quarta-feira, 10 de junho de 2015

Portugal. PS: Ferro Rodrigues acusou Cavaco de "discurso colado" ao Governo




O líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, criticou hoje o Presidente da República por, na sessão solene comemorativa do Dia de Portugal, ter tido "um discurso totalmente colado" ao do Governo, relativamente à crise e à sua evolução.

Em declarações aos jornalistas à saída do Centro Multiusos de Lamego, onde decorreu a cerimónia, Ferro Rodrigues considerou "compreensível que o senhor Presidente da República, num último discurso do 10 de Junho, queira dar uma ideia de otimismo ao país".

"Já acho menos aceitável que tenha feito um discurso totalmente colado àquilo que é a narrativa da atual coligação de direita sobre a crise, sobre a evolução do pós-crise e sobre a perspetiva futura, sobretudo porque estamos a muitas poucas semanas de eleições", frisou o antigo secretário-geral do PS.

Ferro Rodrigues considerou que todos os portugueses têm esperança no futuro do país, referindo que o próprio programa do PS responde a várias das questões levantadas por Cavaco Silva no discurso, concretamente "em matéria de défice público, défice externo, dívida pública e dívida externa".

No entanto, "é muito estranho que um Presidente da República que foi Presidente da República durante os últimos dez anos não tenha feito qualquer referência à maior crise global que houve desde 1929" e que "teve consequências gravíssimas para Portugal", realçou.

O líder parlamentar socialista estranhou também que Cavaco Silva "não tenha feito referência às políticas de empobrecimento que foram conduzidas", ao contrário do que fez noutros 10 de Junho, "dizendo que não estava de acordo com todas elas".

"Hoje parece que houve uma esponja sobre o passado recente e isso é um muito mau sinal para um Presidente da República que vai ter de tomar um papel importante no período eleitoral e pós-eleitoral", acrescentou.

No seu discurso hoje, o Presidente recusou "semear o desânimo e o pessimismo" quanto ao futuro do país, sublinhando que, apesar do longo caminho a percorrer, existem "fundadas razões" para encarar o futuro com mais otimismo.

"Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas do miserabilismo", disse o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, no seu discurso na sessão solene do 10 de Junho, que decorreu em Lamego, Viseu.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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