Díli,
26 jan (Lusa) - O Governo timorense está a procurar alternativas para um navio
encomendado à empresa AtlanticEagle Shipbuilding, concessionária dos antigos
Estaleiros Navais do Mondego, e que ainda não começou a ser construído devido
às dificuldades com garantias bancárias necessárias.
Mari
Alkatiri, responsável da Zona Especial de Economia Social de Mercado de
Oecusse, confirmou à Lusa os atrasos e as dificuldades que a empresa está a ter
para conseguir as garantias, tendo já havido contactos com as autoridades
portuguesas para apoiar o projeto.
"Construir
um navio como este implica uma série de questões. A crise financeira
internacional não permite avançar como queríamos. Não é do nosso lado mas das
garantias de 50% que têm que ser dadas para poder avançar com a
construção", explicou à Lusa.
"Quem
vai construir o navio não tem esse montante e está com dificuldades em arranjar
essas garantias", disse.
Daí,
explica, Timor-Leste criou uma equipa técnica que vai tentar renegociar com a
AtlanticEagle Shipbuilding, procurando soluções alternativas.
Isso
inclui uma tentativa de conseguir o apoio do Governo português ou da Caixa
Geral de Depósitos.
Mari
Alkatiri explicou que, como medida de contingência, está a ser ponderado o
recurso a outro navio, de aluguer, talvez até com mais capacidade do que o
inicialmente previsto, que possa servir não apenas para transporte mas também
como hotel flutuante.
A
Lusa tentou, sem êxito, durante vários dias contactar o administrador da
AtlanticEagle Shipbuilding, Carlos Costa para solicitar um comentário sobre o
tema.
Segundo
a Lusa conseguiu apurar de fontes ligadas ao negócio, a Atlantic Eagle está a
ter dificuldades na obtenção de garantias necessárias para a operação, tendo
procurado que o Governo português assegure o projeto junto da banca.
Uma
das alternativas mais prováveis é a obtenção de um seguro de caução, com
garantia do Estado português, mas que teria de ser validado pelo Tesouro e
pelas Finanças, num processo que ainda poderá demorar várias semanas.
Mesmo
que o processo seja agilizado, porém, é praticamente impossível que se cumpram
as datas de entrega do navio - necessário para as celebrações dos 500 anos da
chegada dos portugueses a Timor, no final do ano - e cuja construção já deveria
ter começado no final do ano passado.
No
início de dezembro, Carlos Costa disse em Luanda que a empresa previa começar
ainda esse mês a construção do navio de 72 metros que se destinava ao
transporte de 377 passageiros, 22 viaturas e carga.
O
navio serviria para ligar Dili à ilha de Ataúro e ao enclave de Oecusse.
ASP
// JPF
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