XVIII
AMÉRICA,
NO INVOCO TU NOMBRE EN VANO
Cuando sujeto al corazón la espada,
cuando aguanto en el alma la gotera,
cuando por las ventanas
un nuevo día tuyo me penetra,
soy y estoy en la luz que me produce,
vivo en la sombra que me determina,
duermo y despierto en tu esencial aurora:
dulce como las uvas, y terrible,
conductor del azúcar y el castigo,
empapado en esperma de tu especie,
amamantado en sangre de tu herencia.
PABLO
NERUDA – CANTO GENERAL
Martinho Júnior, Luanda
Março
chegou e com ele a pegada ardente de Bolivar volta a ressoar no coração dos
homens que perderam o medo e se levantaram como um vulcão do martirizado chão
da América!
Evocados
estão os rios humanos com o manso espanto duma coroa feita bruma, ao amanhecer
e as crianças já correm envoltas nas frescas manhãs que marcam a poalha dos
passos insurrectos!
América
húmida de lágrimas e de sangue, de ecos que se esbatem em fraccionados espelhos
tisnados de verde espuma, mas vertical em suas veias abertas, liberta das
lianas que como surpreendentes amarras emergem do breu, América radiografando o
espaço e o tempo com os olhos de Chavez e de Fidel!
A
Venezuela Bolivariana é como Cuba: latejante fluxo de lutas que como torrentes
brotam desde Bolivar e Marti, desde Fidel e Chavez e tornou-se território
fresco de peitos fortes e vozes adultas, sopro de vocação emergente, de
integridade feita e de gravidade feita, num plasma rigoroso e telegráfico,
capaz de unir todos os povos da Terra.
Para
que não restem dúvidas, de novo a ALBA se assume nesse pulsar, por que
necessário é em nossos dias revitalizar os tecidos que dão movimento ao barro,
ali onde os oligarcas decadentes em seus enormes umbigos até o pão roubam da
boca dos famintos e onde as ausências são caudais invisíveis nas mesmas águas
de onde afinal emergem embriões recém-chegados.
Que
não se temam nem essas ausências, nem os oligarcas desapiedados, muito menos
seus patrões refugiados nas casas-fortes do norte, por que não é desperdício na
memória a pegada ardente de Bolivar a ressoar no coração dos homens: pelo seu
sangue passado, pelo seu suor seco, pelo sulco que se adivinha de suas lágrimas
na hora amarga da despedida, uma hora trespassada de espadas, mas sobretudo
pela energia intemporal que se desprende desse movimento tornado multidão, são
mesmo assim, em Março, o cristalino e vital renascer!
Apontamento
sobre o 5 de Março, 4º ano em que desde a mobilização singular do Comandante
Hugo Chavez, na América se continuam a remover as montanhas forjadas no passado
de todas as trevas medievais…
Sem comentários:
Enviar um comentário