sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Brasil: Em contraste com farsa da oposição, Dilma aparece bem no Ibope - sondagem




A quinta-feira (7) foi repleta de momentos palpitantes na campanha eleitoral. O candidato neoliberal e conservador do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acompanhado por Serra, Alckmin e Aloisio Nunes, em encontro com "operários" liderados pelo pelego-mor Paulinho da Força, fez falsas promessas ao mundo do trabalho. Mas não foi um dia feliz para a oposição.

Estes mesmos, que durante o governo de FHC procederam à mais rematada política anti-operária, antipopular e antinacional da história.

Já Eduardo Campos diz que o Brasil nunca esteve tão mal nos últimos 40 anos. Ou seja, o ex-governador de Pernambuco, que foi ministro de Lula e rompeu com o governo progressista, resgata até a ditadura.

Enquanto isso, Dilma Rousseff, presidenta da República e candidata à reeleição, recebe o apoio maciço de seis centrais sindicais, polarizadas por orientações progressistas, assume compromissos efetivos com os trabalhadores e afirma-se como a porta-bandeira das mudanças democráticas e populares no País.

No final do dia, o Ibope divulga por meio da Globo e do Estadão pesquisa eleitoral que indica que se o pleito fosse hoje a presidenta seria reeleita no primeiro turno. Dilma Rousseff tem 38% das intenções de voto, o tucano Aécio Neves aparece com 23%, e Eduardo Campos, do PSB, com 9%.

Foi um dia de encenações e até de farsas protagonizadas pelos candidatos da oposição, mas promissor para o campo democrático-popular. 

Redação do Vermelho

Brasil: "Negros já saem com loiras e comem em restaurantes. Estão quase brancos"




A frase acima é do vereador Wilson B. Duarte da Silva (PMDB) e foi proferida durante discurso contra vagas reservadas aos negros no serviço público

Pragmatismo Político

Durante discussão na Câmara de Rio Grande (RS) de projeto acerca da reserva de 20% de vagas para pessoas autodeclaradas negras ou pardas a fim de ingressarem no serviço público municipal, o vereador Wilson B. Duarte da Silva (PMDB) constrangeu boa parte do público presente. De acordo com o parlamentar, “os negros querem se favorecer, isso que é racismo, afinal os negros já estão quase brancos, estão saindo com loira, polaca, estão comendo em restaurantes…”. Leia abaixo texto de Jailton de Freitas Neves, coordenador do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, publicado no Jornal Agora:

“Na Sessão Plenária em que a pauta discutida na Câmara de Vereadores do Rio Grande/RS era o Projeto de Lei que dispõe sobre a reserva de 20% de vagas para autodeclarados negros e pardos para o ingresso no serviço público municipal. A Casa Legislativa estava amplamente ocupada por representantes de movimentos negros, coletivos, ONG’s, assim como cidadãs de diversos setores da sociedade riograndina, dentre as manifestações dos parlamentares, causou repúdio a todos presentes a fala do vereador Wilson B. Duarte da Silva (Kanelão), do PMDB.

O vereador Kanelão não se constrangeu em desqualificar a luta do Povo Negro entoando um discurso desrespeitoso àqueles que lutam por igualdade de oportunidades e contra toda forma de opressão: “Os negros querem se favorecer, isso que é racismo, afinal os negros já estão quase brancos, estão saindo com loira, polaca, estão comendo em restaurantes…”

Desprezando os índices estatísticos nacionais e a realidade de nossa periferia, assegurou que o povo negro não necessita de políticas públicas para inserção no mercado de trabalho, uma vez que já frequentam restaurantes, galgam posições e até casam-se com brancas (os). Para o Vereador, o alegado embranquecimento dos Negros da cidade do Rio Grande, respalda a posição contrária às ações afirmativas. Não é de espantar a posição do vereador Kanelão – como representante da burguesia – à defesa de seus interesses. Discurso de teor racista, que seguido de vaias, causou indignação a todos.

Dados divulgados pelo próprio governo demonstram que a mestiçagem racial não democratizou, de maneira alguma, as relações entre as “raças”. Isso simplesmente porque a riqueza do nosso País não foi “miscigenada”. Nos últimos dez anos dos governos do PT, os homicídios praticados contra jovens brancos diminuíram 33%, enquanto entre os jovens negros cresceu 23,4%. Os negros que representam 52% da população brasileira aparecem como 67% dos moradores das favelas. O número de 41.127 negros mortos, em 2012, e 14.928 brancos é um retrato cruel das diferenças raciais no Brasil e apenas apontam o estado emocional subjacente que vive cada pessoa e cada família negra brasileira.

Embora trabalhem tanto quanto os brancos, os negros recebem salários muito menores. Conforme a Síntese de Indicadores Sociais 2012, publicada pelo IBGE, enquanto um branco recebe em média 3,5 salários mínimos mensais, uma simples mudança no tom da pele derruba esse rendimento para 2,2 salários no Estado, o que representa uma diferença de 59%.

Como a dominação de classe, combinada à opressão racial, se manteve, o mito da democracia racial permanece até hoje como escudo ideológico dessa dominação/opressão. O Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe repudia o discurso e atitude do vereador Kanelão e se coloca como alternativa na luta contra o racismo burguês e capitalista e na defesa dos trabalhadores (as) negros(as) do Rio Grande. Esta luta transcende as questões raciais, pois mostra ser uma luta de classe, que precisa ser combatida com todo vigor.”

Na foto: Vereador Wilson B. Duarte da Silva (PMDB-RS)

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IMPÉRIO NA OFENSIVA




Na América Latina, o imperialismo se encontra em ple­na ofensiva para destruir o campo político progressista que tem como expressões mais importantes a Venezue­la, a Argentina e o Brasil

Igor Fuser – Brasil de Fato

Em 1992, no contexto do fim da Guerra Fria e da vitória militar dos Estados Unidos sobre o Iraque na 1ª Guerra do Golfo, um grupo de altos funcionários do go­verno estadunidense, coordenado por Paul Wolfowitz, elaborou um texto com as linhas mestras para a estraté­gia de Washington após a dissolução da União Soviética.

O Relatório Wolfowitz, como ficou conhecido, estabele­ceu duas prioridades centrais. A primeira: prevenir o sur­gimento de uma nova potência capaz de desafiar os EUA em escala global. A segunda: dissuadir “potenciais com­petidores” de contrariar os interesses estadunidenses em qualquer região do planeta.

Passados mais de vinte anos, essas metas continuam a nortear a política externa dos EUA. Elas explicam a atual ofensiva do imperialismo em cenários tão dife­rentes quanto a Ucrânia, a América Latina e o Orien­te Médio.

O governo de Barack Obama agiu de modo delibera­do ao romper o equilíbrio político da Ucrânia a fim de in­cluir aquele país na Otan, com vistas a debilitar a Rús­sia (potência regional refratária aos ditames de Washing­ton), manter a União Europeia sob o controle do Tio Sam e bloquear o projeto de integração da Eurásia impulsiona­do pela Rússia e pela China (única potência em condições de rivalizar com os EUA).

Na América Latina, o imperialismo se encontra em ple­na ofensiva para destruir o campo político progressista que tem como expressões mais importantes a Venezue­la, a Argentina e o Brasil. Tanto a campanha de desesta­bilização do presidente Nicolás Maduro quanto a cum­plicidade de Washington com o ataque dos “fundos abu­tres” à Argentina obedecem à mesma lógica, de dobrar a região do mundo que mais tem se mostrado insubmissa aos EUA.

A campanha contra o Irã (outra possível potência regio­nal) e o apoio incondicional às ações genocidas de Isra­el (o pit bull de estimação do Império) estão igualmente a serviço dessa estratégia mais geral que o cientista político Immanuel Wallerstein definiu como “a tentativa de res­taurar o irrestaurável: a hegemonia estadunidense no sis­tema-mundo”. Segundo ele, “isto faz dos Estados Unidos um ator muito perigoso”.

Israel pede ajuda de parlamentares dos EUA para se defender de acusações de crimes de guerra



Opera Mundi, São Paulo

Congressista norte-americano afirmou que Netanyahu quer combinar estratégia de defesa com Estados Unidos e evitar que caso vá à Corte Penal Internacional

O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a políticos dos Estados Unidos que ajudem Israel a se defender das acusações de que o país teria cometido crimes de guerra durante a operação Margem Protetora na Faixa de Gaza. A informação foi revelada pelo congressista norte-americano Steve Israel em entrevista ao jornal New York Post.

“O primeiro ministro nos pediu que trabalhássemos juntos para garantir que essa estratégia de ir à Corte Penal Internacional não tenha sucesso”, disse o político do partido Democrata ao jornal norte-americano. O congressista fez parte de um grupo de deputados dos EUA que se encontrou com Netanyahu em Israel nesta quarta-feira (06/08).

Líderes palestinos tiveram uma reunião com representantes da Corte Penal Internacional nesta semana em Haia, sede do organismo internacional na Holanda, para fazer um pedido formal para participar do tribunal internacional. “Tudo o que aconteceu nos últimos 28 dias são evidências claras de crimes de guerra cometidos por Israel”, afirmou o Ministro de Assuntos Exteriores da Palestina, Riyad al-Malki, depois do encontro.

“Nós não temos dificuldade para demonstrar ou construir um caso. As evidências estão lá para as pessoas verem e coletarem. Israel claramente violou o direito internacional”, acusou.

O congressista norte-americano disse ao New York Post que Netanyahu “quer que os Estados Unidos usem todas as ferramentas que dispõem para, em primeiro lugar, assegurar que o mundo saiba que crimes de guerra não foram cometidos por Israel, mas sim pelo Hamas. E que Israel não pode ser julgado com um peso diferente”.

Netanyahu defendeu a conduta israelense na operação Margem Protetora durante uma coletiva de imprensa na última quarta-feira, chamando a incursão militar de “justificada” e “proporcional”.

Indícios crescentes

A Anistia Internacional (AI) informou nesta quinta-feira (07/08) que detectou "indícios crescentes" de ataques aparentemente deliberados do Exército de Israel contra hospitais e pessoal médico da Faixa de Gaza e pediu que seja feita uma investigação imediata.

Segundo esta organização pró-direitos humanos, esses supostos ataques causaram a morte de seis responsáveis do corpo médico. Desde o dia 17 de julho, os ataques contra hospitais, pessoal médico e pessoal de ambulância, incluindo quem tentava retirar pessoas feridas nos ataques israelenses, se intensificaram, de acordo com a AI.

Em sua nota, a AI divulga vários testemunhos de médicos, enfermeiros e ambulâncias que trabalham na região. "As espantosas descrições que os motoristas de ambulância e outros membros do pessoal médico fazem da atroz situação na qual têm que trabalhar, com bombas e balas matando ou ferindo seus colegas enquanto tentam salvar vidas, ilustram a sombria realidade da vida em Gaza", assinalou Philip Luther, diretor do Programa para o Oriente Médio e o Norte da África da Anistia Internacional.

Luther considerou que "ainda mais alarmantes são os crescentes indícios de que o Exército israelense atacou centros ou profissionais de saúde". Ele ainda lembra que "esses ataques estão terminantemente proibidos pelo direito internacional e constituiriam crimes de guerra" e acrescenta que "só servem para reforçar o argumento de que a situação deve ser enviada ao Tribunal Penal Internacional".

A organização denuncia que houve equipamentos médicos que foram impedidos de ser levados a áreas críticas, privando assim centenas de civis feridos de uma assistência que poderia salvar-lhes a vida e deixando famílias inteiras sem ajuda para retirar os corpos de seus parentes.

Comissão israelense

No dia 3 de agosto, o Exército israelense organizou uma equipe que tem como missão recompilar informações e provas sobre a ofensiva contra o Hamas, em Gaza, para se defender de eventuais acusações de crimes de guerra.

De acordo com o jornal Haaretz, a equipe é liderada pelo chefe do Escritório de Planejamento do Exército israelense, Nimrod Sheffer, e inclui membros da Procuradoria Militar, do Comando Sul, da Divisão de Gaza e da Força Aérea. Representantes do Ministério das Relações Exteriores também farão parte do grupo.

O trabalho da equipe será buscar provas que testemunhem o uso da população civil como escudo humano por parte das facções armadas palestinas, em particular vídeos e documentação em poder da Força Aérea.

VIOLAR DIREITOS HUMANOS “ÁS VEZES É CERTO” PARA O GOVERNO INDIANO



Alaphia Zoyab - Avaaz.org

Caros amigos,  

Preciso de sua ajuda. Na Índia, duas adolescentes foram enforcadas em uma árvore após terem sofrido um brutal estupro coletivo na porta de casa, e um ministro do governo simplesmente respondeu aos protestos dizendo que estupro "é um crime social… às vezes é certo, às vezes é errado".

Isso é nojento! Mas esse não é um caso isolado. Eu mesma já fui atacada na frente de policiais de alto escalão e nada foi feito. Eu conheço o sistema, e ele tem fracassado com as mulheres da Índia. Mas acredito que podemos mudar isso juntos.

O novo líder do meu país foi eleito com a promessa de reconstruir a cidade sagrada de Varanasi, sua base eleitoral, e torná-la um grande pólo turístico. Se fizermos um apelo global de milhões de vozes pela proteção das mulheres e inundarmos a cidade do primeiro-ministro Modi com anúncios publicitários da nossa campanha, ele será forçado a fazer algo para manter seu eleitorado satisfeito e salvar suas ambições de turismo.

Uma campanha com anúncios publicitários como essa nunca aconteceu na Índia. Mas estamos falando de uma crise nacional que exige ações drásticas. Assine agora – vamos juntar 2 milhões de assinaturas e exigir que Modi proteja as garotas e mulheres da Índia:

https://secure.avaaz.org/po/womanifesto_modi_ob/?beKPeib&v=41931

Quando as adolescentes, uma de 14 e outra de 15 anos, desapareceram, o pai de uma delas foi até a polícia e implorou de joelhos na frente dos policiais por ajuda. Eles riram do homem e mandaram-no de volta para casa. Tal negligência chocante da polícia acontece com inúmeras famílias que estão passando por uma situação terrível como esta em toda a Índia. Após a revolta da comunidade internacional, cinco homens foram finalmente presos e dois policiais foram afastados. Mas a cada 22 minutos uma mulher é estuprada na Índia e a polícia, o judiciário e mesmo os ministros de Estado estão todos fazendo um péssimo trabalho!

Antes das eleições, houve vários protestos exigindo atitudes imediatas para acabar com a violência contra a mulher e especialistas escreveram o "Womanifesto" -- um plano de ação por reformas imediatas contra a epidemia de estupros. O plano inclui legislação, policiamento, apoio médico e psicológico, e, acima de tudo, educação pública. Os grandes partidos políticos da Índia apoiaram o manifesto, exceto o partido de Modi que simplesmente o ignorou.

A própria equipe de funcionários de Modi apoia o plano, por isso agora só precisamos que ele coloque as medidas do Womanifesto em prática.

Modi ainda não se pronunciou sobre o insulto do seu colega ministro, mas o presidente indiano deu uma declaração de que este novo governo terá uma "política de tolerância zero com a violência contra a mulher." Vamos criar uma petição gigantesca e inundar as ruas de Varanasi com anúncios pela execução imediata desse plano de ação. Assine agora:

https://secure.avaaz.org/po/womanifesto_modi_ob/?beKPeib&v=41931

O choque de ver esta foto pode nos paralizar de tanta tristeza, ou pode nos levar a fazer algo. Mulheres em todas as partes do meu país estão exigindo o fim dessa cultura de estupro e lutando para conseguir igualdade e segurança para todos. Por favor una-se a nós pelo fim da violência!

Com esperança,

Alaphia e a equipe da Avaaz

Mais informações:
Adolescentes dalits são estupradas e enforcadas na Índia (Terra)
http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/adolescentes-dalits-sao-estupradas-e-enforcadas-na-india,802bdcaafb546410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
Duas raparigas de 14 e 16 anos violadas e enforcadas na Índia (Público)
http://www.publico.pt/mundo/noticia/duas-raparigas-de-14-e-16-anos-violadas-e-enforcadas-na-india-1637944
Policiais são afastados em caso de jovens estupradas e enforcadas na Índia (O Globo)
http://oglobo.globo.com/mundo/policiais-sao-afastados-em-caso-de-jovens-estupradas-enforcadas-na-india-12643875
Estupro coletivo e enforcamento de adolescentes gera indignação na Índia (BBC)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140530_estupro_enforcamento_india_rb.shtml
Político indiano diz que estupro “às vezes é certo” (Estadão)
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,politico-indiano-diz-que-estupro-as-vezes-e-certo,1506120
Ministro ironiza imprensa ao ser questionado sobre caso de estupro na Índia (IG)
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2014-05-30/ministro-ironiza-imprensa-ao-ser-questionado-sobre-caso-de-estupro-na-india.html

A Avaaz é uma rede de campanhas globais de 38 milhões de pessoas que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global influenciem questões políticas internacionais. ("Avaaz" significa "voz" e "canção" em várias línguas). Membros da Avaaz vivem em todos os países do planeta e a nossa equipe está espalhada em 18 países de 6 continentes, operando em 17 línguas. Saiba mais sobre as nossas campanhas aqui, nos siga no Facebook ou Twitter.

BES: Bolsa portuguesa sofre perda de 10 mil milhões de euros em 15 dias




Em duas semanas, o caso BES levou a bolsa portuguesa a passar um dos seus períodos mais negros de sempre. A queda livre do 'banco mau' levou a uma perda de dez mil milhões de euros acumulados, avança o Económico.

Duas semanas, foram o bastante para que o BES levasse a uma queda abrupta da bolsa portuguesa. O PSI20 desvalorizou 16,71%, representando o pior desempenho entre as bolsas mundiais, segundo os dados avançados pela agência Bloomberg, e perderam-se 10.163 milhões de euros, saldo que inclui a queda livre do BES na semana antes de o seu resgate, segundo o Diário Económico.

O BCP registou a maior desvalorização no PSI20, reflexo de perdas próximas de dois mil milhões de euros, quase o montante do último aumento de capital. O BPI e Banif também sofreram perdas em 20% e o mesmo aconteceu com a PT, que está em processo de fusão com a Oi e que tinha o BES como maior acionista.

A venda exacerbada de ações no PSI20  foi concomitante com o agravamento dos juros associados à dívida pública portuguesa em mercado secundário. 

Na altura, como forma de justificação destas flutuações agressivas nos mercados, os governos e autoridades internacionais disseram que era uma "reação exagerada”.

Já para o ministro da Economia, Pires de Lima, "os investidores, naturalmente depois de terem percebido ao longo dos últimos meses a evolução do caso do BES e terem verificado as atitudes que se verificaram ao nível da administração da PT, reagem negativamente. Penso que têm de fazer a digestão de tudo aquilo que se passou”, disse o ministro da Economia, na última quarta-feira à Lusa, para explicar a fuga dos investidores.

Contudo, a bolsa também veio a sofrer com os conflitos associados à Ucrânia, Gaza e agora ao Iraque, que vieram afastar os investidores das ações.

Notícias ao Minuto

Portugal: A CRISE SISTÉMICA DE QUE NÃO SAÍMOS BEM



Ana Sá Lopes – jornal i, editorial

A aceitação de que as pessoas podem e devem falir é a miséria do nosso tempo

O governador do Banco de Portugal elevou ontem o patamar da catástrofe quando afirmou que na semana passada “estivemos na iminência de uma crise sistémica”. “Tenho consciência de que estivemos no fio da navalha e que saímos bem.” Mais coisa menos coisa, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, repetiu o mesmo. “Os meus colegas de Frankfurt deram-me os parabéns”, disse Carlos Costa. E, sim, Draghi deu em directo os parabéns “às autoridades portuguesas”. Há excessivas perguntas que ficaram sem resposta e ainda não se consegue avaliar o impacto do “BES mau” na economia real: ou seja, não sabemos por agora quantas empresas vão fechar ou despedir trabalhadores porque estão agarradas ao “BES mau”. E também ainda não sabemos quantos trabalhadores do BES vão ser despedidos na sequência do “redimensionamento” anunciado ontem em entrevista à SIC por Vítor Bento. Ao contrário do que garantiram o governador do Banco de Portugal e a ministra das Finanças em uníssono, os postos de trabalho não estão seguros. Os funcionários do BES não ficam protegidos – ou ficam protegidos apenas enquanto o novo presidente não apresentar o seu plano de reestruturação. O “estivemos no fio da navalha e saímos bem” vale para o contágio à banca europeia, mas, por enquanto, não sabemos, de facto, se nos “saímos bem” e se o empréstimo que o Estado faz ao Novo Banco poderá ser devolvido.

A crise sistémica de que não nos saímos bem de todo está descrita na página 24. Desde que este governo tomou posse, a Segurança Social cortou apoios a 170 mil pessoas. O rendimento social de inserção perdeu 1/3 dos beneficiários em plena crise económica, o que configura uma anormalidade na resposta social – a menos que acreditemos que todos aqueles a quem foi cortado tinham automóveis de 100 mil euros, como chegou a afirmar o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, num regresso à sua campanha eleitoral típica de pôr pobres contra pobres. A segunda prestação que mais desceu foi o complemento para idosos – outro dos grupos sociais mais afectados pela crise. Resta o subsídio de desemprego a subir, em correlação óbvia com o desemprego galopante (ainda que a taxa oficial dê agora sinais de redução). Esta crise sistémica, a da decadência do Estado enquanto promotor dos mínimos de igualdade, está no seu esplendor. A aceitação generalizada de que as pessoas podem – e devem – falir é a miséria do nosso tempo.

Sete dias após chegar ao Parlamento Europeu, Marinho Pinto anuncia saída de Bruxelas




O eurodeputado do MPT Marinho Pinto revela-se, apenas sete dias depois de chegar a Bruxelas, descontente por ter percebido que “o elemento agregador da Europa não está nos ideais nem nas políticas, mas no dinheiro”. Ao Jornal de Notícias garante, por isso, que “os problemas nacionais são mais graves do que os europeus” e que no próximo ano tenciona candidatar-se à Assembleia da República,” sem prejuízo de, depois, poder também candidatar-me às presidenciais”.

Após apenas sete dias de aterrar em Bruxelas, Marinho Pinto já tem data para fazer as malas e regressar a Portugal. A revelação é feita, esta sexta-feira, ao Jornal de Notícias (JN) pelo próprio, com a justificação de que “os problemas nacionais são mais graves do que os europeus”.

“Só não estou desiludido” com o hemiciclo europeu “porque não tenho idade para ter ilusões”, pelo que, diz, “saiu menos europeísta do que [quando] entrei”. Até porque, acrescenta, em pouco tempo, “percebi que o elemento agregador da Europa não está nos ideais nem nas políticas, mas no dinheiro. E eu não acredito numa organização toda construída em torno desse dinheiro”.

E o que fará quando regressar a Portugal? “Tenciono candidatar-me à Assembleia da República, onde faço mais falta para resolver os problemas políticos dos portugueses”, afirma Marinho Pinto, esclarecendo que “isto, sem prejuízo de, depois, poder também candidatar-me às presidenciais”.

Outra questão abordada nestas declarações ao JN é o rendimento, por ele considerado “vergonhoso”, auferido pelos eurodeputados e que pode chegar aos 17 mil euros/mês, no caso de Portugal um valor muito superior à média salarial. Um facto que, advoga, “transforma a defesa dos seus interesses em mera retórica”.

Mas Marinho Pinto não tenciona abdicar dele: “Sou pobre, preciso do dinheiro, tenho uma filha no estrangeiro” e “não sou a favor da caridadezinha, tenho os meus gestos de solidariedade mas nunca os divulguei nem nunca o farei”.

Apesar de mais de 7% dos portugueses ter votado nele nas eleições europeias, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados justifica que “continua na luta” e que “a guerra tem várias trincheiras” sendo que a próxima em Portugal.

Notícias ao Minuto

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Maioria dos portugueses não acredita no sucesso das investigações da justiça no caso BES - sondagem



Carlos Diogo Santos – jornal i

Maioria dos portugueses é céptica quanto a êxito das investigações ao BES

O Ministério Público (MP) não devia ter passado uma declaração de inocência a Ricardo Salgado no ano passado após o i ter revelado em exclusivo que o antigo presidente do Banco Espírito Santo se tinha esquecido de declarar 8,5 milhões de euros ao fisco. É essa a convicção da grande maioria dos portugueses, segundo uma sondagem i/Pitagórica realizada entre 25 e 31 de Julho. Os inquiridos dizem ainda não acreditar no sucesso das investigações ao BES que a Procuradoria-Geral da República (PGR) admitiu terem sido abertas no mês passado.

Dois em cada três inquiridos consideram que o MP “errou” (36,1%) ou “errou muito” (28%) quando, em Janeiro de 2013, passou um atestado de inocência, assinado por Rosário Teixeira, procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), organismo da PGR que investiga a criminalidade económica mais complexa. Segundo o documento, o banqueiro não era suspeito no âmbito do processo Monte Branco, tendo sido ouvido em Dezembro de 2012 apenas na qualidade de testemunha.

Dos entrevistados, 4,2% disseram concordar com a decisão do Ministério Público e 11,5% admitiram não ter opinião formada. Um quinto dos portugueses disseram não saber ou não querer responder.

A decisão de emitir um comunicado em Janeiro, afirmando que não havia qualquer suspeita sobre o então presidente executivo do BES, surgiu após o i noticiar que Salgado se teria esquecido de declarar 8,5 milhões de euros provenientes de rendimentos de trabalho no estrangeiro. O i revelou ainda que a última de três rectificações de IRS feitas fora do prazo aconteceu 11 dias antes de prestar declarações no DCIAP (em Dezembro de 2012). 

Ao invés do declarado inicialmente, a colecta correspondente aos rendimentos de Salgado passou a ser superior a 4,5 milhões de euros, e não os 183 mil euros iniciais.

O magistrado do MP responsável pela investigação do chamado caso Monte Branco referia ainda assim num despacho – tornado público – que, “em face das declarações fiscais conhecidas nos autos”, não existia, “com referência aos indícios recolhidos, fundamento para imputar ao requerente a prática de qualquer ilícito de natureza fiscal”.

Investigação sem sucesso A sondagem i/Pitagórica foi feita dias depois de a Procuradoria-Geral da República ter confirmado – a 18 de Julho – a existência de inquéritos em curso sobre o caso BES, mas a grande maioria dos portugueses mostrou-se pouco confiante.

Da amostra, 63,3% dizem “não acreditar” ou “acreditar pouco” no sucesso dos inquéritos ao Banco Espírito Santo tendo em conta as anteriores investigações a bancos, nomeadamente as que envolveram o Banco Português de Negócios (BPN), Banco Comercial Português (BCP) e Banco Privado Português (BPP).

Entre os portugueses que acreditam na eficácia e no sucesso dos inquéritos abertos pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (25,4%), apenas 2,8% dizem “acreditar muito”. Na prática, numa escala de 1 a 4, os portugueses quantificam a sua esperança num desfecho justo destas investigações com 1,9 (média). Do universo dos inquiridos, 11,3% disseram não saber ou não querer responder.

sondagens_bes_2.pdf, em jornal i

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ME ENGANA QUE EU GOSTO (1)



João Luís

Esta é uma frase que uma amiga brasileira costuma empregar quando o seu companheiro sai para “comprar cigarros”.

Esta introdução vem a propósito do que ouço dizer sobre a nacionalização da banca, concretamente sobre (ainda) o BPN e os prejuízos por ela causados aos contribuintes (assim nos tratam os partidos “moderados”. Eles não dizem povo, pff que horror, mas sim, contribuintes), versus a necessidade de nacionalização da banca comercial defendida pelos “radicais” comunistas.

Desculpem usar uma linguagem pouco formal, mas se há coisa que mais chateia cá o indígena é quererem fazer-me de parvo. Comparar uma nacionalização de prejuízos deixando para os accionistas o “filet mignon” (2) e para o povo o sebo (3), com a nacionalização dos passivos sim mas também de todos os activos de um banco, não é a mesma coisa.

Vamos então por os pontos nos is

No caso BPN, «o Governo deixou nas mãos dos accionistas – alguns dos quais fortemente responsáveis pela gestão fraudulenta do BPN – toda a parte restante do Grupo SLN. Permaneceram na posse dos accionistas activos muito relevantes, designadamente de natureza imobiliária (por exemplo, imóveis próximos de futuro aeroporto de Alcochete, ou em zonas turísticas privilegiadas do Algarve (…). Mesmo em contexto económico desfavorável, só estes activos imobiliários da SLN foram avaliados em cerca de mil e trezentos milhões de euros» (4)

A 20 de Dezembro de 2012, defendia o PCP pela voz de Jorge Pires, membro da comissão política daquele partido, «o PCP defende uma nacionalização efectiva, e não a prazo, como aconteceu, e que o BPN fosse nacionalizado enquadrado na nacionalização do grupo" - a Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que entretanto mudou o nome para Galilei -, defendeu o responsável comunista, acrescentando que "era no conjunto da sociedade que estavam os melhores activos do grupo». (5)

Mas, mais curioso ainda foi o facto de os únicos partidos com assento parlamentar que votaram contra a norma que determinava de facto a nacionalização do BPN, foram o PCP e o PEV, e quem votou favoravelmente a norma que nacionalizou todas as acções representativas do capital social do BPN (n.º 2 do artigo 2.º da lei de «nacionalização» do BPN, a Lei 62-A/2008), foi o PS e o BE, tendo o PSD e o CDS optado pela abstenção. (6) 

Voltando à vaca fria, é exercício de má fé e pura velhacaria comparar a achavascada “nacionalização” do BPN com aquilo que defendem os comunistas.

Os “moderados” defendem uma banca comercial ao serviço do desenvolvimento das carteiras dos salgados deste mundo, ao invés, os “radicais defendem que essa banca seja colocada ao serviço do povo e da economia do país.

E agora algo completamente diferente (7). Quem fica com o lucrativo Hospital da Luz? O Novo Banco ou o Banco Espírito Santo, ámen?

Notas e fontes:
(1)     Diz-se de uma coisa que nem você acredita que vai acontecer, mas mesmo assim, por conveniência, obrigação ou irresponsabilidade, jura que vai ser um sucesso. A audiência, em geral, logo percebe e pensa (muitas vezes só para ela mesmo) que quem está fazendo o discurso ou defendendo a tese é um enganador.
(2)     É um tipo de corte de carne bovina. É a parte mais tenra da ponta do filé, localizada na parte traseira do animal e representa, aproximadamente, 2,95% da carcaça. É o corte mais macio da carne bovina e quase não contém gordura.
(3)     Parte gordurenta das vísceras dos animais ruminantes.
(4)     Honório Novo – revista «O Militante» n.º 311 de Mar/Abr 2011.
(7)     Obrigado Monty Python ou Upton Sinclair (decidam-se sobre a autoria da frase)

Portugal: Vítor Bento admite provável redução de balcões e trabalhadores do Novo Banco




O gestor do Novo Banco admite a necessidade de um redimensionamento do banco e espera que o plano de reestruturação possa ser apresentado «entre um a três meses».

O presidente executivo do Novo Banco, Vítor Bento, afirmou hoje que este está «mais forte, mais seguro» do que era na sexta-feira e sublinhou que os depositantes «estão protegidos».

Vítor Bento falava ao jornal da noite da SIC, na sua primeira entrevista depois de ter assumido a liderança da instituição.

Vítor Bento disse que uma das suas missões à frente da instituição é conseguir que os clientes «mantenham a confiança» e destacou que a maioria dos depositantes «continua fiel» à entidade que resultou do antigo BES.

Sobre os depositantes que saíram do BES, Vítor Bento acrescentou que «não são suficientemente impactantes» para o Novo Banco.

Um dos desafios apontados por Vítor Bento é tornar o Novo Banco rentável, por isso a entidade terá de ser «adaptada dentro da nova realidade», considerou.

«Temos de tornar o banco rentável, criar mecanismos de geração de receitas», afirmou, sublinhando que a capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução bancário que a entidade vai receber «é suficiente» para a dimensão do balanço.

Vítor Bento adiantou que vai apresentar um plano de reestruturação, mas escusou-se a avançar com detalhes, uma vez que a nova instituição arrancou esta semana. Sobre quando é que este plano estará pronto, Vítor Bento disse não ter «'timing' exato», mas espera que possa ser apresentado «entre um a três meses».

O presidente executivo disse que «vai ter de haver redimensionamento do banco», mas isso terá de «ser visto com os próprios 'stakeholders'».

Questionado se vai reduzir o número de balcões e de trabalhadores, Vítor Bento admitiu essa probabilidade.

O gestor do Novo Banco, a parte boa do antigo BES onde ficaram os depósitos no âmbito do plano de resolução apresentado no domingo passado, garantiu que a instituição vai continuar a emprestar dinheiro às empresas.

«Vou continuar a financiar aquilo que é viável», disse, escusando-se a responder como será a relação do banco com os clubes de futebol ou se irá vender a participação na Portugal Telecom (PT).

O gestor disse que um dos seus desígnios é reembolsar o empréstimo de 4,9 mil milhões de euros dentro do prazo de dois anos.

«Tenho que partir desse objetivo, tenho determinado capital que foi colocado, tenho que fazer todo o esforço que esteja ao meu alcance» para que o capital seja «totalmente reembolsado».

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PCP avisou Banco de Portugal mas os obedientes cúmplices fizeram ouvidos moucos




Em 2013, o PCP avisou o Banco de Portugal sobre Ricardo Salgado Espírito Santo

Apesar dos avisos os conluios foram e são mais fortes. Os políticos dos partidos do "arco da governação" (CDS, PSD e PS) estão ao serviço dos banqueiros e do capital mastodonte que oprime e explora os que trabalham, os que produzem. Salgado era conhecido pelo DDT (dono disto tudo) o que significa quase tudo. Era e é ele e a sua corporação de banqueiros e grande capital que têm vindo a pôr e dispôr em Portugal, de acordo com as diretrizes de uma verdadeira máfia global que se alapa no capitalismo selvagem e desumano. São eles que mandam, os políticos não são mais nem menos que mainatos que colhem as migalhas corruptas dos Salgados.

Salgado está vivo e bem vivo. Ele continua a ser o  DDT, o dono dos políticos, dos que legislam, dos que governam em prol dos interesses do grande capital. Os milhões não lhe faltam, nem o poder, nem a sua grande influência. Mostra disso são as palavras de confiança sobre o BES que Cavaco pronunciou em Seul, iludindo os pequenos acionistas, o mesmo fez Passos Coelho, o mesmo fizeram os cúmplices de Salgado que ocupam os ministérios. Se isso não é prova de cumplicidade, o que será então prova de cumplicidade. Em Salgado, nos banqueiros, não se toca. Os DDT também são donos da justiça. Repare-se no mastigar demorado dos processos de Oliveira e Costa e de outros que comprovadamente lesaram e lesam o país impunemente, gozando da liberdade e dos poderes de cidadãos impolutos quando sabe-se que não o são. Se preciso fôr outros que os denunciem se tramarão. E é esta a democracia em Portugal e no mundo capitalista até que os escravos deste século o consintam.

Neste vídeo, Honório Novo, deputado do Partido Comunista Português, avisou, alertou, pôs o dedo na ferida. O serviçal governador do Banco de Portugal embatocou e deixou andar o BES de Salgado para o descalabro que todos os portugueses estão a pagar e continuarão a pagar. Por isso se diz à boca cheia pelo país que as cumplicidades das elites portuguesas se assemelham à máfia; e se assim se vier a constatar, o que não é difícil, "eles são uns criminosos". É o que há alguns tempos se diz, sobre os políticos que há décadas detêm os poderes ao serviço dos inimigos do país e dos portugueses. Dúvidas?

MM-Redação PG

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