AV: Não esqueçam, devolvam tudo e também o relógio.

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