sexta-feira, 24 de junho de 2016

BREXIT, SIM! NEOLIBERALISMO FASCISTA DA UNIÃO EUROPEIA, NÃO!



Cerca de 52 por cento dos eleitores do Reino Unido afirmaram um categórico não ao neoliberalismo fascista imposto pela Alemanha e Mercados aos cidadãos da União Europeia. O governo e as políticas de David Cameron foram igualmente derrotadas. A ilegitimidade de Cameron para se manter no governo foi igualmente expressa pelos eleitores neste referendo que ordena a saída da UE… e de novas políticas para o país.

A avalanche desta pseudo UE começou agora a ser evidente em votos expressos pelos cidadãos, todos os países que a compõem e decidam referendar a permanência na pseudo União correm o evidente risco de ter a mesma resposta que a expressa pelos eleitores britânicos. Os povos europeus não querem esta pseudo União, que nada tem que ver com os princípios e políticas que lhe deram origem. 

Sim ao Brexit. Está aberta a porta para o UEXIT. O neoliberalismo fascista imposto pela Alemanha e pelos Mercados assim está a ditar. Não a esta União Europeia!

A leitura do resultado eleitoral neste referendo Brexit talvez surja de outro modo no Expresso Curto. Bilderberg oblige... Vá de ler. A democracia está a passar por aqui. A seguir.

Mário Motta / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Martim Silva - Expresso

Brexit ganhou (ou o momento mais marcante na Europa desde a queda do Muro)

Bom dia,

Hoje é daqueles dias em que sabemos que acordámos e o mundo mudou. Ainda não sabemos quanto mudou, mas que mudou, mudou...

01.30 da manhã. Vou-me deitar e tudo aponta ainda para a vitória do Remain. As primeiras sondagens indicam uma vantagem que pode ser de 52-48 para a manutenção do país na União Europeia. As primeiras reacções vão todas nesse sentido e até o líder do UKIP, Nigel Farage, admite que o “Brexit” ia perder. O abalo tinha sido grande mas parecia que ia passar sem mossas maiores.

05.30 da manhã. Toca o despertador. As notícias no telemóvel não enganam: a reviravolta estava aí e o Reino Unido ia mesmo sair da União Europeia. O mesmo Farage já clamava ao mundo que 23 de junho ia ficar para a história como o “independence day”.

Pelas 06.15 começo a escrever este artigo. A borboleta tinha batido as asas. Só que neste caso trata-se de uma borboleta de 58 milhões de pessoas e que é tão só a quinta maior economia mundial (e a segunda da União Europeia, só suplantada pela Alemanha.

O Pedro Cordeiro, enviado do Expresso ao referendo, escreveu já esta manhã sobre o resultado do referendo. “A Europa não volta a ser o que era”, diz ele. Na consulta, o resultado oficial foi de 51,9% para o Brexit (17 410 742 votos) e 48,1% para a manutenção (16 141 241). 1,3 milhões de votos e o mundo mudou…

Que não haja engano. Podemos estar a assistir à mais extraordinária sucessão de eventos na Europa desde a queda do Muro de Berlim, em 1989.
As consequências, embora muitas delas imprevisíveis, são potencialmente devastadoras. E que ninguém pense que o Brexit é algo lá longe e que não nos afecta.

A primeira consequência é política e interna dentro do próprio Reino Unido. Cameron não se vai aguentar no poder (ele que iniciou todo o processo, prometendo uma consulta popular que estava convencido que jamais aconteceria). Às 08.18 o primeiro-ministro do Reino Unido falou, à porta do 10 de Downing Street. “O país precisa de uma nova liderança”, disse.

No referendo, Escócia e Irlanda do Norte votaram maioritariamente pela manutenção do país na União Europeia e poderá a prazo estar em causa a sua própria continuidade dentro do Reino Unido.

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, declarava já hojepelas 05.50 da manhã que a Escócia votou de forma clara pela manutenção na União Europeia. Recorde-se que um referendo na Escócia em 2014 teve como resultado a reafirmação da manutenção escocesa no Reino Unido, mas o assunto volta agora a tornar-se premente.

Finalmente, o que se pode passar na Europa? Ninguém sabe mas dificilmente as coisas ficarão na mesma. Nunca um país tinha abandonado o clube europeu. Numa das primeiras reacções, já vimos o líder nacionalista holandês (Geert Wilders) afirmar que deseja um referendo no seu país, precisamente com o mesmo conteúdo do que ontem aconteceu no Reino Unido.

E o Washington Post fala já num conjunto de países, que incluem França, Holanda, Dinamarca, Suécia e Hungria, que podem estar, de uma forma ou de outra, na lista para poderem ser os próximos a deixar a União.

Um dos primeiros e mais impactantes efeitos do resultado da consulta é económico e nos mercados. E deve ser daqueles que mais vamos ouvir falar nas próximas horas e nos próximos dias. Para já, os valores da libra estão em queda e atingiram mínimos de 31 anos. A queda da moeda começou por volta da meia noite, quando os resultados começaram a ser anunciados… E já há efeitos nas bolsas, com Tóquio a abrir em derrocada.

Como aconteceu o que aconteceu?

A ida às urnas foi mais alta nas regiões que mais votaram no Brexit, especialmente no norte e leste de Inglaterra. Em Londres, na Escócia e na Irlanda do Norte votou-se claramente a favor da manutenção na União Europeia, mas aí a abstenção foi mais elevada que no resto do país. E o tema “imigração” acabou por ser provavelmente um dos mais fortes nos pratos da balança a pesar a favor da saída.

Se ainda quiser ir revisitar tudo o que se passou ao longo desta incrível noite, deixo-lhe aqui os links dos especiais do Expresso, do Guardian e ainda do Financial Times.

E neste artigo da Sky pode relembrar tudo o que se passou nos últimos três anos (desde que a 23 de Janeiro de 2013 Cameron se lembrou de falar na ideia de um referendo) e que culminou nos acontecimentos desta noite.

O Financial Times chama ao Brexit o “divórcio mais complicado do mundo” e neste artigo explica os próximos passos que levarão à saída da União do país. Só para ter uma ideia, estima-se que as negociações para a saída do país podem levar algo como entre dois a… dez anos.

Uma nota final para lhe dizer que normalmente o Expresso Curto tem como objetivo informá-lo sobre o que de mais importante e significativo se passa no país e no mundo. Hoje, não tenho de todo em todo a pretensão de fazer isso com o que escrevo aqui sobre o Brexit. Esta leitura não encerra o que se passou. Esta leitura é tão só um alerta para a importância do que se está a passar e sobretudo para o que ainda vai acontecer. Este vai ser o tema do dia. O tema do mês. E o tema deste ano de 2016. Remember this day.

OUTRAS NOTÍCIAS

Cá dentro,

Por cá, continuam as mudanças na comunicação social. David Dinis vai ser director do Público, substituindo Bárbara Reis, e assim deixando a liderança da TSF. TSF onde tinha ido substituir Paulo Baldaia, que agora também é apontado como novo director do Diário de Notícias, de onde vai sair André Macedo…

Ontem Paulo Portas estreou-se nos comentários na TVI. E analisou o referendo no Reino Unido, dizendo que uma vitória do Brexit seria o abrir de uma Caixa de Pandora. Pois…

Abre hoje a primeira casa para crianças doentes sem cura em Portugal, noticia o Público.

Governo assume que o fecho de agências da Caixa Geral de Depósitos em Portugal é inevitável.

A mãe a quem foram retiradas as três filhas entrou no décimo dia de greve de fome.

Suspeito do caso Lava Jato prefere ser julgado em Portugal.

última noite foi noite de São João e o rei foi… Marcelo.

No Europeu de futebol é tempo de pausa antes de amanhã recomeçarem os jogos, agora com as primeiras três partidas dos oitavos de final (Portugal joga este sábado pelas oito da noite com a Croácia). Entretanto, já foi escolhido o onze ideal da primeira fase da competição. Portugueses? Nem um. Mas há dois croatas…

L’Equipe também já elegeu as melhores partidas desta primeira fase do Euro, e uma delas teve as cores portuguesas (não é difícil adivinhar qual foi o jogo).

Lá fora,

Na Colômbia foi assinado um histórico acordo de cessar-fogo entre o presidente Juan Manuel dos Santos e as FARC. O que se segue agora no país e que solidez tem este acordo?

Já no próximo domingo, aqui mesmo ao lado, os espanhóis voltam às urnas, para tentar desatar o nó criado pelas eleições gerais do final do ano passado e que não permitiram a formação de um Governo. O problema é que as sondagens voltam a não mostrar de forma clara qual poderá ser o desfecho depois do escrutínio de domingo. A propósito destas eleições, vale a pena ler o artigo de Francisco Seixas da Costa.

Ainda em Espanha, um homem de 70 anos foi preso por tentar comprar uma menor para se casar com ela.

Na campanha presidencial norte-americana, ficou a saber-seque Donald Trump acabou de transformar um empréstimo de 50 milhões de dólares à sua campanha num donativo. Resultado? Já não volta a ver o dinheiro.Ainda nos Estados Unidos, o Supremo Tribunal bloqueou uma decisiva lei da Administração Obama sobre imigração.

E, já no próximo domingo, é inaugurado o novo Túnel do Panamá, depois das monumentais obras de expansão da ligação entre o Atlântico e o Pacífico.

Incrível é a história à volta da icónica imagem de Iwo Jima, em que soldados americanos içam a bandeira do país. Afinal, um dos soldados que se pensava lá ter estado… não estava. E quem estava era um outro soldado, Harold Schultz, que ao longo de décadas passou anonimamente ao lado da história.

O todo poderoso líder e fundador do Facebook. Mark Zuckerberg, tem uma forma no mínimo curiosa de se proteger de hackers. Saiba qual é, aqui.

As meninas adoram princesas e filmes e histórias de princesas (eu bem sei o que passo em casa, com a Frozen a passar em loop no dvd), mas um estudo indica que também os rapazes podem aprender muito com estas histórias.

FRASES

“Estamos determinados para manter a nossa unidade como 27”, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu

“Estagnação da economia é fruto de quatro anos de destruição produtiva”, Maria Mortágua, do Bloco de Esquerda, no Jornal de Negócios

“Não sei o que é hoje o Syriza. Nem o Syriza sabe. O Bloco distanciou-se”, outra vez Mariana Mortágua, desta vez no i

O QUE EU ANDO A LER

Já aqui foi falado duas vezes, pelo Henrique Monteiro e Miguel Cadete, mas ainda assim volto à carga. Falo do imprescindível"António Barreto – Política e Pensamento", de Maria de Fátima Bonifácio, da D. Quixote. Mas proponto uma abordagem diferente, e deixo aqui duas das histórias mais deliciosas que lá se encontram.

1. Estamos no pós-revolução. Soares pediu-lhe para ir “com muita urgência” à Rua da Emenda, sede do PS. “Louva o papel” de Barreto na campanha de Vila Real, “louva o livro Capitalismo e Emigração em Portugal, pede-lhe para fazer um programa de governo”. “Eu não sei o suficiente para fazer um programa de governo”, atalhou Barreto. Mas para Soares não havia impossíveis: “Você coordena, mete-se aqui em meio andar, dou-lhe nomes para cada sector, encomenda capítulos a cada um, adeus, adeus”… e de repente eu vou fazer o programa do PS. 

2. VI Governo Provisório: Barreto é chamado por Mário Soares e Jorge Campinos, que lhe dizem, talvez mais exactamente, intimam: “ você vai para o governo”.

Barreto hesita… as evasivas e justificações de Barreto não tiveram acolhimento, a quem aliás parecera que nada ficara de facto assente. Porém, dali a poucos dias, no Parlamento, chamaram-no ao telefone. Do lado de lá estava Mário Soares: “estou à sua espera para tomar posse daqui a um quarto de hora, já dei o seu nome ao Presidente da República, já está assinado, o termo de posse está feito”.

26 de Setembro de 1975. Barreto ouviu e, de casaco de bombazine vestido, pediu uma gravata emprestada ao empregado do bar da York House e vai para Belém para tomar posse.

Outra sugestão de leitura, que já deixou a mesa de cabeceira (onde estava estacionado há muito) para vir parar às minhas mãos, é "O Pintassilgo", de Dona Tartt.

Por hoje é tudo, tenha um grande dia.

2 comentários:

ALFREDO PIACENTINI. DECALIA ASSET MANAGEMENT. disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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