A
greve desta quinta-feira dos ferroviários causou a supressão de mais de metade
dos 1.038 comboios previstos para circular até às 18 horas, o que levou os
sindicatos envolvidos a considerar que os objetivos da luta foram alcançados.
Segundo
fonte oficial da CP, realizaram-se 447 comboios a nível nacional, o que
corresponde a 43% da operação normal e representa mais do que os serviços
mínimos decididos pelo Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e
Social.
Na
zona suburbana de Lisboa, por exemplo, fizeram-se 204 dos 496 comboios
previstos diariamente.
A
paralisação contra a política de fusões e privatizações levou à supressão de
591 comboios a nível nacional e de 292 na zona suburbana de Lisboa.
O
coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e comunicações
(Fectrans), José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa que a greve atingiu os
objetivos pretendidos, pois as perturbações na circulação ferroviária
"lançaram na opinião pública a discussão dos motivos que levaram à
paralisação".
O
sindicalista admitiu que, nalgumas linhas a circulação ultrapassou os serviços
mínimos exigidos, nomeadamente na linha do Sado.
"Apesar
da exigência dos serviços mínimos, fazemos um balanço positivo da greve, porque
teve uma adesão significativa", disse, acrescentando que na CP carga e na
Emef a adesão foi de 80 e 90%, respetivamente.
A
greve de hoje, em curso até ao final do dia, abrange trabalhadores da CP, CP
Carga, Refer, EMEF e Estradas de Portugal (EP), que contestam a privatização da
CP Carga e da empresa de manutenção ferroviária, a fusão da EP com a Refer e a
concessão de linhas da CP.
Há
uma semana, o Governo aprovou em Conselho de Ministros a fusão da EP e da Refer
na Infraestruturas de Portugal, que será uma realidade a 1 de maio ou a 1 de
junho, dependendo da promulgação do diploma pela Presidência da República.
Antes
o Governo tinha aprovado os processos de privatização da CP Carga e da EMEF,
que deverão estar concluídos até ao final da legislatura, depois de um longo
processo negocial com Bruxelas sobre as ajudas do Estado às duas empresas.
Segundo
informação divulgada pela Estradas de Portugal, "o impacto da greve na
atividade da EP foi nulo, com a adesão de 0,7%" e a adesão na REFER foi de
10,04%.
Jornal de Notícias
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