“A
grandeza de um homem se mede pela sua capacidade de comunicação.”
(Michael Quoist)
Não
é minha virtude escrever sobre política. Não gosto de escrever sobre
tendências, e sim sobre perspectivas.
Em
política tudo que ainda não aconteceu considera-se uma tendência, por mais que
seja quase certo que vai acontecer, porque muitas vezes depende da vontade de
pessoas. Já em Economia, por exemplo, é possível dimensionar o futuro, e até
perspectivá-lo melhor.
Sim,
é verdade. Filipe Jacinto Nyusi ganhou esmagadora e gloriosamente as eleições
presidenciais de 2014, mesmo que isso se considere ainda uma tendência, já que
o processo de contagem dos votos ainda não terminou.
Um
dos méritos da vitória de Filipe Nyusi está no facto de ela ter emergido de um
processo que, a dado momento, até propiciou um ambiente de alguma controvérsia
que, ao fim do dia, acabou sendo um valioso teste à maturidade da democracia
interna do seu partido.
Parabéns
à Frelimo e ao seu candidato.
Na
verdade, muitos estão agradavelmente surpreendidos com a vitória do Nyusi
nestas eleições, lembrando que houve várias vozes condenatórias à sua
candidatura.
Foram-lhe
atribuídas as mais pejorativas alcunhas pelos seus opositores-detractores camuflados
de analistas políticos, que tudo fizeram para disfarçar ferramentas
propagandistas em debates políticos nas televisões “independentes”, embora eu
não saiba a que independência se referem.
A
única coisa que eles não perceberam foi que ganhar eleições exige trabalho.
Exige certas virtudes aliadas ao conhecimento e capacidade de produzir um
candidato à altura e apropriado para o ambiente político que o nosso país vive
actualmente.
Para
vencer uma eleição é necessário definir-se um objectivo claro, um plano de
execução das tarefas e ter-se uma equipa que trabalhe em sintonia com as metas
previamente traçadas.
Não
é suficiente ter recursos materiais e financeiros, embora sejam essenciais,
para garantir que a vitória seja alcançada.
Uma
das maiores virtudes do Partido Frelimo é o alto nível organizacional do seu
aparelho de apoio. Nyusi ganhou as eleições porque durante a campanha eleitoral
teve uma equipa de apoio a nível nacional coesa, fundamentalmente na
comunicação estratégica, na organização de ideias e sobretudo na capacidade de
garantir excelência no fluxo da comunicação nos dois sentidos.
Quando
digo comunicação em dois sentidos refiro-me ao facto de o candidato e a sua
equipa de apoio terem seguido um perfil de linguagem; olharam com os mesmos
olhos, escutaram com os mesmos ouvidos e manifestaram os sentimentos de todos
em perfeita sintonia.
Nyusi
soube abrir a boca com oportunidade, dirigir palavras ao público e transmitir
mensagens de esperança e confiança. Falar em público não é somente jogar
palavras bonitas para fora, sem dizer nada.
Para
falar em público é preciso habilidade de fazer passar um conjunto de ideias
devidamente estudadas e fazer chegar aos ouvintes justamente aquilo que estes
queriam ouvir para satisfazer suas necessidades na sociedade. Isso ele
conseguiu.
O
eleitor de hoje em dia é muito exigente. Ele compara o candidato com um produto
e naturalmente o seu processo de formação do voto segue o mesmo critério de
tomada de decisão de compra numa loja. Ele observa cuidadosamente os pontos
fortes e fracos e identifica aquele que melhor irá representá-lo.
Nyusi
teve muito cuidado ao proferir promessas. Soube prometer somente aquilo que
tinha certeza que iria conseguir fazer, nomeadamente trabalhar com seriedade e,
por isso, pediu confiança aos eleitores.
Portanto,
Filipe Nyusi, o senhor já é Presidente da República de Moçambique pelos
próximos 5 anos! Todavia, porque o senhor tem o direito legal de
recandidatar-se, saiba que a sua campanha eleitoral para as próximas eleições
inicia no dia da sua tomada de posse como Presidente da República para o
primeiro mandato.
O
cumprimento das suas promessas será uma mais-valia para a sua reeleição. Ganhe
carisma e consolide a sua posição de líder que conquistou durante a presente
campanha eleitoral. Conte com o apoio do povo moçambicano porque ele o elegeu e
depositou em si confiança.
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