segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Timor-Leste procura alternativas para navio contratado a Portugal mas com atrasos




Díli, 26 jan (Lusa) - O Governo timorense está a procurar alternativas para um navio encomendado à empresa AtlanticEagle Shipbuilding, concessionária dos antigos Estaleiros Navais do Mondego, e que ainda não começou a ser construído devido às dificuldades com garantias bancárias necessárias.

Mari Alkatiri, responsável da Zona Especial de Economia Social de Mercado de Oecusse, confirmou à Lusa os atrasos e as dificuldades que a empresa está a ter para conseguir as garantias, tendo já havido contactos com as autoridades portuguesas para apoiar o projeto.

"Construir um navio como este implica uma série de questões. A crise financeira internacional não permite avançar como queríamos. Não é do nosso lado mas das garantias de 50% que têm que ser dadas para poder avançar com a construção", explicou à Lusa.

"Quem vai construir o navio não tem esse montante e está com dificuldades em arranjar essas garantias", disse.

Daí, explica, Timor-Leste criou uma equipa técnica que vai tentar renegociar com a AtlanticEagle Shipbuilding, procurando soluções alternativas.

Isso inclui uma tentativa de conseguir o apoio do Governo português ou da Caixa Geral de Depósitos.

Mari Alkatiri explicou que, como medida de contingência, está a ser ponderado o recurso a outro navio, de aluguer, talvez até com mais capacidade do que o inicialmente previsto, que possa servir não apenas para transporte mas também como hotel flutuante.

A Lusa tentou, sem êxito, durante vários dias contactar o administrador da AtlanticEagle Shipbuilding, Carlos Costa para solicitar um comentário sobre o tema.

Segundo a Lusa conseguiu apurar de fontes ligadas ao negócio, a Atlantic Eagle está a ter dificuldades na obtenção de garantias necessárias para a operação, tendo procurado que o Governo português assegure o projeto junto da banca.

Uma das alternativas mais prováveis é a obtenção de um seguro de caução, com garantia do Estado português, mas que teria de ser validado pelo Tesouro e pelas Finanças, num processo que ainda poderá demorar várias semanas.

Mesmo que o processo seja agilizado, porém, é praticamente impossível que se cumpram as datas de entrega do navio - necessário para as celebrações dos 500 anos da chegada dos portugueses a Timor, no final do ano - e cuja construção já deveria ter começado no final do ano passado.

No início de dezembro, Carlos Costa disse em Luanda que a empresa previa começar ainda esse mês a construção do navio de 72 metros que se destinava ao transporte de 377 passageiros, 22 viaturas e carga.

O navio serviria para ligar Dili à ilha de Ataúro e ao enclave de Oecusse.

ASP // JPF

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