Num
artigo publicado pelo Project Syndicate, o ministro das Finanças grego desafia a
chanceler alemã a reeditar o “Discurso
da Esperança”, feito em 1946 pelo Secretário do Tesouro norte-americano em
Estugarda para anunciar a mudança de política em relação à Alemanha derrotada
na II Guerra.
“Sete
décadas depois, é o meu país, a Grécia, que precisa dessa oportunidade”, diz
Varoufakis, referindo-se ao discurso que anunciou o ponto final na política
punitiva de desindustrialização da Alemanha inscrita no Tratado de Potsdam,
logo a seguir à derrota das tropas nazis, abrindo caminho ao Plano Marshall e
ao perdão da dívida alemã na Conferência de 1953.
“Alguém
tinha de afastar as objeções moralistas e olhar desapaixonadamente para um país
preso num conjunto de circunstâncias que só iriam provocar divisão e
fragmentação por todo o continente. Os EUA, que saíram da guerra como o único
país credor, fez precisamente isso”, recorda Yanis Varoufakis, acrescentando
que é isso mesmo que a Grécia precisa e que a melhor pessoa para o fazer é
Angela Merkel.
Varoufakis
imagina Angela Merkel a falar para uma multidão “em Atenas, Salónica ou
qualquer outra cidade à sua escolha. Ela pode aproveitar a ocasião para sugerir
uma nova abordagem da integração europeia, que arranque a partir do país que
mais tem sofrido, vítima tanto dos defeitos de construção da zona euro como dos
erros próprios da sua sociedade.
“A
esperança foi uma força para o bem na Europa do pós-guerra e pode ser agora uma
força para a transformação positiva. Um discurso da líder alemã numa cidade
grega poderia contribuir muito para isso”, conclui Varoufakis.
InfoGrécia
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