domingo, 7 de abril de 2013

Portugal: PASSOS REESCREVEU A HISTÓRIA




Nicolau Santos – Expresso, opinião

Na sua comunicação ao país, Pedro Passos Coelho reescreveu a história económica dos últimos dois anos.

Passos revelou-nos que, não fora o acordo do Tribunal Constitucional, e o nosso ajustamento económico estaria concluído em meados de 2014, com a troika a abandonarf tranquilamente o país e a deixar-nos em paz.

Acontece que não é assim. Não só o processo de ajustamento orçamental já levou o Governo a pedir por duas vezes que a troika aligeirasse as metas do défice, como a dívida pública está a crescer de forma explosiva, como o desemprego está fora de controlo e a economia caminha depressivamente no seu terceiro ano de recessão, sem se vislumbrar quando se inverterá a tendência.

Pedro Passos Coelho veio dizer que não fora o chumbo do TC aos cortes dos subsídios de férias dos funcionários públicos e dos pensionistas, que representam um aumento de 0,8% do défice,  e esta história acabaria da melhor maneira.

Esqueceu-se de dizer que, por exemplo, em 2012, a derrapagem foi três vezes superior a esses 0,8 e decorreu exclusivamente de um orçamento elaborado em bases irrealistas e numa enorme falta de conhecimento da economia portuguesa.

Esqueceu-se ainda de dizer que o Executivo persistiu no erro e que o orçamento deste ano foi elaborado com base numa recessão de 1%, para três meses depois de ter entrado em funcionamento o Governo já admitir uma recessão de 2,3%.

Passos Coelho quer aparentemente que, em situação de emergência nacional, seja suspensa a Constituição. Lamento. O Presidente da República disse há poucos meses ao Expresso que a Constituição não estava suspensa. E foi o próprio Presidente que pediu a verificação da constitucionalidade de alguns artigos do orçamento. Não foi o TC que tomou essa iniciativa.

O que esta decisão do TC põe diretamente em causa é o facto do Governo se estar a preparar, há muito, para acabar definitivamente com os subsídios de férias dos funcionários públicos e pensionistas.

Mas não é este aumento de 0,8% no défice deste ano que põe em perigo o ajustamento económico do país. É a receita que tem sido seguida que levou a estes resultados catastróficos, mesmo que Pedro Passos Coelho tente reescrever a história e vender-nos uma versão diferente.

Portugal: PS critica "declaração lamentável" de Passos Coelho que está "acossado"




Jornal i - Lusa

O porta-voz do Partido Socialista, João Ribeiro, disse hoje que Pedro Passos Coelho fez uma "declaração lamentável" ao país após o chumbo do Tribunal Constitucional e que o primeiro-ministro está "isolado" e "acossado".

"Ouvimos um primeiro-ministro a chantagear os portugueses e com uma ânsia de castigar os portugueses", afirmou João Ribeiro numa comunicação que durou menos de dois minutos e sem direito a perguntas.

O porta-voz dos socialistas referiu ainda que o "primeiro-ministro insiste em ir além do memorando" e que " na austeridade custe o que custar".

"O país tem hoje um primeiro-ministro acossado", criticou o socialista para quem "ficou hoje claro que o país tem um primeiro-ministro isolado".

"Este pode ainda ser o Governo de Portugal mas não é dos portugueses", rematou.

Entretanto, o secretário-geral do António José Seguro convocou uma reunião do secretariado do partido para segunda-feira pelas 15:00.

Relacionados em Jornal i

Portugal: PASSOS ANUNCIA CORTES MAS NÃO DESVENDA MEDIDAS (ao minuto)




Passos Coelho falou ao país durante quase 20 minutos e anunciou mais austeridade. A seguir apresentamos a seleção ao minuto extraída do jornal Expresso. Ficou mais que evidente que Passos empurrou para o Tribunal Constitucional as responsabilidades do enorme fracasso da sua governação e que assim vai ter de implementar mais cortes e mais medidas austéras contra os portugueses. (PG)

Expresso

18h50 - "Nós portugueses não desistimos", diz Passos Coelho 
18h50 - Passos garante que o Governo está comprometido com o cumprimento do programa de assistência. 
18h49 - "Mais do que nunca a situação não se compadece com demagogias" 
18h48 - "Nas próximas semanas teremos de proceder ao estudo de novas medidas. E o governo está receptível a todas as medidas que possam ser apresentadas e fundamentadas" 
18h48 - Passos diz que reduzir a despesa pública não "vai ser um exercício fácil". 
18h47 - "Para compensar o desequilíbrio teremos de pôr em prática medidas de contenção na despesa pública como na saúde e segurança social" 
18h46 - "O Governo não aceita aumentar mais os impostos que seria a solução do Tribunal Constitucional" 
18h45 - O primeiro-ministro diz que vai evitar um segundo resgate.
18h44 - Passos diz que é a vida do país que fica mais difícil depois da decisão do TC 
18h43 - "O Governo enfrentará lado a lado com os portugueses todas as dificuldades." 
18h42 - Passos acusa TC de não permitir terminar a sétima avalização da troika 
18h41 - "Torna problemática a consolidação orçamental para os próximos anos", diz Passos sobre o TC 
18h41 - Passos diz que a decisão do TC coloca problemas sérios à execução de 2013 
18h40 - O primeiro-ministro diz que acórdão do Tribunal Constitucional traz instabilidade 
18h39 - Passos diz que a decisão do Tribunal Constitucional foi tornada pública antes de um momento decisivo de negociação com os parceiros europeus. 
18h38 - "O Governo discorda do entendimento do Tribunal Constitucional e o Governo não está sozinho. Muitos constitucionalistas concordam connosco" 
18h38 - Depois do primeiro chumbo do Tribunal Constitucional, em 2012, Passos diz que o Governo teve de seguir um caminho que não queria. 
18h37 - O primeiro-ministro diz que nunca negou que o caminho era estreito. "Tivemos de fazer escolhas que nenhum governo gosta de fazer". 
18h36 - Passos diz, que ao longo do último ano, Portugal foi recuperando a credibilidade perdida 
18h35 - "Só podíamos ser ajudados no exterior se nos ajudássemos no interior" 
18h34 - O primeiro-ministro diz que o Governo sempre teve a consciência que tinha de agir no plano interno, para garantir o sucesso no plano externo. 
18h33 - Passos diz que só ultrapassamos a crise se recuperarmos a credibilidade. "Foi isso que fizemos nestes últimos 22 meses" 
18h32 - "Hoje ainda não ultrapassamos a emergência financeira que nos trouxe a dolorosa crise" 
18h31 - Passos Coelho prepara-se para falar

CAÇA FURTIVA DE ELEFANTES E OUTRAS ESPÉCIES PREOCUPA AUTORIDADES ANGOLANAS




NME – JMR - Lusa

Luanda, 06 abr (Lusa) - Mais de uma dezena de elefantes foram mortos por caçadores furtivos entre finais de 2012 e o início deste ano na região sudeste de Angola, alertou hoje a administração local.

A denúncia e a preocupação com esta situação foi feita pela administradora de Luiana, Cristina Kapapo, que acredita serem igualmente vítimas de caça furtiva outras espécies animais existentes na região de Rivungo, na zona da Jamba.

Cristina Kapapo disse, citada pela agência Angop, que o principal objetivo do abate indiscriminado de elefantes desde finais de 2012 é o tráfico de marfim.

Aquela responsável disse ainda que os caçadores furtivos podem ser angolanos ou estrangeiros, tendo em conta que a região possui mais de 800 quilómetros de fronteira com a Namíbia e a Zâmbia.

Segundo Cristina Kapapo, o abate dos elefantes está a provocar a fuga dos animais para países vizinhos.

"Os animais que haviam emigrado para outros países por causa da guerra começaram a regressar com a paz, mas agora com a perseguição de caçadores furtivos, fugir de novo para a Namíbia, Botsuana e Zâmbia, sobretudo. É preciso que o Governo da província e o central façam alguma coisa", referiu a administradora.

Cristina Kapapo disse que atualmente a zona conta apenas com 20 fiscais, que são apoiados pela polícia de fronteiras e efetivos das Forças Armadas Angolanas.

O mesmo tipo de preocupação foi também manifestado na zona norte de Angola, na província do Kuanza Norte, onde as autoridades denunciaram o abate indiscriminado de várias espécies animais, especialmente macacos e seixas, uma espécie de pequeno antílope.

CHUVAS EM LUANDA PROVOCARAM NOVE MORTOS E QUATRO DESAPARECIDOS




NME – CC - Lusa - foto em Projecto Kissonde no Facebook

Luanda, 07 abr (Lusa) - Nove mortos e quatro pessoas desaparecidas é o balanço provisório de fortes chuvas que cairam no sábado durante mais de quatro horas sobre a capital angolana, Luanda, noticiou hoje a agência noticiosa angolana Angop.

Segundo o vice-governador para a área técnica do Governo Provincial de Luanda, António Resende, foram vítimas das fortes chuvas crianças e adultos, nos distritos da Samba e Kilamba Kiaxi, município de Luanda.

Equipas especializadas em naufrágios do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros estão desde sábado a realizar buscas para a localização dos desaparecidos.

Além das vítimas, as chuvas provocaram igualmente danos materiais, como uma ponte de acesso a uma zona residencial, a sul de Luanda, e o desabamento de várias residências no morro da Boavista.

O deslizamento de terra na zona da Boavista está a impedir a ligação entre o Porto de Luanda até a uma rotunda, de acesso à zona do ex-mercado Roque Santeiro e à estrada de acesso ao município de Cacuaco.

A agência noticiosa angolana relatou ainda a inundação de outras residências à beira-mar, nas proximidades do Porto de Luanda e a inundação de mais de 500 residências nos distritos da Ingombotas e Samba.

O Jornal de Angola noticiou hoje que grandes quantidades de lixo existentes nas valas de drenagem foram as causas das inundações de ruas e casas, citando Francisco Osvaldo, responsável do Instituto Nacional de Meteorogia e Geofísica, que afirmou que apesar das quatro horas sem interrupção das chuvas, estas não foram torrenciais.

De acordo com o parecer técnico de Francisco Osvaldo, as inundações tiveram origem na falta de valas de drenagem.

Novo embaixador em Timor-Leste quer manter "relação especial" entre os dois países




PJA – ZO - Lusa

Díli, 07 abr (Lusa) - O novo embaixador de Portugal em Timor-Leste, Manuel Gonçalves de Jesus, que hoje entra em funções, classifica a promoção da língua e as parcerias comerciais como prioridades diplomáticas, prometendo manter a "relação especial" entre os dois países.

"Timor já entrou numa fase de maior normalidade, no sentido em que as Nações Unidas já saíram" e cabe agora a Portugal manter a "continuidade nas relações diplomáticas" com um "país que é muito especial" para os portugueses.

A promoção da língua portuguesa é uma das apostas da diplomacia portuguesa e, em Timor-Leste, essa prioridade conta com o apoio do Governo timorense.

"É uma das línguas oficiais de Timor-Leste e há, por parte das autoridades timorenses, um pedido de apoio à consolidação da língua" e "estamos a desenvolver um trabalho que é muito importante na área da cooperação, formação inicial e contínua de professores e apoio ao ensino nas escolas de referência", salientou Manuel Gonçalves de Jesus, que se mostra otimista com o futuro do português naquelas paragens.

"Tem havido avanços significativos e basta olhar para os números. O português tem-se vindo a afirmar e é já a língua mais falada no hemisfério sul. E por isso é que é importante para a própria identidade timorense porque constitui um veículo de globalização", salientou o embaixador, que deverá iniciar os primeiros contactos oficiais a partir de segunda-feira.

"Queremos manter com Timor-Leste esta relação muito especial de muitos anos" disse à Lusa Manuel de Jesus, recordando o apoio de Portugal à "autodeterminação e governação própria de um país que tem uma cultura única na região".

As relações económicas e comerciais entre os dois países são também prioridades da diplomacia portuguesa apesar da dimensão do mercado timorense.

O anterior embaixador, Luís Barreira de Sousa, foi colocado na Tailândia e coube a Manuel Gonçalves de Jesus o papel de representar Portugal num dos mais jovens países do mundo.

Com passagens por países como o Japão ou África do Sul, Manuel Gonçalves de Jesus, 58 anos, tem a sua carreira diplomática marcada pela ligação à cooperação, tendo sido até há algum tempo vice-presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).


Moçambique: RENAMO INSISTE EM MERGULHAR O PAÍS EM GUERRA FRATICIDA




Polícia diz que está atenta aos "ataques da Renamo" na principal estrada de Moçambique

Maputo, 06 abr (Lusa) - A polícia de Moçambique "está atenta" aos ataques que hoje ocorreram na principal estrada do país, atribuídos a homens da Renamo, que causaram pelo menos três mortos e dois feridos, disse à Lusa um comandante provincial da corporação.

"A polícia não está indiferente perante os ataques dos homens da Renamo e está a trabalhar para tornar transitável o troço mais problemático da estrada nacional número 1", disse à Lusa Joaquim Nido, comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala.

Homens armados assaltaram hoje um camião de transporte de combustível e um autocarro no centro de Moçambique e mataram pelo menos três pessoas.

Uma das vítimas morreu quando estava a ser evacuada para o hospital da Beira, capital da província de Sofala.

Na quinta-feira, na mesma região da província de Sofala, elementos da Renamo assaltaram um posto da polícia, num ataque em que morreram quatro agentes e a um ex-guerrilheiro.

O canal de televisão STV relatou hoje uma outra tentativa de assalto, mas sem consequências, a um autocarro de passageiros da empresa Estrago, que fazia a rota Nampula-Maputo.

O comandante provincial da PRM de Sofala disse à Lusa que "por razões de segurança" não pode divulgar a estratégia policial para travar a onda de ataques na zona, mas garantiu que a polícia "fará tudo para tornar seguro aquele troço".

AYAC/LAS // JMR

Renamo desmente ataques a civis no centro de Moçambique

07 de Abril de 2013, 09:56

Maputo, 06 abr (Lusa) - A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, desmentiu hoje a autoria de ataques, no sábado, no centro do país, contra dois autocarros e um camião-cisterna, que causaram três mortos.

"A Renamo não ataca civis, o nosso alvo está bem definido: atacamos quem nos ataca", disse hoje à agência Lusa o porta-voz do partido, Fernando Mazanga.

"Eles querem imputar-nos esses ataques para confundir a opinião pública", disse Mazanga, referindo-se ao governo da Frelimo, partido no poder em Moçambique desde a independência, em 1975.

"Apelamos à população para não se deixar enganar e para ter cuidado quando circular naquela zona", acrescentou o porta-voz da Renamo.

Desde a passada quinta-feira que pelo menos oito pessoas morreram na zona de Muxungué, provínca de Sofala, centro de Moçambique, em resultado de ataques de homens armados, supostamente membros da Renamo, contra uma esquadra da polícia e, no sábado, contra dois autocarros de passageiros e um camião-cisterna.

LAS // ZO

Presidente moçambicano exige à Renamo que ""pare com atos de intimidação"

07 de Abril de 2013, 10:51

Maputo, 07 abr (Lusa) - O Presidente moçambicano exigiu hoje à Renamo que "pare com atos de intimidação" e que "conviva normalmente na sociedade", numa reação à recente onda de violência que assola o centro do país, atribuída ao maior partido da oposição.

"Esperamos uma retribuição por parte da Renamo, isto é, que a Renamo pare com a linguagem belicista, que pare com atos de intimidação e que passe a conviver normalmente na sociedade moçambicana, obedecendo às normas que ela própria aprovou", disse Armando Guebuza, falando hoje, em Maputo, por ocasião das cerimónias do Dia da Mulher Moçambicana.

O Presidente de Moçambique defendeu que o seu governo tem feito a sua parte no diálogo com o principal partido da oposição.

Quinhentos guineenses na diáspora apoiam Simões Pereira para liderança do PAIGC





Cerca de cinco centenas de guineenses na diáspora juntaram-se na tarde de sábado, em Lisboa, para apoiarem Domingos Simões Pereira, candidato à liderança do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau (PAIGC).

O ex-secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) explicou que a decisão de fazer um lançamento da candidatura em Portugal, depois de o ter feito na Guiné-Bissau, a 14 de Março, traduz a importância que reconhece à diáspora da Guiné-Bissau.

“É muito importante que a diáspora se envolva e possa realmente emprestar o conhecimento, a experiência e esta vivência da democracia que é sempre importante partilhar”, disse.

Domingos Simões Pereira – um dos quatro candidatos à liderança do PAIGC já anunciados, entre os quais Braima Camará, Aristides Ocante da Silva, Vladimir Deuna e José Mário Vaz – disse ainda que quer “motivar os guineenses” para o “esforço” e o “desafio” do “sonho” que se propõe concretizar.

Recorde-se que aquando da apresentação da sua candidatura, em Bissau, Domingos Simões Pereira, conhecido no país por ‘Matchu’, afirmou que se for eleito presidente do PAIGC irá lutar pela verdade, a promoção do mérito, a mobilização da sociedade para um compromisso com a paz e ainda implementar programas de redução da pobreza, da mortalidade “infanto -materna” e ainda da “transformação radical” do país.

Engenheiro civil formado na antiga União Soviética e agora a frequentar um doutoramento em ciências políticas numa universidade portuguesa, Domingos Simões Pereira concorre à liderança do PAIGC no oitavo congresso do partido, que deverá realizar-se em Maio, sob o lema “Maior coesão do partido, futuro melhor para a Guiné-Bissau” e diz ter “as receitas para mudar a Guiné-Bissau” se for eleito presidente do partido e, mais tarde, chefe do Governo.

ALMIRANTE GUINEENSE BUBO NA TCHUTO FAZ FACE A PRISÃO PERPÉTUA NOS EUA




João Santa Rita – Voz da América

Operação envolveu meses de investigação em vários países

O ex-chefe da marinha de guerra da Guiné Bissau, José Américo Bubo na Tchuto faz face a uma pena máxima de prisão perpétua caso seja considerado culpado em tribunal americano tráfico de cocaína para os Estados Unidos, disse o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Bubo na Tchuto foi capturado pelas autoridades americanas em águas internacionais na Terça-feira juntamente com outros dois homens, Papis Djeme e Tchamy Yala, cuja nacionalidade não foi divulgada.

Os três compareceram em tribunal em Nova Yorque na Sexta-feira onde o juiz marcou uma audiência formal para o próximo dia 15.

Os três foram acusados pelo departamento de Justiça de “conspirarem para distribuir cinco Quilos ou mais de cocaína, sabendo ou tendo a intensão que a cocaína seria importada para os Estados Unidos”. Ao abrigo da lei americana a pena máxima para este tipo de crime é prisão perpétua.

Mas de acordo com o Departamento de Justiça são quatro outros presos envolvidos no mesmo processo que fazem face a acusações mais graves.

Trata-se de Manuel Mamadi Mane e Saliu Sisse, cuja nacionalidade também não foi identificada e que foram detidos num país não identificado da África Ocidental e ainda Rafael Garavito-Garcia e Gustavo Perez-Garcia, ambos colombianos que deverão ser extraditados para os Estados Unidos onde deverão então ser formalmente indiciados. Mane e Sisse deverão comparecer perante um juiz já na Terça-feira.

Todos estes fazem face a uma acusação de narco-terrorismo, uma acusação de tráfico de cocaína,  e uma acusação de conspiração para fornecer apoio material e recursos a uma organização terrorista internacional.  Mane, Sisse e Garavito-Garcia fazem também face a uma acusação de “conspiração para fornecerem apoio material e recursos a uma organização terrorista estrangeira”.

Segundo o Departamento de Justiça americano no verão do ano passado, Mane, Sisso, Garavito Garcia e Perez Garcia contactaram “fontes confidenciais” da Agencia de Luta contra a Droga (DEA) que se fizeram passar por representantes ou membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Em reuniões na Guiné Bissau a partir de Junho do ano passado Mane, Sisse, Garavito-Garcia e Perez-Garcia concordaram em receber e armazenar vários carregamentos  de cocaína da FARC na Guiné Bissau com a intensão de subsequentemente  a transportar para os Estados Unidos e os lucros entregues à FARC.

Parte da cocaína seria usada para pagar a entidades governamentais da Guiné Bissau diz a acusação sem revelar nomes.

Nessas reuniões Mane, Sisse e Garavito-Garcia teriam concordado em comprar armas para a FARC incluindo misseis terra-ar através da sua importação para a Guiné Bissau sob pretexto de serem para as forças armadas guineenses.

A acusação detalha datas e pormenores de vários encontros em que isso foi discutido.

Um oficial das forças armadas da Guine Bissau não identificado  disse a uma das fontes ou agente da DEA que a compra das armas seria efectuada  logo que a FARC trouxesse fundos para a Guiné Bissau.

No que diz respeito a Bubo na Tchuto a acusação afirma que a partir do começo de 2012 o antigo chefe da armada guineense e ainda Djeme e Yala estiveram envolvidos em conversações que foram gravadas com agentes da DEA que se fizeram passar por traficantes de drogas.

Numa dessas reuniões Bubo na Tchuto teria afirmado que o governo se encontrava enfraquecido devido a um recente golpe de estado e que isso dava uma boa oportunidade para se efectuar o contrabando.

Bubo na Tchuto, Djeme e Yala concordaram em receber duas toneladas de cocaína que seria transportada para a Guiné Bissau por barco e transportada para um armazém para ser depois exportada para a Europa e Estados Unidos.

Em Novembro do ano passado os três acusados discutiram importar uma tonelada de cocaína para os Estados Unidos através de uma companhia de Bubo na Tchuto.

Este teria exigido o pagamento de um milhão de dólares por cada tonelada de cocaína a entrar na Guiné Bissau.

A operação para aprisão de todos os acusados envolveu agentes e organizações de combate ao crime em diversos  países.

Pela parte americana a operação envolveu agentes da DEA, da Divisão Especial de Operações (SOD), da Unidades Bilateral de Investigações (BIU), do Grupo para o Narco Terrorismo (NTG) em colaboração com agentes  da DEA estacionados em Lisboa (Portugal) e em Bogotá ( Colômbia).

O navio em que Bubo na Tchuto foi preso ao largo da costa da Guiné da Bissau  estava “sob controlo da DEA” disse o comunicado onde estavam agentes da NTG.

Desconhece-se como é que Bubo na Tchuto e os seus companheiros foram atraídos para o navio onde foi preso.

NOVO PARLAMENTO ANGOLANO CRITICADO POR PASSIVIDADE




Arão Ndipa – Voz da América

Passados que estão quase seis da entrada em funcionamento do novo parlamento angolano, os deputados angolanos estão a ser criticados por falta de iniciativas e passividade.

As críticas aumentam devido às condições sociais de muitas camadas da população que continuam sem melhorar

O activista cívico Domingos José disse no entanto que o parlamento citou como um ponto positivo a aprovação de uma lei que regulamenta a contratação publica que regulamenta as relações do estado com outras entidades.

“Achei um papel positivo da Assembleia Nacional ao dar prioridade à relação entre o estado e outras entidades quer sejam públicos quer sejam privados,” disse Domingos José que sublinhou a importância de se regulamentar “sobretudo” a relação do estado “ com os entes públicos”.

Para José os deputados estão comprometidos com os seus partidos em detrimento da população que lhes confiou os mandatos.

Já o analista político Bernardino Neto disse que os parlamentares angolanos têm sido “passivos” em funções que considera básicas para os parlamentares.

Considerando as acções do parlamento dos últimos seis meses em termos de legislatura a Assembleia Nacional “ quase que nada produziu”.

Na questão da “fiscalização” do orçamento e outra legislação há “desequilíbrios”.

Nos últimos seis meses “ naquilo que se previa de um parlamento com arranjos novos, com uma nova acção e uma nova intervenção continuarmos a ver que a sua intervenção continua a ser passiva”, acrescentou.

Neto fez notar que 50% dos deputados “são elementos que já participaram do exercício público quer como governantes ou parlamentares” não mostrando iniciativa e mostrando sim “alguma acomodação”.

“Estão acomodados e á volta da sua perspectiva de acção a sua intervenção é pouco visível,” disse.

“O deputado deve ter uma intervenção para a vida dos cidadãos,” disse, acrescentando que pouca acção se vê dos deputados.

“É quase um papel passivo,” disse.

“Não faria mal nenhum se o parlamento trouxesse a público um programa de trabalho, um programa de actividade que pudesse indicar o que vai fazer neste período de cinco anos,” disse Neto para quem o que é preciso são deputados “com uma nova visão e com um pensamento inovador”.

Ouça as entrevistas - áudio: Parlamento angolano

Angola: SOBE PARA NOVE O NÚMERO DE MORTES PELAS CHUVAS EM LUANDA




Teresa Domingos – JPA-Jornal do Povo Angolano – no Facebook com foto

Luanda - Pelo menos nove mortos e quatro pessoas desaparecidas é o balanço provisório das consequências da chuva que caiu na manhã de sábado sobre a cidade de Luanda e arredores.

O Jornal do Povo Angolano (JPA), soube hoje, domingo, do vice-governador para área técnica do Governo Provincial de Luanda, António Resende, no distrito urbano da Ingombota, que constam das vítimas, provocadas por desabamento de residências, adultos e crianças.

As mortes e desaparecidos foram registados nos distritos urbanos da Samba e Kilamba Kiaxi, município de Luanda. Sabe-se que equipas especializadas em naufrágios do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) prosseguem hoje as buscas, no sentido de localizar os corpos dos desaparecidos.

Entretanto, no prosseguimento de uma ronda realizada por uma equipa de reportagem, a Jornal do Povo Angolano (JPA), constatou o desabamento de residências na montanha da Boavista (Ingombota) e a inundação de outras residências à beira-mar, nas proximidades do porto de Luanda.

A via que liga o Porto de Luanda à rotunda da Boavista está intransitável devido ao deslizamento de terra da montanha.

As chuvas destruiram parcialmente a ponte de acesso ao complexo residencial Lar Patriota, conhecida como Ponte Molhada, no município de Belas. 

No bairro da Coreia (Ingombota) e da Samba, mais de 500 residências estão inundadas, causando enormes prejuízos materiais para a população.

Nestas zonas, as águas estão a ser retiradas por populares com moto-bombas e de forma manual, utilizando baldes, bacias e outros objectos.

O GPL tem criado um grupo técnico, que tem por missão prevenir e acudir os sinistrados pelas chuvas, fazer o levantamento dos danos causados, direccionar as várias equipas e dar as respostas necessárias.

Relacionado em Página Global

Portugal: HABEMUS GOVERNUM





Ontem, o País teve de suster a respiração por umas horas. De um Conselho de Ministros de que se esperavam linhas gerais sobre as soluções para resolver o problema criado com os "chumbos" do Tribunal Constitucional (TC) saiu uma dramatização que fazia pensar na demissão do Governo. Falso alarme. Hoje, Passos Coelho explicará ao País porque fica, em que condições fica e o que pretende fazer.

Da firmeza que o Executivo demonstrar para resolver este problema se poderá perceber da sua capacidade para cumprir a legislatura. Sofreu um revés, um forte revés, mas há alternativas às medidas "chumbadas". A força política de que o Governo precisa para cumprir a tarefa não virá de nenhum partido da oposição, PS incluído, nem da rua, terá de vir da sua própria convicção.

Sejamos claros: impedir que alguns paguem mais do que os outros foi uma decisão do Tribunal Constitucional da mais elementar justiça. Deveria ter feito o mesmo no ano passado, quando a injustiça era ainda maior. Desde a primeira hora que me disponibilizei para pagar mais porque, mesmo sendo do sector privado, não posso aceitar que se olhe para os funcionários públicos, trabalhadores de empresas públicas e pensionistas como uns malandros que têm de ser castigados.

É mais justo tratar todos os trabalhadores de forma igual e todos os pensionistas de forma igual, sem esquecer que isso não impede que a participação no esforço seja feita de forma progressiva, obrigando quem mais ganha a ser mais solidário. Nesta matéria tiveram, aliás, a aprovação dos juízes do Tribunal Constitucional. A contribuição extraordinária de solidariedade aplicada de forma progressiva a pensões superiores a 1350 euros, e que pode chegar aos 40% nas reformas superiores a 7500 euros, é uma medida justa. Deve o Executivo procurar soluções que obedeçam a este espírito.

Para o plano de corte de quatro mil milhões na despesa pública, convém olhar, de fio a pavio, as reformas milionárias sem descontos correspondentes, mas que existem na sombra de leis que permitiam coisas que hoje são inconcebíveis. Em defesa do princípio da igualdade, bem pode o Governo avançar com cortes estruturais nas reformas mais altas.

O "chumbo" no corte do subsídio de desemprego e doença, por não estar salvaguardado o "mínimo de sobrevivência", não impede o Executivo de poupar nesta matéria com legislação mais justa. A não ser que os juízes considerem o valor máximo destes subsídios tão baixos que não permitem reduções. Mas, a ser assim, o TC estaria a dizer-nos que o salário mínimo estipulado por lei é inconstitucional porque não ressalva "o núcleo essencial de existência mínima".

Do TC pode esperar-se tudo e um par de botas!

António José Seguro discorda do Presidente da República sobre continuidade do Governo




MYV/ZO – ZO - Lusa

O líder do PS, António José Seguro, disse hoje que discorda da posição do Presidente da República sobre a continuidade do Governo e afirmou que já não espera “nada deste primeiro-ministro”.

"A nossa leitura é muito clara, nós consideramos que o país vive numa situação de tragédia social que é necessário alterar e essa mudança implica a substituição do Governo”, disse Seguro, respondendo depois que não concorda com a posição do Presidente da República.

O secretário-geral do PS respondia aos jornalistas, na Póvoa de Varzim, sobre se concordava com a posição do Presidente da República, que afirmou no sábado que o Governo dispunha de condições para cumprir o mandato democrático em que foi investido.

Para António José Seguro, “o país precisa de mudar, necessita de uma outra estratégia para sair da crise e precisa de estabilidade económica”.

O secretário-geral do PS afirmou ainda que “os portugueses sentem que este Governo não tem autoridade, não tem credibilidade e que violou as promessas eleitorais, colocando o país no caminho errado”.

“Não há só o orçamento, porque esse foi mais um problema que se somou a outros como sejam os quase um milhão de desempregados e a espiral recessiva do ponto de vista económico”, reiterou.

O líder socialista salientou que Portugal está a “pagar os erros do primeiro-ministro e pelo facto de não ter ouvido ninguém” e o ‘chumbo’ ao orçamento "é exemplo disso”.

Após o ‘chumbo’ do Tribunal Constitucional a quatro artigos do Orçamento do Estado para 2013 e as reuniões de sábado do Conselho de Ministros e do primeiro-ministro com o Presidente da República, Pedro Passos Coelho faz hoje uma declaração ao país às 18:30.

O secretário-geral do PS disse que já não espera “nada deste primeiro-ministro” e lamentou que o Governo tenha “passado tantos sinais vermelhos”, responsabilizando-o pela “crise social, económica e política” do país.

Por isso, a solução para Portugal passa por “negociar as condições do nosso ajustamento” para que o país consiga “resolver os problemas”, defendeu.

Se houver um segundo resgate, avisou: “a culpa é do Governo”.

Portugal: O QUE O PAÍS NÃO MERECE




Carvalho da Silva – Jornal de Notícias, opinião

Já poucos têm a coragem de chamar ajuda aos empréstimos da troika. Estes empréstimos significaram apenas uma nova dívida que serviu para pagar encargos e parte da dívida velha, tornando-a ainda maior. Foram presentes envenenados. A "ajuda" consubstanciou-se em brutal austeridade que deixou os portugueses mais pobres e em piores condições, até para poderem vir a pagar a dívida.

No fim de 2007 cerca de 70% da dívida pública portuguesa era detida por bancos e outros credores não residentes, isto é, externos. Em meados de 2012 os credores externos detinham já apenas cerca de 20%. Entretanto a dívida aos credores oficiais (Fundos da União Europeia, FMI e BCE) passou de zero para cerca de 40%. Isto significa, tão-somente, que quem nos "ajudou" se tornou no principal credor.

Então, emprestaram-nos o dinheiro para quê? Para que os credores privados externos se libertassem de títulos da dívida pública portuguesa que lhes queimavam as mãos.

O que desta "ajuda", deste "resgate", ficará na história é simples: Portugal endividou-se junto das instituições europeias para pagar aos grandes bancos e fundos de investimento europeus. Para que estes não sofressem perdas, a União Europeia (UE) obrigou os cidadãos europeus, e os portugueses em concreto, a endividarem-se.

Estas políticas não fazem sentido, nem para Portugal, nem para os outros países da UE. Mas mostram-nos quem manda: o grande poder financeiro e a "potência" europeia, a Alemanha, cuja política e peso económico são hoje perigosamente determinantes no espaço europeu.

Costuma dizer-se que quem paga manda. Aqui a verdade é um pouco diferente: quem manda recebe. E esta exploração é-nos todos os dias justificada por tecnocratas vendidos, por políticos de pacotilha, sem palavra, sem ética, enfatuados quase ignorantes, gerados e alimentados pelos encantos (com chorudas contrapartidas) da podre e venenosa cartilha neoliberal.

O país não precisava desta "ajuda" e o povo português não merecia este empobrecimento forçado. Somos um país com história e um povo abnegado, trabalhador, capaz de construir, mobilizado coletivamente, extraordinárias mudanças e transformações como fez em 1383-1385, ou com a Revolução de Abril de 1974.

O país não precisa que se institucionalize a crise e muito menos se condenem gerações a uma vida de pobreza, sem horizontes de progresso e modernidade.

Somos europeus por natureza e por opção, mas não precisamos e não queremos esta Europa dualista, antissolidária e de humilhação, em que a Alemanha impõe o que entende ser do seu interesse e dos seus aliados próximos, mesmo que isso represente declarações de guerra, mais ou menos expressas, a povos e países de quem muito beneficiaram.

Portugal não merece o "Memorando" a que está sujeito, nem as "avaliações" da troika cujos objetivos são apenas os de criar condições para prosseguirem, pelo maior tempo possível, as políticas de roubo organizado a que nos submeteram. Há muito que estão provadas as desadequações e a injustiça do fundamental das medidas definidas ou executadas em nome do Memorando, e que é uma evidência a necessidade de uma renegociação da dívida, no que diz respeito, nomeadamente, a montantes, condições, prazos e juros a pagar.

Os portugueses não merecem que prossigam políticas de imposição de salários cada vez mais baixos, quando existe uma consciência coletiva, partilhada também por grande parte dos empresários, quanto à melhoria do poder de compra e à atualização do salário mínimo nacional.

O país não merece que face ao apodrecimento do Governo, alguns "institucionalistas" de Direita assustem o povo com o perigo da crise política que resultaria da demissão do Governo, quando a continuação do Governo em funções é a efetiva crise. O Governo sofre de septicemia, não tem cura através do ato de lancetar o abcesso Relvas.

Hoje, como em 1383-1385, grande parte dos "fidalgos", dos "líderes" e dos detentores do poder, estão do lado de "Castela" e não com o povo português. Os que estão com os interesses e anseios dos portugueses - e ainda há bastantes - têm de procurar, com "velhas" e novas forças e projetos, assumir a construção de um novo rumo e mobilização coletiva. Os portugueses merecem e vão encontrar futuro.

Portugal: O MATERIAL TEM SEMPRE RAZÃO – Pacheco Pereira




Pacheco Pereira - Abrupto

O MATERIAL TEM SEMPRE RAZÃO (1)

O Governo já tinha falhado por completo todos os objectivos do memorando, ANTES da decisão do Tribunal Constitucional. O governo já estava com dificuldades em "ir aos mercados", ANTES da decisão do Tribunal Constitucional. O Governo já estava a caminho de um segundo resgate, ANTES da decisão do Tribunal Constitucional. O Governo já estava em crise profunda, ANTES da decisão do Tribunal Constitucional. Todas as crises, económicas, sociais, e políticas já estavam em pleno curso, ANTES da decisão do Tribunal Constitucional. 

A decisão do Tribunal Constitucional acelera todos estes processos mas não lhes deu origem. Nasceu deles. Nasceu de um Governo que, apesar de prevenido, mil vezes prevenido, insistiu num  Orçamento de Estado assente em medidas ilegais. Bateu no peito cheio de ar e vento,  insultando o Deus dos Trovões e levou com um raio em cima.

O MATERIAL TEM SEMPRE RAZÃO (2)

A queda de Sócrates deu origem a uma pequena corte de viúvos e viúvas que passaram estes anos  a tentar manter a memória do morto e a vingar-se de todas as maneiras dos seus assassinos. Agora estão muito contentes porque a RTP lhes deu uma mesa de pé de galo para falar com o morto e vice-versa. Esquecem-se que, em períodos como os que vivemos, até os mortos andam.

A queda previsível de Passos Coelho e a queda já efectiva de Relvas está a gerar o mesmo efeito: a criação de uma corte de viúvos e viúvas que também se preparam para carpir a "oportunidade perdida" de "mudar Portugal" e preparar a vendetta. Como os seus antecessores na viuvez, os blogues, o Twitter e as redes sociais são o seu terreno de eleição.

Ambos ajudaram a estragar Portugal até aos limites da ruína em que vivemos. Ambos pensam muito bem de si e acham que o povo não os merece. O nojo com que hoje olham para Portugal e os portugueses, uma ralé desqualificada cheia de vícios preguiçosos e de "direitos", é o seu melhor retrato. "Não nos merecem" é a inscrição que usam no seu brasão de lata.

Portugal - Ferreira do Amaral: “O nosso casamento com a moeda única deve acabar”




Mafalda de Avelar - Económico

Economista aponta as vantagens de sair do euro: desvalorização cambial e emissão de moeda. E o problema da inflação? Vai existir, mas esse será um mal menor.

Nunca defendeu o euro. Foi contra a adesão de Portugal à moeda única e, durante algum tempo, uma das raras vozes, senão a única, que "falava contra". Apoiou, no entanto, a adesão à então Comunidade Económica Europeia (em 1986). Mas, se a União fosse então a mesma que é hoje, a minha posição teria sido diferente". Depois de o País ter entrado na zona euro - e durante algum tempo - calou-se. Não falou contra. Esteve em silêncio durante cerca de três anos. Porém, a actual situação político-económica leva-o a escrever " Porque devemos sair do Euro - O divórcio necessário para tirar Portugal da crise", livro que será lançado no próximo dia 9.

No programa ‘Ideias em Estante', em entrevista que poderá ser vista no Etv e no blogue Livros&Ecolemomanias, Ferreira do Amaral - que vê com enorme tristeza o país "reduzido à sua pior situação desde há muitas décadas" - afirma que o país está bloqueado, não tem futuro, as gerações mais novas não têm emprego. E, ou têm que sair do país, ou ficam desempregadas."Há também a sensação de que o país deixou de ter capacidade de crescimento económico" e tudo isso ao mesmo tempo que as dívidas pública e externa se acumulam e atingem níveis muito elevados. "E, sem crescimento económico e com dívidas grandes e sem emprego, é evidente que toda a gente esta inquieta quanto ao futuro".

O que fazer? "Sair do euro", mas de forma organizada, defende o autor. No livro, o economista e professor recorre a uma analogia para descrever a realidade: "O nosso casamento com a moeda única, como todos os casamentos falhados, deve acabar". Defende ainda que "a ideia de sair do euro impõe-se para que seja possível incentivar a produção de bens transaccionáveis. Ou seja, de bens que são susceptíveis de exportação ou de substituição de importações". Como explica, quando se desvaloriza uma moeda, existe uma espécie de subsídio à produção da agricultura, indústria, turismo estrangeiro, outros serviços. E o inverso sucede quando temos uma moeda muito forte, esclarece Ferreira do Amaral, afirmando que, nesses casos, as actividades são penalizadas e a tendência será a da produção se virar para o mercado interno em sectores protegidos da concorrência externa. E foi isso que aconteceu. O resultado? O país não aguentou uma moeda forte. Sempre frontal, Ferreira do Amaral apresenta mais um factor de perigo: caso continuemos com a moeda única,"temos um enorme risco do euro se valorizar face ao dólar. E isso já aconteceu em 2008".

Para quem argumenta que a eventual saída do euro seria um desastre via "aumento do peso da dívida", o autor afirma que "esse é um grande erro de análise." A dívida será a mesma depois de sairmos do euro, diz, acrescentando que o instrumento normal para problemas de endividamento externo é a desvalorização cambial. Sobre o risco-país, garante que esse "não aumenta, porque se for credor fico mais descansado por saber que o país passa a ter uma moeda compatível com a sua estrutura produtiva". Alerta, no entanto, para outro problema: a dívida em moeda nacional. Mas aí "o Estado pode substituir os devedores junto da banca no montante de aumento da dívida, que resulte da desvalorização cambial", conclui.

"Sair do Euro não é só uma questão de desvalorização cambial é também uma questão de emissão monetária". Sobre a questão da inflação, Ferreira do Amaral admite que "vai existir. E vai ser maior". Mas, pergunta, "o que é pior? Ter um pouco mais de inflação, emprego e crescimento económico ou não ter inflação e o país definhar? No livro, o final dos protagonistas principais não é "e viveram felizes para sempre". Ao invés o autor advoga que o divórcio tem de acontecer.

UE – Emigração: REINO UNIDO ENTERRA A CABEÇA NA AREIA




THE DAILY TELEGRAPH, LONDRES – Presseurop – imagem Daniel Berehulak/Getty Images-AFP

Segundo um novo relatório oficial, a vaga de imigração búlgara e romena em 2014 não deverá ser tão elevada como indicavam algumas estimativas anteriores. Mas o facto não é razão para se ignorarem as consequências que a imigração de longo prazo terá sobre o urbanismo e os serviços sociais, escreve o conservador “Daily Telegraph”.


Em 2014, quando forem levantadas as restrições temporárias impostas quando os dois países aderiram à União Europeia, o Reino Unido e outros países europeus abrirão os seus mercados de trabalho à Roménia e à Bulgária. Os ministros [britânicos] deixaram claro que não podem fazer nada para impedir a entrada aos migrantes que queiram entrar no país: até a ideia de uma campanha publicitária destinada a convencer os candidatos a imigrantes de que, afinal, o Reino Unido não era propriamente um paraíso foi posta na prateleira.

Portanto, a questão não é como impedir novas chegadas mas sim se estaremos a fazer o suficiente para nos prepararmos para elas. Nessa matéria, a resposta é um categórico não. É evidentemente difícil fazer estimativas realistas quanto à amplitude do afluxo, mas a última tentativa, realizada pelo Instituto Nacional de Investigação Económica e Social a pedido do Governo, leva a ineficácia ao extremo. Os autores concluem que “o Reino Unido não é um dos destinos preferidos” dos búlgaros e romenos, mas acrescenta que a situação poderá mudar.

E, sem apresentar nada que se assemelhe a uma estimativa de números, transmite a sensação global de que o número de entradas será bastante inferior às 50 mil por ano, previstas pelo grupo de reflexão MigrationWatch UK, e que não há motivos para grandes preocupações.

Menos grandiloquência e mais planeamento

O que é perigosamente complacente. Apesar de não se conhecer de facto qual o número de entradas, é sem dúvida melhor estar preparado demais do que não estar preparado. Mais uma vez, estamos em consonância com a falta de preparação mais genérica para as consequências da imigração. Por exemplo, o elevado número de nascimentos alimentado pelas novas entradas submeteu a pressões terríveis as vagas nas escolas: mesmo sem um único visitante a mais, vindo de Sófia ou Bucareste, a Inglaterra continuará a precisar de 400 novas escolas primárias por ano, para resolver o problema. O mesmo se pode dizer em relação aos serviços públicos.

Num importante trabalho publicado, na semana passada, neste jornal, Frank Field e Nicholas Soames sublinhavam que, mesmo que conseguíssemos restringir a imigração líquida a cerca de 40 mil por ano, o que colocaria a população no limite máximo de 70 milhões, continuaria a ser preciso construir “o equivalente a mais uma [cidade de] Birmingham, Manchester, Liverpool, Bradford, Leeds, Sheffield, Glasgow, Bristol e Oxford”, para arranjar espaço para os recém-chegados. O problema é tão grave, defendiam os autores do artigo, que a UE poderia vir a ter de suspender a livre circulação de mão-de-obra durante os períodos de desemprego elevado.

Neste momento, são pouquíssimas as hipóteses de isso acontecer. Compete, por conseguinte, aos políticos – dos dois lados da Câmara dos Comuns – apostar um pouco menos na grandiloquência e muito mais no planeamento. Têm de pensar numa forma não só de limitar a imigração mas também de garantir que, a nível local e nacional, os serviços públicos serão capazes de fazer face aos efeitos de um crescimento populacional inexorável, na nossa cada vez mais sobrepovoada ilha.

VISTO DE BUCARESTE

Não é nada pessoal

“Os ingleses não nos detestam”, assegura o site de informação romeno Hotnews:

Como dizem os ingleses, não podemos levar a peito as coisas que fazem as delícias da imprensa e são assunto de campanha de alguns políticos britânicos. Somos os testas-de-ferro de uma crise económica que coincide com uma crise da União Europeia, na qual as discussões sobre imigrantes dominam a agenda pública!

Para o site Hotnews, no entanto, “hoje não é fácil ser-se romeno na Grã-Bretanha”. As notícias negativas sobre romenos geram um sentimento de xenofobia “explorado por alguns políticos como, por exemplo, Diana James, candidata do UKIP às eleições parciais de Eastleigh, que afirmou que os romenos têm uma predileção pela delinquência!”. Pediu desculpa mas acabou por ficar em segundo lugar, com 28% dos votos.

O site refere ainda o facto de uma petição online, a pedir medidas contra a imigração de búlgaros e romenos, que recolheu mais de 140 mil assinaturas, ser debatida na Câmara dos Comuns no dia 22 de abril.

Mais lidas da semana