sábado, 5 de julho de 2014

Entregue petição contra demissão de docente em Macau devido às suas "convicções"




Macau, China, 04 jul (Lusa) -- Uma petição, com mais de uma centena de assinaturas, contra o despedimento do professor Éric Sautedé da Universidade de São José (USJ), em Macau, demitido pelas suas "convicções", vai ser entregue hoje na instituição de ensino.

A petição reúne pelo menos 142 assinaturas de atuais e antigos alunos, bem como de outras pessoas que não têm ligações à universidade, informa hoje a imprensa local.

Éric Sautedé, que era docente da USJ há sete anos, viu o seu contrato terminar devido às suas "convicções", conforme assumido na semana passada pelo padre Peter Stilwell, reitor da instituição, ligada à Universidade Católica Portuguesa e à diocese de Macau, numa carta endereçada a estudantes e professores.

O professor de Ciência Política é colaborador regular da imprensa local e aborda nos seus comentários algumas questões que beliscam o Executivo, como aconteceu no caso de uma proposta de lei de benefícios dos titulares dos principais cargos políticos -- que gerou o maior movimento de contestação ao Governo e fez 'cair' o diploma --, em que o politólogo salientou, por exemplo, que o vencimento do chefe do executivo de Macau é mais de três vezes superior ao do Presidente francês.

Esta semana, um grupo de cinco alunos da USJ tinha já enviado uma missiva aos 'media', repudiando a rescisão de contrato sem justa causa, afirmando que a instituição de ensino violou as liberdades académicas.

Os alunos invocaram a lei laboral e a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau para sustentarem a ideia de que todos os indivíduos devem ser tratados de forma igual, independentemente das suas convicções e beneficiar de liberdade de expressão em Macau.

"Enquanto instituição de ensino superior em Macau é controverso que a USJ viole essas leis. Se os académicos e professores estão proibidos de participar nos debates públicos relacionados com a política, então porque é que a USJ oferece estes programas nos estudos de governação?", questionaram na carta.

DM/FV (JCS) // JMR - Lusa

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