Com
a mais que merecida e devida vénia "usurpo" o título a um livro de Miguel
Urbano Rodrigues e uso-o neste blogue para encimar um texto, espero que curto,
acerca de um dos maiores escroques que me foi dado conhecer ao longo dos meus
cinquenta e poucos anos de vida. Responde a sebosa criatura pelo nome de Artur
Queirós, ainda que goste (quando tem a coragem de assinar os mal-amanhados
textos com o seu próprio nome) de rematar o apelido com um "zê" -
porventura a insinuar algum parentesco com o Eça, esse sim Queiroz, bom de
pena, de carácter e de banho.
Garantem-me que esta bestunta personagem, sob pseudónimo - "Álvaro
Domingos" - ou a coberto de um cómodo e cobarde anonimato, é o principal
"animador" da sanha anti-portuguesa que, vai não vai, toma conta dos
editoriais e artigos de fundos do "Jornal de Angola", o órgão oficioso
do regime angolano. Parece então que o imbecil, português para o que lhe
convém, resolve mostrar serviço e ser mais papista que o papa. Se no Futungo
alguém espirra, é certo e sabido que a alimária fica com febre e vai lá disto -
rapa da pena e, certamente esquecido dos tempos em que fervorosamente militava
na tendência maoísta do MPLA (a OCA) e tratava os seus camaradas mais alinhados
com o bloco soviético (entre os quais o actual presidente José Eduardo dos
Santos) como "um bando de pretos matumbos", destila ódio e peçonha cá
para estas bandas.
Tive oportunidade de conviver (conviver é uma forma de expressão, note-se...)
com esta abestalhada criatura há uns anos na velhinha revista
"Sábado", onde o sujeito fingia que trabalhava na delegação do Porto
e onde amanhava umas prosas onde raramente o sujeito concordava com o predicado.
Bastava trocar duas ou três frases com o pulhazeco (de preferência ao telefone
ou a uns metros, porque o fedor sempre foi muito) para perceber-se que não era
boa rês. Manhoso, matreiro, vígaro, aldrabão, intriguista, dele esperava-se de
tudo um pouco. Para começar maus textos, que era o que ali importava, já que
estávamos numa redacção. Mas a verdade é que as as canalhices desta sórdida
criatura não se resumiam à escrita, longe disso - iam mais longe, estendiam-se
a atitudes que definiam o carácter execrável de alguém que mais não merece,
quando avistado, que levar dois biqueiros nos fundilhos. Como aquele episódio
de ter pedido a uma camarada de profissão que viajava de Luanda para Lisboa que
lhe fizesse o favor de trazer um pequeno embrulho que mais não era -
descobriu-o a portadora por insistência de quem a foi buscar ao aeroporto e que
conhecia as manhas ao figurão - nada mais nada menos que a suficiente
quantidade de liamba para tê-la colocado atrás das grades se apanhada na
alfândega; ou outra, como a da "entrevista" forjada com inexistentes
membros das FP-25 de Abril algures no Minho ou na Galiza e pela qual sacou 200
contos à revista "Sábado"; e ainda quando foi surpreendido, na delegação
do Porto, lá na rua do Bolhão, a agredir selvaticamente a recepcionista a soco
e a pontapé, a ponto da pobre rapariga ter de refugiar-se no andar de cima.
Este safardana é daqueles tipos que merece, ao cruzar-nos com ele, que lhe
cuspamos na cara. O problema é que - como diz alguém que eu conheço - ainda ia
aproveitar para fazer a barba...
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Paulo Fafe
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