terça-feira, 16 de dezembro de 2014

RAMOS-HORTA DEFENDE PARA TIMOR-LESTE MEDIDAS DE AUSTERIDADE E POUPANÇA




Díli, 16 dez (Lusa) - O antigo Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta defende medidas de austeridade e poupança para o ano de 2015 no país devido à queda do preço do petróleo, do qual a economia timorense depende.

"O preço do petróleo baixou dramaticamente, pode baixar mais ainda. Timor-Leste está muito dependente, gravemente dependente de uma única comodidade de exportação, que é o petróleo e o gás, por isso, aconselharia o Governo a pensar seriamente em medidas de austeridade e poupança", disse, em entrevista à agência Lusa o também prémio Nobel da Paz.

Segundo José Ramos-Horta, a economia mundial vai sofrer mais ainda com a queda dos preços do petróleo e do gás e isso vai ter um efeito em cadeia e "Timor-Leste não vai ficar imune e vai ser visto nas suas receitas".

Segundo o último relatório do Banco Central de Timor-Leste, o Fundo Petrolífero em setembro tinha 16 mil milhões de dólares (12,8 mil milhões de euros), o mesmo valor que em julho.

"Eu aconselharia uma melhor gestão dos recursos que temos, melhor execução orçamental, menos benesses para os ministros e políticos. Os governantes devem dar o exemplo", afirmou.

Por causa das despesas orçamentais elevadas registadas os últimos anos, sempre superiores a mil milhões de dólares, José Ramos-Horta disse também que o próximo ano deveria servir para um "debate muito sério" para se reverem as "contas públicas e os investimentos públicos".

"A verdade é que 12 anos depois da independência não existe um setor produtivo nacional. Os nossos ditos empresários estão todos, sem qualquer exceção, à espera de benesses do Estado e depois, a maioria nem sequer executa as obras, vendem aos seus amigos indonésios, chineses e filipinos com consequências que todos nós conhecemos", afirmou.

Para José Ramos-Horta, o Governo deveria investir seriamente na agricultura, saúde e educação, bem como uma mudança generalizada nas mentalidades das pessoas.

"Investir na agricultura, segurança alimentar, educação e saúde. Desde que invistamos mais seriamente no desenvolvimento rural através de apoios à agricultura, incentivos aos agricultores, pelo menos, para o grosso da população, havendo segurança alimentar temos paz social e política", disse.

MSE // PJA

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