O
consultor Diogo Lacerda Machado afirmou que aceitou dar ajuda técnica ao
Governo movido pelo "espírito de serviço público", lamentando que
tenha sido alvo de "notícias falsas e maldosas".
"Tive
momentos muito difíceis na vida, mas nunca me foi tão difícil enfrentar uma
circunstância da vida como esta", afirmou o advogado Diogo Lacerda
Machado, numa intervenção inicial na Comissão de Economia, Inovação e Obras
Públicas, agradecendo a oportunidade de "prestar todo o esclarecimento
público".
Diogo
Lacerda Machado, que mediou as negociações da reprivatização da TAP em nome do
Governo de Costa, está a ser ouvido no parlamento por requerimento do PSD, que
exige explicações sobre o processo e o seu papel como "negociador".
Na
intervenção inicial, o advogado agradeceu a possibilidade de "finalmente
poder responder às questões sobre o envolvimento" no processo de
reconfiguração do modelo acionista da TAP, depois de ter assistido "em
silêncio (...) às notícias, comentários e juízos que foram circulando".
"Intervim
no processo, a pedido e sob instruções do primeiro-ministro e do senhor
ministro do Planeamento e das Infraestruturas [Pedro Marques], a quem prestei
apoio técnico por ter tido a convicção que a minha experiência de 30 anos de
advocacia e a minha familiaridade com os temas da aviação comercial poderiam
ser úteis ao Governo e ao país", declarou Lacerda Machado.
O
consultor do Governo - que desde 15 de abril tem um contrato de prestação de
serviços de consultoria estratégica e jurídica que vigora até ao final do ano -
explicou que foi "o espírito de serviço público" que o levou a
aceitar "prontamente" o pedido de apoio técnico feito por António
Costa e Pedro Marques.
"E
foi ainda esse espírito que me levou a nem sequer equacionar então a
necessidade de exigir ou acordar qualquer retribuição para o mesmo",
acrescentou.
Lacerda
Machado defendeu que "a ausência de retribuição e de qualquer documento
escrito não significam a ausência de vinculação às regras de atuação",
realçando que, no apoio técnico prestado, não dispôs de poderes de
"vinculação ao Estado".
"E
todas e cada uma das reuniões em que participei - e em que jamais estive
sozinho - aconteceram sempre na presença de membros do Governo",
sublinhou.
Jornal
de Notícias - Na foto: Diogo Lacerda Machado na Comissão de Economia / Paulo
Spranger/Global Imagens
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