O
pai do secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, é consultor da EDP
desde 2013, confirmou à Lusa fonte oficial da elétrica, na sequência de uma
denúncia feita hoje pelo empresário Manuel Champalimaud.
Confrontado
com esta informação, o governante recusou fazer comentários.
Fonte
oficial da EDP confirmou que o pai do secretário de Estado da Energia, que
também se chama Artur Trindade, é consultor externo da EDP desde 2013, no
âmbito de comité de autarquias, órgão criado em 2012.
"Não
tenho nenhum filho secretário de Estado. Tenho um filho que se chama Artur
Trindade", afirmou à Lusa o Artur Trindade (pai), quando confrontado com a
denúncia, adiantando não entender qual o motivo para tal: "Essas pessoas
devem achar que os pais mandam nos filhos, mas eu não mando em ninguém".
O
engenheiro explicou que "não trabalha para ninguém", contrapondo que
"é consultor de várias empresas", fazendo uso da experiência no poder
local, depois de 27 anos como secretário-geral da Associação Nacional de
Municípios Portugueses (ANMP).
"A
EDP considera que a sua longa experiência autárquica é uma mais-valia no
estabelecimento de relações de longo prazo entre as autarquias e o grupo",
adianta fonte oficial da elétrica liderada por António Mexia.
Manuel
Champalimaud afirmou hoje que a EDP soube defender-se "politicamente"
da contribuição extraordinária do setor energético (CESE), exemplificando com o
facto de a empresa ter contratado "recentemente" o pai do secretário
de Estado da Energia, Artur Trindade.
Artur
Trindade assumiu a pasta da Energia em abril de 2012, sucedendo a Henrique
Gomes, cuja saída foi explicada pela determinação do governante em rever as
rendas às produtoras de eletricidade, em especial à EDP.
O
pai de Artur Trindade foi presidente da Câmara de Porto de Mós, eleito pelo
PSD, e secretário-geral da ANMP, cargo que deixou no final de 2013, "por
razões de saúde", disse à Lusa.
Manuel
Champalimaud afirmou hoje que "a EDP soube defender-se
politicamente", referindo que "o pai do senhor secretário de Estado
que manda nesta coisa é diretor recente na EDP".
No
final da assembleia-geral da REN, em que os acionistas aprovaram as contas de
2014, a aplicação dos resultados e os novos órgãos sociais, Manuel Champalimaud
criticou que o Governo tenha alargado a contribuição extraordinária sobre o setor
eletroprodutor ao setor energético, penalizando empresas como a REN que não
podem refletir este imposto nos preços.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Na
foto: Manuel Champalimaud
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