“Temos
Assembleia Constituinte”, declarou o Presidente Nicolás Maduro perante centenas
de apoiantes que se concentraram na noite deste domingo (madrugada em Lisboa)
na Praça Bolívar, em Caracas, à espera dos resultados das eleições e comemorar
a vitória, numa jornada marcada por muitos protestos da oposição em todo o país
– o Ministério Público venezuelano refere que pelo menos dez pessoas morreram
Presidente
da Venezuela elogia os venezuelanos pela "lição de coragem" e
"maior participação histórica" nas eleições deste domingo para a Assembleia
Constituinte.
"Temos
Assembleia Constituinte (...), oito milhões (de votos) por entre ameaças (...),
foi a votação mais grande que teve a revolução bolivariana em 18 anos. O povo
deu uma lição de coragem, de valentia. O que vimos foi admirável", declarou
Nicolás Maduro, perante centenas de apoiantes que se concentraram na noite de
domingo (madrugada em Lisboa) na Praça Bolívar, em Caracas, à espera dos
resultados das eleições e comemorar a vitória.
O
Ministério Público venezuelano indica que pelo menos dez pessoas morreram, na
sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral, boicotada pela oposição,
maioritária no parlamento.
As
urnas deviam ter encerrado às 18h em Caracas (23h em Lisboa), mas poucos
minutos antes deste limite o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que ia
prolongar por mais uma hora as urnas de voto para as eleições da Assembleia
Constituinte, "e sempre que haja eleitores à espera de exercer o direito
de voto".
No
domingo, foram chamados a votar mais de 19,8 milhões de venezuelanos para
escolher os 545 membros da Assembleia Nacional Constituinte que vão redigir uma
nova Constituição.
A
escassas horas do fecho previsto das urnas, a aliança opositora Mesa de Unidade
Democrática (MUD) – que recusou participar nas eleições – afirmou que apenas
12% dos eleitores tinham participado no ato eleitoral.
Por
outro lado, o chefe de Estado venezuelano referiu-se às "pretensões
insolentes" do Presidente norte-americano, Donald Trump, de "ditar
normas, ordens" a Caracas, com advertências de que não reconhecerá os
resultados.
"Que
nos importa o que diga Trump. Importa é o que diz o povo soberano da Venezuela
(...) aqui na Venezuela ordenam e mandam os venezuelanos, o povo valente",
frisou.
Nicolás
Maduro criticou ainda os países solidários com os venezuelanos, como o México,
Panamá, Colômbia, Peru, Chile, Brasil e Argentina, mas que obedecem "às
ordens do império" norte-americano.
A
convocatória para a eleição foi feita a 1 de maio pelo Presidente Nicolás
Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor,
nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da
nação, entre outros pontos.
A
oposição venezuelana acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para
instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes
dissidentes.
Lusa
| em Expresso | Foto: Nathalie Sayago / EPA
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