As
tensões no mar da China Meridional aumentaram acentuadamente depois de as
forças navais da China, na quarta-feira, terem alertado oito vezes a tripulação
do avião militar dos EUA Boeing P-8 Poseidon para deixar o espaço aéreo perto
das ilhas Spratly.
Pela
primeira vez, os militares americanos, atravessando os territórios disputados,
levaram consigo jornalistas e os especialistas consideram isso como um desafio
bastante ousado. Além disso, o desafio foi lançado três dias depois do encontro
em Pequim onde o presidente chinês, Xi Jinping, e o secretário de Estado
americano, John Kerry, tinham discutido a situação no mar da China Meridional.
Fontes
dos EUA também informaram que os Estados Unidos consideram a possibilidade de
voos de reconhecimento mais perto das ilhas em disputa e a passagem de navios
em apenas alguns quilômetros de distância. Assim, os Estados Unidos deixam
claro para a China que não reconhecem as suas reivindicações territoriais
para o arquipélago Spratly e as Ilhas Paracel, opinam especialistas russos.
Apesar
do fato de que desta vez, os militares conseguiram evitar mal-entendidos, na
próxima vez uma situação semelhante pode acabar menos pacificamente.
“Os
EUA demonstram a sua capacidade e determinação de ações nesta região. Eles
estão tentando convencer todos que eles estão prontos para conter a China, e
isso poderia provocar um conflito sério”, disse à Sputnik o chefe do Centro de
Pesquisa do Sudeste Asiático, Austrália e Oceania, Dmitry Mosyakov.
O
especialista militar Konstantin Sivkov falou mais abertamente:
“A
guerra de grande escala não acontecerá. Mas o alto nível de tensão vai causar
confrontos locais. Por exemplo, abater o avião é bastante real. E não posso
excluir ataques locais dos grupos navais, afundamento dos navios”.
A
China tem reclamado zonas do mar da China Meridional desde os anos 40 do século
XX, mas Pequim nos últimos anos tem levado tais exigências à prática, o que
gerou tensões com o Vietnã, Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan.
Recentes fotos de satélite mostram que a construção, pela China, de ilhas artificias no arquipélago de Spratly, no mar da China Meridional, avança de maneira rápida. A China constrói portos, depósitos petrolíferos e duas supostas pistas aéreas que, segundo especialistas, permitirão à China projetar poder no Sudeste Asiático.
Essa
construção aumenta a tensão na região, disse o secretário adjunto de Estado
para a Ásia Oriental e Pacífico, Daniel Russel. Um dia antes o Pentágono
sugeriu que a Casa Branca mande os aviões militares e navios para estas ilhas
artificiais nas águas disputadas. O secretário de Defesa dos EUA, Ashton
Carter, encarregou especialistas para estudarem uma opção de entrada dos aviões
e navios de vigilância eletrônica nas águas que rodeiam o arquipélago Spratly.
EUA
declararam estar preparando uma operação militar no mar da China Meridional
imediatamente depois da Parada da Vitória em Moscou onde participaram militares
da China e da Índia.
AFP
2015/ RITCHIE B. TONGO - Sputnik
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