O
líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, criticou hoje o Presidente da
República por, na sessão solene comemorativa do Dia de Portugal, ter tido
"um discurso totalmente colado" ao do Governo, relativamente à crise
e à sua evolução.
Em
declarações aos jornalistas à saída do Centro Multiusos de Lamego, onde decorreu
a cerimónia, Ferro Rodrigues considerou "compreensível que o senhor
Presidente da República, num último discurso do 10 de Junho, queira dar uma
ideia de otimismo ao país".
"Já
acho menos aceitável que tenha feito um discurso totalmente colado àquilo que é
a narrativa da atual coligação de direita sobre a crise, sobre a evolução do
pós-crise e sobre a perspetiva futura, sobretudo porque estamos a muitas poucas
semanas de eleições", frisou o antigo secretário-geral do PS.
Ferro
Rodrigues considerou que todos os portugueses têm esperança no futuro do país,
referindo que o próprio programa do PS responde a várias das questões
levantadas por Cavaco Silva no discurso, concretamente "em matéria de
défice público, défice externo, dívida pública e dívida externa".
No
entanto, "é muito estranho que um Presidente da República que foi
Presidente da República durante os últimos dez anos não tenha feito qualquer
referência à maior crise global que houve desde 1929" e que "teve
consequências gravíssimas para Portugal", realçou.
O
líder parlamentar socialista estranhou também que Cavaco Silva "não tenha
feito referência às políticas de empobrecimento que foram conduzidas", ao
contrário do que fez noutros 10 de Junho, "dizendo que não estava de acordo
com todas elas".
"Hoje
parece que houve uma esponja sobre o passado recente e isso é um muito mau
sinal para um Presidente da República que vai ter de tomar um papel importante
no período eleitoral e pós-eleitoral", acrescentou.
No
seu discurso hoje, o Presidente recusou "semear o desânimo e o
pessimismo" quanto ao futuro do país, sublinhando que, apesar do longo
caminho a percorrer, existem "fundadas razões" para encarar o futuro
com mais otimismo.
"Da
mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo
claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao
futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas
do miserabilismo", disse o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, no seu
discurso na sessão solene do 10 de Junho, que decorreu em Lamego, Viseu.
Lusa,
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