sexta-feira, 20 de abril de 2012

O BOSQUE EM FLOR


Rui Peralta

Mali (2)

Antes de continuarmos com a questão Tuaregue no norte do Mali, será um sinal de bom senso apresentarmos uma perspetiva histórica ou, pelo menos, um relance do passado deste país, até para melhor entendermos a diversificação étnica e cultural da nação maliana.

Esta foi sempre uma região caracterizada por sucessivas tentativas de controlo do comércio trans-sahariano do ouro, sal e escravos. Os reinos do Sahara nunca foram de grande rigidez no que respeita às suas fronteiras e composição étnica. O primeiro dos grandes impérios desta região foi o Imperio do Gana, dominado pelos Sanink, povos de língua Mande, que estenderam os seus domínios através do Oeste africano desde o século VIII da nossa era até ao século XI, altura em que sucumbiram perante os Almorávidas.

Com o declínio Almorávida, provocado em grande parte por questões demográficas criadas pela baixa taxa de natalidade, surgiram diversos reinos, Até que no século XIII o príncipe Sundiata derrotou Sumanguru, o rei dos Sossos e formou aquele que seria um dos grandes impérios africanos, o Império do Mali. Sundiata conquista o Gana e estende o seu domínio até parte do Níger.

Este Império foi visitado em 1352, pelo grande poeta viajante Ibn Batuta, pouco depois da morte do príncipe Gongo Mussa, que em 1324, fora a Meca, em peregrinação, surpreendendo os árabes pela sua riqueza e pelo seu numeroso séquito. Ao regressar Gongo Mussa trouxe consigo vários intelectuais islâmicos, como Es Saheli, poeta e arquiteto, para além de inúmeros comerciantes do Magrebe. Durante a sua visita, Ibn Batuta constatou que o Império do Mali mantinha estreitos laços comerciais com Marrocos e o Egipto. Alem disso a fama deste Império chegara á Europa.

A decadência do Império do Mali acentua-se no século XV e em 1435 os Tuaregues apoderam-se de Tombuctu. Pouco mais tarde o reino tributário do Songai liberta-se e os Mossis penetram no território apoderando-se das províncias no Níger.

Após a queda do Império maliano os Songais assumem a hegemonia, instalando a capital do seu reino em Gao e estendendo-se para Sul e Oeste, com um poderoso exército e uma flotilha de guerra. O seu maior soberano foi Mohamed, que reinou entre 1493 e 1529, indo a Meca, em peregrinação em 1495, acompanhado por um imenso séquito, tendo gasto 300 mil peças de ouro em esmolas e ofertas. O califa Abássida do Egipto designou-o seu lugar-tenente.

Em finais do século XVI o Império Songai entra em conflito com o sultanato de Marraquexe, devido às jazidas de sal do Sara. O sultão de Marraquexe envia colunas de mercenários espanhóis, renegados, (ou teriam sido Armas, de origem hispano-marroquina, que ainda hoje habitam o norte do Mali?) derrotando facilmente o poderoso exército Songai, pilhando todo o território e impondo uma dominação brutal até 1660, ano em que o domínio marroquino desmoronou-se.

Os Bambaras, mandingas não islamizados, na região de Segu, proclamaram um reino independente e os Peules, formaram um reino, anexando Tombuctu, sendo derrotados nos finais do século XVIII pelos negros islâmicos Toucouleurs, que instauraram um estado teocrático de monarquia eletiva, até á anexação francesa, que colocou o Mali sob a autoridade administrativa do Senegal.

O período colonial francês foi caracterizado por revoltas e rebeliões sucessivas. A independência surge sob a forma da Federação do Mali (Senegal – Sudão) desfeita no auge da crise congolesa. O ex-Sudão Francês, Mali, proclama a independência a 12 de Setembro de 1960. Após a rutura com o Senegal os dirigentes malianos procuraram uma saída para o mar. Ora a Guiné-Conakri e o Mali formavam um conjunto contínuo, o que levou os dirigentes malianos a procurar soluções que permitissem a formação de um estado único.

Poucos dias após a independência Madeira Keita visitou a Guiné-Conakri e colocou a questão a Sekou Touré. Mas desse encontro ficou a ligação ferroviária Bamako-Conakri. Em Dezembro de 1960, em Conakri houve uma reunião entre os chefes de estado da Guiné, Mali e Gana. Em Abril de 1961 reuniram-se em Bamaco e em Julho do mesmo ano em Acra, onde adotaram uma Carta que agendava reuniões trimestrais. Mas só houve mais uma reunião, em Abril de 1962, sem a participação do Gana. Em Agosto desse ano foi projetada uma nova reunião tripartida, mas nunca chegou a realizar-se.

A presença francesa reaparece sob a forma dos acordos financeiros de 1967, reintegrando o Mali na zona do franco e impondo o regresso do franco maliano ao sistema de convertibilidade. A Union Sudanaise, o partido maliano, após a independência tomou algumas precauções nas relações com a França, mantendo-se uma colaboração técnica e algumas relações comerciais e financeiras. Aliás essas precauções foram evidentes no facto de as tropas francesas só terem abandonado o país, alguns meses depois da proclamação da independência.

A situação geográfica do Mali, o seu afastamento do mar, a sua interioridade, obriga a elevados custos de infraestruturas, o que não o torna atrativo para o investimento estrangeiro. Os recursos naturais malianos, por outro lado, permitiam assegurar a subsistência alimentar das populações sem temer as consequências de um bloqueio.

Na época colonial e no período imediato à independência, não existia burguesia nacional, mas no Outono de 1962, após a criação do franco maliano, os comerciantes manifestam-se em Bamaco. Apesar de extremamente minoritário o sector privado criava obstáculos á via de desenvolvimento não capitalista, tentada pelo Mali.

No congresso da US, de Setembro desse ano, o assunto é assinalado pelo secretário político, Idrissa Diarra. O assunto é analisado e refletido no relatório do congresso, onde se destaca o papel do comércio privado nacional e formas de o integrar na via socialista. Apesar disso a evolução económica e social traçada por este congresso sofre enormes desvios, o que leva às grandes manifestações de Julho de 1967 em Bamaco, contra os privilegiados, os proprietários de táxis, de vivendas e de quintas. O lento desenvolvimento económico, a cada vez maior diferenciação social, o aumento da divida externa, que obrigara a uma reaproximação com o Senegal neocolonialista de Senghor em 1964 e à reaproximação com a França, revelavam o mal-estar da grande maioria da população trabalhadora maliana.

A análise efetuada no congresso de 1962 esquecera-se do sector dos criadores e vendedores de gado, sector que proporcionava as fugas maciças de capital para o Gana e para o Alto Volta (Burkina Fasso). Este esquecimento está intimamente ligado às revoltas tuaregues sentidas neste período e barbaramente reprimidas. As manifestações de 1967, em Bamaco, revelavam a teia enorme da corrupção administrativa e política. Quando o presidente Modibo Keita assumiu em Agosto de 1967 que iria transformar a sua quinta em cooperativa era porque possuía uma, o que enfureceu ainda mais os manifestantes.

As cooperativas socialistas e os campos coletivos, baseados nas antigas estruturas comunitárias, não produziram resultados satisfatórios. É certo que existia uma cultura tradicional de trabalho coletivo, ao nível da família extensa e da aldeia, mas em terras repartidas. A ideia da propriedade coletiva da terra era estranha aos camponeses. Como resultado do insucesso desta política, o carácter administrativo e autoritário no relacionamento com os camponeses, acentua-se. Quando em 1968 as autoridades tentam relançar a medida de coletivização das terras, não levam em conta os erros cometidos anteriormente, limitando-se a relançar a norma administrativa e ampliando a repressão. Por outro lado, aos poucos, os camponeses descobrem que as melhores terras estão a ser possuídas por privilegiados, que utilizam direitos familiares privados, o mesmo sucedendo com as pescas de lago e rio e com as pastagens.

As dificuldades do Mali, mais do que noutros lados, estão intimamente ligadas ao insucesso da unidade africana. A situação geográfica do país leva-o a necessitar de medidas de integração para viabilizar o desenvolvimento. Um fator positivo é o da forte mobilização da opinião pública maliana, melhor formada que em muitos outros países africanos. Iniciaram-se pressões e formas de luta que se revelaram eficazes, obrigando a remodelações ministeriais e a alterações de políticas. Por exemplo, Madeira Keita, que em 1968, era membro do Comité de Defesa da Revolução, organismo que substituiu o antigo secretariado político da US após Julho de 1967, teve de defrontar durante 7 horas seguidas os estudantes da Ecole Normal Superieur de Bamaco, negociando com os mesmos, medidas para terminar com a corrupção de funcionários e do corpo docente e alteração de políticas educativas, para além de maior dinamização e participação das organizações estudantis na gestão escolar.

Em 19 de Novembro de 1968 o golpe militar, comandado por Moussa Traoré inicia um período de reforma económica, frustrado no entanto pela agitação social e pela seca prolongada, do período de 1968 a 1974, que trouxe consigo uma onda de fome, profundamente sentida na região norte. Os militares de Traoré governaram o país, pressionados pelos protestos estudantis e por três tentativas de golpe de estado.

Nos anos noventa emerge uma coesa oposição política e social e desencadeiam-se revoltas de tuaregues no norte. A este fator juntam-se as medidas restritivas do FMI, que impõem uma brutal politica económica que gerou uma imensa vaga de desemprego e aumentou ainda mais o fosso de diferenciação social. A vaga de repressão, imposta pelo regime de Traoré, apenas desencadeou a fúria popular levando às grandes manifestações e greves gerais de 1991, conhecidas por Revolução de Março. O tenente-coronel Amadou Touré anuncia na rádio, em 26 de Março desse ano a queda do regime de Traoré e uma das primeiras medidas do governo de transição foi a marcação de eleições multipartidárias.

Fontes:
Yves Benot - Ideologies des independences africaines; Librairie François Maspero.2eme edition, 1979
Denise Paulme – Les civilisations Africaines; PUF, 6eme edition.


Moçambique: O PÉSSIMO HÁBITO PRESIDENCIAL



A Verdade, editorial

Durante muito tempo, o Presidente da República, Armando Guebuza, destacou-se por causa dos seus discursos vazios de combate à pobreza absoluta e sobre a auto-estima.

Porém, a escassos anos para o final do seu segundo mandato, o PR, como se sabe, tem vindo a ganhar notoriedade por um outro motivo: a alergia a qualquer tipo de crítica, seja da Imprensa, seja da sociedade no geral.

Diga-se em abono da verdade, tornou-se um (péssimo) hábito do Presidente lançar farpas para os críticos da sua governação. A juventude tem sido o principal alvo de Guebuza. Os mesmos jovens que, durante as campanhas eleitorais, são chamados para encher camiões e cantar “vivas”.

No mês passado, no encerramento do Comité Central da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), Guebuza disse que os jovens precisam de deixar de ser fofoqueiros e intriguistas e entregarem-se ao trabalho.

No último domingo, depois de ter acusado os jovens de pretenderem criar amnésia nos antigos combatentes para dar a entender que não era preciso lutar pela independência para libertar o país, voltou a atacar, afirmando que as redes sociais, como o Facebook e o Twitter, têm “o potencial de se transformar em espaços geradores de representações, fábricas de sonhos inalcançáveis e de infinitas miragens e expectativas que podem levar à secundarização da cultura de trabalho, promovendo o espírito de mão estendida”.

Na verdade, o que o PR sente é uma comichão no seu sistema sensorial ao aperceber-se de que a juventude moçambicana está a ganhar consciência dos seus direitos, deixando de ser simples besta de carga, passando a questionar as políticas públicas ou as acções do Governo de turno, além de indagar o destino para qual a nação é empurrada.

Aliás, os jovens já começaram a abandonar as caravanas de discursos falaciosos e cheios de parra e uva nenhuma proferidos por quem se aproveita dessa camada da população para continuar a levar a água para o seu moinho.

Os jovens ganharam a consciência de que durante anos vinham a abdicar da sua responsabilidade e da sua iniciativa política em relação à pátria amada.

Presentemente, deixaram de acreditar em tudo o que reluz como sinal de desenvolvimento, até porque se aperceberam de que o desenvolvimento de um país não se mede pelo sucesso de meia dúzia de empresários ligados ao poder, mas pelo desenvolvimento mental e cultural da população, e pela capacidade de se organizarem para serem protagonistas da luta pelo seu bem-estar.

Além disso, o que incomoda o Presidente é o facto de os jovens terem despertado para a situação dramática em que se encontra o seu país, tendo chegado à conclusão de que os políticos que têm não são exemplos para ninguém, são um verdadeiro perigo público que medram à custa do sofrimento dos moçambicanos.

Qual um político solitário e ferido no seu orgulho, Guebuza gasta a sua munição atirando para todos os lados sem acertar em alvo nenhum.

Ao invés de ministrar “palestras de motivação”, onde pudesse dar aos jovens dicas de como se edifica um património económico em tão pouco tempo, o Presidente da República prossegue indiferente ao eleitor, ao povo, aos jovens e à opinião pública, demonstrando o desprezo absoluto por alguns princípios básicos da democracia.

ISABEL DA COSTA FERREIRA SERÁ A NOVA PRIMEIRA-DAMA DE TIMOR-LESTE


Sapo TL

Em Maio, quando Taur Matan Ruak tomar posse como Presidente, Isabel da Costa Ferreira será a primeira timorense a assumir a função de Primeira Dama. Defensora dos direitos humanos e activista na denúncia dos massacres e violações realizados durante o período de ocupação indonésia, Isabel Ferreira tem tido um papel preponderante nestas áreas.

Casada com Taur Matan Ruak, tem três filhos, Lola, Tamarisa, e Quesadhip. No seu percurso profissional destaca-se a participação na redacção dos artigos da Constituição da RDTL, referentes a direitos humanos e o exercício de cargos em organizações humanitárias. Também fez parte da Comissão Verdade e Amizade e em 2006 foi vice-ministra da Justiça.

Isabel da Costa Ferreira nasceu a 15 de Abril de 1974 em Same, distrito de Manufahi. Filha de Mateus Ferreira e de Ana Flora de Jesus , é a segunda filha mais nova de treze irmãos. Frequentou a escola primária em 1980 e terminou o liceu em 1993. Mais tarde, estudou Direito na Universidade Nacional de Denpasar, terminando a licenciatura em 1998.

Nesse mesmo ano assumiu as funções de Coordenadora Geral da ONG Kontras Timor-Timur, uma organização não governamental responsável pela procura de timorenses desaparecidos durante os quase 24 anos de ocupação indonésia.

Um ano mais tarde foi Directora da Comissão Direitos Humanos Timor-Loro Sa’e , um grupo de trabalho que surgiu depois do referendo , para tratar dos atentados contra os direitos humanos provocados após o pronunciamento da população a favor da independência do território.

Em 2001, é eleita Membro da Assembleia Constituinte, pelas listas da UDT e contribui na redacção dos artigos da Constituição da RDTL, referentes a Direitos Humanos.Na fase da Administração Transitória das Nações Unidas e após a Restauração da Independência, Isabel Ferreira foi vice-presidente da Cruz Vermelha Timor-Leste e assessora do então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri para as questões dos direitos humanos.

Desde 2010 é Presidente da Comissão de Acompanhamento do Processo de Promoções na PNTL e Comissária da Comissão Função Pública.

Como especialista na área da defesa dos direitos humanos é frequente participar como oradora principal em seminários e conferências internacionais organizados na Austrália, Suíça e Indonésia.

No casamento de Isabel com Taur Matan Ruak, que decorreu na catedral de Díli, a 20 de Maio de 2001, estiveram presentes alguns dos mais importantes líderes timorenses, como os comandantes Lere Anan Timor e Falur Rate Lake e Francisco Guterres Lú-Olo.

Timor-Leste - Uma parte da "história gloriosa de Portugal", literatura



Diário Notícias Madeira

Os “40 Dias em Timor-Leste” é uma publicação do padre Aires Gameiro que tenta explicar as razões porque a portugalidade, enfim a lusofonia, se manteve tão forte numa terra tão longínqua, bem como o trabalho que os missionários desempenharam nessa parte da História de Portugal.

O lançamento da obra decorreu ontem no Museu Diocesano de Arte Sacra do Funchal, onde o clérigo que também já foi director da Casa de Saúde São João de Deus destacou vários pormenores curiosos deste seu estudo.

Aires Gameiro procurou a identidade “no meio de cinco séculos de caminhada com alguma lusofonia à distância”, explicando como, no seu entender, Timor passou de 30% de católicos para mais de 90%” e “porquê que a parte portuguesa de Timor não se tornou Calvinista ou muçulmana” apesar de toda a pressão política, religiosa e social das últimas décadas.

Um livro que conta, frisa, “uma página gloriosa de Portugal que é mal conhecida”.

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PR angolano saúda Taur Matan Ruak pela vitória nas presidenciais timorenses



NME - Lusa

Luanda, 20 abr (Lusa) - O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, saudou hoje Taur Matan Ruak pela vitória nas eleições presidenciais de Timor Leste, cujos resultados disse traduzirem "a vontade soberana do povo timorense" de ver o general "à frente doss seus destinos".

Na mensagem enviada, citada pela agência de notícias angolana Angop, José Eduardo dos Santos desejou ao general Taur Matan Ruak "imensas felicidades e muitos êxitos no cumprimento do seu mandato", reiterando o desejo do Governo angolano em continuar a aprofundar e fortalecer os laços de amizade e cooperação existentes, desde longa data, entre os dois povos e países.

O Chefe de Estado angolano destacou ainda a era de paz, liberdade e democracia que Timor Leste vive e que propicia a todos os timorenses a participação na realização dos seus mais profundos anseios de prosperidade e desenvolvimento económico e social.

Taur Matan Ruak venceu a segunda volta das eleições presidenciais timorenses, realizadas no domingo, com 61,23 por cento dos votos, derrotando Francisco Guterres Lu Olo, que obteve 38,77 por cento, de acordo com os resultados provisórios distritais divulgados pelo Secretário Técnico da Administração Eleitoral.

Angola poderá rever decisão de retirar missão militar da Guiné-Bissau



EL - Lusa

Luanda, 20 abr (Lusa) - Angola poderá manter o contingente militar que mantém estacionado na Guiné-Bissau, caso se verifiquem "mudanças na atitude das autoridades" guineenses e estiverem reunidas "condições políticas e a legalidade democrática for reposta", noticiou hoje, em Luanda, a agência Angop.

Citando um comunicado do Governo angolano, a Angop salienta que se mantém, contudo, a decisão anunciada há cerca de duas semanas relativamente à retirada da Guiné-Bissau da missão angolana de apoio à reforma do setor militar e de segurança guineense (Missang).

A decisão de pôr fim à Missang foi reiterada na audiência que o Presidente José Eduardo dos Santos deu hoje em Luanda a uma delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), liderada pelo ministro das Relações Exteriores da Costa do Marfim, Daniel Kablan Dancan.

Daniel Kablan Dancan deslocou-se a Luanda em nome do chefe de Estado da Costa do Marfim e presidente em exercício da CEDEAO, Alassane Ouattara.

Angola mantém desde 21 de março em Bissau cerca de 200 efetivos das suas forças armadas e polícia nacional, integrados na Missang.

No comunicado, o Governo afirma que na reunião com a delegação da CEDEAO ficou expressa a decisão da retirada unilateral e completa daquela missão da Guiné-Bissau, em consequência da suspensão da Missang

"Segundo o Executivo, esta posição resulta do facto de ter havido alteração da situação político e jurídico-constitucional" na Guiné-Bissau, podendo eventualmente ser revista em caso de se verificarem mudanças na atitude das autoridades e de estarem reunidas as condições políticas e a legalidade democrática reposta", destaca a Angop.

Angola associa-se às iniciativas da comunidade internacional, nomeadamente o Conselho de Segurança da ONU, União Africana, CEDEAO e CPLP, "para o restabelecimento da ordem constitucional, a reposição dos órgãos legítimos do poder de Estado e a conclusão das eleições na Guiné Bissau", sublinha o comunicado.

Sem adiantar datas para o início da retirada dos cerca de 200 efetivos militares que mantém estacionados em solo guineense, o comunicado do Governo angolano refere que, desde o anúncio do fim da Missang, há cerca de duas semanas, está preparado para a retirada daquele contingente.

A retirada deverá ser realizada em "estreita coordenação e sob verificação da CEDEAO, que deverá assegurar junto das Forças Armadas da Guiné Bissau as necessárias condições de segurança e tranquilidade para o efeito", conclui o comunicado.

Durão Barroso reafirma que UE não vai reconhecer regime saído do golpe militar



EL - Lusa

Luanda, 20 abr (Lusa) - A União Europeia não vai reconhecer o regime saído do golpe de Estado perpetrado a 12 de abril passado na Guiné-Bissau, garantiu hoje em Luanda o presidente da Comissão Europeia.

José Manuel Durão Barroso, que intervinha na conferência de imprensa que encerrou a sua visita oficial de dois dias a Angola, acrescentou que Bruxelas "só reconhece as autoridades legítimas da Guiné-Bissau" e exigiu a "libertação imediata" do presidente interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

"Nós não reconhecemos as autoridades autoinstituídas, autodenominadas. Quanto ao que vamos fazer a seguir, estamos neste momento em consultas, mas a base de partida é esta: não reconhecimento das autodeclaradas entidades representativas da Guiné-Bissau, porque na verdade não o são", frisou.

Segundo Durão Barroso, o processo democrático guineense foi interrompido por um golpe militar, recordando que, no âmbito dos Acordos de Cotonou, que regula as relações da União Europeia com os Estados do grupo África, Caraíbas e Pacífico(países ACP), Bruxelas "coloca como condição para a sua cooperação o respeito de algumas regras mínimas do funcionamento dos Estados".

"Infelizmente na Guiné-Bissau não se está a verificar esse respeito. É um assunto sobre o qual vamos continuar o diálogo, não apenas com as Nações Unidas, mas também com outras entidades como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPLP)", acentuou.

"Neste momento prosseguem consultas quanto ao melhor modo de procurar restabelecer a ordem constitucional na Guiné-Bissau", concluiu.

Executivo reitera decisão da suspensão da cooperação técnico-militar com a Guiné Bissau



Angola Press

Luanda - O Executivo da República de Angola reiterou hoje, sexta-feira, durante uma reunião com uma delegação de alto nível da CEDEAO, a sua decisão sobre a suspensão do Protocolo para implementação de um programa de cooperação técnico-militar e de segurança com a República da Guiné Bissau.

Num comunicado, o Executivo afirma que na reunião, realizada em Luanda, ficou expressa a decisão, em consequência desta suspensão, da retirada unilateral e completa da MISSANG do território da Guiné Bissau.

Segundo o Executivo, esta posição resulta do facto de ter havido alteração da situação político e jurídico constitucional na República da Guiné Bissau, podendo eventualmente ser revista em caso de se verificarem mudanças na atitude das autoridades e de estarem reunidas as condições políticas e a legalidade democrática reposta.

"O Executivo angolano associa-se aos esforços da Comunidade Internacional, nomeadamente o CS da ONU, o Conselho de Paz da UA, a CEDEAO e a CPLP, para o restabelecimento da ordem constitucional, a reposição dos órgãos legítimos do poder de Estado e a conclusão das eleições na Guiné Bissau", realça o comunicado.

Neste sentido, o Executivo manifesta a sua disponibilidade no sentido de trabalhar com a comunidade internacional para a estabilização e o respeito dos princípios constitucionais e democráticos na República da Guiné Bissau.

"O Executivo está, desde que comunicou a sua decisão, pronto para a retirada da MISSANG, a ser realizada em estreita coordenação e sob verificação da CEDEAO que deverá assegurar junto das Forças Armadas da Guiné Bissau as necessárias condições de segurança e tranquilidade para o efeito", declara o comunicado.

ANGOLA PRECISA REENCONTRAR-SE!




Martinho Júnior, Luanda

1 – A atracção de Angola às areias movediças do norte, do Sudão às Guinés, é um dos resultados das enormes transformações operadas de há dez anos a esta parte, em função dos caminhos que se privilegiaram com a ausência de tiros no país, sobretudo com a impulsão de poderosas alavancas conotadas às estratégias múltiplas elaboradas a partir do petróleo e tendo-o como vertebral referência.

Seria impossível esses caminhos sem a abertura escancarada de portas a investimentos a partir de várias “plataformas financeiras”, algumas delas ligadas directamente a alguns dos principais bancos tutelados pela aristocracia financeira mundial, que se interligaram a interesses que estão apostados na “deslocalização” a partir das suas áreas tradicionais de “mercado”.

Os fenómenos característicos do capitalismo neo liberal estimulado pela hegemonia do império, que a partir dos “lobbies” do petróleo e dos minerais se fazem sentir cada vez mais em todos os capítulos da vida “emergente” em Angola, estimularam a formação de novas elites, fomentaram fenómenos próprios e implicaram-se na definição e edificação da estratificação económica e social que vai modelando a sociedade angolana, uma sociedade efectivamente desequilibrada, onde o fosso das desigualdades entre um grupo poderoso e o resto da população é cada vez mais evidente, ao ponto de se poder considerar que existe a tendência para um autêntico “apartheid” social, palpável na geografia humana que vai marcando principalmente a capital!

Os impactos são subtis expedientes de ingerência, de conveniência e de manipulação por parte do capital, que modelam os interesses locais do alvo, nas esferas financeiras, económicas e sócio-políticas, condicionando por fim as instituições do estado de “democracia representativa” e o próprio poder, pelo que a Angola contemporânea, após o lançamento dos programas com os rótulos de Reconciliação e Reconstrução Nacional numa via de Paz, nada tem a ver com a imagem de Angola fruto da luta contra o colonialismo, o “apartheid” e suas sequelas, por que é, de facto, uma Angola agenciada pelos métodos e fins da globalização neo liberal e um seu produto agora colocado à prova também no “mercado internacional”.

A SONANGOL está no âmago desse expediente que se sucedeu ao choque das guerras como a única “terapêutica” a seguir:

Antes de 2002, a SONANGOL limitou-se quase exclusivamente às operações no ramo, muito embora tivesse dado início ainda na década de 80, à abertura de representações no exterior (a de Londres).

A partir de 2002, a SONANGOL abriu outras áreas de actuação aproveitando as oportunidades sobretudo da “bancarização”, que vai ganhando consistência no núcleo duro duma holding com proliferação de múltiplos tentáculos e interesses no espaço nacional e em várias partes do mundo, desde os Estados Unidos à China, passando pela Europa, em menor escala pelo Médio Oriente e finalmente, em diversas partes de África.

Essa holding, por seu turno, tirando partido das “parcerias público privadas”, é o fio condutor do grosso das acções externas da “diplomacia económica” angolana marcada pelo compasso dos interesses novas elites agenciadas pela globalização neo liberal (o que é visível no carácter até em muitos órgãos da informação pública) que indicia servir de locomotiva para as políticas do estado atraídas ao “diktat” dos interesses do império, nas suas iniciativas externas, reflectindo aliás o que se passa dentro do país.

Tudo isso faz parte “da paz que estamos com ela”, ou seja, nada tem a ver com luta contra o subdesenvolvimento, nem a ver com equilíbrio e justiça social!

2 – A “bancarização”, a “deslocalização” e a chegada de fluxos humanos importantes (especialmente os aparentemente “deserdados” de Portugal), entre muitos outros fenómenos indexados ao “mercado neo liberal”, provocaram impactos múltiplos incluindo de ordem psicológica e cultural, que agora como nunca condicionam as filosofias do estado angolano nas suas políticas internas e vão-se reflectindo também como nunca nos relacionamentos internacionais.

Se de Portugal, Angola recebe migrações de “know how” técnico relativamente relevantes, como também muita dose de oportunismo, na corrente inversa e em Portugal a SONANGOL enquanto holding está cada vez mais presente, por via de bancos, por via de investimentos, numa nebulosa de parcerias que integram interesses públicos e privados, condicionando também o carácter do estado português impotente, acondicionado e vergado face à crise, conjugando outras “praças financeiras” e estimulando outras projecções em cadeia.

Esses fenómenos projectam-se fortemente na presença angolana nas duas Guinés (a de Bissau e a de Conacry), por causa fundamentalmente da conjugação dos interesses sobre a exploração de bauxite e começam também a manifestar-se por vias distintas noutras regiões como o Mali e o Sudão, em ambos os casos por causa dos esforços do “lobby” do petróleo, com o risco de contrariar a própria identidade nacional frutificada no processo histórico da luta contra o colonialismo, o “apartheid” e as suas sequelas.

Desse modo corre-se o risco de Angola se vir a tornar cada vez mais num “gendarme” de interesses conjugados no âmbito de alargadas políticas e estratégias neo liberais, uma terceira bandeira de conveniência para implantar sob o rótulo da “emergência” no panorama conturbado da Europa, de África e de outros lugares, precisamente no momento em que a sul há indícios do redesenhar do mapa do continente em função desses mesmos interesses, não sendo por acaso que um homem com o curriculum e a trajectória de Chicoty assuma agora a direcção das Relações Exteriores, transmitindo filosofias que rompem com o carácter implementado num passado recente, quando ainda em vida estava Paulo Jorge.

3 – Em “MALI – O PETRÓLEO E AS OUTRAS RIQUEZAS MINERAIS INCITAM AS DISPUTAS” (http://paginaglobal.blogspot.com/2012/04/mali-o-petroleo-e-as-outras-riquezas.html) apontei alguns elementos que estão implícitos na leitura dos relacionamentos internacionais “de novo tipo” que a diplomacia e o estado angolano estão a levar a cabo na África do Oeste e, ainda em fase embrionária no Mali e no Sudão concluindo que “sob o meu ponto de vista e em nome da cultura de paz que não se cansa de apregoar, Angola deve rever imediatamente as suas políticas em direcção à África do Oeste (Mali e Guinés), tal como em relação ao Sudão, pelo mais simples dos motivos: depois da saga histórica que tem vivido, aqueles que estiveram tão vinculados ao movimento de libertação em África, esperam que nunca venha a acontecer que os feitiços desta globalização capitalista neo liberal com sinal de hegemonia anglo-saxónica, que passam pelo redesenhar neo colonial do mapa de África, não se venham a voltar contra este tão pouco previdente, quão imprudente aprendiz de feiticeiro!”

Julgo pois que Angola se deve voltar sobretudo sob si própria, rever-se e rever todos os expedientes em curso e a sua oportunidade ou não, assim como voltar-se sobre a região da SADC, sobre as suas potencialidades, levando a cabo ingentes tarefas sobretudo em relação à prioridade que é o homem, dando mais consistência e consolidando a muitas das suas iniciativas internas conseguidas ao longo de décadas, antes de assumir qualquer projecção externa de vulto em especial em direcção a regiões onde o “arco de crise”, em função da “primavera árabe” e de outros fenómenos típicos do Médio Oriente, tende a crescer.

Que se dê efectiva proficuidade à Paz e, quaisquer que sejam os maus resultados dos relacionamentos (como no corrente caso da Guiné Bissau), Angola tem a responsabilidade de zelar para nunca se abrir caminho, nem abrir caminho em Organizações como a CPLP, Regionais, na Unidade Africana e na ONU, aos interesses que se reflectem Nas manobras do AFRICOM e da NATO dentro do espaço continental de África!

PAZ SIM, NATO NÃO!

CUBA PARA A CPLP!

Foto: desfile da última marcha pela paz em Luanda, a 4 de Abril de 2012.

ANGOLA É "IMPORTANTE" PARA ÁFRICA E PARA O MUNDO




Kumuênho da Rosa e Fonseca Bengui – Jornal de Angola - Fotografia: Carlos Campos

O Chefe de Estado angolano reuniu-se ontem de manhã, no Palácio da Cidade Alta, com o presidente da Comissão Europeia. José Eduardo dos Santos e Durão Barroso conversaram durante uma hora e voltaram a falar durante o almoço no Salão Nobre do Palácio Presidencial.

No encontro com o Presidente José Eduardo dos Santos, Durão Barroso foi acompanhado pelo embaixador da União Europeia em Angola, Javier Puyol, conselheiros da embaixada e alguns membros do seu gabinete. Da parte angolana participaram o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente, a ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, o secretário para os Assuntos Diplomáticos, Carlos Alberto Fonseca, e a embaixadora Elisabeth Simbrão.

No final do encontro nenhuma das partes falou à imprensa. Os jornalistas foram informados de que o presidente da Comissão Europeia faria um rescaldo da visita apenas hoje, em conferência de imprensa.

Confiança nos angolanos

Mas após reunir-se com o presidente da Assembleia Nacional, no período da tarde, o presidente da Comissão Europeia falou aos jornalistas. Disse que tem “grande confiança no futuro de Angola”, país em que visitou em “momentos dramáticos, momentos dificílimos da sua História.” “Vejo que Angola, não apenas está a crescer economicamente, mas que está a construir as bases para uma institucionalização democrática para a realização de eleições livres e justas”, declarou à imprensa à saída de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma. “Acho que isso é muito importante para este país africano, e também para o aprofundamento das relações entre a União Europeia e Angola”, acrescentou Durão Barroso. Após a reunião com António Paulo Kassoma, o presidente da Comissão Europeia encontrou-se com os líderes das bancadas parlamentares e das comissões de especialidade da Assembleia Nacional.

Sociedade civil

Na agenda estavam ainda encontros com representantes de organizações da sociedade civil, como o Sindicato dos Jornalistas Angolanos, o Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade no Género e a Associação Justiça Paz e Democracia.

Situação da Guiné

Durão Barroso disse que a situação na Guiné-Bissau foi abordada no encontro com o Presidente José Eduardo dos Santos e com o líder do Parlamento angolano. “Existe uma grande convergência de pontos de vista com Angola”, afirmou Durão Barroso, sublinhando que, recentemente, numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em que defendeu como “essencial que a legalidade constitucional seja respeitada”.

Posição comum

Durão Barroso subscreveu a posição de Angola, CPLP, CEDEAO, Conselho de Paz da União Africana e Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Estamos também a trocar as nossas análises sobre a situação na Guiné-Bissau e espero que o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reuniu ontem para analisar a questão, consiga algum progresso em relação a isso”, disse.

Após desembarcar no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, onde foi recebido pela ministra Ana Dias Lourenço e responsáveis da representação diplomática da União Europeia em Luanda, Durão Barroso disse a jornalistas que o objectivo da sua visita é o de relançar as relações entre a UE e Angola.

José Manuel Durão Barroso referiu-se a Angola como um país que “assume cada vez mais importância em África e no resto do mundo”, facto que impõe o reforço das relações de cooperação em áreas de interesse comum.

O dignitário europeu prossegue hoje a sua jornada de trabalho com a visita de projectos do Executivo para garantir o bem-estar social.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) repudiou ontem, em Luanda, uma informação posta a circular pelo “site” da Internet “Club-K”, sobre uma alegada tentativa de suborno a um magistrado do Ministério Público, para abafar investigações contra o ex-ministro da Comunicação Social, Manuel António Rabelais.

Segundo uma nota de imprensa daquela instituição, a PGR considera a informação “falsa, cujo conteúdo é susceptível de causar danos irreparáveis ao bom nome e reputação das pessoas referenciadas, bem como a credibilidade da própria justiça”.

Neste contexto, esclarece publicamente que, no dia 23 de Junho de 2010, a PGR ordenou a abertura de um inquérito, para apurar uma eventual existência de responsabilidades na gestão de alguns órgãos de comunicação social pública, em função de denúncias que haviam sido publicamente divulgadas.

Sublinha que, para dirigir o referido inquérito, foi designado o procurador provincial da República, Mota Liz, cuja integridade moral, cívica e profissional nunca foi posta em causa.

Por outro lado, acrescenta que, dentro do prazo que lhe havia sido fixado, o magistrado concluiu o inquérito e apresentou o respectivo relatório ao Procurador-Geral da República, datado de 9 de Agosto de 2010, e do qual resultaram ­indícios suficientes de terem sido praticados factos susceptíveis de responsabilização criminal.

A PGR esclarece que foi mandado instaurar o respectivo processo-crime que corre os seus trâmites na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), a cargo de outros magistrados e instrutores, sem qualquer nova intervenção de Mota Liz, que, aliás, não integra os quadros daquela direcção.

A PGR tem feito esclarecimentos públicos sobre acções que estão no âmbito das suas atribuições e competências para elucidar os cidadãos sobre o seu papel.Os membros do comité provincial de Luanda do MPLA apoiam incondicionalmente as propostas dos comités de acção do partido, da OMA e da JMPLA, no sentido de José Eduardo dos Santos ser o cabeça de lista do partido às Eleições Gerais de 2012.

A proposta foi ontem tornada pública, durante a primeira reunião plenária extraordinária do MPLA de Luanda.

Os militantes reconheceram os feitos do presidente do MPLA e da República de Angola, pela inteligência, dedicação e espírito de sacrifício de militante ímpar, pela forma como tem conduzido os destinos do partido e da Nação, como garante da unidade e reconciliação nacional, e pela sua dimensão de estadista de referência em África e no mundo.

A reunião aprovou ainda uma moção de apoio ao Presidente José Eduardo dos Santos, na qual reitera a sua solidariedade e incondicional apoio à sua liderança dos destinos do partido e do país.

Os participantes congratularam-se com o fim do processo de actualização dos dados e registo eleitoral dos militantes do partido, da OMA e da JMPLA em Luanda.Os membros do comité provincial de Luanda do MPLA apoiam incondicionalmente as propostas dos comités de acção do partido, da OMA e da JMPLA, no sentido de José Eduardo dos Santos ser o cabeça de lista do partido às Eleições Gerais de 2012.

A proposta foi ontem tornada pública, durante a primeira reunião plenária extraordinária do MPLA de Luanda.

Os militantes reconheceram os feitos do presidente do MPLA e da República de Angola, pela inteligência, dedicação e espírito de sacrifício de militante ímpar, pela forma como tem conduzido os destinos do partido e da Nação, como garante da unidade e reconciliação nacional, e pela sua dimensão de estadista de referência em África e no mundo.

A reunião aprovou ainda uma moção de apoio ao Presidente José Eduardo dos Santos, na qual reitera a sua solidariedade e incondicional apoio à sua liderança dos destinos do partido e do país.

Os participantes congratularam-se com o fim do processo de actualização dos dados e registo eleitoral dos militantes do partido, da OMA e da JMPLA em Luanda.

Angola: PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA NEGA SUBORNO




Jornal de Angola - Fotografia: Santos Pedro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) repudiou ontem, em Luanda, uma informação posta a circular pelo “site” da Internet “Club-K”, sobre uma alegada tentativa de suborno a um magistrado do Ministério Público, para abafar investigações contra o ex-ministro da Comunicação Social, Manuel António Rabelais.

Segundo uma nota de imprensa daquela instituição, a PGR considera a informação “falsa, cujo conteúdo é susceptível de causar danos irreparáveis ao bom nome e reputação das pessoas referenciadas, bem como a credibilidade da própria justiça”.

Neste contexto, esclarece publicamente que, no dia 23 de Junho de 2010, a PGR ordenou a abertura de um inquérito, para apurar uma eventual existência de responsabilidades na gestão de alguns órgãos de comunicação social pública, em função de denúncias que haviam sido publicamente divulgadas.

Sublinha que, para dirigir o referido inquérito, foi designado o procurador provincial da República, Mota Liz, cuja integridade moral, cívica e profissional nunca foi posta em causa.

Por outro lado, acrescenta que, dentro do prazo que lhe havia sido fixado, o magistrado concluiu o inquérito e apresentou o respectivo relatório ao Procurador-Geral da República, datado de 9 de Agosto de 2010, e do qual resultaram ­indícios suficientes de terem sido praticados factos susceptíveis de responsabilização criminal.

A PGR esclarece que foi mandado instaurar o respectivo processo-crime que corre os seus trâmites na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), a cargo de outros magistrados e instrutores, sem qualquer nova intervenção de Mota Liz, que, aliás, não integra os quadros daquela direcção.

A PGR tem feito esclarecimentos públicos sobre acções que estão no âmbito das suas atribuições e competências para elucidar os cidadãos sobre o seu papel.

COMITÉ DE LUANDA DO MPLA APOIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS



Fula Martins – Jornal de Angola

Os membros do Comité Provincial de Luanda do MPLA apoiam incondicionalmente as propostas dos comités de acção do partido, da OMA e da JMPLA, no sentido de José Eduardo dos Santos ser o cabeça de lista do partido às Eleições Gerais de 2012.

A proposta foi ontem tornada pública, durante a primeira reunião plenária extraordinária do MPLA de Luanda.

Os militantes reconheceram os feitos do presidente do MPLA e da República de Angola, pela inteligência, dedicação e espírito de sacrifício de militante ímpar, pela forma como tem conduzido os destinos do partido e da Nação, como garante da unidade e reconciliação nacional, e pela sua dimensão de estadista de referência em África e no mundo.

A reunião aprovou ainda uma moção de apoio ao Presidente José Eduardo dos Santos, na qual reitera a sua solidariedade e incondicional apoio à sua liderança dos destinos do partido e do país.

Os participantes congratularam-se com o fim do processo de actualização dos dados e registo eleitoral dos militantes do partido, da OMA e da JMPLA em Luanda.

JUÍZA ASSASSINADA NO RIO DE JANEIRO LEVOU TIROS DE ARMAS DO EXÉRCITO



Jornal de Notícias

A juíza brasileira Patrícia Acioli, morta em 11 de Agosto de 2011, no Rio de Janeiro, levou tiros de uma arma do exército, segundo informação de um inquérito da Polícia Federal divulgado, esta sexta-feira, pelo jornal "Folha de São Paulo".

Acioli, que julgava o envolvimento de polícias em crimes, foi morta com 21 disparos quando chegava a casa. Os 11 polícias militares acusados do assassínio estão presos, e devem ser presentes a um júri popular.

A arma do exército, uma pistola Colt de calibre 45, foi uma das três usadas para o crime, diz o inquérito citado pelo jornal brasileiro.

A arma foi encontrada na favela São José Operário, na zona oeste da cidade, que é dominada por milicianos, segundo a polícia.

O exército está a investigar de quem é a arma, mas informou, segundo a "Folha de São Paulo", eu não houve comunicação de roubo ou furto da pistola.

Brasil - Corrupção: CRIME CONTRA A SOCIEDADE



Leonardo Boff* – Correio do Brasil, opinião

Segundo a Transparência Internacional, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. Sobre 91 analisados, ocupa o 69º lugar. Aqui ela é histórica, foi naturalizada, vale dizer, considerada como um dado natural, é atacada só posteriormente quando já ocorreu e tiver atingido muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. Os dados são estarrecedores: segundo a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anualmente ela representa 84.5 bilhões de reais. Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil, poder-se-iam construir 1,5 milhões de casas.

Só estes dados denunciam a gravidade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vivessem na China muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular. Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Carlinhos Cachoeira que para garantir seus negócios infiltrou-se corrompendo gente do mundo político, policial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar. Importa compreender este perverso processo criminoso.

Comecemos com a palavra corrupção. Ela tem origem na teologia. Antes de se falar em pecado original, expressão que não consta na Bíblia mas foi criada por Santo Agostinho no ano 416 numa troca de cartas com São Jerônimo, a tradição cristã dizia que o ser humano vive numa situação de corrupção. Santo Agostinho explica a etimologia: corrupção é ter um coração (cor) rompido (ruptus) e pervertido. Cita o Gênesis: “a tendência do coração é desviante desde a mais tenra idade”(8,21). O filósofo Kant fazia a mesma constatação ao dizer:“somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. Em outras palavras: há uma força em nós que nos incita ao desvio que é a corrupção. Ela não é fatal. Pode ser controlada e superada, senão segue suatendência.

Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cultural.

A histórica: somos herdeiros de uma perversa herança colonial e escravocrata que marcou nossos hábitos. A colonização e a escravatura são instituições objetivamente violentas e injustas. Então as pessoas para sobreviverem e guardarem a mínima liberdade eram levadas a corromper. Quer dizer: subornar, conseguir favores mediante trocas, peculato (favorecimentoilícito com dinheiro público) ou nepotismo. Essa prática deu origem ao jeitinho brasileiro, uma forma de navegação dentro de uma sociedade desigual e injusta e à lei de Gerson que é tirar vantagem pessoal de tudo.

A política: a base da corrupção política reside no patrimonialismo, na indigente democracia e no capitalismo sem regras. No patrimonialismo não se distingue a esfera pública da privada. As elites trataram a coisa pública como se fosse sua e organizaram o Estado com estruturas e leis que servissem a seus interesses sem pensar no bem comum. Há um neopatrimonialismo na atual política que dá vantagens (concessões, médios de comunicação) a apaniguadospolíticos.

Devemos dizer que o capitalismo aqui e no mundo é em sua lógica, corrupto, embora aceito socialmente. Ele simplesmente impõe a dominação do capital sobre o trabalho, criando riqueza com a exploração do trabalhador e com a devastação da natureza. Gera desigualdades sociais que, eticamente, são injustiças, o que origina permanentes conflitos de classe. Por isso, o capitalismo é por natureza antidemocrático, pois a democracia supõe uma igualdade básica dos cidadãos e direitos garantidos, aqui violados pela cultura capitalista. Se tomarmos tais valores como critérios, devemos dizer que nossa democracia é anêmica, beirando a farsa. Querendo ser representativa, na verdade, representa os interesses das elites dominantes e não os gerais da nação. Isso significa que não temos um Estado de direito consolidado e muito menos um Estado de bem-estar social. Esta situação configura uma corrupção já estruturada e faz com que ações corruptas campeiem livre e impunemente.

Cultura: A cultura dita regras socialmente reconhecidas. Roberto Pompeu de Toledo escreveu em 1994 na Revista Veja: “Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições”. Os corruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. Via de regra podemos dizer: quanto mais desigual e injusto é um Estado e ainda por cima centralizado e burocratizado como o nosso, mais se cria um caldo cultural que permite e tolera a corrupção.

Especialmente nos portadores de poder se manifesta a tendência à corrupção. Bem dizia o católico Lord Acton (1843-1902): ”o poder tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente”. E acrescentava:”meu dogma é a geral maldade dos homens portadores de autoridade; são os que mais se corrompem”.

Por que isso? Hobbes no seu Leviatã (1651) nos acena para uma resposta plausível: “assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”. Lamentavelmente foi o que ocorreu com o PT. Levantou a bandeira da ética e das transformações sociais. Mas ao invés de se apoiar no poder da sociedade civil e dos movimentos e criar uma nova hegemonia, preferiu o caminho curto das alianças e dos acordos com o corrupto poder dominante. Garantiu a governabilidade a preço de mercantilizar as relações políticas e abandonar a bandeira da ética. Um sonho de gerações foi frustrado. Oxalá possa ainda ser resgatado.

Como combater a corrupção? Pela transparência total, pelo aumento dos auditores confiáveis que atacam antecipadamente a corrupção. Como nos informa o World Economic Forum, a Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes; o Brasil apenas, 12.800 quando precisaríamos pelo menos de 160.000. E lutar para umademocracia menos desigual e injusta que a persistir assim será sempre corrupta e corruptora.

* Leonardo Boff é Teólogo, filósofo e escritor.

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Guiné-Bissau: Cabo Verde disponível para enviar tropas -- ministro da Defesa



Lusa

Cidade da Praia, 20 abr (Lusa) - Cabo Verde está disponível para participar, "a qualquer nível", numa missão de paz na Guiné-Bissau sob os auspícios das Nações Unidas, afirmou hoje o ministro da Defesa cabo-verdiano.

Falando aos jornalistas após um encontro de trabalho com o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, igualmente comandante supremo das Forças Armadas, Jorge Tolentino salientou, porém, que primeiro terá de se conhecer o "perfil" da eventual força para, depois, se analisar a forma como Cabo Verde poderá participar.

"Quanto à possibilidade de participação de Cabo Verde, essa possibilidade não está claramente colocada sobre a mesa. O que neste momento nos preocupa é a constituição da força sob a responsabilidade das Nações Unidas. Uma vez constituída, definidos os contornos, aí sim, veremos se e como as Forças Armadas de Cabo Verde poderão participar", afirmou.

“QUALQUER FORÇA ESTRANGEIRA SERIA CONSIDERADA FORÇA INVASORA” – Comando Militar



MB - Lusa

Bissau, 20 abr (Lusa) -- O porta-voz do Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau no passado dia 12 disse hoje que qualquer força estrangeira enviada para o país seria considerada pelos militares uma força invasora "porque o país não está em guerra".

Segundo o tenente-coronel Daba Na Walna, não se justifica o envio de uma força estrangeira "seja de interposição como de manutenção da paz" para a Guiné-Bissau porque "o país não se encontra em nenhuma guerra".

O porta-voz do Comando Militar guineense falava numa conferência de imprensa para "responder às declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e do senhor Georges Chicoti (chefe da diplomacia angolana)", na quinta-feira, na sede das Nações Unidas.

"O envio de uma força para aqui, para nós será uma força de invasão. A Guiné-Bissau está a procura de uma solução endógena para os seus problemas", disse Na Walna, criticando o posicionamento de Angola, de Portugal e do chefe da diplomacia da Guiné-Bissau, Mamadu Djaló Pires.

Para o porta-voz do Comando Militar, estas três entidades pretendem levar a comunidade internacional a assumir uma posição errada perante os problemas da Guiné-Bissau.

"Esperamos que o bom senso governe o mundo e que as Nações Unidas, ou o Conselho de Segurança não dê provimento a este pedido, porque na verdade uma força de manutenção de paz implicava necessariamente que o país estivesse em conflito, ou que houvesse uma guerra e tornasse necessária a intervenção da comunidade internacional no sentido da manutenção da paz", defendeu Daba Na Walna.

"Nós temos aqui um gabinete da Uniogbis (gabinete integrado das Nações Unidas para a Consolidação da paz na Guiné-Bissau) que está para isso em representação das Nações Unidas no sentido da procura da paz para a Guiné-Bissau", afirmou o porta-voz do Comando Militar.

Daba Na Walna voltou a acusar Angola de ter outros interesses na Guiné-Bissau "que não têm nada que ver com a ajuda", pelo que, assinalou, aquele país quer implantar uma força invasora no país "a coberto de uma força de manutenção da paz".

"Essa força viria para garantir segurança ao Djaló Pires e ao seu Governo e também aos angolanos, aos seus interesses aqui, para que possam sugar o mais forte possível os nossos recursos", considerou Na Walna.

Este oficial militar diz não compreender que a comunidade internacional só agora esteja preocupada pela paz na Guiné-Bissau, lembrando que aquando dos assassínios de dirigentes "como o Presidente 'Nino' Vieira, ou o general Tagmé Na Waié, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas", não se viram as mesmas preocupações.

Daba Na Walna afirmou ser falso quando o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Mamadu Djalo Pires diz na sede das Nações Unidas que o golpe de Estado do passado dia 12 só teve lugar porque os militares não queriam deixar o Governo do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior (que está detido), prender o atual chefe das Forças Armadas, António Indjai.

"Ouvimos o ministro Djaló Pires a tentar indexar este levantamento militar a um bando de traficantes da droga. Ouvimos o Djaló Pires a acusar o general António Indjai em como terá sido o autor deste golpe de Estado (...) porque aquele estava a evitar que fosse combatido o tráfico de droga no país", disse.

Daba Na Walna afirmou que Djaló Pires antes de ser nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros foi ministro da Justiça mas nunca disse nada relacionado com o tráfico de droga contra António Indjai.

"Agora que há este levantamento militar é que ele tenta confundir a opinião pública internacional sobre as verdadeiras razoes deste levantamento militar", observou Na Walna.

O autointitulado Comando Militar nomeou na quinta-feira o ex-presidente da Assembleia Nacional Serifo Nhamadjo, para a chefia do Estado interina até à realização de eleições, mas a comunidade internacional não reconhece as autoridades nomeadas pelos militares.

Também na quinta-feira, o conselho de Segurança das Nações Unidas discutiu a situação na Guiné-Bissau e os chefes da diplomacia de Portugal, Angola (pela CPLP), o próprio ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Mamadu Djaló Pires, e o embaixador da Costa do Marfim (pela CEDEAO) pediram o envio de uma força de interposição para devolver o poder aos civis.

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