O Presidente
angolano José Eduardo dos Santos está a ser fortemente criticado por diversos
segmentos da sociedade civil e política do país e até no seio do seu próprio
partido, o MPLA, por não prestado a última homenagem a Nelson Mandela à
semelhança de vários lideres mundiais que marcaram presença na cermónia fúnebre
do ícone contra o apartheid na África do Sul.
Para além disso, José Eduardo dos Santos não fez nenhuma declaração pública sobre o legado deixado por Mandela, na TV ou na rádio, tal como outros líderes mundiais, nem tão pouco decretou um dia de luto em memória a "Madiba".
Para além disso, José Eduardo dos Santos não fez nenhuma declaração pública sobre o legado deixado por Mandela, na TV ou na rádio, tal como outros líderes mundiais, nem tão pouco decretou um dia de luto em memória a "Madiba".
O Presidente
angolano José Eduardo dos Santos está a ser fortemente criticado por diversos
segmentos da sociedade civil e política do país e até no seio do seu próprio
partido, o MPLA, por não prestado a última homenagem a Nelson Mandela à
semelhança de vários lideres mundiais que marcaram presença na cermónia fúnebre
do ícone contra o apartheid na África do Sul.
Para além disso, José Eduardo dos Santos não fez nenhuma declaração pública sobre o legado deixado por Mandela, na TV ou na rádio, tal como outros líderes mundiais, nem tão pouco decretou um dia de luto em memória a "Madiba".
Para além disso, José Eduardo dos Santos não fez nenhuma declaração pública sobre o legado deixado por Mandela, na TV ou na rádio, tal como outros líderes mundiais, nem tão pouco decretou um dia de luto em memória a "Madiba".
Observadores em
Luanda notam que as recentes informações que davam conta de que o estadista
angolano estava internado numa clínica de oncologia, em Barcelona, Espanha,
"até que podiam minimizar as críticas à sua pessoa" se não fosse um
comunicado do Governo angolano a desmentir tal informação e tendo mesmo
salientado que José Eduardo dos Santos “não está e nunca esteve doente”.
Se José Eduardo dos Santos não está e nunca esteve doente a pergunta que se coloca é a seguinte: então quais são as verdadeiras razões que levaram o Presidente angolano a enviar o seu vice-presidente, Manuel Vicente, às exéquias de Nelson Mandela?
Se José Eduardo dos Santos não está e nunca esteve doente a pergunta que se coloca é a seguinte: então quais são as verdadeiras razões que levaram o Presidente angolano a enviar o seu vice-presidente, Manuel Vicente, às exéquias de Nelson Mandela?
Seguir o exemplo de
Mandela
O ativista dos direitos humanos, José Patrocínio, coordenador da ONG Omunga, prefere colocar a questão numa outra vertente: "Não vejo a questão com base no facto do Presidente ir lá ou não. Para mim o problema deve centrar-se mais na questão dos nossos procedimentos em Angola e ter em conta, por exemplo, que os discursos do Presidente não voltassem a ser agressivos e que aprendesse isso com Nelson Mandela."
E José Patrocínio exemplifica a sua tese com uma entrevista dada pelo Presidente José Eduardo dos Santos: "Vimos recentemente uma entrevista concedida a um canal televisivo brasileiro e constatamos mais uma vez um discurso belicista. Isso é que seria interessante o Presidente angolano adotar como postura... os valores e procedimentos de Mandela."
O ativista dos direitos humanos, José Patrocínio, coordenador da ONG Omunga, prefere colocar a questão numa outra vertente: "Não vejo a questão com base no facto do Presidente ir lá ou não. Para mim o problema deve centrar-se mais na questão dos nossos procedimentos em Angola e ter em conta, por exemplo, que os discursos do Presidente não voltassem a ser agressivos e que aprendesse isso com Nelson Mandela."
E José Patrocínio exemplifica a sua tese com uma entrevista dada pelo Presidente José Eduardo dos Santos: "Vimos recentemente uma entrevista concedida a um canal televisivo brasileiro e constatamos mais uma vez um discurso belicista. Isso é que seria interessante o Presidente angolano adotar como postura... os valores e procedimentos de Mandela."
Na verdade, para o
ativista José Patrocínio, José Eduardo dos Santos passou a ser um obstáculo
sério para o país quer a nível interno, quer no plano internacional:
"Muito seriamente acho que cada vez mais devemos pensar que a manutenção
do cidadão José Edurado dos Santos no lugar de Presidente da República é um
obstáculo sério à questão da mudança em Angola."
Patrocínio vai mais longe: "E mais... é tão sério como ficou claro na entrevista ao canal televisivo brasileiro que as mudanças a terem lugar no país dependem do que ele, José Eduardo dos Santos e o seu partido, o MPLA decidirem no futuro. Se ele será substituído primeiro no partido ou se será substituído ao mesmo tempo no partido e no Estado..."
Patrocínio vai mais longe: "E mais... é tão sério como ficou claro na entrevista ao canal televisivo brasileiro que as mudanças a terem lugar no país dependem do que ele, José Eduardo dos Santos e o seu partido, o MPLA decidirem no futuro. Se ele será substituído primeiro no partido ou se será substituído ao mesmo tempo no partido e no Estado..."
José Eduardo dos
Santos falha para com o povo
Já o antropólogo,
Carlos de Oliverira Vasconcelos, classificou a atitude do Presidente José
Eduardo dos Santos, de não estar presente nas exéquias de Nelson Mandela como
uma traição à vontade soberana do povo de Angola: "Não, não corresponde à
vontade do povo. No dia em que se realizou a cerimónia via-se mesmo um
semblante de tristeza. Os angolanos reconheceram que perderam um irmão
africano, perderam um vizinho e perderam uma grande figura."
Por seu turno, o
jornalista do semanário AGORA, José Manuel Lupassa, foi lacónico na sua
abordagem ao perguntar: "Como é que o nosso Presidente iria sentir-se no
meio de tantos homólogos que ouvem falar dele quando ainda andavam no colégio e
nem sequer pensavam que um dia seriam políticos ou chefes de Estado?"
O jornalista
recorda ainda o descontentamento que se vive em Angola e as suas consequências
sobre a pessoa de José Eduardo dos Santos: "Depois a imagem do próprio
Presidente a nivel exterior está manchada em função dos últimos acontecimentos
que têm ocorrido um pouco por todo o país."
Deutsche Welle - Autoria:
Nelson Sul D'Angola (Benguela) – Edição: Nádia Issufo / António Rocha