João
Luís
Com
um camandro. Aquilo é que é um país civilizado.
Estou
a falar da França, obviamente. Vocês não viram? Dois bacanos param o carro na
Rue Nicolas-Appert, às 11horas e 20 minutos, no meio da faixa de rodagem, saem,
dirigem-se ao número 10 da citada rua, matam uma pessoa à entrada das
instalações do «Charlie Hebdo», sobem ao 2.º andar matam jornalistas e
colaboradores da referida publicação. De regresso à viatura ainda atingem um
polícia, mas como não estavam satisfeitos com o resultado caminham em direcção
ao agente disparando mais uma vez e regressam calmamente ao carro tendo um
deles apanhado um sapato ténis que entretanto havia perdido. E tudo isto sem
que tivessem ouvido uma única buzinadela ou protestos de outros automobilistas por
estarem a empatar o trânsito. Não é chic Paris? Nem se viu circular nenhuma
outra viatura, nem uma motoreta de entrega de pizzas. Se fosse por cá, bastaria
que num nano segundo após abrir o sinal verde alguém não pusesse o carrito em
marcha e estava logo a levar com uma sinfonia de cláxones e havia de ouvir das
boas acerca da sua mãezinha.
Numa
googlagem rápida fiquei a saber que naquela artéria parisiense o preço mais
baixo por m2 de um apartamento custa a módica quantia de 8.132€. Paris c'est
toujours Paris.
Agora,
há uma coisa que me faz espécie, catano. No dia do atentado passaram pelas
televisões nacionais os comentadores do costume e dos costumes e mais uns
especialistas de não sei bem o quê, figurando entre eles ex-militares e o Nuno
Rogeiro. E todos ou quase todos afirmaram que aquilo não foi um acto terrorista
ordinário, daqueles em que o assassino acaba com as próprias miudezas
espalhadas pelo asfalto, não senhor, aquilo foi uma operação militar muito bem
organizada, bem estruturada como se vê nos filmes americanos tipo Chuck Norris.
E aqui é que a porca torce o rabo. Em dois dias descobriram a identidade dos
terroristas, foram para cima deles e limparam-lhes o sarampo que foi uma
alegria. Em dois dias, repito. Então estes maganos agiram tipo comando e não
têm a fuga para fora do país preparada? Fugiram para Dammartin-en-Goële que é
mais ou menos o mesmo que dizer que fugiram de Lisboa para Vila Franca de Xira,
valha-me Deus?
Neste
aspecto, os nossos bandidos são melhores. O Manuel Baltazar, também conhecido
por “Palito”, matou a sogra, a tia da mulher e a esposa salvou-se por um triz e
no entanto andou fugido à polícia durante um mês. Ele era agentes a pé, a
cavalo de helicóptero e está bem está. Foi como procurar um palito no palheiro,
ou lá o que é. E praticamente nem saiu de casa. Gastou-se uma pipa de massa e
estava-se a ver que íamos ver palito por um canudo.
Não
fossem assuntos sérios estes episódios mais pareciam terem saído dos filmes de
suposta comédia do Enzo Barboni.
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