quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

ONU DESPEDE-SE DE TIMOR-LESTE CONFIANTE NO FUTURO DO PAÍS

 

SK (MSE) HB - Lusa
 
Redação, 31 dez (Lusa) - O chefe da missão da ONU em Timor-Leste mostrou-se hoje confiante no futuro da jovem nação e sublinha a "determinação inabalável" dos timorenses para superar desafios, no dia em que a organização termina o seu trabalho no país.
 
As Nações Unidas terminam hoje a última missão em Timor-Leste, 13 anos depois de terem chegado para a consulta popular que levou o ex-território português à independência.
 
Entre 1999 e 2012 passaram por Timor-Leste cinco missões das Nações Unidas, quatro das quais para a manutenção da paz. A Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) foi estabelecida em 2006 na sequência da grave crise política e militar que provocou dezenas de mortos, milhares de desalojados e a implosão da polícia nacional.
 
"O povo timorense e os seus líderes demonstraram coragem e uma determinação inabalável para superar os grandes desafios. Embora exista ainda muito trabalho pela frente, este é um momento histórico em que os progressos alcançados devem ser reconhecidos", refere o atual e último responsável da UNMIT, Finn Reske-Nielsen, em comunicado.
 
A partida dos quase dois mil funcionários internacionais da ONU aconteceu ao longo das últimas semanas e apenas uma reduzida equipa, que será chefiada por este diplomata dinamarquês, permanecerá "até março de 2013" em Díli para tratar dos últimos detalhes, precisa a mesma nota.
 
Reske-Nielsen, que também é representante do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembra que, quando chegou a Timor-Leste em 1999, encontrou um "país devastado pela luta e agitação política", uma nação "abalada pelo sofrimento e deslocação".
 
"Foi um privilégio ter acompanhado o caminho de Timor-Leste para sair daqueles tempos difíceis, rumo à paz, estabilidade e a um futuro mais brilhante, mais seguro", aponta.
 
O representante do secretário-geral da ONU no país vincou, contudo, que o fim da missão da UNAMIT não marca o fim da parceria entre Timor-Leste e as Nações Unidas.
 
"Numa altura em que os [últimos] soldados da paz partem, aguardamos com expectativa uma nova fase neste relacionamento, com o enfoque virado para o desenvolvimento socioeconómico", precisou.
 
No final de outubro, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e Finn Reske-Nielsen puseram fim às operações da missão de manutenção de paz em Timor-Leste, quando as responsabilidades de comando e controlo das operações policiais já tinham sido transferidas para a Polícia Nacional de Timor-Leste.
 
O fim da presença internacional é justificado por Xanana Gusmão com a capacidade que as forças de defesa e de segurança timorenses adquiriram nos últimos anos.
 
Apesar de o ex-Presidente José Ramos-Horta ver com "alguma apreensão" o fim das missões internacionais, preferindo mantê-las durante mais um ou dois anos, o Conselho de Segurança da ONU retirou Timor-Leste da sua agenda e elogiou as "notáveis conquistas" na última década.
 
Durante o mandato das Nações Unidas, foram realizadas as eleições legislativas e presidenciais em 2007 e 2012. A forma como decorreram os escrutínios deste ano, considerados livres, justos e transparentes pela comunidade internacional, foram determinantes para o Conselho de Segurança da ONU decretar o fim da missão.
 

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