segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Terceiro maior partido acusa Frelimo e Renamo de se "coligarem" para manter hegemonia

 

PMA – VM - Lusa
 
Maputo, 02 ago (Lusa) - O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, terceiro maior partido moçambicano, acusou a Frelimo, no poder, e a Renamo, principal partido da oposição, de se terem "coligado" para não perderem o monopólio político no país.
 
Em entrevista ao Canal de Moçambique, o presidente do MDM, que em cinco anos de existência conseguiu eleger oito deputados na Assembleia da República e ganhar dois importantes municípios, considerou ainda que a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) não estão interessadas nas eleições municipais de novembro por recearem a consolidação da ascensão do seu partido.
 
"(...) nota-se claramente que a Renamo não está preparada para estas eleições. E à Frelimo não lhe interessam estas eleições. À Frelimo não interessam estas eleições, porque depois das eleições intercalares de Cuamba, Pemba e Quelimane, e mais tarde Inhambane, foi clara e notória a capacidade de organização do MDM", disse Daviz Simango.
 
Segundo o líder da terceira maior força política moçambicana, o receio dos dois principais partidos moçambicanos pela quebra da bipolaridade que vêm mantendo na vida política moçambicana verificou-se nas eleições gerais de 2009, quando a candidatura do MDM foi chumbada na maioria dos círculos eleitorais do país pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), maioritariamente composta por membros da Frelimo e da Renamo.
 
"Nas eleições gerais de 2009, o MDM apresentou as suas propostas de candidaturas. A Frelimo e a Renamo coligaram-se na CNE e excluíram o MDM em sete províncias, assim como no círculo eleitoral da Europa e da África. Aí ficou mais uma vez claro que ambos jogam entre si. Havia essa coligação com o interesse de excluir o MDM do panorama político nacional", enfatizou Daviz Simango.
 
Na entrevista, o presidente do MDM acusa o Governo moçambicano de estar a inviabilizar o alcance de um acordo nas negociações com a Renamo em torno da paridade na CNE, visando resolver a tensão política no país, porque alegadamente defende os interesses da Frelimo no processo negocial.
 
"O diálogo que está a acontecer não passa de um diálogo entre a Frelimo e a Renamo. Se fosse um diálogo entre o Governo e a Renamo, o Governo assumiria as suas responsabilidades e teríamos um acordo", sublinhou Daviz Simango.
 
Daviz Simango fundou o MDM, após ser expulso da Renamo, por ter desobedecido às ordens do partido de não se recandidatar à presidência do município da Beira nas eleições de 2008.
 
Concorrendo como independente, ganhou o escrutínio na Beira, segunda maior cidade do país, fundando depois o MDM, que venceu as intercalares no município de Quelimane, quarta maior cidade moçambicana.
 

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