António Capalandanda –
Voz da América
Secretário Geral da
UNIA diz não ser verdade declaração da FAO que Angola reduziu em metade a
pobreza e fome. "Há gente a morrer de fome no Cunene".
O secretário-geral
da UNITA, Vitorino Nhany, acusou a Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO), de mentir sobre a situação de fome e pobreza
em Angola.
O político que falava à Voz da América, após ter presidido um comício no
município da Kassongue, província do Cuanza Sul, reagia à homenagem feita ao
governo angolano pela FAO, em Roma, pelo cumprimento do primeiro Objectivo de
Desenvolvimento do Milénio (ODM), ao reduzir para metade a percentagem da
população afectada pela fome e mà nutrição.
O director-geral da FAO, José Graziano da Silva, que expressou a sua satisfação
pelo trabalho de Angola no combate à fome, entregou no dia 16 do corrente, o
diploma de reconhecimento ao ministro angolano da Agricultura, Afonso Pedro
Canga, que representou na cerimónia o presidente José Eduardo dos Santos.
Mas Nhany, considera ridícula a posição da FAO.
“A FAO deve dizer que terá recebido no quadro do próprio suborno valores que
terá satisfeito os seus chefes para chegarem á conclusão que a fome em Angola
reduziu em quase para metade” afirmou aquele dirigente partidário acrescentando
que “ neste momento está a morrer gente no Cunene por causa da fome, há
populações que estão em situações muito difíceis na Huìla e Namibe”
“O que a FAO diz não é verdade é mentira,” disse Nhany.
A FAO também redeu homenagem, ao Brasil e São Tomé e Príncipe, pela redução da
fome naqueles países para metade antes de 2015. Os três países lusófonos
integram o grupo de 20 países que cumpriu o objectivo número um. Os progressos
foram avaliados entre 2010 e 2012, comparativamente a 1990 e 1992.
“Não corresponde à verdade. O Orçamento Geral do Estado (angolano) proporciona
1% para o sector da agricultura quando a SADC recomenda que os governos
pertencentes a esta região proporcionassem cerca de 10% do seu orçamento” disse
Nhany, alegando que “não é possível combater-se a pobreza sem se olhar para a
agricultura e sem olhar para educação”.
Aquele dirigente partidário referiu ainda que apesar de Angola ser um dos
países que mais cresce economicamente no mundo a desigualdade se mantém, por
ausência de políticas que a combatam, e impede que o crescimento em este país
rico em recursos reduza a pobreza.
“A nossa economia cresce consideravelmente, mas o nível de vida da população
conforme dizia um jornalista é do quarto mundo e nem sequer é do terceiro
mundo,” disse.
Nhany diz também que enquanto a elite angolana usa o rendimento do petróleo
para o enriquecimento da família presidencial e seus colaboradores, em Angola
as crianças passam fome.
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