MB – APN - Lusa
Bissau, 10 mai
(Lusa) - O embaixador da União Europeia em Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay,
considera que é possível fazer eleições este ano e diz que os 27 estão
disponíveis para "contribuir substancialmente para o processo".
Num discurso por
ocasião do dia da Europa, marcado em Bissau por um jantar na delegação da EU,
na quinta-feira, para o qual não foram convidados os elementos das atuais
autoridades de transição, Gonzalez Ducay vincou que "a União Europeia
entende que as eleições poderão acontecer ainda em 2013".
"Tecnicamente
seria possível e financeiramente também. A União Europeia já manifestou a sua
disponibilidade para contribuir substancialmente para o processo, outros
parceiros já se manifestaram nesse sentido", indicou.
No entanto lamentou
que a a vida recente do país tenha sido marcada pela discórdia e pela
violência.
"Infelizmente,
a história recente da Guiné-Bissau tem sido escrita com letras de desencontros,
com letras de violência. O povo guineense já sofreu o suficiente, então para
que as coisas mudem de vez é fundamental a coragem dos dirigentes. A concórdia
não se constrói explorando linhas de clivagem ou atiçando as disputas",
realçou Ducay no discurso, hoje divulgado pela imprensa em Bissau.
Falando das
expectativas dos "27" em relação ao futuro da Guiné-Bissau, o
embaixador da União Europeia disse que há sinais positivos de algum
entendimento.
"Nas últimas
semanas temos assistido a uma evolução positiva ao nível do diálogo entre os
partidos políticos. Esperamos que no fundo desse diálogo venha a constituir-se
muito brevemente um Governo inclusivo, junto com ele ser adotado um roteiro, um
calendário político com as ações a serem levados a cabo com vista a realização
das eleições gerais até o final deste ano", defendeu Gonzalez Ducay.
Joaquim Gonzalez
Ducay deixou no entanto um aviso: "Estas eleições, que esperamos
plenamente livres e democráticas, deverão conduzir a um Governo
democraticamente eleito que possa assumir plenamente o papel que é seu no seio
da família das Nações, trabalhando com vista à melhoria das condições de vida
dos guineenses".
A União Europeia,
disse ainda o embaixador Ducay, estará "plenamente disposta" a
trabalhar com esse Governo legítimo e apoiar a reconstrução do país em plena
colaboração com os demais parceiros internacionais.
Joaquim Gonzalez
Ducay frisou que, mesmo com o congelamento das relações com a Guiné-Bissau
desde o golpe de Estado de abril de 2012, a União Europeia continuou a desenvolver
ações em benefício direto da população guineense.
"Aliás, ações
que nunca foram interrompidas", disse.
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