A
Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) do Grupo
Espírito Santo (GES) revelou hoje que "alguns associados" têm sido
notificados para comparecer em esquadras da PSP, após terem integrado protestos
a reclamar direitos.
"Há
aqui uma manifesta intimidação dirigida a idosos, muitos deles com baixa
literacia", disse à agência Lusa, em Coimbra, o vice-presidente da AIEPC,
Alberto Neves.
O
mesmo dirigente, que falava durante mais uma manifestação daquela associação,
repudiou o que considera ser "uma violação do Estado de Direito" por
parte das autoridades policiais.
Na
semana passada, o Novo Banco disse que as iniciativas de protesto dos lesados
põem "em causa o funcionamento dos serviços" da instituição
financeira ou visam "atingir a sua reputação", advertindo que poderá
"adotar as medidas legais que se mostrem adequadas a tais comportamentos,
para além de continuar a apoiar, sem restrições, os seus colaboradores,
nomeadamente os que são ameaçados".
No
mesmo dia, 06 de maio, a AIEPC aconselhou a administração do Novo Banco a
"gastar o seu tempo a resolver os problemas dos clientes" e não a
produzir o que classificou como "faits divers".
Cerca
de 150 cidadãos lesados pela compra de papel comercial do BES exigiram hoje, em
Coimbra, ser ressarcidos das suas perdas financeiras, prometendo fazer a mesma
reclamação ao futuro comprador do Novo Banco.
"Vamos
fazer o mesmo" aos futuros donos do Novo Banco e "vamos pôr-lhes os
olhos em bico se já não os tiverem", afirmou, numa ironia à possibilidade
de o comprador ser oriundo da República Popular da China.
A
03 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a
apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a
separação da instituição em duas entidades: o chamado 'banco mau' (um veículo
que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES,
assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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