quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Presidente da Guiné-Bissau ausculta sindicatos sobre andamento do período transição




MB – MLL – Lusa com foto

Bissau, 07 fev (Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, reuniu-se hoje durante mais de cinco horas com representantes de vários sindicatos do país para análise do processo de transição decorrente do golpe de Estado de abril passado.

Em declarações aos jornalistas, à saída do encontro, Estêvão Có e Filomeno Cabral, responsáveis das duas maiores centrais sindicais do país, afirmaram que o Presidente Serifo Nhamadjo quer saber qual a sensibilidade dos sindicatos sobre o processo de transição e desta forma ter uma ideia global do país.

A ideia do chefe de Estado guineense, disse Filomeno Cabral, secretário-geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI), "é ter uma apreciação geral de todas as franjas" do país sobre o andamento da transição antes de partir para a cimeira da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) a 27 deste mês.

Nos últimos dias o Presidente de transição guineense tem estado em presidência aberta pelo interior do país.

De regresso a Bissau presidiu, no sábado e no domingo, a duas reuniões com o Governo e chefias militares. Em todas as ocasiões se tem falado do período de transição e, sobretudo, da necessidade de ser alargado, já que tecnicamente será impossível realizar eleições gerais na data prevista, em abril próximo.

O secretário-geral da UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné), Estêvão Có, disse ter dito ao Presidente de transição que concorda que as eleições sejam realizadas "só depois de o Estado estar organizado".

"Realizar eleições na data marcada (abril deste ano) é enganarmo-nos uns aos outros", afirmou.

"Primeiro é preciso organizar o Estado e só depois realizar eleições que serão aceites por toda gente", observou o secretário-geral da UNTG, maior central sindical do país.

Mas, antes, Estêvão Có quer ver o Estado guineense a promover "uma verdadeira reforma" da administração pública, a introduzir uma nova grelha salarial no país e a fixar um novo salário mínimo nacional.

Além dos dois sindicatos dos trabalhadores da função pública estiveram presente no encontro a ordem dos advogados e os sindicatos dos professores, dos motoristas e dos jornalistas, entre outras organizações representativas.

O encontro deve ser retomado nos próximos dias.

"É um encontro de busca de soluções internas. Dissemos ao Presidente ser pertinente este tipo de debate. Devemos voltar a conversar, pois há toda a necessidade de haver um pacto social, um pacto de regime. Dissemos ao Presidente que vamos refletir e voltar com uma proposta concreta", afirmou Filomeno Cabral.

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