quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Crise da dívida: A SAÍDA DA IRLANDA PARA O DESCONHECIDO

 


The Guardian, Londres – Presseurop – imagem Patrick Chappatte
 
Após três anos de cortes nas despesas do setor público, a Irlanda parece estar pronta para sair do programa de ajuda da troika (UE-BCE-FMI) no dia 15 de dezembro, mas a que preço? O país continua atolado em depressão e com a sua economia em apuros.
 
 
A Irlanda está a ser, uma vez mais, apontada como o aluno exemplar da escola de economia da austeridade na Europa e o Taoiseach [primeiro-ministro], Enda Kenny, diz que o seu Governo vai sair do programa de resgate fixado pela troika, composta pela União Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI. Kenny afirma que o período de austeridade está a chegar ao fim.

Estas duas afirmações são claramente questionáveis, e também esclarecedoras quanto a alguns aspetos importantes da situação na Europa.

A política do Governo de Dublin continuará, ainda, a ser ditada pela troika durante muitos anos. Na realidade, a UE já estabeleceu um sistema de execução orçamental, regulamentação do processo orçamental e sanções que consagrará a austeridade permanente para todos os membros do euro. Além disso, passou a ser habitual o FMI criar uma nova linha de crédito, depois de o montante inicial do resgate se ter esgotado, e essa nova linha impõe novas obrigações. Por conseguinte, não é verdade que a austeridade tenha chegado ao fim. Em contrapartida, os ativos e empréstimos detidos pelos bancos irlandeses ficaram tão desvalorizados devido aos problemas económicos que o risco de um novo resgate dos seus credores está a aumentar.

Fracasso dos Governos de Dublin

Há ainda um motivo de peso pelo qual o que se passa na Irlanda não pode ser reproduzido em países como a Grécia e Portugal. No início da crise, a economia irlandesa era muito mais próspera. E, depois da recessão prolongada vivida na periferia europeia, essa situação mantém-se. Uma medida do fracasso dos sucessivos Governos de Dublin é o facto de as condições de vida terem caído tanto que baixaram para os níveis britânicos, depois de os terem suplantado antes do virar do século passado.

No Reino Unido, são sempre muitas as vozes que querem atribuir todos os males económicos à UE. Contudo, a ameaça de George Osborne [o ministro das Finanças britânico] de manter a austeridade até pelo menos 2018 e insistir no objetivo do excedente orçamental corresponde à austeridade permanente de Bruxelas, Frankfurt e Washington.

A explosão de autorregozijo dos dois lados do Mar da Irlanda é completamente despropositada. Os Governos de Dublin tendem a não possuir a arrogância multissecular da elite política britânica e, por isso, procuram colher aplausos no estrangeiro.
 
A coligação no poder – entre o Fine Gael, de direita, e o Partido Trabalhista irlandês – parece receber palmadinhas nas costas, ou talvez na cabeça, pela previsão de que as finanças públicas irão passar para aquilo a que se chama um excedente primário, ou seja, o excedente das finanças públicas, excluindo os encargos com os pagamentos dos juros [da dívida]. Mas isso é igualmente o que proclamam cada vez mais os apoiantes dos governos que põem em prática a austeridade em Portugal e na Grécia e, em grande medida, é desprovido de sentido. A menos que a taxa de crescimento da economia ultrapasse a fatura crescente dos juros, o nível da dívida pública torna-se insustentável.
 
Austeridade não é a solução
 
Contudo, por enquanto, o risco imediato de incumprimento foi substancialmente reduzido. Essa redução deve-se em parte ao compromisso do BCE de “fazer o que for preciso” para sustentar o euro. O que quer que alargue para um número ilimitado os resgates dos credores, essencialmente bancos europeus e britânicos, mas nem um euro para os governos.
 
É com esta operação de suporte de vida para os bancos que agora nos pedem que nos congratulemos. A festa não deve durar muito, visto que a austeridade está a minar e economia. Sem investimento, a capacidade produtiva entra em declínio. Na Irlanda, o novo investimento líquido (depois de deduzidos a depreciação, o desgaste e outros) é próximo de zero. A economia continua em depressão e um dos efeitos desse facto é a acumulação de crédito malparado nos bancos de retalho, incluindo os créditos hipotecários subscritos por pessoas em dificuldades. A austeridade é inimiga do crescimento e não pode solucionar a crise.
 
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TABUS DE CAVACO: O DESASSOSSEGO DE QUEM QUER SER MILIONÁRIO E HONESTO

 

António Veríssimo
 
É assim que tem por título: “Tábus de Cavaco”, uma publicação online que desde 27 de Janeiro de 2011 não é atualizado. Desconhecem-se as razões para tal. No entanto, até essa data, muitas dúvidas subsistem naquele blogue relativamente a Cavaco Silva e seus amigos BPN, ou no investimento da casa de Cavaco Silva em Albufeira, Algarve, na Aldeia da Coelha, e no pagamento de imposto, e de licenças de construção.
 
É também naquele aldeamento – fechado e privado - que alguns dos seus amigos adquiriram residências, entre eles um ou mais amigos do BPN. Há muita “palha” sobre dúvidas da transparência de negócios que envolvem Cavaco Silva, atual presidente da República, mas também existem dúvidas que se julgam fundadas e que deveria ser o próprio Cavaco a esclarecer de modo inconfundível em vez de titubeantes declarações do estilo “ainda está para nascer quem seja mais honesto que eu”. Isto não foi transparência mas sim efeitos de fumaça que geraram muito mais dúvidas. O que é muito desagradável para um inocente e para os portugueses dependentes da governação de políticos.
 
Foi estranho a compra (oferta?) de ações BPN à SLN e a Oliveira Costa (BPN) que está incriminado em fraude BPN apesar de andar em liberdade a aguardar julgamento que possivelmente ultrapassará o prazo legal e nunca acontecerá.
 
O que os portugueses pretendem é transparência e a apresentação de documentação inequívoca sobre a honestidade de Cavaco Silva. Sem manhas, sem evasões. Porque é indubitável que se tal não acontecer Cavaco ficará sempre associado à nebulosa de uma alegada máfia BPN. Isso é muito desagradável e injusto se Cavaco Silva for de facto um cidadão honesto como se exige, ainda mais a um político, a um presidente da República. Urge Cavaco esclarecer tim-tim por tim-tim os portugueses. Urge dar contas, esclarecer inequivocamente e afastar de uma vez por todas a ignomínia se acaso Cavaco ou qualquer outro cidadão estiver a ser envolvido numa nebulosa que ponha injustamente em causa a sua honestidade. Cavaco Silva é o principal interessado em esclarecer de uma vez por todas as más-línguas. Serão de facto más-línguas?
 
O que disse Mário Soares (em baixo noutra postagem) não surge por acaso e os portugueses interrogam-se, perguntam o que saberá Soares e outros cidadãos de topo que os restantes portugueses desconhecem refugiando-se em dúvidas. Ser honesto também é saber esclarecer e afastar todas as dúvidas com indubitáveis provas factuais. Certo é que o atual PR Cavaco se rodeou de gentios que deixam muito para duvidar sobre os “negócios BPN”. É tudo isso que tem de ser esclarecido. É urgente, por todas as razões e para bem de todos nós. Incluindo o bem de Cavaco. Vamos ver se é desta que haverá coragem e total transparência que termine com todas dúvidas. Para bem e para mal de alguém.
 
Recomende-se que vale o tempo ler e ver vídeos do desatualizado Tabus de Cavaco para que se saiba aquilo que estamos a referir e manifestar o desejo de ver totalmente esclarecido. A retórica, as fugas para a frente, as nebulosas, a manha, são métodos prejudiciais a qualquer cidadão inocente e que seja acusado injustamente. Que se acabe com os tabus é o mais justo e esclarecedor. Que se acabe com este desassossego. Que se punam os criminosos e se demonstre a inocência dos injustamente suspeitos ou acusados. Isso é condição de qualquer sociedade efetivamente democrática. Existe ou não existe uma “máfia BPN” (como muitos lhe chamam)? Pelo que esperam os agentes da Justiça? Pode um indivíduo sob suspeitas desempenhar o cargo de presidente da República sem que o ónus respetivo o ensombre?
 
Sobre as declarações de Cavaco acerca das palavras de Mário Soares: Cavaco primou em declarar “palha” e nebulosas. Não é isso que os portugueses esperam dele. Que se faça luz e justiça. Se Soares tiver razão fez muito bem denunciar e dizer o que disse. Se não, prove-se o contrário. Termine-se com este desassossego. O de quem quer ser milionário e honesto e o dos restantes portugueses. Todos têm direito ao seu bom nome, merecendo-o. Justiça.

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Portugal: EXILAR SOARES, JÁ!
Portugal: Mário Soares sugere que Cavaco Silva devia ser "julgado" por causa do BPN
 

Cavaco Silva reitera que única relação que teve com o BPN foi a de depositante

 


O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, reiterou hoje que a única relação que teve com o BPN ou as suas empresas foi enquanto depositante para aplicação de poupanças quando era professor universitário.
 
Numa declaração escrita do chefe de Estado enviada à Agência Lusa a propósito das afirmações proferidas na quarta-feira por Mário Soares, o chefe de Estado sublinha que o antigo Presidente da República devia saber que a sua relação com o BPN já foi esclarecida "em devido tempo".
 
"Devia saber que esclareci, em devido tempo, que nunca tive qualquer relação com o BPN ou com as suas empresas, a não ser a de depositante para aplicação de poupanças, quando era professor universitário. Esqueceu mesmo o esclarecimento que, pessoalmente, lhe foi prestado", refere Cavaco Silva.
 
Na quarta-feira, o antigo Presidente da República Mário Soares questionou a razão porque o atual chefe de Estado não é julgado por causa do caso BPN, considerando que nenhum responsável respondeu perante a justiça.
 
Na declaração enviada à Lusa, Cavaco Silva sublinha que Mário Soares "é uma personalidade a quem todos os portugueses devem estar reconhecidos pelo papel que desempenhou na consolidação da nossa democracia e no processo que conduziu à nossa adesão às Comunidades Europeias".
 
"Trata-se, para além disso, de um antigo Presidente da República, que, apesar de ter cessado funções há muitos anos, deve continuar a merecer o nosso respeito", acrescenta o atual chefe de Estado.
 
Prometendo tudo fazer para preservar a dignidade da instituição Presidência da República, Cavaco Silva assegura ainda que nunca proferirá afirmações semelhantes às de Mário Soares.
 
"Pela minha parte, tudo farei para preservar a dignidade devida à instituição Presidência da República. Por isso, de mim nunca ouvirão afirmações como as que foram proferidas pelo Dr. Mário Soares", refere.
 
Na terça-feira, falando a propósito das recentes declarações do presidente angolano acerca do fim da parceria estratégica com Portugal e sobre a responsabilidade do ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares recuperou o caso do BPN, questionando as razões porque ninguém foi julgado.
 
"Nunca ninguém julgou, todos roubaram, mas nunca julgou, como é sabido. Porque é o Presidente da República não é julgado ?", questionou Mário Soares, que falava aos jornalistas no final de um almoço na Associação 25 de Abril, numa iniciativa promovida pelo blogue "ânimo",integrada nas comemorações do 40.º aniversário da "Revolução dos Cravos"
 
Interrogado sobre se entende que o atual chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, deveria ser julgado, Mário Soares respondeu apenas sobre a ausência de intervenção do Presidente da República.
 
"O Presidente da República deve intervir se quiser ser Presidente da República, agora se ele quer chefe de um partido é outra coisa", disse, insistindo depois que Cavaco Silva "é chefe de um partido".
 
VAM // PGF - Lusa
 

Portugal: EXILAR SOARES, JÁ!

 


Fernando Dacosta – jornal i, opinião
 
Vai em cacos a vida pelos lados de São Bento e Belém – e não só. A entrevista “escacha pessegueiro” de Mário Soares ao DN e à TSF no último domingo (conduzida por João Marcelino e Paulo Baldaia) teve efeitos de furacão num país amodorrado, amarrado pelo poder tricéfalo do PSD/CDS/PR.

Ao chamar com todas as letras os nossos principais dirigentes “delinquentes”, e ao preconizar o seu julgamento, “depois de saírem do poder”, Soares provocou ondas de choque parecidas, há já quem diga, às de Humberto Delgado quando, em 1958, afirmou demitir, obviamente, Salazar se ganhasse as eleições.

Nunca ninguém foi tão longe em relação a governantes como ele; nunca um político com o seu prestígio, a sua obra, a sua cultura, a sua experiência, a sua projecção ousou dizer na praça pública o que ele afirmou. Frontal, Mário Soares tornou-se o líder da oposição (moral) que nos faltava, a bandeira da nossa traída dignidade, a energia contra o nosso medo – como o foi, em jovem, ao enfrentar o fascismo e o colaboracionismo, não hesitando em propor, hoje como ontem, rupturas (não pagamento da dívida, por exemplo) e saltos para o futuro.

Tornado há muito demasiado sólido para ser destruído, ou difamado, ou ridicularizado (as insinuações sobre a sua saúde mental, devido à idade, tornaram-se gratuitas), demasiado visível para o calarem (os comentadores pediram na TV 24 que a comunicação social passasse a censurá-lo!), só resta aos poderes estabelecidos seguirem, repetindo-a, a decisão do saudoso Dr. Salazar: exilá-lo. África, pois, com ele – já! Rui Machete dará uma preciosa mãozinha nisso.

Escreve à quinta-feira

Portugal: Mário Soares sugere que Cavaco Silva devia ser "julgado" por causa do BPN

 

Luís Claro – jornal i
 
Deputado do PSD defende que o "insulto" ao Presidente da República deve ser alvo de "penalização criminal"
 
O ex-Presidente da República Mário Soares voltou a lançar a polémica com uma pergunta sobre Cavaco Silva. "Nunca ninguém julgou, todos roubaram, mas nunca se julgou, como é sabido. Porque é que o Presidente da República não é julgado?", questionou ontem Soares, citado pela agência Lusa, no final de um almoço na Associação 25 de Abril.
 
Soares falava do caso BPN, mas não é a primeira vez que sugere que os políticos devem ser julgados, nem que critica Cavaco por ter tido acções do BPN. Numa entrevista ao "Diário de o ex-presidente da República defendeu que "estes senhores", referindo-se ao governo, têm de "ser julgados depois de saírem do poder". Nessa mesma entrevista, Soares reafirmou que "estes actuais governantes não têm dignidade e alguns são puros delinquentes".
 
Ontem, Soares reavivou o caso BPN e lançou também algumas críticas políticas a Cavaco Silva por intervir pouco. "O Presidente da República deve intervir se quiser ser Presidente da República, agora se ele quer chefe de um partido é outra coisa", disse, insistindo que Cavaco Silva "é chefe de um partido".
 
As acusações de Soares ao Presidente da República provocaram indignação, principalmente nos sectores mais à direita. O deputado do PSD e ex-líder da JSD Duarte Marques acusou o fundador do PS de ter "perdido a cabeça". "A verdade é que perdeu também o respeito pelo Estado de Direito e adoptou o mais antidemocrático comportamento possível: a calúnia sem fundamento ao actual Presidente da República, de quem é conselheiro de Estado. Hoje, o ex-presidente, humilhado em recentes eleições presidenciais, voltou aos dislates e às atoardas. Só o respeito que tenho pela sua idade me faz ser mais contido nas palavras".
 
O ex-presidente da JSD vai mais longe e diz esperar que "se cumpram os princípios do Estado de Direito onde o insulto ao Chefe do Estado é alvo de penalização criminal".
 
ORÇAMENTO "HORRÍVEL"
 
Sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, Mário Soares disse que "é horrível" e é mais uma machadada no Estado Social. "Ainda não li o Orçamento, mas tanto quanto eu ouvi é horrível", afirmou, em declarações aos jornalistas numa iniciativa promovida pelo blogue "Ânimo", integrada nas comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril. Na sua intervenção, Soares acusou o governo de "estar a destruir completamente Portugal, vendendo tudo ao desbarato" e de "não cumprir a Constituição".
 
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Há cada vez mais pessoa em situação de pobreza extrema em Portugal - Cáritas

 

Jornal de Notícias
 
O presidente da Cáritas Portuguesa alertou, esta quinta-feira, que há cada vez mais pessoas em situação de "pobreza extrema" em Portugal, porque lhes foi retirada a "principal fonte de rendimento", o trabalho.
 
"Temos cada vez mais pessoas a cair na pobreza extrema, na pobreza mais severa. Não só há mais gente pobre, como mais gente muito, muito pobre", lamentou Eugénio Fonseca no Dia Internacional da Erradicação da Pobreza.
 
Para esta situação, têm contribuído as medidas de austeridade nos últimos anos, sublinhou.
 
"A forma de retirar estas pessoas da pobreza é dar-lhes a oportunidade de acederem a um novo posto de trabalho", mas "enquanto isso não acontece é beneficiá-las com medidas compensatórias, as que estão relacionadas com a proteção social", disse à agência Lusa Eugénio Fonseca.
 
Mas não é com a redução das medidas de proteção social que se consegue atenuar a pobreza, antes pelo contrário, advertiu o presidente da Cáritas, no Dia Internacional da Erradicação da Pobreza.
 
Ressalvando que não quer "ser derrotista", confessou ter "muito receio" de que, "se não houver uma estratégia bem objetiva que tenha como fim as pessoas e não o capital, muitas pessoas não voltem a encontrar o posto de trabalho que perderam".
 
"Não sei o que é que poderemos ganhar com isso, porque depois de superada a crise não sei se teremos as pessoas animicamente preparadas e motivadas para contribuírem para o desenvolvimento do país como todos desejamos", acrescentou.
 
Eugénio Fonseca sublinhou que o desenvolvimento do país "não se faz apenas com euros, faz-se com pessoas, porque são elas que fazem gerar os euros".
 
Por isso, defendeu, é importante que "os políticos, enquanto servidores do bem comum e não enquanto servidores de interesses pessoais ou corporativos, defendam as populações e sobretudo os mais fragilizados entre as populações".
 
Para o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre, "o fenómeno que está em curso não tem solução há vista para os próximos cinco a 10 anos".
 
"É uma situação de mudança da sociedade e o modelo que tínhamos conhecido após a segunda guerra mundial está esgotado", disse Fernando Nobre, considerando que "vai ser preciso reinventar novas formas de trabalho, porque as novas tecnologias vão excluir muitos postos de trabalho".
 
O presidente da AMI adiantou que, desde 2008, os 15 equipamentos de respostas sociais da organização espalhados pelo país duplicaram o número de atendimentos.
 
"Isto quer dizer que há muito mais pessoas a tentar obter recursos básicos, nomeadamente alimentares, mas também para tentarem fazer face a outros encargos como a água, a luz e o telefone", sublinhou.
 
Os centros sociais da AMI estão a socorrer pessoas que "era impensável" que viessem bater às suas portas: "Temos casais que pertenceram a uma classe média e a uma classe média alta que estão hoje a beneficiar dos nossos serviços".
 
Estas pessoas, devido ao "desvario e incompetência de governos que foram sucedendo na governação do país, são forçadas, com muita vergonha, a virem bater à nossa porta", lamentou.
 
"Não foi este tipo de sociedade que eu defendi ao longo da minha vida e que me levou a intervir e até entrar em alguns combates políticos", sublinhou.
 
Quase metade da população portuguesa estava em risco de pobreza em 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, que mostram que, mesmo depois das transferências sociais, quase 1,8 milhões de pessoas continuavam em risco.
 
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Protesto denuncia falta de vontade política da CPLP para combater fome - em Lisboa

 


Lisboa, 16 out (Lusa) - Uma vigília pelas vítimas da fome nos países da CPLP, no Dia Mundial da Alimentação, denunciou ao início da noite de hoje, em Lisboa, a ausência de "vontade política" e a ausência de recursos para combater este flagelo.
 
A concentração, que decorreu em frente da sede executiva da organização lusófona em Lisboa, pretendeu sensibilizar o poder político e a sociedade civil para o "direito humano à alimentação", e quando diversas ONG alertam que a fome e a insegurança alimentar atingem 28 milhões de pessoas entre os estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
 
Velas assentes em bancos de pedra e cartazes exibidos pelos seis ativistas presentes esclareciam o objetivo do protesto. "Guiné-Bissau: monocultura do caju = pobreza das comunidades", "Moçambique: açambarcamento de terras = insegurança alimentar", "Portugal também tem fome" ou "Angola: Evitar e feminização da pobreza" eram alguns dos cartazes exibidos pelos presentes, que se colocaram frente ao portão principal do palácio Conde de Penafiel.
 
"A estratégia para a soberania alimentar dos países dos PALOP é extremamente importante na luta contra a fome. Sabemos que só em África, em cada dez pessoas oito são afetadas pela fome", disse à Lusa Sambu Seck, secretário-geral da federação camponesa KAFO da Guiné-Bissau e coordenador da plataforma de camponeses da CPLP.
 
"A falta de vontade política para a implementação desta estratégia faz com que a fome, a redução da pobreza, em particular em África, se torne numa preocupação muito importante, para além de constituir o principal obstáculo das ONG da sociedade civil no combate à fome", sublinhou, numa referência aos objetivos da plataforma camponesa da CPLP e aprovada pelos respetivos governos para a "defesa do direito à alimentação, que é universal".
 
Após recordar que em 2014 se comemora o ano internacional da agricultura familiar, "que tem um papel fundamental na segurança alimentar e na soberania alimentar", Sambu Seck denunciou a "ausência de aplicação da estratégia", um ponto também considerado pelos responsáveis desta plataforma.
 
"Achamos que não há vontade política. Após terem assumido os compromissos na cimeira de Maputo, até ao momento os recursos financeiros mínimos para o funcionamento dos órgãos e a implementação da própria estratégia ainda não apareceram", frisou João Pinto, coordenador da Rede Regional da Sociedade Civil para a Segurança Alimentar e Nutricional (REDSAN-CPLP).
 
No entanto, o responsável por esta plataforma de cooperação entre organizações da sociedade civil, que trabalham em conjunto para incluir a luta contra a fome e o direito à alimentação na agenda política, também denuncia "as instâncias internacionais, em particular a FAO", que também criou expetativas mas sem ainda ter fornecido recursos.
 
"Esse é o ponto fundamental, não havendo recursos não podemos fazer as coisas no terreno", insiste.
 
João Pinto garante não se tratarem de somas "megalómanas", quer para o funcionamento dos órgãos criados, quer para a implementação da estratégia.
 
"Falamos de montantes de 500.000 euros para 24 meses, o que dividido pelos oito estados-membros dá cerca de 60 mil euros por cada, e que dividido por 24 meses, o período para dar início ao processo, dá cerca de 2.600 euros por mês".
 
No entanto, precisa que na audiência com os embaixadores da CPLP, "foi confirmado que Portugal já fez depósito no fundo especial da CPLP, Moçambique já manifestou a intenção, e aparentemente o Brasil".
 
"Mas estes são apenas os recursos iniciais, muito mais há a fazer. E as restantes instâncias internacionais têm também responsabilidade em colocar a sua parte", concluiu.
 
A vigília de protesto inseriu-se no âmbito da VI Reunião da REDSAN-CPLP, que decorre até sexta-feira em Lisboa, na presença de seis delegações das redes nacionais parceiras da REDSAN-CPLP.
 
Para além desta rede portuguesa, compareceram, ou estiveram representadas as redes nacionais parcerias da REDSAN-CPLP: Rede de Segurança Alimentar e Nutricional de Angola, Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), Plataforma das ONGs de Cabo Verde (PONGs), Rede para a Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional da Guiné-Bissau (RESSAN-GB ) e Rede da Sociedade Civil para a Segurança Alimentar e Nutricional de São Tomé e Príncipe (RESCSAN).
 
Criada em 1996, a CPLP é uma organização internacional com sede em Lisboa que junta oito países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
 
PCR // HB - Lusa
 

Cada país tem obrigação de garantir alimentação ao seu povo -- Governo timorense

 


Díli, 16 out (Lusa) - O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Constâncio Pinto, defendeu hoje, Dia Mundial da Alimentação, que cada país tem obrigação de garantir a sustentabilidade alimentar do seu povo para contribuir para uma solução global do problema.
 
"O problema da segurança alimentar é um problema global cuja solução provém de um esforço individual e coletivo", afirmou Constâncio Pinto.
 
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros falava numa cerimónia realizada em Díli para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, que contou com a presença do Presidente timorense, Taur Matan Ruak, vários membros do Governo e elementos do corpo diplomático.
 
"Cada Estado tem a obrigação de garantir a sustentabilidade alimentar e nutrição adequada do seu povo. A solução individual de cada país contribuirá para uma solução global do problema da segurança alimentar no mundo", salientou.
 
Segundo o vice-ministro, Timor-Leste está incluído nas estatísticas da população mundial que sofre e morre devido a má nutrição e por isso o país tem vindo a aumentar os esforços para combater a fome.
 
"Isto é garantir a cada cidadão timorense o acesso a uma alimentação saudável e a uma nutrição adequada. Timor-Leste continua e está empenhado em cumprir as suas obrigações", disse.
 
No âmbito do combate aos problemas alimentares no país, o Governo timorense tem vindo a apoiar o desenvolvimento da agricultura, nomeadamente com o fornecimento de equipamentos agrícolas e formação de agricultores, para aumentar a produção agrícola.
 
A realização de campanhas junto da população sobre a forma de fazer uma alimentação saudável tem sido outra das iniciativas dos responsáveis timorenses.
 
As autoridades timorenses têm também estabelecido parcerias com outros países para contribuir para o desenvolvimento do setor agrícola.
 
"Ao comemorar o Dia Internacional da Alimentação estamos comprometidos em garantir que não só a nossa população venha a ter uma alimentação saudável e adequada, mas também a contribuir para acabar com a fome e a má nutrição no mundo", disse.
 
Segundo a agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), mais de 800 milhões de pessoas passam fome no mundo e todos os anos morrem cerca de 2,5 milhões de crianças com fome.
 
Em Timor-Leste, segundo o Programa Alimentar Mundial, 58 por cento das crianças têm problemas de má nutrição.
 
MSE // MLL - Lusa
 

Timor-Leste: Primeira Dama faz uma visita surpresa ao Hospital Guido Valadares

 

16 de Outubro de 2013, 20:21
 
A Primeira dama Isabel da Costa Ferreira realizou hoje uma visita surpresa ao Hospital Nacional Guido Valadares, para visitar uma paciente internada que há cerca de uma semana deu entrada com um avançado caso de úlcera do pé diabético, segundo o comunicado de imprensa.
 
No final de setembro, a primeira dama havia feito uma visita ao Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CEGB), em Cuba e tomou conhecimento da realidade que afeta cerca de 15% dos diabéticos em todo o Mundo, neste caso o risco de contrair uma úlcera nos seus membros inferiores conhecida pela úlcera do pé diabético.

Existem em Timor-Leste cerca de 26.000 pessoas diagnosticadas com diabetes, os quais possuem grandes riscos de desenvolver lesões por falta de sensibilidade nos seus membros inferiores. Contudo durante a visita ao CEGB, foi ainda possível compreender que estas lesões podem ser evitadas quando detectadas precocemente.

Este Centro, em Cuba, desenvolveu um fármaco revolucionário com o nome de Heberprot-P, o qual estimula as defesas naturais do organismo, recuperando a capacidade do corpo de cicatrizar rapidamente, segundo o comunicado.

Segundo a apresentação, este medicamento evita a amputação numa grande parte de casos.

O Diabetes pode modificar a habilidade do corpo de combater infecções. Não só são os pés mais susceptíveis a infecções, mas também é mais difícil livrar-se de uma infecção uma vez que ela já está lá.

No comunicado aconselha-se que o paciente regularmente seja acompanhado pelos profissionais de saúde para prevenir e reagir rapidamente às infecções.

SAPO TL

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TIMOR LOROSAE NAÇÃO FOI HOJE EXTINTO

 


Pelos motivos já sobejamente evocados foi decidido procedermos à extinção do nosso outro blogue Timor Lorosae Nação de modo definitivo depois de cerca de oito anos da primeira postagem - na primeira edição.
 
Uma vez tomada a decisão da extinção daquele blogue, que já foi emblemático e figura de referência nos tempos mais dificeis do inicio da nação timorense, procedemos ao devido anúncio para que a extinção não apanhasse de surpresa os que habitualmente visitavam o TLN. Neste momento já não existe Timor Lorosae Nação e, por nós, não mais existirá. Tudo que for relacionado com o TLN será desativado, extinto. Não sendo de nossa responsabilidade o que constar e for publicado em título Timor Lorosae Nação – como é o caso de publicação abusiva no Facebook – Facebook que abandonámos há muito tempo.
 
Aos amigos e leitores que acompanharam o TLN desejamos as melhores leituras e fortunas. Agradecemos toda a vossa companhia, disponibilidade possivel e amizade. Recebam de toda a equipa um vigoroso e sincero bem-hajam.
 
Como é do conhecimento geral elementos do TLN que integram o Página Global tomarão em mãos e responsabilidade a publicação de conteúdos de interesse - sobre Timor-Leste, Macau, Sudeste Asiático, Ásia, Oceânia, Pacífico e Médio Oriente - neste blogue.
 
Através do Página Global continuaremos em contacto e a estar à vossa inteira disposição.
 
Redação PG
 

Brasil: Bolsa Família foi decisivo para reduzir a pobreza e custa muito pouco

 

Carta Maior
 
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) revela que o programa Bolsa Família, desde sua criação, há 10 anos, ajudou a reduzir a pobreza extrema pobreza do país em 28%. Esse imenso avanço custa pouco. O investimento do governo federal previsto para o programa, em 2013, é de R$ 24 bilhões, o que representa 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB).
 
O programa hoje atende cerca de 13,8 milhões de famílias, o que corresponde a quase 80 milhões de pessoas. Desses, 22 milhões saíram da situação de miséria, superando o patamar de R$ 70 reais por mês. Os dados também mostram que a renda dos mais pobres cresceu quatro vezes mais rápido do que a renda dos mais ricos.
 
Pelos dados apresentados, entre 2002 e 2012, a proporção de brasileiros vivendo com menos de R$ 70 caiu de 8,8% para 3,6%. Sem a renda proporcionada pelo Bolsa Família, a taxa de extrema pobreza seria de 4,9%, ou seja, 36% maior que a atualmente observada.
 
Cada real adicional que é gasto no Bolsa Família impacta a desigualdade em 369% a mais do que o gasto com a previdência social e 86% a mais do que o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
 
Não bastasse sua importância social para as famílias, o programa proporciona ganhos econômicos para o país. A cada 2% gasto com o Bolsa Família, 12,5% retornam em benefício para a população. É o chamado efeito multiplicador para a economia. De cada R$1,00 gasto no Bolsa Família, a economia faz girar R$ 2,40.
 
Além dessas conclusões, o Bolsa Família é reconhecido internacionalmente por levar e fixar crianças nas escolas, com melhorarias no desempenho escolar desses alunos, e por reduzir a mortalidade infantil.

O estudo pode ser lido na íntegra em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/131015_bolsa_familia_cap11.pdf

Créditos da foto: Arquivo
 

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