terça-feira, 25 de junho de 2013

Angola: FAO MENTIU - Vitorino Nhany




António Capalandanda – Voz da América

Secretário Geral da UNIA diz não ser verdade declaração da FAO que Angola reduziu em metade a pobreza e fome. "Há gente a morrer de fome no Cunene". 

O secretário-geral da UNITA, Vitorino Nhany, acusou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), de mentir sobre a situação de fome e pobreza em Angola.

O político que falava à Voz da América, após ter presidido um comício no município da Kassongue, província do Cuanza Sul, reagia à homenagem feita ao governo angolano pela FAO, em Roma, pelo cumprimento do primeiro Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM), ao reduzir para metade a percentagem da população afectada pela fome e mà nutrição.

O director-geral da FAO, José Graziano da Silva, que expressou a sua satisfação pelo trabalho de Angola no combate à fome, entregou no dia 16 do corrente, o diploma de reconhecimento ao ministro angolano da Agricultura, Afonso Pedro Canga, que representou na cerimónia o presidente José Eduardo dos Santos.

Mas Nhany, considera ridícula a posição da FAO.

“A FAO deve dizer que terá recebido no quadro do próprio suborno valores que terá satisfeito os seus chefes para chegarem á conclusão que a fome em Angola reduziu em quase para metade” afirmou aquele dirigente partidário acrescentando que “ neste momento está a morrer gente no Cunene por causa da fome, há populações que estão em situações muito difíceis na Huìla e Namibe”

“O que a FAO diz não é verdade é mentira,” disse Nhany.

A FAO também redeu homenagem, ao Brasil e São Tomé e Príncipe, pela redução da fome naqueles países para metade antes de 2015. Os três países lusófonos integram o grupo de 20 países que cumpriu o objectivo número um. Os progressos foram avaliados entre 2010 e 2012, comparativamente a 1990 e 1992.

“Não corresponde à verdade. O Orçamento Geral do Estado (angolano) proporciona 1% para o sector da agricultura quando a SADC recomenda que os governos pertencentes a esta região proporcionassem cerca de 10% do seu orçamento” disse Nhany, alegando que “não é possível combater-se a pobreza sem se olhar para a agricultura e sem olhar para educação”.

Aquele dirigente partidário referiu ainda que apesar de Angola ser um dos países que mais cresce economicamente no mundo a desigualdade se mantém, por ausência de políticas que a combatam, e impede que o crescimento em este país rico em recursos reduza a pobreza.

“A nossa economia cresce consideravelmente, mas o nível de vida da população conforme dizia um jornalista é do quarto mundo e nem sequer é do terceiro mundo,” disse.

Nhany diz também que enquanto a elite angolana usa o rendimento do petróleo para o enriquecimento da família presidencial e seus colaboradores, em Angola as crianças passam fome.

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