Polícia
impede taxistas de retirar barricadas em Mong Kok
22
de Outubro de 2014, 20:04
Hong
Kong, China, 22 out (Lusa) - Um grupo de taxistas de Hong Kong derrubou hoje as
barreiras colocadas por manifestantes em Mong Kok, mas não conseguiu abrir o trânsito na
totalidade devido à intervenção da polícia.
Caixotes
do lixo, placas de madeira e varas de bambu foram retiradas por membros de uma
associação de taxistas e colocadas em carrinhas, ao mesmo tempo que os
manifestantes tentavam impedir a destruição das barricadas, sentando-se sobre o
material ou abraçando os objetos, descreve o South China Morning Post.
A
polícia interveio para acalmar os ânimos e evitar violência.
"Conseguíamos
remover as barreiras, mas a polícia disse que iria causar o caos", disse
Eddir Ng Yip-pui, diretor-geral da Associação de Operadores e Condutores de
Táxis.
Na
segunda-feira, o Supremo Tribunal de Hong Kong emitiu uma medida cautelar que
proíbe a ocupação da zona de Mong Kok. A ordem judicial foi tomada na sequência
de queixas interpostas por operadores de transportes públicos para que as ruas,
que foram tomadas pelos manifestantes, recuperassem a normalidade.
Eddir
Ng Yip-pui disse que os taxistas não vão regressar ao local hoje à noite para
nova tentativa, mas devem avançar com um pedido para o tribunal "estender
a medida cautelar na sexta-feira".
O
taxista não excluiu a possibilidade de uma ação "de grande escala",
se a decisão do tribunal for favorável.
ISG
(PSP) // VM
China
apela ao boicote aos artistas que apoiam manifestantes
22
de Outubro de 2014, 16:42
Pequim,
22 out (Lusa) - A Liga da Juventude Comunista da China está a apelar ao
boicote aos trabalhos dos artistas que apoiam o movimento pró-democracia em Hong Kong, um apelo
respondido por mais de 200.000 cibernautas até hoje.
Os
apelos visam particularmente os atores Anthony Wong e Chapman To e a cantora
Denise Ho, também conhecida pela defesa dos direitos dos homossexuais.
Os
três artistas são pouco conhecidos no ocidente, mas celebridades na China.
A
Liga, que lançou o apelo na sua conta oficial de blogue, tem a missão de
promover a ideologia comunista entre os adolescentes e jovens adultos chineses.
Este
órgão do Partido Comunista Chinês sugere assim a censura na Internet dos nomes
dos artistas que apoiam os militantes democratas dos protestos pró-democracia em Hong Kong.
É
igualmente proposta a ideia de neutralizar as contas de blogues dos artistas em
questão.
Vários
artistas, de Hong Kong e Taiwan, adotaram uma postura prudente sobre as
manifestações em Hong Kong,
por receio de serem banidos no interior da China, escreve a AFP.
Muitos
disseram desejar que a situação não se deteriore, sem no entanto assumirem um
apoio público aos manifestantes.
A
indústria cinematográfica de Hong Kong está bastante dependente da distribuição
das obras no interior da China.
Os
atores Andy Lau e Chow Yun-fat, citados pela imprensa, desaprovaram o uso de
gás lacrimogéneo pelas forças da ordem de Hong Kong, enquanto a estrela dos filmes
de kung fu Jackie Chan se manifestou preocupado com o custo económico do
movimento de ocupação do centro financeiro e comercial da antiga colónia
britânica.
Wang
Zang, o artista de Pequim que publicou um foto em apoio aos manifestantes de
Hong Kong, foi detido no início de outubro.
FV
// JPS
Negociadores
do Governo alvo de sátira na Internet
22
de Outubro de 2014, 14:29
Hong
Kong, China, 22 out (Lusa) - Os negociadores do Governo de Hong Kong que na
terça-feira iniciaram o diálogo com os líderes estudantis do movimento
pró-democrata que exigem eleições livres em 2017 estão a ser alvo de sátira na
Internet.
Comparados
a vasos vazios, caixotes do lixo e mesmo aos populares Teletubbies, os membros
do Governo de Hong Kong que se reuniram com os cinco estudantes no âmbito de
negociações sobre o futuro político da cidade surgem em diversas páginas, nas
mais diferentes caricaturas.
As
conversações de terça-feira foram concluídas sem qualquer resultado concreto
dado que as exigências dos estudantes - voto direto para eleger em 2017 o líder
do Governo sem qualquer pré-seleção por parte de uma comissão eleitoral - não
só não pode ser decidido pelo Governo da antiga colónia britânica, como também
não recolhe apoios dentro do Governo, indicações expressas nas próprias
entrevistas do chefe do Executivo CY Leung.
Apesar
de não terem sido conclusivas, as conversações foram aproveitadas para a sátira
sobre os membros do Governo e Carrie Lam, secretária-chefe, foi, por exemplo,
retratada como um vaso vazio enquanto o seu colega Raymond Tam foi substituído
por um leitor de cassetes.
Noutro
cartoon, os negociadores do Governo surgem personificados nos Teletubbies, a
popular série de televisão britânica para crianças.
O
movimento Occupy, que há quatros semanas se instalou em várias artérias de Hong
Kong mantém os protestos, vincando o seu objetivo de eleições livres.
Pequim,
a quem cabe a decisão de alterações ao sistema político, como a eleição do
chefe do Governo, aceita que a população possa votar num grupo de até três
candidatos previamente selecionados.
JCS
// FV
Protestos
sem fim à vista depois de negociações com o Governo
22
de Outubro de 2014, 17:54
Hong
Kong, China, 22 out (Lusa) - Os líderes estudantis dos protestos em Hong Kong acusam as
autoridades locais de não oferecerem algo de significativo que possa levar ao
fim das manifestações e dizem estar a considerar abandonar as negociações.
As
negociações entre os manifestantes e o Governo de Hong Kong têm sido apontadas
como o único meio de pôr fim a um protesto que já dura há quase um mês, sem ter
de recorrer à força.
No
entanto, a primeira negociação formal, que aconteceu na terça-feira, não surtiu
efeitos e terminou com os estudantes a acusar o Governo de ser "vago"
nos compromissos que está disposto a fazer.
"Ainda
não está decidido se haverá mais negociações no futuro", disse hoje Alex
Chow, secretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong.
"O
Governo tem de arranjar uma maneira de resolver este problema, mas o que
oferece não envolve qualquer conteúdo prático", acrescentou Chow,
garantindo que os manifestantes não vão deixar as ruas num futuro próximo.
Os
estudantes estão contra a proposta apresentada pelo Governo central para a
eleição do chefe do executivo em 2017, que prevê que os candidatos sejam
pré-selecionados por uma comissão.
A
nomeação civil pedida pelos estudantes foi afastada pelos representantes do
Governo local, durante o encontro de terça-feira, que insistiram que Pequim
jamais autorizaria esse cenário.
Prometeram,
no entanto, informar as autoridades da China Continental sobre os mais recentes
acontecimentos e sugerir que fosse criada uma plataforma para discutir a
reforma política além de 2017.
Os
líderes estudantis consideraram estas ofertas pouco concretas e pediram que o
Governo local avançasse com informação clara sobre as consequências dessas
promessas.
"O
Governo deve indicar, até ao fim da semana, o que este relatório [para Pequim]
vai incluir e como é que a nova plataforma pode resolver os problemas que temos
agora", disse Joshua Wong, líder do movimento Scholarism.
ISG
// VM
*Título PG